Segredos - Capitulo 1: Festa de despedida.

Um conto erótico de Caio Ferreira
Categoria: Gay
Contém 7464 palavras
Data: 11/07/2020 16:47:05
Última revisão: 12/04/2022 17:11:27

**Contém sexo (+18)**

Sábado, 02 de dezembro de 2017

Finalmente chegou o dia da ultima festa escola e eu já não aguentava mais de tanta ansiedade, foram meses de organização e eu espero que hoje tudo saia como o planejado pois com sempre Maria confiou totalmente em mim para que essa festa desse certo.

Ah quem sou eu? Me chamo Pedro um jovem gay preto, morador da pacata Rita de Cassia, cidade que fica no litoral sul do Rio de Janeiro, sou organizador oficial de todos os eventos da Escola Brasão Real (sim esse é o nome da minha escola e eu também acho muito cafona) e estudante do 3° ano do ensino médio nas horas vagas. Filho de Rafael um homem no auge dos seu 40 anos, engenheiro responsável por metade das grandes obras da cidade e do estado casado com Dóris quem tem a mesma idade dele e que mesmo eu não querendo, é minha mãe. Dóris é uma das advogadas mais bem sucedida e respeitada do estado, é tão bonita mas tão megera que mais parece uma madrasta, junto com a minha Tia Marta, são donas e sócias do maior escritório de advocacia do estado do Rio de Janeiro. Marta é casada com meu tio Luiz que também é irmão do meu pai. Meu tio é o principal chef de cozinha da cidade e um dos mais renomados do Pais, os dois juntos são pais das minha prima e melhor amiga Tiana, uma deusa negra dos cabelos avemelhados.

*Recebendo chamada de Tiana*

- Diga minha deusa! - Atendi super entusiasmado.

- Nossa menino! Tá todo alegre só por causa de uma festinha ou passou um passarinho azul pelo seu quarto? - Ela me pergunta com deboche e curiosidade.

- Você sabe muito bem que não é uma festinha qualquer é a nossa última festa antes da formatura e infelizmente nenhum passarinho azul passou por aqui - Respondo tentando lembrar ela de tudo que estava marcado para acontecer hoje.

- Eu sei meu amor, hoje a noite promete e justamente por isso te liguei, quero saber onde nós vamos arrumar? - Pergunta ela.

- No vestiário da escola, ainda tenho que arrumar algumas coisas la e não posso me atrasar - Falo levantando para arrumar minhas coisas.

- Ai não queria me arrumar na escola - Ela diz se lamentando.

- Você me prometeu - Falo com raiva.

- Eu sei disso, tanto que ja estou arrumando minhas coisas - Ela da risada.

- Muito que bem, pois eu ja estou saindo de casa - Falo para apressar ela.

- Nossa senhora! Nem a Maria deve estar lá ainda, menino apressado da porra - Reclama.

- E você exagerada! - Retruco.

- Bom vamos deixar isso de lado e falar do que realmente importa, e os boys? - Ele me questiona.

- Vão ser os mesmos de sempre, Maria não liberou pessoas foras depois da última confusão - Respondo.

- Eu me lembro bem amigo e que merda isso, só liguei para confirmar com você onde iramos se arrumar e agora eu vou desligar que jaja o ônibus passa e se eu perder só vou chegar na escola amanhã pois o carro do motorista tá concertando e não tem ninguém aqui. - Ela me avisa.

- Eu também to saindo, vou aproveitar que meu pai está saindo agora para eu pegar uma carona com ele, tchau deusa até mais tarde. - Me despeço

- Tchau! Primo - Disse ela desligando.

Fico pensando em tudo que eu tinha descoberto nos últimos dias, em tudo que tenho feito e ainda estava sem acreditar. Não contei nada para ninguém, pois prefiro guardar tudo isso para mim, não quero mexer nessas coisas horrorosas por enquanto.

Como era de se esperar meu pai me aceita me levar até a escola, esta noite ele vai viajar com a minha mãe e com os meus tios e esse era o último momento do final da semana que ia ver ele e penso que por isso o mesmo veio o caminho todo até a escola conversando comigo, isso era estranho, pois meu pai raramente conversava, ele sempre foi muito fechado, mas depois que contei da minha sexualidade, tenho notado que ele vem tentando se esforçar para poder se aproximar de mim. E hoje ele está mais emotivo do que qualquer outro dia:

- Eae garoto, mais uma festa organizada por você, sou muito orgulhoso desse seu talento. - Ele me fala quando entra no carro.

- Obrigado pai, eu to muito ansioso e torcendo para que tudo dê certo, é a minha última festa da escola. - Falo colocando o sinto.

- Vai dar tudo certo filhão, você se esforçou bastante e essa sem dúvidas nenhuma vai ser a melhor e mais inesquecível de todas. - Ele fala olhando para mim.

- Nossa pai para que estou ficando emocionado - Digo com lágrimas no olho.

- Eu to falando a verdade filho, você sempre gostou de mexer com essas coisas de festa, sempre teve talento, já pensou em fazer algum curso relacionado a eventos? - Cada coisa que ele me fala me faz ficar feliz.

- Sim, estou pensando seriamente em fazer algo relacionado aí isso, mas tenho medo de não dar grana. - Falo com sinceridade.

- E por algum acaso eu ou sua mãe te incentivamos a fazer algo por dinheiro, claro que você tem que pensar no dinheiro, porém você deve fazer aquilo que te dar prazer. - Aconselha meu pai.

- Você não mesmo já a minha mãe..., mas juro que vou pensar mais por este lado e obrigado pelo conselho pai. - Digo passando a mão no seu ombro.

