Segredos - Capitulo 7: Amorizade

Um conto erótico de Caio Ferreira
Categoria: Gay
Contém 11318 palavras
Data: 24/07/2020 03:11:57
Última revisão: 12/04/2022 17:24:42

Quinta-feira, 07 de dezembro deManhã

NARRADO POR MICHEL:

Ontem quando eu cheguei em casa tentei achar meu colar, mas tenho quase certeza de que minha avó guardou junto das coisas dela e como ele já estava dormindo eu resolvi deixar para resolver isso hoje, mas vou ter que fazer isso mais tarde pois daqui a pouco eu tenho que estar na delegacia para dar o meu depoimento sobre a morte do Pedro, a vontade que tenho é de chegar na delegacia e contar tudo o que sei sobre minha madrinha e a irmã, não queria pensar isso delas mas depois de ontem eu tenho ainda mais certeza de que elas tem alguma coisa haver com a morte do Pedro o foda vai ser ligar ela com as fotos que tem na caixa do Lucas ? Por falar em Lucas eu estou encantado com o menino, acho que estou sentindo um misto de coisa aqui dentro: ele é tão parecido fisicamente com o meu amigo mas é tão diferente no jeito, a forma como ele se porta diante das situações é de receio e medo, talvez isso ele lide assim por tudo que ele passou o que é bem diferente de Pedro que sempre bateu de frente e nunca abaixou pra ninguém. Confesso que a beleza dele me encantou bastante, as diferenças físicas com o irmão me despertou algo que estava guardado aqui dentro. Não posso pensar nisso, não agora, na verdade nunca mais.

Desço e encontro minha avó terminando de arrumar a mesa para o café, ajudo ela e aproveito para contar tudo o que dona Josefa havia nos contado no dia anterior, ela confirmou tudo o que a amiga disse e ainda me falou que por conta disso meus pais ficaram anos se falar com as irmãs Dóris e Marta e que Dóris só foi minha madrinha por causa do tio Rafael que nunca soube a verdadeira historia. Cada vez fico mais chocado com tudo que eu descubro. Minha avó aproveita para contar que ligou para Dóris no dia em que Lucas foi espancado e avisou que a surra era para Pedro mas a mulher pouco se importou, disse que se alguém estava ameaçando Pedro foi porque se meteu onde não deveria e fez com que meu padrinho nunca soubesse do ocorrido, mais uma vez. Estou revoltado com tudo isso, como essa mulher consegue ser tão ruim para os próprios filhos ?

NARRADO POR TIANA:

Estou no meio do meu café com o meu pai e ainda estou pensando em tudo que eu ouvi ontem da minha avó e do meu primo! Primo esse que se não fosse o cabelo e o bigode eu poderia jurar que é o Pedro, apesar de que Lucas parece ser bem mais retraído do que o irmão. Meu pai percebe que eu não estou muito para conversa e respeita o meu momento, ele até faz o bolo de frutas vermelhas que eu sou apaixonada. Minha paz dura pouco, minha mãe acaba de bater na porta, na verdade ela quase quebra a porta o que obriga meu pais a levantar da mesa e permitir que mulher surtada entre:

- Pensei que vocês iam me ignorar. - Ela reclama.

- Se for para vim brigar eu realmente devia ter deixando você la fora. - Meu pai responde enfrentando ela.

- Não vim aqui para brigar Luiz vim até essa casa para levar minha filha para a delegacia e acompanhar ela em seu depoimento como mãe e advogada. - Ela fala se aproximando de mim.

- Pode tirar todos os seus bichos da chuva mãe, eu já tenho advogado e não quero você lá comigo nem como mãe e nem como nada. - Falo deixando a mulher irada.

- Você não é nem louca menina, eu não autorizo isso! - Minha mãe esbraveja.

- Eu já autorizei e pensei que isso já estivesse bem claro Marta. - Minha pai avisa.

- Vocês só podem estar de brincadeira. - Ela reclama.

- Não mãe, eu estou falando serio e gostaria que dessa vez você aceitasse minha vontade. - Falo me levantando.

- Vocês vão se arrepender de virar as costas para mim, esse momento nos deveríamos passar por tudo isso juntos como uma família e não brigando. - Ela fala se acalmando.

- Mas quem quer brigar é você Marta que não gosta de ser contrariada. - Meu pai fala.

- Eu posso saber pelo menos que vai ser seu advogado ? - Ela me questiona.

- É a advogada da família do Michel. - Eu falo fazendo ela ficar ainda mais nervosa.

- Se for quem eu estou pensando, essa mulher é do escritório concorrente ao da nossa família!! - Ela esbraveja.

- Pois é ela mesmo mãe e é minha escolha, você vai ter que lidar com isso. - Falo terminando de arrumar minha bolsa e mando uma mensagem para o Michel.

- Vocês não podem fazer isso comigo, eu sou sua mãe Tiana. - Ela fala tentando me comover.

- Nunca se comportou como uma e sim como um general. Essa não é a hora para conversar sobre a sua forma de ser mãe. - Falo saindo

- Tiana me espera no carro. - Meu pai me pede.

- Você me paga Luiz. - Ouço minha mãe ameaçar meu pai que pede para ela sair da casa dele.

- O Michel vai com a gente ? - O homem me pergunta quando entra no carro.

- Não, ele me disse que vai me encontrar lá e avisou que eu sou a primeira a depor. - Informo meu pai.

- Então vamos antes que sua mãe fure os pneus do meu carro. - Ele fala ligando o carro e deixando a mulher irada na frente de casa.

NARRADO POR MARTA:

O que Tiana fez não vai ter perdão e o Luiz que me aguarde, imagina a minha reputação quando descobrirem que minha família está sendo defendia pela minha maior concorrente. Eu preciso derrubar essa advoga e acabar com a independência da minha filha, mais uma vez. Pego meu carro e sigo até a casa da minha irmã.

NARRADO POR MICHEL:

Termino o meu café e vejo que Tiana acabou de me mandar uma mensagem perguntando se eu quero carona para a delegacia pois seu pai vai leva-la mas eu nego e aviso que meu motorista vai me levar. Ajudo minha avó a arrumar as coisa do café e aproveito para falar sobre o meu colar:

- Vó eu quero o colar que meus pais me deram. - Peço enquanto guardo a louça.

- Para o que você quer esse colar meu filho? É muito perigoso você andar com ele por aí. - Ela me pergunta apreensiva.

- Relaxa dona Nanci que eu não vou ficar dando role com ele por ai, só quero para guarda nas minhas coisas e outra ele é o ultimo presente dos meus pais, eu queria ficar com ele. - Falo comovendo a senhorinha.

- Eu vou pegar ele e quando você chegar da delegacia eu lhe dou, pode ser? - Ela me pergunta.

- Pode sim vó, obrigado! - Agradeço beijando minha avó.

- Você já falou com a advogada sobre hoje? - Ela me questiona.

- Sim, ela me ligou e disse que vai me esperar na delegacia e que Tiana vai ser a primeira a depor e que eu venho logo em seguida e que na parte da tarde vão ser o Joe e o Roberto nessa ordem. Me falou também que hoje é um depoimento para conhecer mais a vida do Pedro e para a polícia tentar achar um rumo e que caso algo novo apareça eu vou ir depois mais uma vez, mas por enquanto não existe nenhuma acusação contra mim. - Explico tudo para minha avó.

- Entendi! Ela me falou a mesma coisa sobre o meu. - Ela me fala me pegando de surpresa.

- A senhora vai depor também? - Pergunto.

- Sim, só não me lembro o dia. Ontem quando você saiu eu recebi uma intimação para depor, na verdade, eu e Josefa. - Ela me fala mostrando os papeis.

- Por que a intimação da dona Josefa está aqui? - Pergunto.

- Dóris que deu meu nome para depor e avisou a polícia que eu sou a única pessoa que tem contato com a mãe, por isso o papel está aqui. - Dona Nanci me explica.

- E a dona Josefa já sabe? - Questiono minha avó.

- Sim! Ontem assim que o papel chegou eu liguei para ela avisando. - Dona Nanci me conta.

- Ela nem comentou nada com a gente. - Eu conto.

- Ela não queria estragar o dia com mais assuntos chatos. - Minha avó me fala.

- Assunto pior do que o de ontem somente o de hoje mesmo, falar nisso tenho que ir. Beijos, eu te amo. - Falo beijando e abraçando a minha avó.

- Eu também te amo, se cuida e qualquer coisa me liga. Deus te abençoe. - Ela fala retribuindo o abraço.

