Bárbara e o roceiro

Um conto erótico de Maverick
Categoria: Heterossexual
Contém 5938 palavras
Data: 22/07/2020 19:21:17
Assuntos: Heterossexual

Olá.

Meu nome é Bárbara, 35 anos, sempre tive paixão por tudo que envolve esporte, mas devido a um problema no joelho nunca consegui praticar nenhum em alto nível, por isso me formei em fisioterapia e educação física, trabalho numa clínica de fisioterapia na parte da manhã e em uma academia de musculação e Pilates na parte da tarde. Tenho a pele num tom claro de jambo, rosto de traços finos e corpo de mulata de escola de samba, 1,75 de altura, coxas grossas, cintura fina, bunda grande e peitos siliconados.

Divorciada a pouco mais de dois anos e sem filhos, por um tempo me distraí com uns ficantes, sempre fugindo de compromisso como o diabo da cruz, mas há coisa de uns seis meses mais ou menos vinha preferindo ficar sozinha, pretendentes não faltavam, mas para gozar com um cara que não significavam nada, preferia brincar sozinha com meus consolos.

Normalmente não fico na recepção dos lugares onde trabalho, mas num dia estava usando o telefone da clínica na recepção quando vejo parar um carro visivelmente caro no estacionamento e dele sair pela porta do motorista um homem grisalho usando terno e gravata e do lado do carona um senhor magro e relativamente baixo vestindo roupas simples, o grisalho era um tipo bonito, andava de peito estufado, todo cheio de si, já o senhorzinho era claramente uma pessoa humilde e seguia atrás do outro de cabeça baixa.

Quando pararam no balcão a recepcionista os atendeu e pude ouvir a conversa.

— Bom dia. - disse o grisalho – Meu nome é Jackson Miller e gostaria de saber se vocês tem convênio com a empresa……..

— Bom dia, senhor Jackson, meu nome é Emanuele. - respondeu a menina da recepção que eu nem sabia que tinha um nome – E sim, trabalhamos com essa empresa. Em quem posso ser útil?

Jackson tirou do bolso interno do paletó um encaminhamento para fisioterapia e os documentos necessários.

— Preciso que cuidem do meu amigo. - disse ele apontando o senhorzinho que continuava de cabeça baixa – Ele sofreu uma queda, machucou as costas e precisa se recuperar o quanto antes.

Gostei do tom sincero com que o Jackson falava e resolvi me adiantar. Desliguei o telefone sem ter terminado a conversa e fui para junto de Emanuele, eles me notaram e assim que Jackson me olhou, me apresentei.

— Bom dia, meu nome é Bárbara e sou a fisioterapeuta da manhã. Porque enquanto o senhor trata dos detalhes com Emanuele o seu amigo não entra comigo para conversarmos um pouco?

O homenzinho pareceu incomodado com a ideia, mas Jackson gostou e virando para o amigo disse:

— Tom, vai com a moça para adiantar as coisas, por favor.

Sai de trás do balcão e fui para o lado do homenzinho que agora tinha um nome também, Tom.

Ele me seguiu em silêncio até a minha sala, sentou na cadeira que ofereci e parecia muito constrangido. Abri um prontuário de atendimento no computador e comecei a anamnese.

— Tom, qual o seu nome completo?

— Antônio Moraes, moça. - respondeu ele com o sotaque típico de pessoas do interior e ainda sem levantar a cabeça.

— Quantos anos o senhor tem? - perguntei gentilmente para ver se ele se descontraía um pouco.

— 48 anos, moça. - quando ele disse aquilo levei até um susto e agradeci por ele não estar me olhando.

Antônio parecia bem mais velho, a pele queimada de sol e o cabelo ralo, mais as roupas grandes demais para ele prestavam um aspecto muito ruim a um homem tão jovem.

— O senhor pode olhar para mim, Antônio? - perguntei querendo ver o rosto daquele homem que não tinha nada a ver com o amigo.

— Posso não, moça. A moça é bonita demais para um matuto como eu ficar olhando.

— Pois eu gosto de conversar com as pessoas olhando nos olhos. - falei num tom mais sério, mas que surtiu resultado e ele levantou a cabeça.

O rosto seguia as mesmas condições das mãos e dos braços, pele enrugada e queimada de sol, mas havia ainda um traço de juventude ali, principalmente nos olhos que me olhavam aflitos pela vergonha sincera.

— O Jackson é seu amigo há muito tempo, senhor Antônio.

— Desde que ele nasceu, moça.