- Eu estou aqui para te ajudar em qualquer situação filho, eu te amo. - Ele me fala com os olhos cheios de água e com um sorriso no rosto.

Fico em silêncio depois de ouvir que ele me ama, mesmo ele estando mais próximo de mim, dá para contar nos dedos quantas vezes ele disse que me amava. Não demoro para responder ele:

- Eu também te amo muito pai. - Falo soltando o cinto e beijando a bochecha dele.

Seguimos todo o caminho conversando sobre coisas aleatórias da vida e não demorou muito eu já estava na entrada da escola.

- Chegamos filho. - Diz meu pai desligando o carro.

- Obrigado pela carona. - Agradeço saindo do carro, mas não sem antes dar um abraço nele.

- Te amo filho, se cuida e boa festa. - Meu pai me falar em um tom de despedida.

- Eu também te amo muito! Aproveita o show hoje por mim e pode deixar que sei me cuidar. - Eu falo enquanto mostro meus músculos para ele e desço do carro.

Entro na escola e vou direto para a quadra olímpica, pois era nela que a festa iria ser realizada, logo que entro dou de cara com o Gabriel: o crush de todas as meninas da escola e no passado era um dos meus melhores amigos, Tiana e seu namorado Marco: o mais escroto de todos, arrumando a decoração da mesa onde vão ficar as comidas e vou falar com eles:

- Oi! galera como estão as coisas? - Pergunto apertando a mão de cada um deles e dando um abraço na minha melhor amiga e prima.

- Está tudo certo amigo, faltam poucos detalhes para arrumar e já estamos prontos. - Minha prima me responde.

- Nosso organizador deixou tudo no jeito para nós, então já estamos acabando. - Fala Gabriel, o mais gentil de toda a escola.

- Já está tudo pronto, a donzela demorou tanto que não vai precisar fazer mais nada. - Marco fala no tom mais debochado do mundo.

- Que bom amigos e me desculpem o atraso. E você seu Marco fique sabendo que fiz isso tudo sozinho enquanto o senhor que se comprometeu a ajudar estava coçando o saco em casa. - Respondo ele de uma forma bem debochada e deixo os três ali.

Vou terminar de ajustar os últimos detalhes da decoração em geral que nem sinto o tempo passar, tanto que os meninos que estavam no treino de futebol foram antes de mim para o vestiário tomar banho e eu de jeito nenhum ira tomar banho ao mesmo tempo que eles, pois todos ficavam me zoando por causa da minha sexualidade e essas provocações sempre acabavam em brigas. Tiana passa por mim, avisando que iria tomar banho e se arrumar para ficar junto do Marco que já havia tomado banho, falei para ela que eu iria me atrasar um pouco por causa dos meninos no vestiário.

Aos poucos vi o time todo saindo do banheiro já prontos para curtir a festa e pensei comigo que aquele seria o meu momento. Quando chego ao vestiário ele não esta vazio como eu imaginava, mas a pessoa que está dentro dele muito me agrada, tranco a porta e não faço muito barulho e chego falando bem pertinho do ouvido dele:

- Seria o acaso ou é proposital você está aqui agora? - Falo alisando ele.

- Você sabe que conosco nada é por acaso, mas deixa de conversa e vem cá que estou com saudades de você. - Ele fala me prensando na parede e me beijando com muita vontade.

Não houve muita conversa, jogo ele na parede, me ajoelho e começo a chupar o pênis dele até ele não deixar mais:

- Para por favor eu não quero gozar agora. - Ele fala me levantando entre gemidos.

Apenas levanto e volto a beijar ele quando de repente e me virar para a parede e abaixa na minha frente segurando no meu membro, me assusto e o questiono:

- O que você vai fazer? - Pergunto surpreso.

- Fazer você sentir o mesmo prazer que eu sinto. - Ele me responde com cara de safado.

- Mas você quase nunca fez isso, e não precisa se submeter a isso caso você não queira. - Falo olhando para ele.

- Mas eu quero! Então cala a boca e relaxa. - Disse ele colocando o meu pênis na sua boca.

Não tenho nem tempo para responder, assim que ele coloca a boca em mim a única coisa que eu consigo fazer é gemer e afundar a cabeça dele até ele engasgar, ele continua e eu fico surpreso com a experiência, pois não me lembrava que ele era tão bom nisso, repito isso por várias vezes, ele fica me chupando por uns 5 minutos, tento segurar o máximo possível, mas é em vão, aviso ele que vou gozar e o que ele faz me surpreende:

- Eu vou gozar, eu vou gozar. - Aviso afastando ele do meu pênis.

- Eu sei e quero sentir seu gosto dentro de mim. - Ele diz voltando a me chupar.

Não demora muito gozo dentro da boca dele, estou completamente ofegante e sem acreditar no que acabou de acontecer, não sabia que ele tinha tanta prática, e ele percebe a minha surpresa:

- Não precisa ficar com essa cara, sempre te falei que eu pegava outras caras e que sempre foi diferente com eles por isso hoje que você sinta prazer de todas as formas. - Ele diz se levantando.

- Tudo bem, eu gostei disso, mas agora quero você dentro de mim. - Falo me virando e ficando de costas para ele.

- E eu amo estar dentro de você. - Diz ele pegando uma camisinha, porém por um impulso não deixo ele colocar.

- Hoje quero sentir você por completo dentro de mim, sem nada, você confia em mim? - Pergunto com o pacote de camisinha na mão.

- É lógico que confio em você, sei que você nunca vai fazer nada contra mim porque antes de tudo somos melhores amigos e isso que vale. E você confia em mim? - Pergunta ele me deixando feliz com aquela declaração.