- Pode deixar vovó. Amém! - Falo saindo.

O Sr. Alfredo me leva até a delegacia. Chego e peço para que ele busque Joe e Roberto quando estiver perto da hora dos depoimentos deles e aviso que ele pode voltar para a minha casa, pois vou almoçar com a Tiana no restaurante do tio Rafael. Entro na delegacia e encontro minha advogada, não lembrava que era ela tão bonita assim. Adriana é uma mulher negra, alta, com cabelos trançados, muito elegante.

Ela me explica como vai funcionar hoje mais uma vez e em pouco tempo Tiana e o tio Luiz chegam, trato logo de apresentar a advogada:

- Essa aqui é a Dr. Adriana Bittencourt e ela que vai nos acompanhar hoje nos depoimentos a pedido da minha avó. Essa é Tiana e seu pai Luiz. - Eu os apresento.

- Prazer! - Tiana fala cumprimentando a mulher.

- A última vez que vi você foi no aniversário do Michel e você tinha acabado de se formar. - Tio Luiz fala para a mulher.

- Luiz quanto tempo que não lhe vejo, onde está sua mulher tenho medo dela fazer outro escândalo com aquele da festa. - Ela fala rindo e abraçando o pai da minha amiga, que fica tão surpresa quando eu.

- Vocês já se conhecem? - Tiana pergunta.

- Sim! Adriana é filha do antigo motorista da família da sua mãe filha, o irmão dela (Lúcio) era um grande amigo nosso, por falar nele você tem notícias dele? - Luiz conta para a filha, mas logo volta a falar com a advogada.

- Depois de tudo o que aconteceu, ele ficou meio perturbado e sumiu no mundo, papai até hoje sofre muito com tudo. - Ela conta triste.

- Eu devo imaginar, Sr. Osvaldo gostava muito de vocês. - Meu pai fala.

- Mas agora isso são águas passadas e hoje parece que o tempo fez questão de reabrir feridas e estou aqui para cuidar dos interesses desse menino que peguei no colo. - Ela fala bagunçando o meu cabelo.

- E deixando a minha mãe uma fera. - Tiana fala sem pensar.

- Devo imaginar que a sua mãe sendo uma advogada do porte dela não ficou muito feliz em saber que outra pessoa iria cuidar dos interesses da filha dela. - Adriana explica.

- Exatamente por isso que Marta deu uma surtada. - Luiz completa.

Estamos conversando até que somos interrompidos por uma das mulheres que conheci na escola:

- Bom dia! Sou a investigadora Julia e vim avisar que a delegada Heloísa já espera a Tiana na sala de interrogatório, por aqui por favor. - Ela nos comunica.

- Eu sou o responsável dela tem algum problema ouvir o depoimento da minha filha. - Tio Luiz questiona a mulher.

- Ela que tem que responder isso. - Julia avisa meu tio.

- Não tem problema ele ir junto e essa a minha advogada. - Tiana avisa a mulher.

- Vocês dois podem me acompanhar e você Michel pode esperar sua vez aqui mesmo. - Ela me avisa.

Me sento e mando mensagem para o Lucas "Oi bom dia, acabamos de chegar na delegacia e a Tiana já foi depor. Queria saber se você está bem e dizer que mais tarde vou abrir a minha caixa, pois meu colar ainda está com a minha avó. Depois quando der você me liga para nós podermos conversar, isso se você quiser. É isso, beijos e se cuida." Envio, mas não tenho resposta, eu acredito que ele está trabalhando e pelo que eu entendi ele não pode mexer no celular enquanto trabalha. O que me resta agora é esperar.

NARRADO POR HELOÍSA:

Acredito que esses vão ser os depoimentos mais difíceis, pois tudo que sabemos sobre o Pedro até agora Tiana ou Michel estão no meio. Imagino o quanto deve ser difícil para eles tão novos perder um amigo. Respiro fundo, pois sei que vou precisar de toda a calma do para conduzir esses depoimentos. Tônia chega com os papeis e Julia com Tiana, sua advogada e seu pai:

- Bom dia, podem se sentar. - Peço.

- Bom dia, eu sou Adriana Bittencourt, advogada que vai acompanhar os depoimentos de todos os menores hoje. - A mulher fala se apresentando.

- Eu dou a delegada Heloísa responsável pelo caso e essas são minhas parceiras Julia e Tônia. - Apresento minhas companheiras.

- Eu vou ficar aqui do ladinho tem algum problema? - Sr. Luiz pergunta.

- Não existe nenhum problema e mesmo com advogado é aconselhável que o senhor fique aqui para acompanhar sua filha. - Explico.

- Obrigado. - Ele agradece.

- Então vamos começar! - Tônia avisa.

- Tiana onde você estava na noite da morte do Pedro? - Pergunto.

- Na festa de escola com ele. - Ela responde de cabeça baixa.

- Você foi embora com ele? - Pergunto.

- Não ele foi embora antes da Maria acabar com a festa. - Ela fala ainda de cabeça baixa.

- Nós conte o que aconteceu naquela noite que fez o Pedro ir embora antes de acabar a festa. - Pergunto.

- Tudo estava bem, mas logo depois que o Pedro anunciou quem eram os Reis da festa, algum idiota colocou um vídeo atacando o Pedro para a escola assistir. O que aconteceu foi que meu primo foi humilhado na frente da escola toda. - Ela nos conta chorando.

- Nós tivemos acesso ao vídeo e eu sinto muito. Você acredita que a pessoa que matou seu primo possa ser a mesma que fez e divulgou o vídeo? - Julia pergunta para a jovem.

- Penso que sim! - Ela fala enxugando as lagrimas.

- Você pode nos contar como era sua relação com o seu primo? - Peço.

- A melhor possível! Pedro sempre foi meu melhor amigo e tudo que eu fazia na minha vida ele estava no meio. - Ela fala sorrindo.

- E a relação dele com os seus pais e com os pais dele, como era? - Sigo perguntando.

- Ele e meu pai sempre se deram bem e com o meu tio também sempre foi muita boa ainda mais depois que ele contou que era gay e eles deram um super apoio. Agora com a minha tia ele nunca se deu bem isso desde pequeno e com a minha mãe a relação após uns acontecimentos foi ficando péssima. - Ela fala meio desconfortável.

- Você pode dizer o que aconteceu entre ele e sua mãe? - Pergunto.

- Tem necessidade? - Ela pergunta para a advogada.

- Necessidade tem para ajudar nas investigações, mas se você não se sentir confortável para fala tudo bem, você tem direito de ficar calada. - A advogada explica para menina.

- Não to confortável em falar sobre isso. - Ela fala olhando para o pai.

- Tudo bem. Você pode me confirmar umas coisas então? - Pergunto.

- Posso. - Ela informa.

- Como Pedro lidou com o seu relacionamento com o Michel? - Pergunto para o jovem.

- Ele me pareceu ter ficado feliz. Eu e Michel começamos a nos relacionar depois que ficamos pela primeira vez em uma noite do pijama na casa do Pedro que ficou feliz quando contamos que estávamos namorando. - Ela me conta.

- Então em nenhum momento Pedro ficou chateado com vocês dois por conta do namoro, mesmo vocês sendo um trio de amigos desde sempre? - Julia pergunta.

** FLASHBACK***

" NARRADO POR TIANA

Acordei hoje e vi uma foto de Pedro na casa do Michel usando uma roupa dele, eu sempre fui apaixonada pelo Michel, contei para ele que disse que estava confuso e tinha medo de estragar a nossa amizade, mas agora que eu sei que o Pedro é gay eu tenho certeza que ele deve ter dado em cima do Michel e eu não vou perder o menino que eu amo para o Pedro que mesmo não sabendo que eu sinto por ele pode estragar tudo.

Mando uma mensagem para o meu primo pedindo para marcar uma noite do pijama na casa dele hoje e para o mesmo chamar os nossos amigos Michel e Gabriel para ir também. Não demora muito e ele me avisa que pode ser. Passo o dia todo em casa pensando como vou fazer para poder ficar com o Michel e de preferência na frente de Pedro.

Já anoiteceu e meu pai está me levando até a casa dos meus tios, assim que chego, percebo que Michel já está aqui. Cumprimento os dois e subo no quarto para guardar minhas coisas e desço para esperar o Gabriel e aproveito para questionar os dois sobre a noite passada:

- Vocês se reuniram ontem e nem me chamaram né? - Pergunto me sentado no sofá.

- Eu resolvi ir lá na casa do Michel de última hora, precisava conversar umas coisas de garotos com ele. - Pedro se explica.