— Como o conheceu? - perguntei imaginando que se a conversa fosse sobre outra pessoa ele se sentiria menos apreensivo.

— O pai dele tinha um sítio do lado de onde nós morava, lá na roça.

— Adoro histórias de roças, sítios e coisas do tipo. - menti descaradamente, nunca sequer vira uma galinha viva.

Ele demorou um pouco pra tomar coragem e tentava abaixar a cabeça, mas toda vez que eu via aquilo dizia “Seu Antônio, olha pra mim” tantas vezes que começou a ficar engraçado e ele aos poucos foi se soltando e começou a falar.

— Quando a muié morreu eu sozinho num conseguia dar conta da lida na roça e das criança, tenho quatro fio, moça, tudo homi e quando ficaram sem mãe, a vida ficô bem difici, O pai do Seu Jackson – que Deus o tenha – comprou o sítio nosso, deixô nós continua morando na casa e deu emprego pra eu, já faz mais de vinte ano. Ele, o pai do seu Jackson – que Deus o tenha – ajudou com a educação dos menino. Eu não sei lê muito bem, não, moça, mas meus fios tão tudo na faculdade, o mais véio, o Paulo, já é dotô adevogado, o João é dentista, Marcelo é quase engenhero e o mais novo, o Carlinho vai ser bio… bio… bi-o-lo-go. Tá quase formado. O Carlinho mora com o namorado, sabe dona Bárbra, a senhora sabe essa coisa de menino que gosta de menino? Então, o Carlinho gosta e eu num vejo problema nenhum não, porque meu fio é trabaiadô, educado e é bão nos estudo… todos os meus minino são bão, tão tudo encaminhado, moça, o pai do Seu Jackson, que Deus o tenha, era um homi muito bão e ajudô pra que eles estudasse. O o Seu Jackson também é um homem bão, moça, tem um coração que num cabe no peito, ele é muito ocupado, tem um monte de serviço na cidade e num gosto de dá trabaio pra ele não. Semana passada eu caí lá na roça e o seu Jackson que vai toda semana pra vê se eu preciso de alguma coisa, me trouxe pra casa dele. Ele deixa de cuidá das coisa dele pra fica me levando no médico, moça, num gosto de dá trabaio pros outro, e ele trata eu como se eu fosse um piá, não me deixa trabaiá e agora diz que o dotô mandou eu fazê essa coisa aqui ca senhora.

Sinceramente, eu estava quase chorando de ouvir aquele homem contando sua história com tanta sinceridade e resolvi que cuidaria dele pessoalmente e com todo carinho.

— Então, Seu Antônio, a parti de hoje eu cuidarei do senhor, e para começar, não quero o senhor andando de cabeça baixa que isso faz mal para suas costas. Estamos combinados?

— Isso num tá certo, não, moça. A senhora vai me descurpa, mas uma moça como a senhora não precisa perdê tempo cum homi como eu, não.

— Eu não perco meu tempo, Seu Antônio, para mim é uma alegria cuidar dos meus pacientes. E o senhor merece tanto cuidado quanto qualquer pessoa.

Nos olhos dele percebi que estava muito desconfortável com aquilo, imaginei que o pobre coitado tinha uma opinião muito ruim de si mesmo e aquele tipo de coisa, para mim, só acontecia em caso de abusos.

Nem parei para pensar, e esse é um dos meus defeitos, a ideia de que alguém pudesse explorar um homem simples como aquele me deixava furiosa. Resolvi interromper a conversa, levei-o de volta para a recepção, pedi que esperasse ali enquanto eu conversava com o Jackson.

— O senhor está tirando vantagens daquele homem, senhor Jackson? - acusei apontando o dedo na cara dele.

Resolvi ir direto ao assunto, não era educado, nem ético, mas estava muito puta da vida que alguém fizesse algo com um homem simples como o Seu Antônio.

— O Tom disse isso, Bárbara? - perguntou ele com uma tranquilidade que fez meu sangue ferver ainda mais.

