Vae victis - Final

Um conto erótico de 50ãoRala&Rola
Categoria: Homossexual
Contém 2539 palavras
Data: 23/07/2020 20:16:03

Partimos logo pela manhã, organizamos a ordem da saída dos acampamentos e deixamos o último capitão responsável por controlar a saída dos demais pois partimos logo depois do segundo de forma a alcança-los e nos misturarmos com a legião.

Não vou narrar toda a viagem pois, como foi bem planejada, dificultamos a ação de espiões e utilizamos uma boa estratégia de formação, não sofremos nenhuma retaliação, várias vezes vimos grupos de rebeldes a distância que nos observavam mas nada faziam por total falta de informação. Durante todo o trajeto recebemos grupos já instalados naquela área que iriam cuidar da comunicação que Marcus Vinicius e eu planejamos e executamos sem envolver ninguém a não ser Demétrius. Esses postos já estavam instalados em cidades sob o domínio do império romano e possuíam soldados que fariam trajetos de 6 horas em duplas, cada um levando um cavalo extra e cavalgando de forma muito rápida, de forma a levar e trazer mensagens em um prazo curtíssimo de um dia, algo impensável naquela época.

Chegamos, finalmente na cidade. Os legionários ficaram acampados do lado de fora dos muros até que pudéssemos instalá-los na cidade. Pedimos aos capitães que organizassem um grupo de voluntários que lhes levassem comida e bebida. Fomos até a sede do governo, um palácio com clara influência grega em sua arquitetura e decoração. Lá o governador nos recebeu:

- Bem-vindo, Marcus Vinicius, nosso novo governador! Eu sou Horátius e estou, provisoriamente, a cargo da cidade enquanto vos aguardava. Já estou com minha família e posses prontas para deixa-los. Vou passar os poucos anos que me restam na ilha de Capri, na residência oficial do Imperador. Espero que um dia me dê a honra de sua visita.

- Obrigado pela recepção, Horátius! – Cuidastes muito bem destas terras e nosso senhor lhe é muito grato. Que desfrutes de sua merecida aposentadoria e, sim, quando as coisas se estabilizarem por aqui, iremos lhe visitar, e colocou sua mão direita e meu ombro. Horátius agradeceu com a cabeça e disse: “Sempre serão bem vindos!”. Então o acompanhamos até um grupo de soldados liderados por um imponente capitão que se ajoelhou na frente de Marcus Vinicius demonstrando respeito e reverência. Marcus Vinicius pediu que se erguesse e falou:

- Toma conta do ex-Governador e sua família, inspecione todo o navio pessoalmente antes que embarquem, observa o navio até sumir no horizonte. – O Capitão fez um sinal positivo com a cabeça e Marcus Vinicius completou:

- E volte com segurança pois preciso de soldados como você. – E partiram. Eu me virei para Marcus Vinicius e falei:

- Gostei dele, e você? – Ele me olhou e falou:

- Por enquanto, é meu melhor candidato a meu General, mas foi o primeiro que conheci. – Eu sorri e falei:

- Espero que conheça muitos outros bons candidatos. – Ele me olhou, suspirou e falou:

- O problema é que meus conhecimentos de guerra são pouco úteis agora, preciso muito dos seus conhecimentos políticos. – Eu sorri e falei:

- Com isto você pode contar, sempre. – E continuamos a caminhar em silêncio, o novo Governador tinha muitas preocupações. De repente, ele se virou para mim e falou:

- Você falou que gostou dele, disse como soldado, certo? – Eu sorri marotamente e respondi:

- Meu governador demonstrando ciúme, isto muito me elogia mas, sim, falei como soldado, infelizmente para mim e felizmente para você, não consigo olhar para outro homem da mesma forma que olho para você. – Ele sorriu e falou:

- Que bom ouvir isto, finalmente teremos uma noite decente. Vamos dormir mais cedo!

- Infelizmente não, precisamos organizar um banquete para seus capitães que tão bravamente cumpriram seu papel. Convidaremos os principais líderes da cidade e mostraremos a eles que não somente trouxemos a mão de Demétrius para pairar sobre a cidade, mas também sua fama de oferecer as festas mais sublimes.