- Confio tanto que você vai ser o primeiro que vou transar sem camisinha. - Falo sendo sincero.

- Eu acredito em você, eu preciso de você. - Ele fala me dando dedada e me fazendo gemer com mais vontade.

- Então vem logo porra. - Falo segurando o pênis dele e colocando na entrada do ânus.

Ele me penetra tão gostoso que não sinto nenhuma dor ou desconforto já estou tão acostumado com ele dentro de mim. Percebo que ele ta sendo mais carinhoso do que o costume, ele sente que está prestes a gozar e para! Penso que ele não quer acabar com aquilo, mas me engano, ele me vira de frente para ele e me pede uma coisa que eu nunca imaginei:

- Agora é minha vez de sentir você dentro de mim. - Ele pede começando a me masturbar.

- Mas que novidade é essa? Você nunca quis ser passivo comigo, o que acontecendo? - Pergunto entre os nossos beijos.

- Lembra que eu te falei que hoje você vai sentir os mesmos prazeres que eu, pois bem isso faz parte. - Ele fala retribuindo meus beijos.

- Você tem certeza disso? Não precisa chegar nesse ponto. - Falo afastando ele.

- Eu quero, você vai ser o primeiro homem com quem vou ser passivo. - Ele diz me agarrando pela cintura.

- Então vem aqui meu gatinho. - Falo agarrando a nuca dele e dando um beijo.

Viro ele de frente para a parede e peço para ele relaxar e empinar a bunda aviso que vai doer e peço para que ele me falar caso esteja doendo muito. Vou com muita calma do mundo, pois eu mais do que ninguém sei como é toda essa sensação de ser passivo pela primeira vez! Agora no começo não foi fácil, mas ele é corajoso e em pouco tempo esta rebolando e pedindo para eu não parar, sinto que estou que gozando e aviso para ele:

- Vou gozar. - Falo gemendo e intensificando as estocadas.

- Goza dentro de mim. - Ele me pede rebolando ainda mais.

- Seu desejo é uma ordem, meu gatinho. - Falo dando uma estocada mais forte e despejando toda a minha "porra" nele.

- Agora em minha vez. - Avisa ele saindo da minha frente e sentando no banco.

Ele nem precisa pedir, pois, vou direto sentando nele o mais rápido que eu consigo e não demora muito ele já está gozando dentro de mim. Nunca tínhamos transado daquela forma, não era só desejo tinha algo a mais que eu não conseguia decifrar. Saio de cima dele e vou tomar um banho e ele também. Tomo meu banho em silêncio apenas admirando ele e percebo que ele faz a mesma coisa, começo a me arrumar e ele vem conversar comigo:

- Você também percebeu que essa vez foi diferente das outras? - Ele me pergunta.

- Sim e graças a você que quis inovar, você nunca quis ser passivo comigo o que mudou dessa vez? - Devolvo a pergunta.

- Queria que fosse diferente e também acredito que você tem que sentir o mesmo prazer que eu sinto e vice-versa. - Ele responde chegando perto de mim.

- E conseguiu que fosse diferente, você sempre me surpreendendo meu gatinho. - Falo com as mãos nos cabelos bagunçados dele.

Ele ficou corado e voltou a se arrumar, sempre que trato ele com mais carinho ele foge de mim e eu estava me cansando dessa situação:

- Porque toda a vez que eu te trato com carinho você se esquiva de mim? - Pergunto virando ele de frente para mim.

- Você sabe que eu não posso retribuir da mesma forma, ou pelo menos da forma que eu devia. - Ele diz olhando para mim triste.

- Aqui dentro você pode, estamos só eu e você. - Falo segurando a mão dele

- Eu queria que fosse só eu e você no mundo, mas nós dois sabemos que não é bem assim. - Ele me fala ele sentando no banco de cabeça baixa.

- Mas podemos enfrentar isso juntos, porque da forma que está não dá mais. - Falo esperando uma resposta, ele nada falou.

A única coisa que faço é juntar as minhas coisas e ir embora, essa situação não dava mais para continuar do jeito que estava eu sempre fui livre e ficar com uma pessoa que sempre foi presa não estava dando certo. Quando estou chegando na porta ele me segura e me abraça chorando, dizendo:

- Não me deixa por favor, não desiste de mim, da gente. - Ele me pede.

- Eu não quero desistir de você, porém não posso continuar desse jeito, eu nunca sei quando vou poder ficar com você. Eu me privei de ficar com outras pessoas por sua causa e você continua pegando as meninas dessa escola. - Falo quase gritando com ele.

- Eu sei disso e sempre você fez mais por nós do que eu, agora é minha vez de te provar que quero ficar com você de verdade e te assumir para todo mundo. - Ele diz segurando na minha mão.

- E porquê devo acreditar em você? - Pergunto a ele.

- Porque eu te amo e tô cansado de ficar com você escondido. - Ele fala se ajoelhando.

- Eu também te amo, mas não quero sofrer mais com essa história. - Peço.

- Eu juro que você não vai sofrer, tenho um pedido para de fazer. - Ela fala segurando a minha mão.

- Qual? - Pergunto mesmo já imaginando a resposta.

Ele ia começar falar fomos interrompidos por um barulho vindo da porta, como se alguém estivesse tentando entrar, ele fica assustado e vai logo saindo por uma porta que fica nos fundos dos vestiários, mas que quase ninguém sabe da existência dela e que tem uma saída para fora da escola, mas antes ele me promete uma coisa:

- Essa noite vou ser só seu, sem se importar com ninguém. - Ele me diz saindo.