— Claro que não! Ele acha que o senhor é um “homi bão” falei imitando o jeito do Antônio. Mas ninguém se torna tão arredio sem ter sofrido abusos…

— Nesse caso, permita-me explicar. - disse ele – O Tom vem de uma família muito pobre, Bárbara, herdou aquele pedaço de terra dos pais, mas nunca conseguiu tirar de lá mais que apenas o sustento, nunca conheci uma pessoa que trabalhasse tanto quanto ele, mas o sítio precisaria de muito investimento e muito trabalho para se tornar rentável, quando a mulher dele morreu, meu pai que era dono da propriedade vizinha tomou a decisão de cuidar daquele homem e dos seus filhos, minha família toda tem uma dívida de gratidão impagável com Antônio, então, comprou o sítio e o contratou mão de obra especializada para fazer o lugar reviver. Não sei como meu pai soube que o sonho de Antônio era produzir vinho, então, investiu uma pequena fortuna para que aquele sonho se tornasse realidade, mas mesmo podendo contar com quanta mão de obra quisesse Antônio insiste em trabalhar doze, quatorze horas por dia. O lugar que era para ser apenas um refúgio onde meu pai gostava de pescar e andar a cavalo, se tornou em poucos anos uma referência em produção de uva e vinho artesanal, além disso ele cultiva todo tipo de alimento, tem pomares e hortas e por mais que eu insista, ele quer cuidar pessoalmente de tudo. Eu e os filhos dele temos mais ou menos a mesma idade, dois são mais velhos e dois são mais novos que eu, então, desde que nasci eles são como primos, sempre que íamos para a “roça” eu passava o tempo todo na casa dele com os meninos e foi com o Tom e com os filhos dele que aprendi o valor do trabalho e o respeito pelas pessoas, ele é o responsável por não ter me tornado um idiota como muitos da minha geração. Quando meu pai morreu, ele me manteve em pé. Devo tudo a esse homem, quando os filhos foram para a faculdade pedi que viesse morar na minha casa, esperando que assim ele descansasse um pouco, mas quando o assunto é convencê-lo de que não precisa se matar de trabalhar ou que tem de se cuidar, ele não ouve. É impossível convencê-lo de qualquer coisa que lhe traga melhor qualidade de vida. Já tentei de tudo, mas só consegui deixá-lo feliz quando parei de insistir.

Bom, eu não esperava por aquela revelação e fiquei sem saber como prosseguir. Jackson notou e pediu.

— Por favor, Bárbara, cuide dele o melhor que puder, pago um adicional se for o caso, mas cuide dele. Depois da morte do meu pai, ele é o único que me importa.

Sinceramente não esperava aquele nível de comprometimento por parte de Jackson, mas fiquei feliz em saber que o Antônio tinha quem olhasse por ele. Me desculpei pela falta de jeito, mas Jackson nem deu bola, para ele o fato de eu me importar com o amigo dele era tudo o que ele procurava.

Começamos a trabalhar junto no dia seguinte. Antônio chegava antes da clínica abrir, dirigia um calhambeque, e na primeira vez que vi fiquei surpresa. Aquele era um carro de coroa pegador, não de uma criatura tímida como ele – só algum tempo depois soube que o carro fora de seu pai. Ele fazia todos os exercícios sem reclamar, por conta do horário, normalmente ficávamos sozinhos por quase uma hora e ele nos primeiros dias parecia que estava até piorando, de tão constrangido que ficava por estarmos sozinhos.

A gente conversava muito, ou melhor, nos primeiros dias eu falava bastante para distraí-lo e só lá pelo quinto ou sexto dia ele começou a soltar uma ou outra opinião, e demorou mais ou menos mais outros cinco ou seis dias até que ele passou a realmente conversar comigo, contou histórias e me ensinava a cuidar de plantas que eu poderia ter no apartamento.

— Entendo isso não, dona Bárbra, essa coisa de morar sem quintal, sem podê cuida dumas galinha, de tê uns pé de qualqué coisa pra cumê, lá na roça tem arvre por todo lado, seu Jackson aprendeu a gostá de ver as arvre cresce e sempre tá plantando alguma coisa, então pra onde a gente oia lá na roça tem pé de cedro, mogno, cerejeira e imbuia, tem muira catiara, tem peroba, ipê, jacarandá, jatobá, e tem goiabera, limoero, tem pitanga, acerola, cacau, banana… e um monte de outras fruta que o seu Jackson traz das viage dele, trouxe tudo ainda mudinha e é muito bunito ver cresce tudo fortinha. Que tipo de moleque não sabe subi num pé de abacate, dona Bárbra?

Antônio era um homem forte, rígido e a medida em que suas costas melhoravam, parecia crescer e no final da segunda semana já mostrava uma postura mais correta e percebi assombrada que era mais alto que eu, pelo menos uns cinco centímetros. E era um homem bonito, mal cuidado, mas bonito.

