VIDA DE UNIVERSITÁRIO - Capítulo 9: Vida de um intercambista.

Um conto erótico de Ferdinand Fiore
Categoria: Homossexual
Contém 2304 palavras
Data: 29/06/2020 12:34:46

Cheguei em Roma disposto a deixar a tristeza dos últimos acontecimentos para trás. Disposto a encarar o primeiro semestre de intercâmbio estudantil com todas as minhas forças e, se possível, prorrogar por mais um semestre. Chegamos no aeroposto, eu e Juliana (a garota do outro semestre para qual ofereceram o intercâmbio), e o responsável pelos alunos intercambistas (Sr. Salvatore) já estava esperando. Junto com o responsável já estavam dois alunos mexicanos que tinham chego um pouco antes e 3 brasileiros que tinha ido por meio de uma Faculdade da região nordeste. Ficamos por mais uma hora no aeroporto para recepcionar dois estudantes que chegariam do Chile.

Era manhã e aproveitamos para nos conhecer. Confesso que na questão beleza nenhum dos intercambistas me chamou a atenção, porém todos eram muito simpáticos e alegres. Mas os italianos, ahhh os italianos... Por mais que eu tivesse com o meu coração partido por causa do Renato, não pude deixar de notar na beleza dos homens daquele país. A gente nem sabe para que lado olhar e além da beleza (sim, os italianos são muito bonitos), sabe o que mais chama a atenção? O estilo. Os homens se vestem muito bem! Mas a beleza é indescritível... Tem para todos os gostos, são simpáticos e alegres, ao cumprimentar te beijam no rosto e gostam muito de falar.

Com a chegada de todos e após todos os tramites no aeroporto partimos em direção a Universidade para a regularização de toda a documentação e para conhecermos o local. No caminho aproveitei para vislumbrar a beleza daquela cidade. Parecia um sonho!!! Por um momento desejei que Renato estivesse ao meu lado vivenciando tudo aquilo comigo e, por mais que estivesse tentando deixar as lembranças do Brasil para trás, era inevitável não pensar nele, afinal, por mais que ele tivesse me traído, eu ainda o amava intensamente. Minha vontade era pegar o meu celular, que não funcionava naquele país, e ligar para ele. Eu tinha que parar de pensar nele, senão seria insuportável a minha estadia na Itália se tivesse que sofrer com a ausência do Renato. Ele era passado e tinha que apagá-lo da minha memória e coração.

Após conhecermos a Universidade, que era um belo local, fomos apresentados para os “nossos familiares” italianos, que já estavam nos esperando por lá. Cada intercambista moraria na casa de uma família, de modo a facilitar a adaptação ao idioma italiano e aos costumes daquele país. E é aí que entram os personagens principais da minha estadia em Roma. Fui apresentado para a “minha família”, que na verdade não passava de um casal. Antonella era a esposa, uma jovem mulher por volta dos 37 anos, cabelos castanhos claros, olhos verdes, proprietária de uma pequena loja de roupas e um detalhe: ela estava grávida. O seu marido era Mariano, um belíssimo exemplar de italiano, de 38 anos, funcionário de uma grande empresa italiana, pele queimada de sol, uma barba bem feita, olhos verdes também, cabelos castanho escuro, um corpo na medida certa (nem magro e nem gordo), um sorriso encantador e uma elegância no modo de se vestir. Ambos eram muito simpáticos e me receberam com muita alegria. Não tive dificuldades de comunicação, afinal já tinha um prévio conhecimento do idioma, embora travasse em algumas palavras. Logo fui levado para casa deles, que diga-se de passagem era uma bela casa, mas nada de muito luxo. Havia tudo que era necessário e eu não podia reclamar. Tinha um quarto só para mim o que permitia ter a minha privacidade. Aliás, eles sempre me deixavam muito a vontade na casa, afinal eles passavam o dia inteiro fora de casa, retornando para a residência geralmente a noite, principalmente a Antonella. Já Mariano, como ele resolvia muita coisa na rua para a empresa que ele trabalhava, constantemente ele aparecia no meio do dia na casa para comer algo, ou trocar de roupa, ou descansar e, por este motivo, enquanto estive lá, a nossa aproximação foi maior.

No início tudo foi muito estranho, a adaptação demorou um pouco. Tive duas semanas antes das aulas começarem e esse tempo foi justamente usado para conhecer a cidade. Eu saía muito sozinho durante as semanas e quando o Mariano ou a Antonella podiam, me levavam para conhecer os pontos turísticos. Nesse período também mandei uma carta para Heloísa, porém pedi que ela não passasse meu endereço para ninguém. Nessa carta não perguntei sobre o Renato.