Marcus Vinicius olhou para mim com um olhar de aprovação e falou:

- Mas, conseguiremos organizar isto a tempo? – Eu, erguendo o rosto com orgulho, falei:

- Eu organizarei tudo, ou está duvidando da minha capacidade? – Este banquete será o melhor que já ocorreu aqui e pior que o próximo, que será pior que o terceiro e assim por adiante, seus banquetes serão sempre os melhores. Porém sempre faremos saber que quem oferta é Demétrius através de seu Governador. Desta forma sua glória será eterna. – Ele me olhou com orgulho e finalizou:

- Com você ao meu lado, minha glória já é eterna. – Eu sorri e falei:

- Agora, tenho muito o que fazer. – E parti palácio adentro tentando entender como tudo funcionava.

Chamei todos os líderes dos servos em uma sala, selecionei quatro que me pareciam mais espertos e falei para os outros fazerem tudo o que esses quatro mandassem em meu nome pois, se usassem meu nome de maneira errada, a pena seria a morte.

Um deles ficou encarregado de procurar os capitães que nos trouxeram aqui, convida-los para o banquete e perguntar se levariam uma companhia ou não. Sabia que alguns capitães tinham um soldado especial ao seu lado, outros não. Os que não trariam companhia, deveriam informar sua preferência: um jovem, uma jovem, um homem ou uma mulher. A ordem é que nenhum deles ficassem sem companhia no banquete.

O segundo ficou encarregado de apontar, em uma hora, uma lista de 10 nobres representantes da cidade, já em ordem de importância, como eu sabia que existiam 6 conselheiros no palácio, pedi que o servo definisse esta lista com eles sem incluí-los pois estavam, automaticamente convidados.

O terceiro ficou encarregado com a decoração do salão, algo que lembrasse a glória do império romano e as cores de Demétrius. Que o salão comportasse os convidados, que seriam por volta de 50, deveríamos instalar 28 divãs com cortinas para todos, duas extras, por segurança e duas grandes, coletivas. Essas quatro ficariam numa área mais discreta do salão. Ficou, também, encarregado de trazer uma lista de possíveis presentes que pudéssemos preparar antes do final do dia, não muito simples e comum, nada muito ostensivo e caro, no mínimo 25 presentes iguais.

O quarto servo ficou encarregado da comida e bebida, ele tinha que me trazer, também em um hora, uma lista com sugestões de iguarias da região e, em função da nossa escolha, acrescentaríamos duas iguarias servidas na casa de Demétrius.

Terminei e falei:

- O que estão esperando? Temos uma festa para organizar em pouquíssimo tempo. Apontei para o responsável pela decoração e falei: “Mande um servo de sua confiança vir até mim em 5 minutos!”. E todos saíram correndo. O servo aparece minutos depois e eu peço:

- Busque o traje de gala de nosso Governador e o meu e os prepare para esta noite! – O servo fez um sinal com a cabeça e saiu rapidamente. “Gostei dele”, pensei...

Em uma hora tudo estava definido, os convidados e os acompanhantes – mandei um dos servos formalizar o convite a todos e confirmar se viriam. Definimos o menu e as bebidas, acrescentamos frutas, queijos e mel. No meio da tarde fui acompanhar a decoração, estava ótima pelo pouco tempo existente. O servo encarregado pelos convites voltou dizendo que precisaríamos de seis moços e duas moças para fazer companhia à convidados. Chamei o servo encarregado dos nossos trajes e conversei com ele em particular:

- Me diga com franqueza, você gosta de servir ao homens, na cama? – Ele ficou ruborizado e falou:

- Sim, gosto. – Eu sorri para ele e falei:

- Vou te dar uma missão que, também, será um teste: Quero que você selecione cinco belos jovens e duas belas moças que, como você, gostam de ter este tipo de prazer, eu os quero esta noite, fazendo companhia à alguns convidados. – Ele me olhou e falou:

- Conheço vários, meu senhor, vou escolher os melhores e me orgulho muito de estar com eles esta noite. – Eu olhei firme para ele e disse:

- O sucesso desta festa não está na comida, bebida ou na decoração, está na felicidade que todos tem que sentir, o papel do seu grupo é crucial. Está claro para você? – Ele ergueu o rosto com orgulho e falou:

- Está claro e o senhor se orgulhará dos meus esforços. – Senti que iria funcionar e pedi para ele seguir em sua missão.