O ortopedista tinha recomendado trinta sessões e depois da avaliação veria se fosse o caso de adicionar mais, mas eu estava determinada a cuidar daquele homem um pouco mais, mesmo que fosse de outro jeito, liguei para Jackson e sugeri que pedisse a Antônio que fizesse Pilates, e que se não fosse muito abuso da minha parte que eu gostaria de continuar trabalhando com ele. O homem ficou surpreso e feliz com a sugestão, mas avisou.

— Tom não é um cara fácil, Bárbara. Você terá de ter muita paciência com ele. Aceitou fazer fisioterapia porque eram ordens médicas, mas não sei se aceitará continuar a se cuidar.

— Se você não se importar, gostaria de tentar convencê-lo. - sugeri sem ter ideia de como fazer Antônio aceitar a terapia.

— É claro que sim, Bárbara. Agradeço muito, muito mesmo.

Quando soube que o ortopedista adicionara mais trinta sessões, passei a conversar com ele sobre fazer Pilates. E aquele homem me deu um trabalho danado, como Jackson disse que aconteceria. E quase todos os dias eu falava com ele e nada de homem aceitar. Ainda faltavam quinze sessões, o que significava três semanas e ele continuava irredutível. A teimosia dele era tanta que me dava até raiva.

Até que um dia atrasei para o trabalho, então fui com a primeira roupa que peguei. Quando cheguei ele já me esperava, então, fomos direto ao que interessava, nem passei no meu armário para pegar o avental. Só me dei conta de que a blusa formava um decote no limite do respeitável quando percebi Antônio olhando com desejo para mim. Não era como se ele não tivesse me olhado antes, mais de uma vez eu vi em seus olhos dele que me achava uma mulher bonita, mas além de tímido ele é muito respeitoso e sempre muito discreto, naquele dia, no entanto, o homem ficou muito abalado, pois o desejo vencia a timidez e ele me olhava, ainda tentando ser discreto, sem muito sucesso.

A calça do uniforme da clínica não era feio, mas também não ajudava ninguém a parecer sexy, ainda mais que normalmente eu estaria de avental. E num dia comum eu não agiria daquela forma, sempre fui uma profissional muito séria, mas naquele dia, sem saber exatamente porque, não puxei a blusa para cima e nem vesti o avental.

Eu fazia de conta que não via, ele tentou não dar bandeira, mas em toda oportunidade que surgia ele quase me comia com os olhos.

No dia seguinte, só para ter certeza fui com um decote um pouquinho mais insinuante e abusada que sou, coloquei uma calça branca tão justa e entrava tão fundo na minha bunda que quase não dava para ver a marca da calcinha fio dental que na frente formava o famoso “capô de Fusca”. Eu estava muito gostosa e sabia disso.

Quando vi Antônio chegando com o carrinho velho dele, outra coisa que não combinava com aquele homem, tratei de tirar o avental e dar uma boa puxada na calça para cima.

Se no dia anterior, só com um decotinho ele já ficara todo animado, queria ver se minha bunda e pernas podiam competir com meus peitos.

Falando disso agora, me dá até uma pontinha de remorso por ter torturado o pobre coitado durante uma hora. Naquele dia ele quase não fez nenhum exercício da forma correta, talvez porque passou o tempo todo de pau duro e tentando disfarçar.

Nos dias seguintes voltei ao uso do uniforme e do avental, mas, pelo menos, duas vezes por semana torturava o Antônio, para ele ver o que perderia se continuasse se negando a fazer o que eu pedia. Coincidentemente ou não nossas conversas se tornaram mais frequentes e ele se mostrou, daquele jeito simples e tímido uma pessoa muito divertida, sempre com histórias que me faziam chorar de rir.

A última vez que tive de insistir em que ele fizesse Pilates, aconteceram duas coisas. Ele deu a entender que se fosse comigo ele faria, o que me fez perceber que em nenhum momento eu dissera que eu cuidaria dele também na academia, e a outra coisa foi que, como estava fazendo um calor monstro e o ar-condicionado quebrou, eu usava uma calça legging e um top.

Antônio literalmente babava.

— Toninho… - olha como eu era abusada – eu não falei que eu, pessoalmente, cuidaria de você? Então, eu trabalho aqui de manhã e na academia de tarde. E se você deixar de ser teimoso e concordar em fazer o que eu estou sugerindo, você vai para a academia comigo.

O sorriso que surgiu na cara daquele homem foi a coisa mais linda que já vi.

As roupas foram outro problema. Se na fisioterapia ele vinha com as mesmas roupas que andava para qualquer canto, com a ajuda de Jackson o convencemos a usar roupas mais adequadas para o Pilates. E ele reclamou um monte como eu sabia que reclamaria.