Após o período de adaptação comecei a me virar muito bem sozinho. A noite, eu e Mariano sempre tínhamos algo para conversar, ele perguntava muito sobre o Brasil, falava da sua vontade em conhecer o país, falava sobre a sua infância, família e trabalho. Em uma das conversas me perguntou sobre namoradas, e falei que não tinha pois queria me dedicar aos estudos. Tentei não prolongar muito sobre o assunto e ele notou o meu desconforto em falar sobre isso, morrendo o papo sobre namoradas ali.

Na primeira semana, como as aulas não tinham começado, não apareci na Universidade, porém na segunda semana eu fui levar e assinar alguns documentos. Um fato me surpreendeu nesse dia. Conversando com o Sr. Salvatore, ele me disse que no final da semana anterior apareceu um rapaz na faculdade, que ele não se lembrava o nome, me procurando. Ele se dizia um amigo do Brasil e queria muito saber se eu estava já estudando e onde morava. Porém, como a faculdade não sabia quem ele realmente era e eles não tinha a permissão de passar o endereço de onde eu estava morando, ele foi embora. No dia seguinte ele retornou e tentou conseguir as informações com uma outra funcionária, porém não teve êxito, indo embora e não retornando mais. Perguntei como era esse rapaz e, para minha surpresa, pela descrição era o Renato. Seria possível mesmo que o Renato veio do Brasil para conversar comigo? Provavelmente ele queria se desculpar, vir com aquele papo que não era a sua intenção me trair, e blá blá blá blá. Embora meu coração estivesse apertado em saber que provavelmente o Renato tinha ido atrás de mim, reforcei que não queria que eles passassem o meu endereço para ninguém. Ao mesmo tempo eu queria vê-lo e sentir sua boca junto com a minha, sentir seu cheiro, tocar em sua pele, fazer amor novamente com ele. Foi inevitável lembrar de nossos momentos íntimos, de nossas noites de amor e sexo.

Nos dias seguintes sempre questionava ao Sr. Salvatore se o rapaz tinha retornado e ele disse que não, o que me deixou aliviado e, ao mesmo tempo, triste, pois no fundo, ainda tinha esperança que algo poderia acontecer. As semanas foram passando e estava adorando as aulas, a cidade, a minha nova família. Sempre que possível ligava para a minha família do Brasil, sempre contando as novidades. Minha mãe me disse que meu pai tinha perguntado sobre mim, de como eu estava na Itália e isso me fez ficar feliz, afinal era sinal que ele estava começando a mudar a sua decisão eu não querer falar mais comigo.

Estava na Itália há três meses e tinha me habituado totalmente com a rotina naquele país. Adorava sair para caminhar nas ruas, as aulas estavam maravilhosas. Nesse tempo me aproximei muito do Mariano e notei que ele começou a vir durante o dia, com mais frequência para casa, sempre dando certo nos horários que eu estava lá. Antonella estava de sete meses de gravidez e ela cuidava dos preparativos para a chegada da filha. Gostava muito de estar com o Mariano, pelo fato dele ser mais velho e ter um papo diferente. Quando ele ficava em casa, sem camisa, aquela visão mexia comigo. Ele era muito lindo, porém não queria que ele percebesse as minhas olhadas.

No quarto mês de minha estadia na Itália, recebo uma carta da Heloísa, minha amiga do Rio. Essa carta mexeu muito comigo. Tentarei reproduzir, mais ou menos, a mensagem que ela enviou:

“Olá Fernando, tudo bem contigo? Estava conversando com o Arthur o quanto estou sentindo saudades de você e, por este motivo, resolvi mandar esse carta, afinal você não mandou mais notícias desde a sua primeira semana aí na Itália.

Pensei muito se escreveria ou não, porém acho importante você saber de algumas coisas daqui. Antes de tudo: Como está o intercâmbio? Está gostando daí? Espero que sim, afinal você merece a oportunidade.

Ficamos tristes com o que aconteceu nas vésperas de sua viagem e a maneira como você foi, sem se despedir pessoalmente. Acredito que você não queira saber sobre o Renato, mas como sou sua amiga, me acho na necessidade de te contar o que aconteceu após a sua partida. Só não escrevi antes, pois não queria estragar os seus dias aí e, de repente, te persuadir a retornar para o Brasil, mas como sei que o primeiro semestre está acabando e você deverá tomar a decisão se retorna ou não, decidi te escrever.

No dia que você partiu, o Renato ficou desesperado com tudo que aconteceu. Fique sabendo que foi uma armação da Bianca. Isso mesmo, no início ficamos na dúvida se ela tinha realmente armado para cima de Renato e você, mas depois se comprovou. Descobriram que ela deu uma bebida batizada para ele beber naquela festa, o que facilitou que ela o levasse para o quarto. Ela sabia que você apareceria na festa e acabou planejando tudo. É por isso que Renato não conseguia ficar em pé. Ele não estava bêbado, ele estava dopado.

