Bem, Himerus, como vc pediu, vou expor minha opinião. Vc tem uma capacidade incrível de arquitetar a estrutura literária de uma narrativa. Além de uma linguagem castiça (salvo alguns poucos deslizes gramaticais), vc consegue reunir diversos pontos, ou "deixas", que, suponho, serão retomados mais tarde. Isso vc vai estruturando aos poucos, e deixando o leitor bastante curioso sobre o desenvolvimento do roteiro. A Amanda, por exemplo, que deixou uma calcinha com o número do telefone, provavelmente voltará à cena (aliás o lance de tirar a calcinha, numa espécie de atrevimento irritado, foi genial). O suspense criado e alimentado constantemente pelo narrador é bastante motivador ao leitor, mas pode também desgraçar o texto, se não corresponder às expectativas criadas. Bem, a princípio, não gosto de contos com continuação - procuro seguir a ideia teórica da literatura que define o conto como uma unidade narrativa dramática, para ser lida de uma vez só, porque foi escrita de uma vez só também. Continuação é coisa de novela, talvez de romance. Mas é provável que eu vá voltar para continuar a leitura, uma vez que a curiosidade foi despertada. Deixei para o final o único ponto negativo que achei: meu amigo, que título é esse??? Primeiro, o tamanho dele é desproposital. O título deve ser o mais compacto possível, e conseguir ganhar o leitor para a leitura, uma vez que é a primeira coisa que ele vê. Depois, é uma apelação sem a menor necessidade. Seu texto é bom e atraente o bastante para que o leitor não vá embora. Confesso que, se estivesse navegando, descompromissadamente, pela Casa, não leria um conto que traz um título desse