- Foi mal por não ter te chamado. - Michel se desculpa.

- Sem problemas, imagino que meu primo tinha algumas coisas para te contar não é Pedro. - Eu falo.

- Sim e realmente eu já contei tudo para ele Tiana, sem segredos entre a gente. - Pedro fala.

- E o que você acha Michel? - Pergunto em tom de deboche.

- Que nada vai mudar entre a gente e que diferente de você isso para mim não é um problema. - Ele me fala chateado.

- Eu já me desculpei com Pedro e agora eu já entendo que isso não foi uma escolha dele, que ele é assim e ponto. Amo meu primo e não vai ser isso que vai mudar. - Falo indo abraçar meu primo.

- Eu também te amo prima. - Ele fala retribuindo o abraço.

- Só espero que a gente não brigue por causa dos mesmos meninos. - Falo rindo e encarando o Michel.

- Não vamos prima, tem muito homem no mundo para a gente brigar pelo mesmo. - Ele me responde.

Somos interrompidos com o som da campainha, é Gabriel aproveitamos que ele chegou e vamos para o quarto do Pedro. Proponho para os meus amigos para jogarmos verdade ou desafio, e a regra é que não tem regra. Todos aceitam. Começo o jogo, giro a garrafa e cai no Michel:

- Verdade ou desafio? - Pergunto.

- Vamos lá sem medo, desafio. - Ele responde todo confiante.

- Você vai ter que escolher entre de nos para dar um beijo. - Pergunto pegando ele de surpresa que olha diretamente para Pedro.

- Você! - Ele não demora muito para responder.

- Então venha - Falo me levantando.

Ele vem até mim, mas uma vez vejo que ele está olhando para o Pedro, mas logo foca em mim e me da um beijo de novela que eu até perco o folego. Fico uns três minutos beijando ele até Gabriel interromper:

- Chega né galera, vamos continuar o jogo. - Gabriel fala olhando para Pedro.

- É chega mesmo - Também olho para o meu primo e vejo que ele está com os olhos marejados, por um instante me arrependo de ter feito isso. "

- Eu lembro que ele e Michel ficaram se falar um tempo depois da noite do pijama, mas até onde eu sei foi devido a uma roupa e não foi nada muito grave. - Ela explica.

- Agora quero que me confirme uma historia. - Peço.

- Que historia? - Ela me pergunta apreensiva.

- Você há dois anos deu entrada nesse hospital para induzir um aborto junto de sua mãe e o Pedro foi impedido de ficar com você, por isso ele socou a cara de um segurança, quebrou a mesa da recepção e sua mãe chamou a polícia para o próprio sobrinho, isso é verdade? - Falo deixando a jovem surpresa e fazendo o Sr. Luiz surtar.

- Que historia mais sem sentido é essa? Minha filha nunca esteve gravida!! Vocês querem achar algum culpado pela morte do meu sobrinho e escolheram minha mulher? - O homem começa a gritar na sala.

- Eu preciso que o senhor se acalme ou vou ter que manda prende-lo. - Eu ordeno.

- Luiz por favor se acalme. - A advogada pede para o homem.

- Pai olhe para mim. - Tiana chama o pai.

- Diga para elas que isso é mentira sua mãe nunca iria fazer isso. - O homem pede para a filha.

- Elas não estão mentindo. - Tiana fala fazendo o pai chorar.

- Como assim? Que historia é essa minha filha? - O homem pergunta.

- Eu vou contar, só se acalme por favor. - Ela pede para o pai e volta a sentar de frente para mim.

- Me desculpe por falar assim, eu pensei que seu pai sabia dessa historia. - Falo.

- Tudo bem. - Ela fala.

- Então é verdade que sua mãe chamou a polícia para o seu primo e ele foi preso? - Tônia pergunta.

- Sim, é verdade tudo isso. - Ela confirma de cabeça baixa.

- Como vocês me esconderam isso, por favor me conte essa historia direito minha filha. - Luiz pedia para a filha.

- Há dois anos eu estava namorando o Michel escondida e a única pessoa que sabia disso era o Pedro. Passei um tempo ficando com Michel ate que descobri que estava gravida. Fiquei desesperada, contei para o Pedro que me fez falar com o Michel sobre a gravidez, ele ficou super nervoso, mas me garantiu que iria assumir a criança e até em casamento ele me pediu, a parte ruim foi quando contei para a minha mãe e como era de se esperar ela surtou e não me deixou contar para o meu pai. Um dia me pegou e me levou para um hospital na capital sem que ninguém soubesse e mesmo contra a minha vontade eu fiz o aborto. Pedro de alguma forma descobriu e foi atrás de mim para tentar me ajudar, mas minha mãe não deixou ele falar comigo e realmente chamou a polícia para ele. Eu só fui saber disso quando cheguei aqui e ele me contou que minha tia (Dóris) que foi lá soltar ele. Eu fiz ele me prometer que essa historia nunca iria sair dali. Desde então só Pedro, eu, minha mãe e minha tia sabíamos dessa historia, nem mesmo o Michel sabe, pois, eu falei para ele que havia tido um aborto espontâneo. - Ela termina de contar chorando.

- O que sua mãe fez com você é crime e muito me surpreende uma advogada fazer essas coisas. - Julia fala.

- Exatamente! Quem é a mulher que eu estou casado, como ela teve coragem de fazer isso com a própria filha e ainda mais pelas minhas costas. - Luiz fala indignado.

- Pai me desculpe por tudo isso. - A menina vira para o pai.

- Você não tem que me pedir desculpas minha filha, eu é que tenho por deixar você passar por isso tudo sozinha. - Ele se levanta a vai até à filha.

- Vocês querem dar uma pausa? - Pergunto.

- Não! Quanto antes eu acabar isso melhor? - Tiana fala saindo do abraço do pai e se sentando.

- Então vamos seguir. - Falo.

- Depois disso a relação do Pedro com a sua mãe piorou? - Julia pergunta.

- Sim! Pedro nunca aceitou o que minha mãe fez comigo, os dois ficaram anos sem se falar e só voltaram há poucos meses, antes de brigarem novamente. - Ela nos conta secando as lagrimas.

- Por que eles brigaram mais uma vez recentemente? - Pergunto.

- Minha mãe falou do Michel e o Pedro não aceitou, mas eles já haviam brigado antes do restaurante. - Ela fala.

- O que aconteceu entre eles? - Pergunto.

- Eu estava na minha casa e Pedro chegou transtornado, pois havia brigado com a minha tia, uma briga feia, minha tia não satisfeita ligou para minha mãe que foi expulsar o Pedro lá de casa, ela chegou a dar uma tapa na cara dele e só parou porque o meu pai chegou e como sempre minha mãe fez um teatro fingindo estar tudo bem. - Ela fala surpreendendo a todos.

- Essa foi a única vez que sua mãe agrediu seu primo? - Tônia pergunta.

- Fisicamente eu acredito que sim, pois sempre que tinha oportunidade ela atacava meu primo. - A menina fala sem hesitar.

- Você acredita que sua mãe pode ter matado o seu primo? - Falo sem pensar muito.

- Infelizmente sim e minha tia pode ter algo haver com isso. - A menina fala deixando todos chocados.

- Porque você acredita que sua tia mandaria matar o próprio filho? - Pergunto tentando entender.

- Ela escondeu de todo mundo a gravidez, jogou os dois filhos na adoção e nem depois que Pedro cresceu ela gostou dele, talvez ela nunca amou meu primo e só queria se livrar dele como fez com o outro. - Ela fala e percebo que se arrepende.

- Como você sabe dessa historia Tiana? - O homem questiona a menina.

- Não importa como eu sei pai, mas é a mais pura verdade. - Ela fala.

- Então você sabe sobre o seu outro primo? - Tônia pergunta.

- Sim, descobrir sem querer nos últimos dias, antes de Pedro morrer eu já sabia que ele tinha um irmão gêmeo. - Ela nos conta.

- E o Pedro sabia? - Pergunto.

- Não que eu saiba, ouvi minha mãe e minha tia falando sobre o assunto. - Ela fala.

- Tudo bem, nos vamos investigar tudo isso. - Eu falo.

- Quero ir para outro lado agora. - Tônia avisa.

- Pode falar. - Ela pede.

- Por qual motivo a diretora da escola nos deu esses nomes para interrogar? - Tônia pergunta entregando a lista com relação de alunos que foram chamados para depor.