— Isso lá é roupa de homi da minha idade, dona Bárbra? Oia minhas perna de fora… Isso tá certo não!

E olha que ele estava de bermuda na altura do joelho e camiseta. Imagina se sugerisse algo mais aderente, aí que o caboclo tinha uma coisa. Mas com o passar dos dias ele foi se acostumando e parou de reclamar.

Na academia a grande maioria dos clientes era feminino ou homens gays e também por isso eu me sentia a vontade para usar quase sempre apenas bermuda e top… e não sei se Antônio estava preparado para isso. Nos primeiros dias ele estava tão tenso que quase não conseguia fazer os exercícios, e confesso que maltratava o pobre coitado ficando em posições provocantes sem parecer que estava de sacanagem com ele.

Depois de umas semanas ele começou a relaxar e um dia até arriscou um elogio, dizendo que eu era uma mulher muito bonita.

Estranhamente fora dali eu pensava naquele homem com muita frequência. Não sabia o que ele tinha, mas depois de conhecê-lo até minha vida sexual mudou, não que houvessem muitos homens nela, mas minhas fantasias para a masturbação sempre exigia reforço de um filme pornô ou algo do tipo, depois que Antônio entrou na minha história e principalmente, depois que comecei a brincar de seduzi-lo, era só ficar à vontade, pensar nele, pegar meu vibrador predileto e o orgasmo vinha fácil. E até mesmo os homens que conhecia quando saia para beber e dançar com as amigas, e que em outras épocas poderiam parecer interessantes, se tornaram chatos, sem graça, todos muito parecidos, com conversinhas que me dava sono.

Os dias iam passando e um a um conheci os meninos dele, eram todos homens grande, altos com mais de um e noventa, bonitos e fortes. Sabe aqueles rapazes que você vê pela primeira vez e tem certeza que são bonzinhos apesar do tamanho assustador? O Carlinhos, como o Antônio tratava o filho mais moço era o maior de todos e veio com o namorado. Vinham trazê-lo quando passavam para visitá-lo e Antônio fazia questão de apresentá-los com o peito estufado de orgulho, e sempre esperavam para levá-lo de volta. Conversei bastante com cada um deles enquanto o pai tomava banho e trocava de roupa, e a adoração que aqueles meninos tinham pelo pai era evidente.

Sei que me divertia cuidando dele, o jeito tímido e a educação antiquada mais os olhares que me lançava sempre que imaginava eu não pudesse perceber, mexiam com minha vaidade. Ele estava sozinho desde a morte da esposa, então, ser a mulher que despertava desejo nele fazia muito bem para o meu ego.

De vez em quando me pegava pensando em coisas que pudesse fazer para ajudá-lo com outros assuntos e como ele disse que quase não sabia ler, trouxe livros com histórias que imaginei, ele pudesse se interessar. Como não pareceu muito animado, me ofereci para ler com ele e com isso, uma vez por semana, depois da sessão, como ele era o último cliente do dia, passávamos quase uma hora lendo e falando sobre as histórias dos livros. Em pouco tempo ele estava amando ler, mesmo que lesse bem devagar e sempre enroscasse quando achava uma palavra que não entendia.

Numa noite eu estava ouvindo música no celular e ele perguntou o que eu gostava de ouvir, mostrei e como imaginei, ele não conhecia nada de música pop, quando perguntei que músicas ele ouvia, disse que tinha uns discos na casa dele na roça, mas que o toca disco não funcionava há anos. Pedi que trouxesse os discos para eu ver e na semana seguinte um de seus filhos trouxe uma caixa repleta de discos de vinil. Quando conversamos sobre eles, Antônio disse apenas que ele mesmo nunca comprara um disco na vida, que alguns que estavam ali haviam sido do pai dele e outros a esposa comprara, mas que ele gostava de todos.

Pedi que me deixasse ficar com eles uns dias sem dizer que não tinha toca discos em casa. Ele permitiu e dali mesmo levei na casa de um amigo para digitalizar todos eles, comprei um aparelho de mp3 com fones de ouvido e uma caixinha bluetooth. Mas antes de entregar os discos resolvi ouvir alguns para saber do que se tratavam. Fiquei genuinamente surpresa ao perceber que Antônio tinha um gosto muito sofisticado para música, os discos eram todos de música instrumental ou erudita e até alguns músicos de jaz e MPB. Eu nunca ouvira falar da maioria deles, ali descobri que Villa Lobos tinha sido um maestro e eu só conhecia por ser nome de uma avenida importante da cidade.