- Devo acreditar nessa promessa? - Pergunto

- Pode, hoje a noite vai ser só nossa. - Ele fala voltando e me beijando.

- Então tá bom, mas é melhor você ir antes que alguém apareça. - lembro que estão tentando abrir a porta e empurro ele

Assim que ele sai, entra alguém no vestiário é o Sr. Caruso, pai de Gabriel e técnico do time de futebol da escola e uma das pessoas mais homofóbica e racista de toda a cidade, além de ser um dos meus maiores desafetos dentro e fora da escola. Penso comigo que ele vai ignorar minha presença dentro do vestiário, mas me engano:

- O que você está fazendo moleque? - Ele me questiona quando para na minha frente.

- Estou terminando de me arrumar. - Respondo amarrando meu tênis sem olhar para a cara dele.

- E quem deu permissão para você está aqui dentro e ainda de porta trancada? - Ele me pergunta da maneira mais autoritária do mundo.

- A Diretora Maria que permitiu e caso o senhor ache ruim ela mandou ir falar com ela. - Respondo me levantando e encarando ele.

- Vou ir falar mesmo, se já terminou pode ir embora agora que tenho muitas coisas para fazer na minha sala e não quero ninguém me atrapalhando. - Ele manda apontando para a porta.

- Vou ir mesmo, pois tenho uma festa para tomar conta e muita raba para rebolar quando começar o funk. - Falo pegando minha mochila.

- Mais é um viadinho sujo mesmo. - Ele comenta sozinho com nojo.

- Viadinho esse que você nunca vai tocar seu velho escroto. - Falo virando para ele.

- Eu ainda vou quebrar sua cara, seu viadinho. - Ele fala quase cuspindo.

- Faz isso querido, a Maria está doida para meter o pé na sua bunda velha e te deixar na miséria. - Falo indo até à porta. - Tchau velho.

- Eu ainda vou acabar com você. - Ele grita.

- Vamos vê quem vai acabar com quem antes querido! - Falo em tom de ameaça e deboche.

- Vamos mesmo seu lixo - Ele grita mais ainda.

Eu consigo ouvir ele, mas não estou disposto a brigar hoje estou tão feliz que nada e nem ninguém vai acabar com isso, mas eu não estava esperando encontrar as pessoas mais insuportáveis e mais podres dessa escola, os filhos do demônio, apelido carinhoso que dei para eles. Hanna: a evangélica mais hipócrita que conheço, enteada do pastor da principal igreja da cidade; Paulo: capitão do time de futebol, um branco que sempre se achou superior a todo mundo por conta do corpo definido e olhos azuis que tem; João: o nerd do grupo e fotografo oficial da escola; Renato: a gay que eu mais odeio na minha vida, se acha o melhor do mundo e tem um jornal de fofoca na escola que ama me atacar e junto deles o namoradinho de minha prima Marco, falta apenas Berenice para o grupo de filhotes do satanás está completo; Eu já tive treta com todos eles, mas hoje não é dia disso. Ainda tento passar longe deles para não arrumar confusão, mas é inevitável... nem tive tempo para pensar, pois já estão todos parados na minha frente impedindo minha passagem e mesmo não querendo, tenho que falar com eles:

- Vocês poderiam me dar licença, queridos ? - Peço com ironia.

- Você não iria falar com a gente, pederasta ? - Hanna me pergunta.

- Tem que vê direitinho quem é o pederasta aqui anjinho do senhor. - Respondo fazendo com que os meninos esbocem uma cara de confusão.

- O que você está querendo insinuar com isso ?- Hanna me pergunta de forma agressiva.

- Isso mesmo que você bem sabe Hanna, não se faça de sonsa na minha frente. - Falo olhando para ela num tom ameaçador.

- Hanna do que esse viadinho está falando? - Paulo questiona a garota.

- Pelo amor da Deusa pessoal vocês hoje vocês deram para ficar falando umas coisas que todo mundo já sabe. - Reclamo com eles.

- Eu não sei sobre o que ele está falando Paulinho. - Hanna responde com uma expressão de medo.

- Porque todo gay é fofoqueiro? - João pergunta para os amigos.

- Deve está impregnado a sujeira no sangue desse tipo de gente. - Marco responde.

- Se o meu sangue está sujo imagina você né Marquinhos, sem hipocrisia que todos aqui te conhecem. - Falo encarando o namorado da minha amiga.

- Você ta bem folgadinho seu viadinho. - Paulo fala num tom ameaçador e vem se aproximando de mim.

- Vocês não têm uma ofensa nova e que realmente vá me ofender? - Pergunto tentando sair, mas sou impedido por um bruta montes.

- Você ta bem folgadinho, ta querendo tomar uns socos? - Paulo me pergunta parado na minha frente.

- De você? Pelo que eu me lembro a última vez que você tentou me bater te deixei no chão desacordado então sem showzinho. - Falo empurrando ele e indo embora, mas não antes de dar uns avisos.