- Joe, Renato, Gabriel e Michel eram amigos do meu primo, o restante Pedro chamava eles de filhos do demônio. - Ela fala me devolvendo o papel

- Um deles era seu namorado, me fale sobre a relação de Pedro com ele e com os outros "filhos do demônio". - Peço

- Ele e Marco se odiavam. Na verdade, eu penso que Pedro nunca aceitou que eu deixei o Michel para ficar com o Marco que é extremante homofóbico. Berenice nunca aceitou o sucesso do meu primo na escola, depois de um tempo ela passou a atacar meu primo com mensagens racistas o que pirou quando Pedro enfrentou o prefeito na época das eleições. Roberto basta entrar no blog que ele tem e você vai vê tudo que ele já postou. Paulo sempre foi o valentão da escola e Pedro nunca se deixou ser humilhado por ele. Hanna sempre se achou melhor que meu primo por ser evangélica e todos sabem que essa religiosidade toda só é fachada e Pedro sempre deixou isso claro e com o João eu nunca entendi o que aconteceu entre eles. - Ela fala sobre cada um deles.

- Você acredita que eles podem ter algo haver com a morte dele? - Pergunto.

- Eu acredito que o vídeo que passou na festa foi obra deles, mas não consigo imaginar minha mãe e eles trabalhando juntos! Eu estou confusa e pensando em várias coisas. - Ela fala colocando a mão na cabeça.

- Tudo bem, quem tem que achar o culpado aqui somos nós e vamos investigar todos esses jovens. - Julia fala dando um copo de água para a menina.

- Você teve contato com a sua avó nos últimos dias? - Pergunto

- Só no dia do enterro do Pedro, foi a primeira e única vez que vi minha avó. - Ela responde.

- Pedro e ela andaram se encontrando? - Pergunto.

- Eu não sei. - Ela fala de cabeça baixa.

- Você acredita que ela pode ter algo haver com a morte do seu primo? - Pergunto.

- Não acredito nisso. - Ela me responde.

- Seu primo estava se relacionando com alguém nos últimos dias? - Julia pergunta.

- Que saiba não, mesmo nos dois sendo muito próximos, Pedro não me falava muito sobre os meninos que ele ficava. - Ela nos conta triste.

- E por que se você eram tão amigos? - Julia segue fazendo as perguntas.

- Talvez seja por causa da reação que tive quando ele me contou que era gay. - Ela fala.

- Fale sobre isso. - Julia pede.

- No dia em que ele me contou um falei coisas horríveis para ele! Não conseguia entender o porque ele se virou gay, mas só depois que eu entendi que, na verdade, ele nasceu assim e que naquele momento precisava da minha ajuda e do meu apoio. - Ela fala chorando.

- Então você não aceitava o seu primo - Pergunto.

- Quando ele me contou não, mas depois tudo ficou bem entre a gente e vi que ele ficou mais feliz quando me contou e era a felicidade dele que me importava. - Ela nos explica.

- Você pensa em mais alguém pode ter matado seu primo? - Pergunto.

- Agora no momento não penso em ninguém. - Ela me responde.

- Tiana por hoje é só isso, você pode ir para casa, mas a qualquer momento você pode ser chamada novamente, preciso que vocês assinem aqui. - Informo dando os papeis para a jovem.

- Tudo bem, eu quero ajudar no que eu puder para achar quem fez isso com o meu primo. - Ela fala assinando os papeis.

Tiana termina de assinar os papeis e vejo que seu pai sai da sala antes de todos, imagino o quanto o homem não ficou atordoado com a historia que soube hoje da filha e da esposa. Peço para que chamem Michel para prestar seu depoimento.

NARRADO POR MICHEL:

Parece que Tiana entrou naquela sala há séculos. Olho meu celular e vejo que Lucas me mandou uma mensagem "Desculpe a demora eu só consegui uma pausa agora aqui, eu acredito que eu também vou ter que depor sobre a morte do meu irmão e nem consigo imaginar como vocês estão agora tendo que passar por isso. Quando eu chegar em casa eu te aviso ou te ligo para a gente conversar, fique bem também e força ai." Fico feliz em receber àquela mensagem, mas nem posso curtir muito esse momento, pois logo vejo o tio Luiz saindo da sala com uma cara não muito boa, tento falar com ele, mas ele passa por mim como seu eu não estivesse ali. Tiana sai logo em seguida vou até minha amiga tentar entender o que está acontecendo:

- Tiana o que rolou lá dentro que fez seu pai sair daquele jeito? Ele passou por mim e fingiu que não meu viu. - Questiono minha amiga.

- Ele descobriu sobre a minha gravidez. - Ela fala me abraçando.

- Como assim ele descobriu, eu pensei que ele já sabia. Como você escondeu isso dele Tiana? - Continuo saindo do abraço e encaro minha amiga.

- Minha mãe não deixou eu contar para ele. - Ela me conta.

- Mas Tiana ele é seu pai. - Falo.

- Sim, mas se eu contasse ele iria descobrir toda a historia sobre a minha gravidez. - Ela fala com os olhos marejados.

- Não tinha muito o que ele saber, já que o mesmo sempre apoiou o nosso relacionamento e você perdeu a criança e conhecendo o seu pai eu tenho certeza que ele iria te apoiar. - Argumento.

- Tem coisas que você também não sabe sobre minha gravidez, mas eu quero te contar agora. - Ela fala me puxando para sentar, mas antes de falar nossa advogada chega:

- Michel estão te chamando. - Ela me avisa.

- Só um minutinho que a Tiana quer falar comigo. - Informo.

- Ela pode esperar, eles la dentro não. - Ela fala me fazendo levantar.

- Pode ir lá, mas quero que você me desculpe por tudo. - Tiana fala chorando.

- Calma menina, depois nós conversamos. - Falo abraçando minha amiga e acompanho minha advogada.

- Bom dia Sr. Michel, pode se sentar por favor. - A policial que falou comigo na escola me recepciona.

- Bom dia. - Responde me sentando.

- Sei que não é um assunto que o senhor gostaria de falar, mas nesse momento é preciso. - Ela me fala.

- Não mesmo, mas se isso for ajudar a achar quem matou o meu amigo eu falo sobre o que vocês quiseram. - Informo.

- Então vamos lá. - Ela começa a falar antes que eu a interrompa.

- Só queria pedir para a senhora parar de me chamar de senhor, parece que eu tenho 50 anos e só tenho 17. - Peço.

- Pode deixar. - Ela aceita rindo.

- Obrigado. - Agradeço.

- Gostaria de saber onde você estava na noite em que o Pedro morreu? - Heloisa me pergunta.

- Na festa da escola e depois do que aconteceu com o Pedro a festa acabou eu fui embora para a minha casa. - Respondo.

- Você me confirma que Pedro foi embora sozinho ? - Tônia me questiona.

- Sim! O Pedro sempre foi meio explosivo, mas aquilo deixou ele sem reação e sem rumo e conhecendo meu amigo da forma que eu conhecia sei que ele não iria gostar que alguém fosse atrás dele. - Falo triste.

- Sobre o vídeo que passou na festa você tem ideia de quem tenha sido a autoria ? - Julia me pergunta.

- Tem um grupo de alunos que nunca gostam do Pedro e sempre ficavam atacando e provando ele dentro e fora da escola, tenho quase certeza que eles tem alguma haver com aquele vídeo nojento. - Falo revoltado.

- Seriam esses alunos? - Heloisa me monstra uma lista com o nome de todos os filhos do demônio.

- São eles mesmo. - Confirmo.

- Você me disse que conhecia muito Pedro, poderia contar um pouco de como era a relação de vocês dois? - Heloisa me pede.

- Você me disse que conhecia muito Pedro, poderia contar um pouco de como era a relação de vocês dois ? - Heloisa me pede.

- Pedro é meu amigo desde as barrigas das nossas mães, tanto que os pais dele são meus padrinhos e os meus eram dele. Tudo que eu passei e vivi na minha vida, Pedro estava junto comigo, não consigo lembrar de ficar longe ou sem falar com o Pedro na minha vida. - Falo me emocionando.

- Entendo... Você sabe se Pedro estava se relacionando com alguém nesses últimos meses? - Heloisa segue me interrogando.

- Ele tinha conhecido um menino em uma balada, que ele gostou bastante, chegou até a sair com ele mais vezes, mas até onde eu sei os dois não estavam mais ficando. - Conto.

- E você sabe quem é esse menino e o motivo que fez com que os dois não ficassem mais juntos? - Julia me pergunta.

- Eu não sei quem era porque o menino não era assumido e não queria se assumir e foi justamente isso que fez com que Pedro deixasse de ficar com ele. - Respondo.