Aquilo me deixou bem confusa. O homem lia mal, vivia enfurnado na roça, mas, ao mesmo tempo, educara os filhos para serem independentes e boas pessoas, não sabia como tinha sido a história com a homossexualidade do filho, mas ele parecia não ter preconceito quanto a isso, fazia vinho artesanal que soube pelas minhas pesquisas fora premiado desde o primeiro ano, andava num MP Lafer que combinaria mais com um playboy que com um cara da roça e tinha primoroso gosto para música. Eu que era a mulher instruída ali, tinha dois cursos universitários, vivia por conta própria desde os dezesseis anos, me achava inteligente, requintada e não conhecia nem um décimo daquelas músicas. Eu pensava ter qualidade na minha vida, sabe aquela coisa que é mais cara que o dinheiro e que apenas quem consegue enxergar o lado bonito dela conhece e aprecia? Mas comparada com Antônio eu comecei a me achar uma idiota que fez faculdade só para ter um emprego…

Aquilo me deixou curiosa e no dia em que devolvi os discos e mostrei como funcionava o mp3, que ele aceitou só quando ameacei nunca mais falar com ele na vida se me fizesse uma desfeita dessas, pedi que me contasse daquelas músicas.

— Quando a gente vive na roca, sabe moça, o tempo é diferente de cá na cidade. As vez a gente consegue sentá na varanda e vê a chuva lavando tudo, tem dia que a gente pode sentá na beira do rio pra pega uns peixes, as vez a gente pode só fica parado ouvindo os grilo cantando nas arvre… tem dia, dona Bárbara, que tenho a impressão que consigo vê as planta crescendo na frente dos meus zóios… quando era menino aprendi a tocá violão com o Agenor, um italiano que morava pro lados lá de casa e eu gostava de vê a noite chegando, os sapos conversando, sentado num banco, com a muié ali perto, eu tocando violão pra ela e pensando na vida. Mas quando os meninos começaram a chegar um atrás do outro e depois a muié morreu, tive mais tempo não. Ai os disco do pai servia para aliviar um pouco a tristeza…

— E você tocava essas músicas dos discos? - perguntei tentando não parece assombrada.

— Algumas. - respondeu ele como se não fosse nada demais.

Eu podia ser um besta em relação a música boa, mas certamente nem a mais simples daquelas que ouvi nos disco parecia algo simples e fácil de tocar.

— Você ainda tem o violão, Antônio?

— Tá lá na roça.

— Será que um dia você tocaria algumas dessas músicas pra mim?

— A senhora me desculpe, dona Bárbara – depois que começou a se dedicar a leitura ele parara de me chamar de Bárbra – eu penso que tô em dívida ca senhora. Tirando o seu Jackson e o pai dele – que Deus o tenha – não tô acostumado a tê gente fazendo as coisa pra mim. E a senhora é a mulher mais bondosa que eu já conheci. Então, não tem muita coisa que a senhora possa pedir que eu me negue a fazer.

Aquela resposta literalmente me deixou sem ar. Eu não sabia o que dizer depois daquilo, não foram só as palavras, ele escolheu justamente aquele momento para falar me olhando nos olhos, com uma intensidade que, de algum jeito entendi aquilo com uma declaração de amor.

Ele fez que não percebeu o quanto eu estava mexida com aquela conversa, juntou suas coisas, me deu um aceno de cabeça e foi tomar banho.

Depois de uns minutos eu tranquei a academia e fui atrás dele no vestiário. Não estava pensando, as palavras dele mexeram comigo de um jeito que eu não entendia, mas reconheci que com ele eu me sentia muito mais mulher, me sentia inteira desejável e me sentia muito segura. Não que eu faça o tipo mulher frágil, muito pelo contrário, mas com ele, até mesmo aquela pequena partícula de mim que de vez em quando chorava antes de dormir, se sentiu calma e em segurança.

Não sabia como dizer para ele as coisas rodavam na minha cabeça a ponto de me deixar tonta e na verdade, apenas quando entrei no vestiário é que me dei conta do absurdo da situação, mas aí já era tarde. Antônio estava com espuma nos cabelos e de olhos fechados, então, por alguns segundos pude ver o que o trabalho pesado na roça podia proporcionar a um corpo masculino. Ele parecia não ter um grama de gordura no corpo, era todo músculo e um tipo de beleza crua, primitiva que me deixou de pernas bambas, mas quando ele virou de frente e vi o pênis balançando e mesmo em estado de repouso percebi que era de tamanho respeitável… na mesma hora comecei a salivar.