Fui ao encontro de Marcus Vinicius, que estava com alguns representantes do povo e, quando me viu, disse que precisava encerrar a reunião. Veio ao meu encontro, falando:

- Estou preocupado com este banquete, está muito em cima da hora... – Eu sorri e respondi:

- Estou preocupado também, pois meu Governador precisa tomar um banho e descansar para presidir esta homenagem. – Ele sorriu vendo que tudo estava sob controle e me acompanhou. Finalmente conhecemos nossos aposentos, era enorme e nobremente decorado. Nossa banheira, agora, era enorme e com água corrente que chegava morna. Nossa cama era redonda e muito aconchegante. Ele olhou tudo aquilo e falou:

- Tenho medo de me acostumar com toda essa mordomia e perder o foco do que é importantes... – Eu sorri e falei:

- Que bom que pensa assim, este é o primeiro passo para entender que o bem material é passageiro e seus valores éticos e morais, ao contrário, são eternos. Nos beijamos mas antes que ele me jogasse na cama, visto o tempo de jejum que enfrentávamos, o levei ao banho e nos aprontamos. Ao final, ele falou:

- Vamos? – Eu respondi:

- Ainda não, você chega quando a maioria já estiver por lá! – Ele me olhou, sorriu e falou:

- Está mais acostumado com estes protocolos do que eu... – Um tempo depois um servo bate à nossa porta e sabíamos que chegara o momento. Saímos de lá em nossos trajes e seguimos para o salão sob a escolta dos dois guardas que, agora, nos acompanhavam em todos os lugares e protegiam a porta da sala onde o governador estivesse.

Quando estávamos próximos da entrada do salão, ouvimos um voz falar bem alto:

- O Governador Marcus Vinicius Tibérius e seu ajudante de campo Petrus Tibérius. - Marcus me olhou curioso e falou:

- Foi sua ideia o anúncio? Gostei! – E eu olhei para ele e falei:

- Sim, um nobre da galícia me ensinou isto, eu gostei. Mas, Petrus “Tibérius”? – Ele sorriu e falou:

- Não é somente você que faz surpresas!

Todos se ergueram para nos ver entrar, fomos até o outro lado do salão, onde estava nosso divã sob dois degraus de mármore. Subimos e Marcus pediu para todos se sentarem, falando:

- Antes de mais nada, quero formalmente me apresentar, sou o Governador mas meu papel é cuidar deste território em nome do nosso senhor Demétrius, tudo aqui a ele pertence, nossos bens, nossas terras e nossas vidas. Ave Demétrius! – E todos responderam: “Ave!”, então ele continuou:

- Petrus Tibérius, que se senta à minha direita, é meu ajudante de campo, quando eu estiver em batalha mas, em tempos de paz como agora, ele é nosso novo conselheiro para assuntos de guerra. - Olhei para os demais conselheiros que fizeram uma cara e aceitação. Marcus Vinicius já devia ter negociado isto com eles durante o dia. Em seguida, ele falou:

- Agora chamo meus capitães pois quero lhes ofertar uma medalha pelo excelente trabalho durante nossa viagem, e presenteou um a um, ao final me colocou uma medalha no peito também.

- Agora, vamos comemorar! – E, a este sinal, entraram servas trazendo comidas e servos com jarras de vinho, os oito acompanhantes procuraram seus pares e vi que tudo funcionou como deveria. Um pouco mais de uma hora depois, muitos divãs estavam suas cortinas fechadas e outros praticavam o sexo com as cortinas abertas, sem pudor.