- Mas aconteceu alguma briga entre os dois? - Julia segue me perguntando.

- Até onde eu sei não, Pedro uma vez me disse que excluiu o menino de tudo e que ele só queria acabar logo a escola para irmos embora. - Respondo.

- Para onde você iriam ? - Tônia me pergunta.

- Iriamos morar na capital com Tiana. - Conto.

- Ok... Falando em Tiana como era a relação dele com a prima. - Heloisa me pergunta.

- Sempre foi boa, os dois sempre foram muito cúmplices um do outro, em todos os momentos. - Falo.

- Mas quando Pedro contou para ela que ele era gay, Tiana não reagiu muito bem não é mesmo? - Heloisa me pergunta.

- É isso mesmo, acredito que o pior momento da nossa amizade foi justamente isso, Tiana não aceitou muito bem o fato dele ser gay, mas depois de um tempo ela ficou super tranquila. - Conto.

- E você como lidou com isso? - Heloisa me pergunta

***FLASHBACK***

"Pedro acabou de me avisar que vai vim aqui em casa, pois tem que contar uma coisa muito importante, não demora muito para que ele chegue. Percebo que ele está muito nervoso e logo o questiono:

- O que aconteceu de tão grave que você não podia esperar até amanhã para me falar. - Pergunto.

- Eu preciso contar uma coisa para você e eu não estou mais aguentando guardar isso aqui dentro de mim. - Ele me fala nervoso.

- Primeiro se acalme e pode me falar brother. - Falo.

- Você precisa me prometer que não vai ficar com raiva de mim. - Ele me pede.

- Eu prometo, nunca vou ficar com raiva de você. - Falo tentando tranquilizar Pedro.

- Eu sou gay... - Ele fala sussurrando.

- É o que menino, não entendi? - Minto para ele.

- EU SOU GAY! - Dessa vez ele grita e sai do quarto.

Corro atrás dele que sai está saindo pela porta da minha casa e consigo impedir que ele vá embora:

- Onde tu vai mocinho? - Pergunto segurando ele.

- Vou embora, não estou muito bem. - Ele fala abaixando a cabeça.

- Tu não vai para lugar nenhum, já está tarde e eu não vou deixar você ir sem conversar comigo antes. - Falo bravo.

- Mas eu acho melhor eu ir embora, acredito que agora você não vai querer mais que eu durma com você, depois do que eu te contei. - Ele me conta triste.

- Olha para mim Pedro. - Eu peço.

- O que foi? - Ele me pergunta e eu percebo que ele está chorando e isso corta meu coração.

- Eu te prometi que não iriar ficar com raiva de você e tu sabe muito bem que eu não quebro minhas promessas... - Ele tenta falar, mas eu não deixo - Tu é uma das pessoas mais importantes da minha vida, meu melhor amigo e eu nunca vou deixar de te amar por você ser gay e desde que meus pais morreram tu sabe que eu só consigo dormir direito quando tu está aqui comigo e isso eu não abro mão, então deixe de palhaçada e vamos lá para cima que eu quero saber tudo sobre essa historia. - Eu termino de falar olhando nos olhos dele que chora ainda mais.

- Obrigado, eu te amo. - Ele fala me abraçando.

- Eu também te amo. - Retribuo o abraçando apertando ele ainda mais.

- Vamos entrar merda que está frio aqui fora. - Falo puxando ele pela mão e levando para o meu quarto.

- O que você quer saber? - Ele me pergunta sentando na minha cama.

- Primeiro quem sabe que você é gay? - Pergunto.

- Só você e a Tiana e ninguém mais pode saber - Ele me avisa apreensivo.

- Eu não vou contar isso para ninguém, pode confiar em mim. - Eu falo pegando na mão dele e tentando deixar ele tranquilo.

- Era só isso? Então vamos dormir. - Ele me fala deitando na cama.

- Logico que não é só isso que eu quero saber. - Falo deitando do lado dele.

- Então fale logo. - Ele me pede.

- Como você sabe que é gay? - Pergunto.

- Eu sempre soube, mas antes negava isso para mim mesmo, mas aconteceram umas coisas que me deram ainda mais certeza. - Ele me conta.

- Como você sempre soube e que coisas foram essas? - Pergunto tentando entender.

- Eu não sei explicar direito, mas eu sempre soube que não era um menino hétero como a maioria, eu nunca senti tesão ficando com meninas e sempre gostei de admirar o corpo masculino, as vezes ficava até excitado. Mas eu tive a certeza depois de ficar com alguns meninos e perceber que era totalmente diferente de quando eu fico com meninas, eu sinto mais vontade, mais desejo, fora que eu meio que fiquei apaixonado por um tempo por um menino, mas percebi que ele só queria transar comigo, mas é isso... não sei muito o que falar só sei que sou gay e to feliz dividindo isso com você, tu é meu melhor amigo e eu não consigo esconder nada de você. - Ele me fala me abraçando e deitando a cabeça no peito.

- Eu to feliz por você ter resolvido me contar sobre isso, mas eu quero saber tudo Pedro, tu sabe que sou curioso. - Falo fazendo carinho na cabeça dele.

- O que você quer sabe menino? - Ele me pergunta.

- Você já ficou com algum menino? - Eu respondo com uma pergunta.

- Sim algumas várias vezes. - Ele me confidencia.

- Onde, quando e como foi? - Pergunto curioso.

- Tu é muito curioso! - ele dá risada e começa a contar - Tem uma balada LGBT na cidade vizinha, eu conheci o segurança de lá num aplicativo de pegação, expliquei para ele que sou menor e ele me disse que ia liberar minha entrada sempre que eu quisesse ir lá, então eu fui. Fiquei com alguns meninos e foi muito bom. - Ele fala meio que envergonhado.

- Foi só beijos ou rolou mais alguma coisa nessa balada? - Pergunto deixando ele ainda mais envergonhado.

- Michel! - Ele resmunga.

- Não precisa falar se tu não quiser, só to querendo entender melhor o que você está sentido porque eu sei que não é só isso que você quer falar comigo, eu te conheço. - Eu falo levantando a cabeça dele.

- Inferno de menino. - Ele me olha triste.

- O que aconteceu Pedro? - Eu pergunto.

- Na segunda vez que eu fui nessa balada eu conheci um menino, nós ficamos a noite toda juntos, trocamos numero e tudo. Ele parecia ser muito legal, contei para ele que ainda era virgem e ele foi super fofo comigo, acabei gostando muito dele e em uma noite ele me chamou para ir à casa dele e nos transamos... Mas no dia seguinte ele mudou completamente comigo, não falou mais comigo e recentemente eu descobri que ele só queria ficar comigo por que descobriu que eu era virgem e desde o início ele só queria tirar minha virgindade e to me sentindo sujo por isso. - Ele fala chorando.

- Primeira coisa: não se sinta sujo por ser quem você é e nunca em hipótese alguma você deixe alguém dizer isso sobre você. Segundo: esse menino que deveria sentir vergonha do que ele fez, tu é um menino incrível para caralho e merece alguém melhor, essa só foi sua primeira desilusão e tu ainda é muito jovem amigo. - Falo trazendo ele até mim e o abraçando.

- Obrigado por ser tão incrivel. - Ele me agrace com um beijo na bochecha.

- Te amo maninho. - Falo levantando e apago a luz.

Volto a deitar do lado dele e começamos a conversar sobre coisas aleatórias, mas a nossa conversa não me sai da cabeça, eu não posso negar que eu sempre achei meu amigo muito bonito e atraente e nunca entendi muito bem isso, lembro que uma vez conversei com o meu pai algumas coisas sobre relacionamento e ele havia me dito que se eu estivesse confuso ao que eu sinto por outras pessoas eu deveria me permitir a experimentar de tudo, me disse que quando jovem havia se apaixonado por um amigo do colégio antes de ficar com a minha mãe e que ele só conseguiu viver aquele amor porque se permitiu para que ele acontecesse, logico que naquela época tudo era mais difícil e que eu teria todo apoio deles para fazer eu ficar com quem eu quisesse sendo menina ou menino ele estaria ali.

Me perco tanto nos meus pensamentos que Pedro percebe e tenta chamar minha atenção novamente:

- Michel ta pensando no que, não me diz que você está bolado com o que eu te contei? - Pedro me pergunta.

- Logico que não, ta doido?- Falo.

- Então o que aconteceu para você ficar tão pensativo? - Ele segue me questionando.