O que eu sentia e o que eu via formaram um turbilhão dentro de mim e eu não entendia o que estava acontecendo comigo. Sabia que a qualquer momento ele abriria os olhos e me veria ali, mas eu não conseguia sair do lugar. Ainda sem saber o que e por que fazia, me vi andando em direção ao chuveiro, era como se uma força tomasse conta de mim, e quando parei, perto o suficiente para ver as cicatrizes que aquele homem carregava no corpo, o único pensamento que me ocorreu foi que ele, de todo jeito que eu via, me parecia maravilhoso.

E nunca antes o gesto de me despir pareceu tão natural.

Ele abriu os olhos quando eu estava a um passo, com a calcinha não mão, e tremendo de medo, de ansiedade e de tesão. Antônio ficou surpreso por uns poucos segundo, me olhou nos olhos e pareceu entender o que acontecia comigo, estendeu a mão e me puxou para debaixo d’água com ele. Me aconcheguei em seu peito, passei os braços pelas suas costas e respirei aliviada. Depois de algum tempo ele pegou meu queixo com suavidade e me fez olhar para ele, a água da ducha batia em nós dois, o vapor do ambiente parecia criar a atmosfera perfeita e me sentia como uma menina antes do primeiro beijo.

E quando os lábios dele pousaram nos meus, foi com a delicadeza de quem entende, e da minha garganta veio um gemido de quem se entrega. Com isso ele aprofundou o beijo com força e quase brutalidade, exigindo de mim um nível tão intenso de resposta que eu não sabia que era capaz. Quando percebi estava com os braços em volta do seu pescoço e puxando-o para que me engolisse e que nos tornássemos um naquele beijo. Eu me apertava em seu corpo como se só os braços dele me prendendo fosse pouco.

Nunca antes fui beijada daquela forma, nunca me entreguei daquele jeito a um beijo.

Quando nos acalmamos um pouco ele desligou a água e me virou para ficar de costas, grudou o corpo no meu, seu pênis grande, duro e pulsante nas minhas costas, sua boca se deliciando com minha nuca e pescoço enquanto suas mãos explorando minha pele, desde os joelhos, a bunda, a cintura… o homem parecia ter dez mãos e quando achava que ele estava indo para onde meu corpo latejava de desejo, ele desviava e acariciava outra parte de mim, sempre passando longe dos lugares que eu queria que ele tocasse e mesmo assim me acendendo um fogo que parecia querer me consumir inteira.

Sem aviso ele direcionou uma mão para um dos meus seios que doía exigindo atenção e a outra foi para a minha buceta que se abriu em seus dedos como se ele fosse o proprietário e tivesse todos os direitos.

A mão calejada e forte me apertava o mamilo, brincando na fronteira entre a dor e o tesão enquanto a outra apenas passeava pela periferia da vagina que de tão molhada escorria pelas coxas. Eu só conseguia gemer e me contorcer em suas mãos, sentindo seus dentes mordendo com suavidade meu pescoço, parecia que a qualquer momento ficaria louca se ele não entrasse em mim, mas Antônio parecia disposto a me torturar e quando achei que ficaria louca com aquilo, ele com uma suavidade impressionante para um homem daquela natureza, tocou meu clítoris com a calma de quem conhece o assunto. E se antes já achava que morreria com a forma como o tesão crescia dentro de mim, ali com ele me bolinando, eu nem respirar conseguia e cada puxada de ar parecia doer em meu peito.

Do nada ele para tudo, e um sentimento de desamparo toma conta de mim, mas então, ele me vira de frente para ele e cai de joelhos aos meus pés, sua boca já substituindo os dedos que até momentos antes me levavam a loucura. O calor de sua boca a agilidade de sua língua, que hora entrava inteira em mim e dali a pouco brincava com meu botão me trouxe um orgasmo que subiu como um vulcão erupcionando, lento, grosso, áspero e violento e quando gozei na boca dele, gritei, mas não havia forças em mim para que o grito fosse mais que uma tentativa. Senti, como se toda energia em mim se concentrassem em minha vagina e fluísse para a boca daquele homem maravilhoso, e num átimo notei que aquilo era o que a vida inteira quis, aquele tipo de prazer que apenas o total abandono de si mesma proporciona, e se nunca busquei foi por não saber que era possível.