- No divã coletivo viam-se homens mulheres, saciando seus desejos em uma orgia sem fim. Marcus e eu olhávamos tudo aquilo, com olhar crítico de quem analisa o resultado de seu trabalho, até que nossos olhares se encontraram e ele me beijou. Eu olhei para ele e falei:

- Sabe, meu senhor Tibérius, já vi tantas vezes esta cena que já não me excita mais, prefiro estar a sós com você do que no meio dessa homenagem à Baco. – Ele respondeu:

- Então, senhor Tibérius, porque não vamos para nosso quarto e aproveitamos aquela cama enorme que temos lá. – Eu terminei informando:

- Pois saiba que reza o protocolo que só devo me levantar depois que meu Governador o fizer. – Ele se levantou e disse: “Não seja por isso, senhor Tibérius! Vamos pois estou louco para fazer algumas coisas que venho sonhando nos últimos dias.”.

A festa foi um sucesso e cada vez que promovíamos uma, todos queriam participar. Recebemos, várias congratulações de Tibérius pois ela recebia os parabéns em sua casa. Aquele servo que descobri no primeiro dia foi o alicerce para montarmos um grupo para divertir os convidados. Ensinei tudo o que sabia a ele quanto à liderança do time e truques sexuais.

Marcus Vinicius foi governador, a mando de Tibérius, por muito tempo e as legiões que trouxe com ele fizeram os domínios de seu senhor triplicar de tamanho em menos de dez anos. Quando Tibérius estava bem velhinho nos chamou de volta à sua casa. Lá estava ele, em seu imponente trono, ao lado da esposa e dos filhos agora adultos, sua família nunca era exposta pois Tibérius temia por sua integridade. Entramos e ele nos saudou com muita alegria, continuava a me chamar de seu favorito. Ao final falou:

- Marcus Vinicius, preciso que volte para cá, você vai assumir meu lugar. Minha esposa, filhos e meus futuros netos, bisnetos e tataranetos serão protegidos por você que nunca lhes deixará faltar nada mas todo o poder e glória do meu reino serão seus. – Marcus ficou visivelmente transtornado e disse:

- Tudo isto é deles por direito, meu senhor, não sou um usurpador! – Demétrius sorriu e falou:

- Não, não é. Por isso confio em você. Sei que a única coisa que te importa é seu amado Petrus e, por isso, sei que mal nenhum fará aos meus herdeiros. Porém você é o único preparado para dar continuidade ao meu trabalho e minha família sabe disto. Marcus olhou para a esposa de Demétrius que fez um sinal afirmativo com a cabeça, ele se ajoelhou e seus filhos vieram até ele e colocaram a mão em sem ombro, demonstrando concordar. Ele se ergueu e veio até mim e falou:

- Você aceita? – Eu fiquei muito feliz e orgulhoso por saber que minha decisão seria a dele e aceitei, afinal voltaria à casa onde renasci, de soldado à escravo, de escravo à companheiro do Governador e, agora, um dos dois senhores da casa de Demétrius.

Poucos dias depois, nosso senhor se foi, parece que estava apenas esperando a chegada de Marcus Vinicius para partir. Demétrius sabia, também, que Marcus Vinicius não tinha herdeiros e, ao final, tudo continuaria em posse de sua família. Marcus também tinha esta percepção e não se sentia enganado.

Os deuses nos deram, ainda, muitos anos de vida juntos, em total felicidade. Um dia Marcus Vinicius se foi, como todo grande General, foi abatido por um ataque cardíaco enquanto caminhava pela casa. Nunca ficou nenhum dia enfermo ou acamado. Morreu com toda a sua vitalidade. Eu, infelizmente, vivi mais alguns anos, esperando o momento de reencontra-lo, o novo senhor da casa sempre me respeitou muito, fui ficando idoso, dificuldade em andar, sem apetite até que um dia um falcão pousou em minha janela, era meu General, meu Governador, meu companheiro. Ele veio me buscar, fechei meus olhos e me deixei partir.

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Comentários

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História digna de filme. Tua narrativa comove-me e me leva a caminhos belíssimos. Estou feliz. Parabéns pela história tão bem narrada. Cheiros nas asas.

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História digna de filme. Tua narrativa comove-me e me leva a caminhos belíssimos. Estou feliz. Parabéns pela história tão bem narrada. Cheiros nas asas.

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