Assim que saímos de lá, alguns amigos o ajudaram e levaram ele embora. Ele tentou ligar para você, porém você não atendeu. Ele ligou para mim e avisei que você estava de partida. Renato ficou desesperado e foi até o aeroporto na tentativa de falar com você, de se explicar, porém não conseguiu. Eu e Arthur estávamos com ele.

Ele chorava muito, ele dizia que te amava e não queria te perder. Não queria que você fosse para Itália pensando que ele tinha te traído. Ele ficou muito mal. Para você ter uma ideia do desespero dele, três dias depois ele comprou uma passagem e foi atrás de você aí na Itália. Ele tentou de tudo que é jeito saber onde você morava, pediu informações, porém não conseguiu. Como ele tinha dinheiro para apenas três dias aí, retornou para o Brasil arrasado. Ele me perguntou se eu tinha seu endereço, se você tinha entrado em contato, porém respeitei seu pedido de não falar nada. Ele chegou a conclusão que era melhor esquecer, que se o destino preferiu assim, era melhor aceitar. Que ele não queria estragar os seus estudos aí.

Fer, fui testemunha de como ele sofreu e ainda sofre. Embora ele não fale, ele mudou muito. Vive triste e não é de sair como antes. Me desculpe em contar isso somente agora, mas acho importante você saber de tudo isso.

Fique bem e esperamos o seu retorno. Beijos de sua amiga Heloísa. ”

Ao ler aquela mensagem fiquei arrasado. Me consumia de raiva por não ter dado oportunidade dele conversar comigo. Agora, com o tempo, pensava em tudo que tinha acontecido naquele dia e muita coisa fazia sentido. Vaca da Bianca!.... Fiquei muito mal com toda aquela informação. Como fui um idiota! Minha vontade era ligar para o Renato, me desculpar pela forma que agi. Embora tinha prometido não chorar mais pelo Renato, não resisti. Foi inevitável.... Meu coração estava apertado... Mariano e Antonella perceberam a minha tristeza naquele dia. Pensei em pedir para usar o telefone deles para ligar para o Brasil, mas achei melhor não fazer aquilo. Como o próprio Renato disse: “se o destino preferiu assim, era melhor aceitar”.

Dois dias depois que recebi a carta da Heloísa, estava eu trancado no quarto. Mariano apareceu no meio da tarde e bateu na porta.

MARIANO: Fernando, podemos conversar? Posso entrar?

EU: Pode sim. (não poderia negar, afinal a casa era dele)

MARIANO: Desculpe me intrometer, porém notei que você está diferente, está triste. Aconteceu algo?

EU: Nada não... (Segurando o choro)

MARIANO: Por favor, Fernando, pode confiar em mim. Estou aqui para te ajudar no que for necessário...

Eu não aguentei e comecei a chorar. Mariano me vendo naquela situação sentou ao meu lado na cama e afagou o meu cabelo.

MARIANO: O que aconteceu? Me conte, quem sabe eu posso te ajudar....

Eu precisava me abrir. Não estava mais aguentando passar por aquilo sem me desabafar com alguém. E ali resolvi contar tudo para o Mariano. Falei desde a minha chegada no Rio, de como conheci Renato, da nossa amizade, de quando me declarei logo após o aniversário dele, da briga com meu pai até o dia que peguei ele na cama com a Bianca. Ao contar eu chorava muito. Enquanto contava Mariano continuava a afagar o meu cabelo e comecei a notar que o volume em sua calça tinha aumentado. Naquele momento caí na real que Mariano estava excitado com a história que contava, que estava excitado em estar ao meu lado. Não estava acreditando... Envergonhado com aquela situação me levantei da cama e fui até a janela.

MARIANO: Nem sei o que te dizer com esta história que você acabou de contar. Mas quero que você fique bem. (ele levantou da cama e veio até perto de mim) No que eu puder te ajudar, conte comigo.

Mariano se aproximou de mim e olhou nos meu olhos. A excitação nele era evidente. E foi inevitável eu também ficar excitado vendo aquilo. Ele afagou meus cabelos mais uma vez, percebendo o como eu estava. Me puxou para um abraço e encostei minha cabeça em seu peito. Nossos corpos se encostaram e nossos paus também. Me afastei novamente e olhei nos seus olhos. Ele deu um passo adiante e colocou a sua mão no meu rosto. Não acreditava que aquilo estava acontecendo....

(continua...)

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Comentários

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Esse italiano não vai perder a chance de pegar o mais novo,já que tá dando trela ,cadê o grande "amor" ?

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vai esquecer o Renato , por uma paixão tórrida,com esse mariano,já prevejo uma confusão a vista

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É, gosto muito do Renato, mas já que o Fernando tá por lá mesmo aproveita. Depois q voltar ele se resolve. Espero que seja isso

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Conto show de bola! Fiquei com dó do Renato, seu insensível!

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Italianos são irresistíveis!

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Eu só queria que a Bianca se fudesse num nível tão grande. Quanto ao Mariano, isso pode dar uma merda tão grande.

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