Meu corpo respondia como se ele me possuísse, e da mesma forma como sentia pertencer a ele, nos olhos de Antônio via que estava igualmente se pondo em minhas mãos.

Quando o gozo acabou, eu sabia, faria qualquer coisa por ele.

E só não caí prostrada porque ele me amparou e me deitou no banco estreito e almofadado.

Minha cabeça girava e meu corpo inteiro tremia, Antônio ajoelhado do meu lado, me contemplava com adoração, uma mão segurava a minha e a outra estava em meu rosto direcionando meu olhar para os olhos dele.

— A senhora é a mulher mais linda do mundo, dona Bárbara. Não devia deixar um bronco como eu tocar na senhora…

— Você é maravilhoso, Antônio. Nunca permita que alguém te faça duvidar disso.

Ele sentou no banco e me amparou em seu colo pelo tempo que precisei para me refazer. Eu não estava acostumada a me sentir daquele jeito, como se o todo meu mundo girasse em torno daquele homem, mas também, pela primeira vez na vida me senti completa, satisfeita de um jeito que imaginei, só existia em livros. Quando me mexi e olhei para o rosto dele, Antônio continuava olhando para mim como quem vê uma divindade. Puxei seu rosto para perto e quando nossos lábios se encontraram foi como se uma corrente elétrica passasse entre nós, me deixando sem fôlego e pronta para nova rodada, interrompi o beijo apenas o suficiente para virar o corpo de frente para ele e até pensei em continuar beijando, mas algo me chamou a atenção entre suas pernas.

Quando baixei os olhos e vi aquele pênis duro como uma rocha apontado para mim, grande, reto e cabeçudo, nem pensei duas vezes e caí de boca, engolindo o quanto conseguia, o que, naquela posição não era mais que a metade. Eu tentava, mas com a cabeça virada para baixo não entrava.

Sem falar, pedi a ele que levantasse, deitei no banco deixando a cabeça pender na ponta, a nuca apoiada na beirada, o cabelo balançando no ar. Antônio entendeu e voltou a foder minha boca, mas agora, naquela posição eu conseguia engoli-lo inteiro.

E ele literalmente fodeu a minha garganta, suas bolas batiam no meu nariz e olhos, suas mãos áspera espremiam meus peitos e eu que tantos boquetes fiz na vida, sempre pelo prazer do outro, pela primeira vez estava sentindo verdadeiro tesão em sentir aquele rolo de carne, duro e grosso na garganta. Antônio ameaçava tirar o pau da minha boca quando eu engasgava, mas eu passei a mão por trás de seu corpo e apertando a sua bunda mostrei que não era assim que eu queria. Agarrei com força sua bunda, puxando ele de encontro a minha boca para aumentar a intensidade, e quando dois minutos depois ele gozou e de novo ele tentou tirar o pau da minha boca, mas não permiti e puxei-o com força para que toda a porra fosse derramada no fundo da minha garganta. E dessa vez ele foi quem tremeu, urrou como um animal e perdeu o fôlego.

E me senti recompensada como se tivesse conquistado o mundo.

O pau dele deixou a minha boca e ele caiu de joelhos, me ajudou a ficar numa posição mais confortável, pois minha nuca doía e voltou a se posicionar do meu lado.

— Eu nunca vi uma coisa dessas, dona Bárbara… a senhora é maravilhosa. - sussurrou ele com a boca pertinho da minha.

Eu sorria feito uma boba, me sentindo a pessoa mais feliz do universo.

— A senhora iria a um lugar comigo hoje? - perguntou ele carinhoso.

— Sim. - respondi tranquila.

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Comentários

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Muito bom este conto. Assino embaixo nos outros comentários, um dos melhores contos deste site!!!!!!!

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Espetacular! Sem sombra de dúvidas, um dos melhores contos do site. Esperando a continuação.

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Adorei, super excitante. Dá uma lida nos meus também, espero que goste.

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Excelente conto, um dos melhores que já li. Estou aguardando a continuação.

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Conto muito bem escrito. Com vontade de quero mais!!

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Conto maravilhoso. Gosto muito deste estilo de conto, que envolve uma sedução entre duas pessoas de mundos tão diferentes. A Fêmea típica da cidade, que sempre se envolveu com homens comuns da cidade, a partir do seu trabalho, se deixa se envolver com um homem rude, com estilo de vida rural, com tantas qualidades, mas que não costuma ser valorizada. Este conto poderia ser pauta para um livro! Espero que continue. carareservado@gmail.com

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