- Paulo me deixa em paz, acredito que a surra que eu te dei não foi suficiente para você perceber que eu não tenho medo de você. Com alguns cliques acabo sua reputação e te mando direto para um reformatório seu doente. - Falo com muita calma e continuo - Marco só não falei para a minha prima que você traiu ela com a pessoa que se dizia ser melhor amiga dela porque sei que ela vai sofrer, mas amanhã eu não vou exitar em falar com ela, pois antes ela sofrer por você do que continuar sendo idiota e outra coisa tínhamos um acordo e você não cumpriu e so um aviso não é só a namorada que você vai perder. - Aviso deixando o namorado da minha prima, pálido. - Hanna quero vê até onde essa sua reputação de beata vai querida, pois moça recatada e do lar você não tem nada, todos nós sabemos que isso é só uma fachada muito má feita. Quero vê o que a comunidade da sua igreja vai fazer se eles imaginarem os podres da sua família fake de comercial de margarina? - Questiono com muito deboche. - João você é tão inteligente, mas se juntou com as pessoas mais pobres dessa escola, você sabe mais do que ninguém as coisas que faz e se a Maria desconfiar você vai ser expulso na última semana então me nunca mais fale de mim e nem comigo. - Digo ameaçando ele. - Roberto você deveria fazer com que o seu blog sobre a escola gerasse mais like com uns conteúdos melhores, mas eu acredito que isso vai ser impossível já que você só usa seu tempo para difamar as pessoas pela internet. Você é talentoso, mas não sabe usar isso a seu favor, comece pensando em você e na sua saúde, não use as pessoas para serem deposito dos seus erros e deslizes isso é desumano. - Digo deixando ele desconcertado posso falar muitíssimas coisas para ele, mas acho que não vale a pena expor ele dessa forma.

- Pois muito que bem, vão curtir a festa assim como vou fazer e quero que todos estejam avisados cansei de ser pisados por vocês e ficar calado, a partir de agora tudo que fizerem contra mim, eu vou revidar sem bondade. Tchau otários. - Aviso e saio, mas não antes de ouvir o que cada um deles estavam falando

- Vou calar a sua boca de uma vez por todas - Marco me ameaça.

- Eu não vou deixar você destruir minha família, faço o que for preciso para te calar. - Hanna avisa

- Eu ainda vou me vingar da surra, seu viadinho. - Diz Paulo.

- Vamos vê se você vai conseguir. - João duvida de mim.

- Você vai engolir cada palavra. - Roberto me ameaça.

- Anotado perdedores. - Falo jogando os meus cachos e rebolando.

Antes de ir para a quadra resolvo ir ao banheiro para lavar o rosto e retocar a maquiagem, pois toda essa conversa que tive com eles me fez ficar enjoado, eu tenho nojo de todos aqueles garotos só eu sei o mal que cada um deles junto das famílias fizeram para mim, porém agora eu não vou mais abaixar a cabeça para eles.

Estou terminando a minha maquiagem e vejo o Renato meu nenem de cabelo azul, entrando no banheiro, eu adoro esse menino e esse jeito misterioso dele, ele percebe que sou eu e vem falar comigo:

- Eae amigo, tudo certo? - Ele pergunta me abraçando.

- Amo esse seu jeito hétero de ser amigo. - Falo pulando no pescoço dele.

- Você vai me machucar anjo. - Ele fala ele me empurrando.

- Às vezes eu esqueço desse de detalhe, eai preparado para a festa? - Pergunto guardando minhas maquiagens.

- Você sabe que eu só estou aqui porque você insistiu, odeio lugares com muitas pessoas. - Ele me lembra.

- Eu sei disso, por isso que te amo gatinho. - Falo mandando um beijinho para ele.

- Bom deixa eu fazer minhas necessidades, até mais tarde. - Ele me pede entrando numa cabine.

- Até mais tarde, quero você sarrando em mim na hora do funk. - Falo batendo na porta.

- Vai ser o maior prazer, delícia. - Ele grita de dentro da cabine.

- Tchau migo. - Falo saindo pela porta.

Agora sim estou pronto para arrasar nessa festa. Assim que entro na quadra meu peito enche de orgulho, tudo está perfeito, a decoração maravilhosa, mesas cheias de comidas, todos na pista dançando está tudo incrível.

Vou de encontro aos meus amigos, Michel o meu melhor amigo desde que eu me entendo por gente e uma das pessoas mais importantes da minha vida, somos como irmão, ou mais do que isso... e Tiana que infelizmente esta com o seu namorado, me dando o desprazer de econtrar com ele mais uma vez e mais uma vez me nego a falar com ele:

- Eae amores, o que estão achando da festa? - Falo beijando cada um deles.

- Está maravilhosa amigo, to amando tudo. - Tiana me responde super entusiasmada.

- Você dessa vez se superou, isso está incrível. - Michael fala me abraçando.

- Ta tudo bem GAY! - Marco comenta.

- Obrigado amigos, isso tudo é para nós, pois a noite é nossa e só está começando. - Respondo apenas os meus amigos.

- Nunca vou fazer uma festa hetera, queridinho. - Respondo Marco debochando da cara dele.

- Vocês dois não vão começar hein, hoje é dia de festa. - Tiana nos repreende.

- Não vale a pena migo, hoje não. - Michel me fala.

- Ok girls. - Falo pegando uma coxinha.

Olho para a arquibancada e vejo o Joe que nada mais é do que uma versão masculina da branca de neve sentado sozinho, vou até ele que se surpreende com a minha chegada:

- Ei Joe, hoje é dia de festa, vamos se divertir, sem essa de ficar sozinho. - Falo me sentando do lado dele.

- Oi Pedro, você sabe que eu não curto muito festa, só vim por sua causa e, porque a Maria me obrigou. - Ele me conta meio tímido.

- Então por mim você vai la para baixo, vai sentar na minha mesa e curtir a festa. - Falo levantando e pegando ele pela mão.

- Você é incrível sempre, queria ter uma chance com você. - Ele falou olhando para baixo.

- Ja te falei que gosto de outra pessoa e que você vai encontrar alguém que goste de ti por completo. - Tento ser o mais sincero possível.

- Difícil vai ser não querer você. - Ele fala me acompanhando.