-Então... Um pouco antes dos meus pais morrerem, meu pai me pegou dando um beijo em um primo meu, era um selinho só porque não deu nem tempo de evoluir para outra coisa, mas você sabe como meu pai era né, ele já veio logo conversar sobre o que eu sentia por ele, mas não foi nada de mais, eu só queria experimentar. - Falo agradecendo por está com a luz apagada.

- Isso quer dizer que você já ficou com meninos, to chocado. - Ele fala meio eufórico.

- Eu só dei um selinho nele garoto. - Corrijo o meu amigo.

- Mas você é gay? - Pedro me pergunta.

- Eu não sei, conversando com o meu pai ele disse que eu tenho três possibilidades, que é ser gay, hétero ou bissexual. - Explico.

- E você acredita que é qual das três opções? - Ele me pergunta.

- Eu não sei porque nunca fiquei com ninguém. - Eu falo envergonhado.

- Você nunca beijou de verdade? - Ele me pergunta sem acreditar.

- Nunca. - Falo.

- Tudo bem, eu só fui beijar esse ano e já aproveitei para beijar os dois, mas só gostei mesmo de ficar com menino. - Ele fala.

- Pedro você ficaria comigo? - Pergunto quase sussurrando.

- Quê? - Ele me pergunta.

- Nada não pensei alto. - Falo arrependido de ter perguntado isso para ele.

- Quando você quiser dar uns beijos de verdade em uns meninos, eu te levo nessa balada que eu fui para você experimentar. - Ele me diz.

- Pode deixar que eu te aviso. - Falo deitando de barriga para cima.

- Vamos dormir que eu to com sono? - Ele me pede virando de costas para mim.

- Vamos. - Confirmo.

Tento dormir e não consigo, penso em chamar o Pedro, mas eu sei que ele está triste e deve estar querendo descansar. Mas pensar no meu amigo beijando e transando com outra cara me deixa desconfortável, excitado e triste, estou tão atordoado com esses pensamentos que decido fazer uma coisa que eu sei que pode acabar com a nossa amizade:

- Pedro vocês está acordado ainda? - Pergunto nervoso.

- To quase dormindo por quê? - Ele me pergunta.

- Queria te pedir um negócio. - Falo.

- Pode pedir. - Ele fala.

- Eu quero te beijar. - Falo me tremendo.

Ele fica em silêncio e isso me deixa ainda mais nervos, percebo que fiz merda e tento consertar;

- Olha Pedro por favor esquece isso, nós somos amigos e... - Sou interrompido com ele virando para mim e dando um beijo quente e gotoso.

Pedro continua me beijando sem tempo e espaço para que pudéssemos respirar e está tão gostoso que nem que quero parar, cada vez aperto mais o corpo dele contra o meu, mas ele se separar ofegante:

- Nossa para que nunca beijou, tu até beija muito bem maninho. - Ele fala me dando selinhos e rindo.

- Olha eu não sei muito bem como é beijar, mas caralho que coisa boa da porra! - Eu falo abraçando ele.

- Realmente deu para perceber que você gostou do beijo, isso aqui denuncia tudo. - Ele fala pegando e apertando meu pênis.

- Pedro... - Falo ofegante.

- Desculpa, não vou fazer isso com você. - Ele fala tirando a mão do meu membro.

- E por que não, tu não me acha atraente? - Pergunto chateado.

- Te acho e muito, mas você é meu melhor amigo e ainda é virgem, não quero que nada estrague nossa amizade. - Ele fala levando a mão até meu rosto.

- Mas eu quero transar e quero que seja com você e tu sabe que nada vai acabar com a nossa amizade. - Eu falo puxando ele para outro beijo.

- Se você deixar de ser meu amigo por isso eu vou te matar. - Ele fala beijando meu pescoço.

- Eu te amo e isso nunca vai acontecer. - Eu falo tirando a blusa dele e a minha.

- Então me deixa te mostrar como é que se faz. - Ele fala me beijando.

Pedro vai descendo e beijando todo meu corpo até chegar no meu pênis, abaixa minha cueca e começa a me chupar com vontade, como se estivesse chupando um picolé, acredito que eu nunca senti uma sensação tão boa na minha vida com essa que estou sentindo agora, Pedro sabe o que faz. Está tão bom que tenho que parar ele:

- Pedro se você não parar eu vou gozar. - Falo gemendo.

- Tudo bem, agora é sua vez. - Ele se aproxima do meu rosto me beijando.

- Eu nunca fiz isso. - Lembro ele.

- Faz do jeito que fiz em você, só tomar cuidado com os dentes. - Ele me explica.

Literalmente eu faço tudo que ele fez em mim, beijo todo o corpo dele, mas diferente de mim, Pedro já estava pelado e percebo que seu pênis é um pouco maior do que o meu, começo a chupar ele e ouço Pedro gemer baixo, tento colocar tudo na boca, mas não consigo, continuo chupando meu amigo até ele me interromper:

- Ei mocinho eu também não quero gozar agora. - Ele me fala e me puxa até ele.

- Você é muito gotososo. - Digo beijando ele.

- Você também. - Ele fala apertando minha bunda e fazendo meu corpo gemer.

- Eu não sei como fazer isso. - Eu falo.

- Deixa que eu te ensino, chupa aqui. - Pedro me da o dedo para eu chupar.

Pedro leva o dedo até o meio da minha bunda e penetra o mesmo lá, sinto um desconforto, mas deixo ele continuar. Meu amigo pega meu dedo e chupa e leva até a bunda dele e manda o fazer o mesmo. Agora Pedro enfia dois dedos em mim e cada vez eu fico mais excitado e começo a gemar alto, mas logo sou interrompido pelos beijos de Pedro, ficamos um bom tempo nisso, até Pedro resolver tomar outro passo:

- Você tem camisinha ai? - Ele me pergunta suspirando.

- Tenho, calma aí. - Falo me levantando e indo até o banheiro para poder pegar.

Volto e vejo Pedro se masturbando, me jogo em cima dele começo a beija-lo com ainda mais vontade, até que ele fala o que eu estava a fim de ouvir:

- Me fode. - Ele me pede.

Coloco a camisinha, suspendo as pernas de Pedro, passo cuspe no meu pênis e no cu dele e vou enfiando ao pouco e com cuidado, sinto que estou todo dentro dele e começo a meter com mais força, vejo meu amigo virando os olhos e isso me da ainda mais vontade de transar com ele. Pedro pede para trocar de posição, agora ele está de quatro na cama e eu em pé, nessa posição temos que fazer menos barulho por causa da minha avó. Mudamos de posições varias vezes até que não me aguento e gozo dentro de Pedro (na camisinha), mas vejo que meu amigo ainda não gozou e resolvo fazer uma coisa que pega ele de surpresa, pego outra camisinha e entrego para ele:

- Agora é sua vez. - Falo ainda ofegante.

- Você tem certeza disso? - Ele me pergunta.

- Tenho, se não for agora e com você não vai ser nunca. - Falo beijando ele.

- Então vem cá. - Ele se afasta de deita do meu lado -É melhor você ir sentando para controlar a dor. - Ele me puxa.

Aos poucos vou sentando nele e tentando gemer baixo, mas a dor estava tomando conta de mim, ele percebe e tenta me relaxar:

- Amigo se você não estiver se sentindo confortável a gente pode parar e tentar outro dia. - Ele me fala.

- Não eu quero agora, você é grande, mas eu vou conseguir. - Falo beijando ele e sentando com força fazendo Pedro gemer e eu também.

- CARALHO MLK! - Ele geme mordendo o lábio.

- Ai está doendo, mas está muito bom. - Eu falo aviso.

- Fica parado até você se acostumar depois só rebola. - Ele vai me ensinando.

A dor vai passando dando lugar para um prazer eu nunca senti antes, faço como Pedro disse e começo a rebolar e quicar no meu amigo que vai revirando os olhos, intensifico as sentadas, Pedro cruza as suas mãos comigo, olha para mim e sorri, não resisto começo a beijar ele, que aproveita que eu inclino meu corpo e começa a me penetrar rápido e com força me arrancando longos e altos suspiros e gemidos. Isso está tão bom que nós nem trocamos de posição, ficamos assim até Pedro gozar, e assim como eu Pedro goza enquanto ainda está dentro de mim.

Deito ao lado dele respirando fundo, tento falar com ele sobre o acabou de acontecer, mas logo ele se levanta e vai até o meu banheiro e ouço e ligar o chuveiro. Acredito que ele não curtiu muito e com toda a certeza deve estar arrependido com o que aconteceu entre a gente. Que merda! Agora fudeu tudo de vez. Me perco nos meus pensamentos até ele me chamar:

- Ei seu porquinho não vai tomar banho não? - Ele me pergunta.