- Sem pensar nisso agora, hoje é dia festaaaaa. - Falo indo para o meio da pista e dançando sozinho.

- Você é muito maluco garoto. - Ele me fala indo sentar na minha mesa.

- SOU MESMO!!!. - Grito dançando ao som de Chandelier da Sia.

No meio da minha performance, percebo que o Gabriel me olhando do outro lado da quadra e rindo, ele sempre me fala que gosta do meu jeito livre de ser e eu também gostava dele, dei uma risada para ele e voltei a me concentrar na música. A música acabou e eu volto para a minha mesa, chego perto da mesma e percebo que Marco está humilhando o Joe, não me controlo e entro no meio para defender o Joe:

- O que está acontecendo aqui? - Pergunto me colocando entre o Joe e o Marco.

- Não é nada Pedro eu já estou indo embora. - Joe me avisa pegando suas coisas de cima da mesa e saindo

- Você não vai para lugar nenhum! - Falo segurando ele.

- E vocês podem ou não me explicar o que está acontecendo aqui? - Pergunto aos meus amigos.

- O Marco como sempre está encrencando com o Joe e dessa vez é por ele ter vindo sentar aqui conosco. - Michael me explica.

- E quem é você para achar ruim o Joe ficar aqui conosco? - Pergunto ao Marco.

- Eu não quero ficar perto desse menino estranho. - Ele esbraveja apontando para o Joe.

- Você só está aqui por causa da Tiana, sendo assim o Joe vai ficar aqui porque eu chamei. - Falo colocando as coisas do Joe na mesa.

- Eu só não vou ficar sentado com esse perdedor, já não basta está com você seu viadinho. - Marco fala inda mais bravo.

- Mas você não é obrigado a ficar aqui com a gente, sinta-se a vontade para se retirar da mesa, queridinho! - Respondo com tom de deboche.

- Por favor vocês podem parando com essa briga, hoje é dia de festa, Joe pode ficar aqui com a gente sim e você Marco vamos dançar um pouquinho. - Ordena Taina

- Pronto tudo resolvido, você fica aqui com a gente e não se fala mais nisso, agora vamos sentar e comer um pouco. - Falo puxando ele para sentar do meu lado.

- É brother sem treta e a nossa última festa do ensino médio, hoje só diversão e nada de briga. - Michael me pede sentando do meu lado.

Começamos a comer, vejo Renato passar e chamo ele para ficar conosco, ele vem e começamos a conversar sobre várias coisas aleatórias, percebo que o Joe e Renato estão se divertindo com as coisas idiotas que o Michel fala e isso me deixa feliz, Joe é um menino muito incrível, mas por conta de alguns problemas se fechou num mundo só dele e agora vê ele dando risada é muito bom e Renato que é também é todo fechado nas suas particularidades me fez vê que essa festa vai ser marcante por várias coisas.

A festa está seguindo da maneira que eu planejei e está na hora de anunciar quem vai ser o rei e rainha do ensino médio, mas antes Maria a nossa diretora e como eu gosto de fala DONA DA PORRA TODA sobe no palco e começa a fazer um discurso:

- Bom meus alunos queridos essa e a última festa do ano, a última festa dos 3° anos, existem vários sentimentos dentro de mim, estou triste por está perdendo alunos tão incríveis e inteligentes, mas a minha felicidade é muito maior, felicidade por saber que estou mandando para o mundo os alunos espetaculares e que tenho certeza que vão contribuir para um mundo melhor. - Minha diretora começa a falar já com os olhos marejados.

- Maravilhosa. - Grita um menino

- Dona do mundo. - Exclama uma menina.

- Lindíssima, falou tudo. - Grita Joe.

- Te amo. - Eu falo olhando para ele e mandando um beijo.

Todos começam a bater palmas e gritar palavras de amor para ela, pois Maria é a pessoa mais amada nessa escola, fez coisas por cada um de nós que ninguém nunca faria, é admirada pelos pais, alunos e funcionários, a minha maior saudade dessa escola com certeza vai ser da Maria.

- Gente vocês vão me fazer chorar, parem por favor e vamos seguir com a programação da festa. - Pede Maria secando as lágrimas.

- Quero chamar no palco a pessoa que fez toda essa produção e fez essa festa sair do papel, Pedro. - Maria me chama no palco.

Vou até o palco e todos começam a bater palmas para mim, me senti feliz e com a sensação de dever cumprido, nada podia estragar essa noite. É a hora de anunciar os reis da festa.

- Boa noite pessoal, espero que estejam curtindo a festa. Agora é hora de anunciar os reis da festa. - Falo deixando as pessoas agitadas.

- Bom aqui está no nome dos escolhidos por você, nossa diretora incrível e maravilhosa que contou e colocou os nomes aqui. - Explico mostrando os envelopes.

- Vamos primeiro saber que vai ser rainha. A rainha da última festa é... Berenice que simplismente é a maior patricinha da escola, a abelha rainha dos filhos do demônio, filha do prefeito que se acha acima do bem e do mal. - Falo sem chocar ninguém, essa vagabunda ganha todas às vezes.

- Suba aqui no palco e venha receber mais uma coroa querida. - Chamo ela com muita ironia.

- Agora vamos ao rei da festa - Falo pegando o envelope e abrindo.

- O rei da última festa é... Gabriel!? - Falo surpreendo a todos inclusive o próprio, todas as coroações de rei quem ganhava era o Marco.

- Suba aqui Gabriel para pegar sua coroa e tirar uma foto com a sua rainha. - Digo chamando o garoto mais lindo da escola para o palco enquanto todas as meninas estão suspirando.