- To indo aí já. - Me levanto e vou até o banheiro.

- Pensei que tu não ia vir tomar banho garoto, vem aqui. - Ele me puxa para junto dele.

- Você saiu da cama tão rápido que eu pensei que você se arrependeu do que acabou de acontecer. - Falo de cabeça baixa.

- Eu não tenho o porquê me arrepender, foi muito bom, quero saber se você está arrependido? - Ele me questiona.

- Estou é feliz que foi com você, isso sim. - Falo abraçando ele.

- Eu te amo menino. - Ele fala retribuindo o abraço.

- Eu também. - Respondo

Ele sai antes de mim do banheiro, me pego pensando como vai ser daqui para frente a nossa relação, mas estou com medo de perguntar e como ele mesmo me falou vamos deixar as coisas acontecerem naturalmente. Quando saio do banheiro ele já está deitado na minha cama, me troco e deito ao lado dele que coloca a cabeça no meu peito e adormece, eu também. "

- Lidei com o fato dele ser gay? Para mim isso nunca foi um problema entre nos dois. - Falo saindo do meu transe.

- Então vocês nunca brigaram? - Heloisa me pergunta.

- Muitas vezes, mas nunca pelo fato dele ser gay. - Falo com tranquilidade.

- Você confirma que Pedro foi o único amigo que esteve ao lado da Tiana quando a mesma perdeu o filho de vocês que ela estava esperando? - Julia me pede.

- Sim, de todos os nossos amigos ele era o único que sabia e o único parente de Tiana que nos apoiou. - Respondo.

- Você sabe me informar se Pedro estava se encontrando com a avó dele?- Tônia me pergunta.

- Sim, descobri isso no dia do enterro de Pedro. - Respondo meio nervoso.

- Como era a relação do Pedro com os pais? - Heloisa me pergunta.

- Ele e o e meu padrinho se davam super bem, Pedro amava o pai de uma forma muito bonita, tio Rafa sempre foi muito caladão, mas eu tenho certeza que ele amava o filho. Agora com a minha madrinha o negócio sempre foi tenso, Tia Dóris nunca aceitou o fato do filho ser gay, as brigas dos dois eram constantes, a última foi porquê a minha madrinha expulsou ele de casa. - Conto para as policiais.

- E por que Dóris expulsaria o filho de casa? - Heloisa me pergunta.

- Pedro nunca quis me contar o motivo. - Falo

- Sabemos que você conheceu a avó de Pedro, você acredita que ela possa ter feito isso com o neto? - Tônia me questiona.

- Não! Eu conheci Dona Josefa no dia do enterro de Pedro e o pouco tempo que passei com a mulher percebi que ela amava muito o neto, então tenho certeza que não teria coragem de fazer isso com Pedro. - Explico.

- Quem você acredita que pode ter feito isso com Pedro? - Heloisa me pergunta.

- Penso que o Prefeito tem alguma coisa haver com isso. - Respondo.

- E por que você acha isso? - Heloisa segue me perguntando.

- Os dois já tiveram muitos embates públicos. Pedro já derrubou um projeto do Prefeito com um manifesto que mais da metade das pessoas que moram nessa cidade assinaram e apoiaram meu amigo e isso não foi bem aceito pelo prefeito e pela sua família. - Conto.

- Michel, encerramos por hoje, preciso que você e sua advogada assinem esses papeis e qualquer novidade eu entro em contato com você. - Heloísa me entrega uns papeis para a minha advogada que assina e me manda assinar também.

- Eu espero que vocês achem logo quem fez isso com o meu amigo. - Falo me levantando e saindo da sala.

Assim que saio da sala olho meu celular para vê se tem alguma mensagem de Lucas, mas nada, o gêmeo do meu amigo deve ter voltado a trabalhar. Não tem de Lucas mas tem de Tiana me avisando que está no restaurante do pai e que precisa conversar comigo. Chamo Dr. Adriana para me acompanhar, mas a mesma me avisa que tem um reunião marcada com outros clientes e me tranquiliza dizendo que vai está de volta para acompanhar meus amigos. Agradeço e sigo para a o restaurante do tio Luiz que fica há uns 5 minutos andando da delegacia.

Chego no restaurante e encontro com o Tio Luiz no salão sentado meio impaciente, que logo explode quando me vê:

- O que aconteceu entre você e minha filha é verdade, me fala moleque ? - O homem me pergunta aos berros.

- O senhor precisa se acalmar e me explicar do que o senhor está falando. - Eu peço.

- Você não tem o direito de me pedir calma, vocês me engaram durante todo esse tempo. - Ele continua bravo.

- Pai você tem que estar bravo comigo e não com o Michel. - Tiana aparece na tentativa de acalmar o pai.

- Eu estou decepcionado com você minha filha! Com vocês dois e com o meu sobrinho. - Ele fala se sentando.

- Tiana o que está acontecendo? - Pergunto.

- Ele descobriu sobre a minha gravidez. - Ela me fala de cabeça baixa.

- Como assim ele descobriu? Sua mãe disse para mim e pra a minha avó que seu pai já sabia. - Eu conto surpreendendo os dois.

- Ela disse o quê? - Tiana me questiona surpresa.

- Pouco tempo depois que você perdeu o nosso filho, sua mãe foi na minha casa conversar comigo e com a minha avó e nos contou que o tio Luiz já sabia de tudo, mas que não queria falar sobre, pois estava muito triste com tudo. - Eu explico para os dois.

- Mas ela não perdeu o filho. - Tio Luiz começa a chorar.

- Pai por favor... - Tiana começa a falar, mas eu á interrompo.

- Do que o senhor está falando? - Pergunto.

- Quantos filhos vocês tiveram? - Ele nos questiona.

- Até onde eu sei apenas um e a Tiana perdeu ele. - Eu falo triste por revisitar essa historia.

- Ela não perdeu, elas tiraram meu neto e nunca me contaram. - Ele fala olhando para filha decepcionado.

- Vocês fizeram o que? - Pergunto olhando para Tiana.

- A historia não é essa, pai. - Ela fala evitando me encarar.

- Então qual é historia Tiana? Por que eu não estou entendo mais nada. - Questiono minha amiga.

- Senta aqui. - Ela me pede. Eu me sento e ela começa a contar.

- Eu estava ficando com Michel, mas o mesmo me pediu para não contar para o Pedro e deixar isso só entre a gente e numa dessas vezes nos acabamos transando sem camisinha e eu acabei engravidando. Pedro foi a primeira pessoa a saber, porquê eu fiquei desesperada e na minha cabeça só ele podia me ajudar, e ajudou, me acalmou e me fez contar para o Michel e para a minha mãe, que tiveram reações diferentes. Michel me apoiou muito até em casamento me pediu. - Ela me olha emocionada. - Mas minha mãe como sempre ficou contra mim, surtou, chegou até a me bater por isso. Poucos dias depois ela me levou em um hospital com a ajuda da Tia Dóris e me obrigou a fazer um aborto, não sei como, mas Pedro descobriu, tentou me ajudar, mas minha mãe deu um jeito de fazer meu primo ir parar na delegacia, ele tentou te avisar, porém, minha Tia pegou o celular dele e o deixou preso até minha mãe terminar de matar meu filho. - Ela nos contas chorando.

- Vocês não tinham o direito de esconder isso da gente, de mim! É do meu filho que nos estamos falando Tiana, sua mãe não tinha o direito de fazer isso com vocês sem conversar com a gente antes. - Falo me segurando para não surtar.

- Eu sei e me arrependo desde sempre, mas não fica com raiva do Pedro por isso, ele só fez o que eu pedi. - Tiana me explica.

- Você sempre pediu muitas coisas para ele né? E mesmo assim ele nunca te abandonou, mesmo depois de tudo. - Falo deixando escapar umas lagrimas.

- Eu ainda não estou acreditando que sua mãe fez isso com você minha filha, por que você não me contou, eu iria te ajudar? - O pai da minha amiga a questiona chorando.

- Ela me disse que nós iriamos no médico vê como estava meu bebê. - Tiana nos conta.

- Mas e depois, porque você não me contou o que ela tinha feito com você? - Eu pressiono minha amiga

- Me desculpa por ter perdido nosso filho. - Ela me pede.

- Você não tem que pedir desculpas pelas atitudes que sua mãe teve e sim por ter mentido para mim e principalmente por ter feito o Pedro menti para mim também. - Grito na cara da minha amiga, querendo soltar muita coisa que está aqui dentro.