- Oi gente boa noite, queria agradecer mais uma vez por essa coroa. - Berenice começa discursar, pois, pegou um microfone.

- Berenice querida sem tempo para discurso.- Aviso tentando cortar ela.

- Ah Pedrinho é rapidinho e pensa que é o último. - Me pede com a cara de sonsa.

- Então vamos que esse não é o foco da festa. - Aviso mais uma vez.

- Bom então vou ser rápida sou fazer um anúncio: eu e Gabriel a realeza dessa festa estamos namorando a um tempo e vamos oficializar o nosso noivado aqui, na frente de todos vocês. - Berenice anuncia deixando todos chocados e inclusive o Gabriel.

- Você não tinha o direito de fazer isso. - Gabriel esbraveja e sai correndo do palco.

- Bom felicidades ao casal e agora dj toca o pancadão e deixa a galera dançar. - Peço ao Dj arrancando gritos de felicidade da galera, eles amam funk.

Desço do palco e olho para todos os cantos da quadra, mas não encontro o meu boyzinho, quero falar com ele, eu preciso falar com ele, vou até o pátio na intenção de achar ele e acho, porém ele estava acompanhado com uma menina aos beijos na frente de todo mundo ele não me percebeu ali e eu não quero que ele me veja, corro para o banheiro para poder respirar fundo e chorar. AAAÁAAAAAAAAAAAAAA um misto de sentimentos passa por dentro de mim nesse momento, eu deveria ter imaginado que todas aquelas promessas eram falsas. Fico uns 20 minutos no banheiro e quando eu finalmente tenho coragem de sair ele entra pela porta e vem me abraçar, porém, eu recuso e despejo tudo que eu estava sentindo:

- Você é um merda de um traidor, a pessoa mais sem palavra que existe no mundo, eu te odeio e eu me odeio por ter acreditado em você. AAAAAAAAAAAAÁAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA . - Falo dando o soco ele.

- Calma Pedro por favor, você nunca me bateu, você está descontrolado e eu sei que tem razão, mas me deixa falar. - Ele me pede depois de limpar o sangue que esta escorrendo pelo canto da boca.

- Me desculpa por ter te batido, mas não venha me explicar nada por favor não acredito mais em você. - Peço sentando no chão do banheiro e começo a chorar.

- Não queria te ver assim, eu ia ficar com você hoje na frente de todo mundo e mostrar que é com você que queria ficar, mas surgiu algumas coisas novas que quando eu te contar você vai entender. Me ouve. - Ele pede e vem se sentando na minha frente.

- Ia ficar? Queria ficar? Você já está tratando isso no passado, perdeu a vontade? Como isso se até algumas horas atrás você estava disposto a ficar comigo na frente de todos? - Pergunto com muita raiva.

- Eu quero ainda, só não posso agora... - e tenta continuar, mas eu interrompo.

- E não vai ter nunca mais, quando você me pediu para não ficar mais com ninguém parei por você, mas quando eu te peço para você não mentir para mim o que você faz? Não quero mais ouvir uma palavra sua, me esquece e vai viver sua vidinha de mentiras, não vou ficar mais chorando devido a um macho que não me quer! Vou rebolar a minha raba e curtir a minha última festa perto de pessoas como você. - Falo me levantando e indo para a porta, mas ele me impede.

- Por favor me ouve, não me abandona. - Me pede chorando.

- Você que me abandonou primeiro, tchau. - Falo saindo pela, a porta do banheiro

Me concentrei ao máximo para não chorar no meio de todo mundo, eu estou disposto a ir embora, mas o dj começa a tocar funk e esse é o meu momento de esquecer do mundo e fazer aquilo que amo que é dançar. Porém, no meio do caminho cruzo com Berenice e Hanna e quando penso que não pode piorar:

- Oi lindinho você viu meu noivo por aí? - A loira me pergunta com ironia.

- Não sabia que eu era guarda costa do Gabriel, sendo assim não sei. Agora me dá licença que tenho uma festa para curtir. - Respondo de forma ríspida para ela.

- Nossa ta nervosinho ainda filho do demônio? - Pergunta Berenice.

- Acredito que ele está doido para ficar sem língua, já disse que você deve respeito para nos, seu gayzinho. - Berenice me afronta.

- Respeito porque sua vagabunda? Você e essa falsa santa são as piores pessoas da escola, são podres e ficam pagando de boas moças, mas são duas piranhas horrorosas e preconceituosas, então acho melhor vocês me deixarem em paz, ainda falta uma semana para acabar as aulas e eu to coçando para mostrar para o mundo o tipo de gente que vocês são. Tchau vadias! . Falei saindo e mexendo nos meus cachos.

- Vou acabar com a sua vida ainda. - Berenice me ameaça

- Você vai morrer antes de Jesus voltar. - Hanna me avisa.

Estou cansado de todas essas provocações, humilhações e ameaças já se passaram quase 10 anos de convivências com essas pessoas eu não aguento mais, hoje é meu último dia nessa escola, Maria me dispensou da última semana de aula para eu poder arrumar minhas coisas para a minha viagem, eu passei numa federal na capital e vou morar lá e dizer adeus para essa cidade, mas não antes de curtir a minha última festa com os meus melhores amigos. Hoje vai ser a minha despedida.

Chego na quadra sarrando no Renato que estava dançando com Michael, Tiana e Joe, dançamos todos os funks possíveis, sempre que olho para os fundos da quadra fico vendo a pessoa que eu pensava que era o amor da minha vida está sentado ao lado daquela garota, não quero ficar pensando nele. De Repente a música para e um vídeo começa passar numa projeção, não tem som apenas imagens e eu estou nelas, são montagens com fotos minhas com diversas palavras de ódio e mensagens de morte com, por exemplo "gay sujo", "negro podre", "seu lugar é na senzala", "puta suja", "pederasta", "viadinho".