- Cada dia que passa eu descubro coisas horrorosas sobre a sua mãe, quem é a mulher que eu me casei? - O cozinheiro segue inconformado.

- Eu não sei o que pensar. - Falo me levantando.

- Onde você vai? - Tiana me pergunta.

- Para a minha casa, preciso ficar sozinho. - Falo.

- Você não vai almoçar. - Tiana segue me fazendo perguntas.

- Almoçar? Você só pode estar de brincadeira para pensar que eu vou querer comer depois do que você acabou de me contar. - Esbravejo ainda mais.

- Você está pensando que eu quis fazer isso? - Ela me pergunta triste.

- Nunca na minha vida eu iria pensar isso de você, eu só preciso ficar calmo porquê a vontade que estou sentido agora e de ir até sua casa e matar sua mãe por fazer vocês sofrerem. - Falo com sinceridade.

- Isso quem vai fazer sou eu meu filho, vem aqui. - Tio Luiz fala, levanta e me puxa para um abraço.

Tio Luiz me abraça como um pai tentando proteger um filho, isso era o que faltava para que eu começasse a chorar. Ficamos assim durante um bom tempo, até o homem sair do abraço e me fazer u pedido:

- Meu filho, eu preciso que você me empreste sua advogada. - Ele me pede. - Logico, mas por quê ? - Pergunto.

- Para me separar da Marta e pedir a guarda da minha filha. - Ele fala.

- O senhor tem certeza disso? - Agora Tiana que questiona o pai.

- Eu nunca estive tão certo minha filha, eu já venho empurrando nossa relação com a barrida por muito tempo e depois do que você me contou eu não vou mais conseguir viver com ela. - Ele explica.

- O senhor me perdoa por não ter te contado? - Minha amiga pergunto para o pai.

- Logico minha filha, eu não consigo imaginar o quanto isso te deixou perturbada. Agora eu entendo o porquê você e Pedro brigavam tanto com ela, pode ficar tranquila que eu sempre vou estar aqui. - Ele tenta acalmar a filha.

- E você Michel? - Ela me pergunta.

- Sendo sincero eu não sei se consigo ser tão evoluído quanto o seu pai. Eu nunca te escondi nada, você sabia de coisa sobre mim que nem tinha a ver com você. Eu não estou com raiva de você, estou decepcionado por você não ter me contado isso e mais ainda por ter feito o Pedro me esconder isso. - Desabafo.

- Mas isso não tem a ver com o Pedro e sim nos dois, pare de colocar o Pedro no meio da nossa relação. - Ela tenta se defender jogando Pedro no meio.

- Eu nunca coloquei o Pedro entre nos dois e você sabe muito bem disso e eu imagino que você tenha feito o Pedro jurar que nunca ia me contar isso, tanto que eu só descobrir a verdade dessa historia porquê ele está morto. - Falo.

- Ele sempre esteve entre a gente Michel, sempre. - Ela grita.

- Uma coisa que o seu primo fez foi deixar a nossa "relação" sozinhos, e você sabe muito bem disso Tiana, não jogue sujo mais uma vez em relação a isso. - Falo irritando ainda mais a menina.

- Jogar sujo? Cala a sua boca Michel, eu tive um aborto e passei por isso tudo sozinha, não venha me atacar agora por favor. - Ela segue gritando.

- Não foi uma opção minha não está perto de você para passarmos por tudo isso junto. - Falo tentando manter a calma.

- Vocês precisam se acalmar meninos. - Tio Luiz tenta intervim.

- Eu estou tentando tio, eu só não consigo fingir que nada aconteceu. Eu só quero que você Tiana entenda que eu não estou te culpando pelo o que sua mãe fez, estou decepcionado por você ter me escondido isso, mas também entendo que não foi fácil para você passar por tudo isso e peço desculpas, só preciso colocar as ideias no lugar. - Explico.

- Eu te entendo e não tiro sua razão meu filho. - Tio Luiz me fala.

- Por isso eu vou embora e depois quando eu estiver mais calmo nos conversamos sobre isso. - Eu falo saindo e deixando os dois lá.

Sento na calçada e começo a chorar, acredito que fico uns 30 minutos aqui sentado até que vejo uma moto se aproximar e me surpreendo com quem está montada nela:

- Eae parceiro quer dar um rolê? - Lucas me pergunta levantando a viseira.

- O que você está fazendo aqui menino, tu está maluco de aparecer aqui na luz do dia? - Pergunto me levantando.

- Sei disso, mas imaginei que depois dos interrogatórios tu ia querer conversar, pedi até para sair mais cedo do trabalho e quanto mais tempo eu ficar aqui e perigoso, tudo vai aceitar ou não? - Ele me pergunta.

- Como você imaginou que eu quer conversar? - Pergunto.

- Enxuga essas lagrimas e vem comigo. - Ele fala me dando o capacete.

- Vamos logo. - Pego o capacete e subo na moto.

- Se segura aí. - Ele fala. Me agarro na cintura dele e sinto o mesmo se arrepiar.

Na casa de Pedro

NARRADO POR RAFAEL:

Resolvi tirar o dia hoje para arrumar as coisas no quarto do meu filho, dobrei umas roupas, guardei e agora estou mexendo nas gavetas dele para tentar achar alguma coisa para ajudar nas investigações. Pedro era tão organizado que dava até raiva, desde pequeno sempre gostou de ter um cantinho para cada coisa. Eu não sei o que vai ser de mim até sem esse menino. Acabo de achar uma caixinha, mas está trancada só que eu conheço essa chave, me lembro que Pedro me deu um chaveiro há alguns anos no dia dos pais que tem uma chave que deve entrar nessa fechadura, eu mesmo nunca entendi aquela chave ali. Corro até meu quarto para pega-la.

Consigo a caixa e percebo que tem umas fotos que me deixam ainda mais emotivo, vejo que tem coisas escritas atrás de cada foto. Estou segurando uma foto de Pedro e Michel quando eram um pouco mais novos, leio o que está escrito e me surpreendo: "Eu sempre vou me lembrar de você assim! Pela primeira vez na vida eu me senti realmente feliz e amado. Hoje eu sei que você escolheu outra pessoa, eu vou matar isso aqui dentro de mim, mas toda vez que me senti menos amado vou olhar essa foto para lembrar que por um momento você me amou, nós se amamos!". Eu sempre soube que esses dois se gostavam de uma forma diferente e Michel seria um ótimo genro. Nessa caixa tem vários recortes de decoração, moveis e coisas para casa, tenho certeza que isso era para a casa nova deles, olho tudo e a chego na última foto e estou completamente atorado vendo ela. Pedro está com um menino que se parece muito com ele, se parece não, o menino é idêntico. Meu Deus não pode ser! Eu não estou acreditando nisso, não é possível isso, meu outro filho está vivo e que os dois se conheceram. Corro até o telefone e faço uma ligação:

- Alô, bom dia. - A mulher fala do outro lado.

- Bom dia, Dona Josefa, gostaria de falar com o meu filho e não é o Pedro e sim o outro. - Falo nervoso

- O que você está dizendo Rafael, está ficando doido? - Dona Josefa me responde nervosa.

- A senhora poderia me explicar como eu estou segurando uma foto com os meus dois filhos juntos? - Pergunto para a minha sogra.

- Eu não sei do que você está falando Rafael. - Ela tenta desconversar.

- Tudo bem, eu vou ligar para a Dóris e nos vamos atrás disso. - Falo

- Se você falar alguma coisa com a Dóris eu sumo com o meu neto e você nunca vai conhecer ele. - Ela fala de maneira incisiva.

- Então é verdade, ele ta vivo e os dois se conheceram? - Pergunto começando a chorar.

- Sim meu filho, daqui a há 1 hora você vá até à casa da Nanci que la eu vou te contar tudo. - Ela me pede.

- Eu preciso falar com a Dóris sobre isso. - Eu informo minha sogra.

- Ela não pode saber de nada, se ela imaginar você nunca vai conhecer seu filho, falo serio. - Ele volta a me ameaçar.

- Tudo bem, eu não vou falar nada para ela. Acho melhor eu desligar, até daqui a pouco - Eu falo desligando.

Quando eu pensei que minha vida ia mudar depois da morte de Pedro, nunca pensei que essas coisas iram acontecer, meu outro filho está vivo e conheceu o irmão. Não sei se fico feliz ou desesperado. Me arrumo para ir até à casa da Dona Nanci. Os próximos dias vão ser conturbados.

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Comentários

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a segunda passou e a quarta também e nenhum capitulo foi postado...

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