Começo a ler e vê todas aquelas coisas e entro em desespero, eu não sei o que fazer, todo mundo está olhando para mim, entro em transe e só consigo sair quando vejo o Michel correndo e quebrando o equipamento que refletia as imagens, Tiana vem até mim e me abraça, Joe abre o caminho no meio das pessoas com o Renato e os dois me conduzem para fora da quadra, passo aos sons de risadas, de olhares com penas e outros com prazer dessa situação, Roberto era um deles, que cruzou meu caminho e começou a me gravar debochando de mim, Michael vem até nós e acerta um soco nele, sigo andando e vejo todos os filhos do satanás rindo de mim, sei que eles têm alguma coisa haver com isso e eu vou descobrir e me vingar. Estamos no meio do corredor no pátio, Michel já tinha nos alcançado, sento no chão e sinto tudo desmoronar, pois, de todas as humilhações que eu já sofri essa com toda a certeza é a pior, estou chorando igual uma criança, Maria chega e é a única que tem coragem para falar comigo:

- Meu amor como você está? - Pergunta sentando na minha frente e me abraçando.

- Destruído, porém tentando entender tudo que está acontecendo. - Falo tentando controlar o choro.

- Vamos achar os responsáveis e eles vão ser punidos, tudo vai ser resolvido. - Maria fala tentando me acalmar.

- Acho melhor a senhora achar eles antes de mim, porque se eu encontrar vou acabar com a raça desses desgraçados. - Michel ameaça socando a parede.

- Nada de violência, eu nunca gostei disso e não mudei de ideia. Violência só em casos de extrema necessidade. - Argumento tentando fazer ele mudar de ideia.

- E esse não é um caso de extrema necessidade? Ele te humilharam na frente da escola não podemos deixar isso ficar assim. - Michel fala com muita raiva.

- Vamos resolver isso, mas sem violência, por favor meu amigo. - Peço levantando e abraçando ele.

- Por enquanto sim, mas você sabe que eu não vou deixar isso passar e to aqui para te proteger, lembra disso sempre. - Ele concordou me dando um beijinho na testa.

- Vamos ligar para as nossas mães, elas vão saber o que fazer, isso aqui já foi longe de mais e não é uma simples situação para resolver de forma pedagógica. - Tiana me pede.

- Eu também acho melhor. - Maria concorda.

- NÃO! Nada de envolver nossa família nisso. - Peço quase implorando.

- Isso é racismo! Racismo é crime temos que chamar a polícia. - Minha prima tenta me convencer.

- Nada de chamar alguém! Você tem que prometer que você não vai envolver a nossa família nesse assunto, promete? - Peço para a minha prima.

- Eu não posso deixar isso assim, você humilhado por conta da cor de sua pele e pela sua sexualidade e isso não pode acontecer, não atualmente. - Tiana segue tentando me convencer.

- Eu to te pedindo e é para o nosso bem não fala nada para eles. - Imploro chorando mais ainda.

- Então você vai falar o que está acontecendo, você anda muito estranho esses últimos dias, deixa a gente te ajudar. - Michel me pede se ajoelhando na minha frente.

- Estamos do seu lado amigo. - Joe me lembra.

- Não está acontecendo nada acreditem em mim, amanhã conversamos melhor agora vou para casa a noite foi muito movimentada. - Falei levantando e saindo correndo sem dar chance deles falarem alguma coisa.

Assim que passo pela porta de saída da escola e corro o mais rápido que posso para sentir o vento bater no meu rosto, o choro agora veio com mais intensidade, corro tanto que preciso parar em uma árvore para poder pegar fôlego, aproveito para ligar meu telefone, vejo que tem várias chamadas dos meus amigos, mas não ligo para de volta, abro o aplicativo de mensagem e mando uma mensagem para os meus amigos falando que peguei um uber e que já estava a caminho de casa e que não era para me ligar, pois, amanhã iria conversar com eles, reparo que tem várias mensagens de um número desconhecido que já vinha me mandando mensagens em dias anteriores, mas não faço questão de abrir.

Continuo andando agora em direção a avenida, não choro mais. Sigo meu caminho, mas percebo que não estou sozinho tem alguém me seguindo, começo a andar mais rápido e percebo que não é apenas uma pessoa, são várias, agora volto a correr o mais rápido que posso, alguém joga algo na minha testa, paro e vejo que está saindo sangue dela, ouço umas vozes, mas não consigo entender nada, viro para trás tentando achar alguém, mas não vejo nada, quando viro para frente vejo um vulto preto passando e falando algumas coisas:

- Hoje você morre seu viadinho! Seu negro nojento vai aprender a nunca mais se meter na vida dos outros e pode ter certeza que os meus segredos vão com você para o seu túmulo. - Fala o vulto parando na minha frente.

Tento falar algo, mas sinto uma pancada forte na minha nunca e apago.

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Comentários

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Estava adorando esse jeito do Pedro enfrentar todo mundo, não abaixar a cabeça pra ninguém,, mas acho que ele não devia ter abaixado a cabeça na hora do vídeo. Aí sim que ele devia ter subido no palco e falado poucas e boas pra todos ali presente e principalmente Maria deveria ter falado algum coisa. Mas o autor é vc e acho que vem coisa muito boa pela frente. Adorando. Ansiosa pelo próximo capítulo. Bjs..

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