Uma chamada perdida 7

Um conto erótico de Edverdade
Categoria: Gay
Contém 2800 palavras
Data: 28/06/2020 04:37:43

Espanhaola! É isso que te deixa bêbado!

Disse ele, levantando o indicador, como se tivesse feito uma grande descoberta.

Pois espanhaola é minha nova bebida favorita!

Estávamos deitados no tapete da sala. Agora ele estava com o copo de ponta cabeça, pingando as últimas gotas de bebida do copo na língua rosada. Eu ri:

Espreme que sai mais um pouco!

E rimos como se fosse a melhor piada do mundo. Nossa barriga doía de tanto rir.

Faz tempo que eu não me divertia assim, cara!!

Claro, você falou que vive com gente idiota!

Continuamos rindo.

Seguinte! Acabou o leite condensado e o abacaxi, mas acho que sobrou um pouco de vinho. Vamos matar ele, e subir pra dormir, pq parece que o dia tá perto de amanhecer!

Levantamos e fomos pro balcão da cozinha. Ainda tinha quase um terço da garrafa. Serviu duas meia taças. Julho fez questão de tomar na taça, justificando que queria apreciar aquele vinho. Eu só concordei, estava concordando com tudo a essa altura. Brindamos. Conversamos mais um pouco. Até que acabou o assunto.

Só quando ficamos quietos, percebi o quanto estava bêbado. Pra vocês terem idéia, era como se fosse necessário real concentração para existir. E distraído com as visões e sensações, não percebi Julho olhando pra mim. Olhei pra ele de volta, e sorri.

O que foi?

Manu… o vinho deixou a sua boca muito vermelha! A minha tá também?

Tá sim! É vinho, neh.

Sustentei o olhar risonho dele, olho no olho, como há muito não fazia. Pra ser sincero, como nunca havia feito antes. Sempre desviei o olhar dele todas as vezes que encontrava o meu, com medo de dar pinta. Mas por algum motivo que eu não sabia identificar, talvez me deixando levar pelo momento, estava começando a me soltar e sustentei o olhar dele.

Você é muito boa pinta, cara. Deve pegar vários caras, neh? - Ele disse, meio que pra quebrar o gelo.

Boa pinta é a sua forma de dizer que sou bonito? - normalmente eu não sou tão confiante. Mas quem bebe sabe o poder que o álcool dá. Questionei isso sustentando o olhar dele, e percebi que ele ficou sem graça e vermelho.

Cala a boca! - e caiu na risada, de forma tímida, como quem é pego no flagra. Saboreei aquele momento só mais um segundo, e confessei, enquanto ríamos:

Na verdade não. A população homossexual na nossa cidade é pequena. Já tive uma aventura ou outra em cidades vizinhas, mas nunca conheci ninguém legal. Sem falar que é difícil pra gente… Ser julgado pelas pessoas por ser gay. Como se fosse algo que nos tornasse menor na sociedade, sabe? - Julho deu um longo gole na sua taça, e desviou o olhar. Acho que é um assunto delicado pra se ter com alguém que parou de falar com o melhor amigo por ele ser gay. E talvez por ainda nutrir mágoa disso, acabei prosseguindo com o assunto, mudando um pouco o tom da conversa.

Mas a orientação sexual não torna ninguém menor, sabe Julho. Eu confesso que às vezes até eu me esqueço disso. Então não julgo ninguém que não tenha força pra dizer a verdade sobre si mesmo. Que ainda não tenha força pra enfrentar o mundo, que continua dizendo que você não presta, e segurar a minha mão na rua em um lugar público, por medo de começar a ser tratado diferente...

Outro detalhe importante a respeito do álcool, é que ele nem sempre te deixa alegre. As vezes ele também te deixa bem triste. E por entrar nesse assunto, e começar a falar dessas coisas pra ele... começar a lembrar de tudo o que sofri, desde que criei a coragem de dar o meu primeiro beijo, assumindo assim pra mim mesmo que era gay, até hoje… As piadas na escola, as risadinhas ao passar pelo bairro… Os xingamentos dos motoristas dos carros passando quando estava com algum menino… Comecei a chorar. Quietinho no começo, de forma tímida. Mas em pouco tempo não dava mais pra disfarçar. Quando o Julho percebeu, ele veio correndo me abraçar. E aí não consegui mais segurar. E chorei de verdade.

Calma, calma, cara! Não fica assim! Ta tudo bem!

Ele dizia isso enquanto me abraçava e me acariciava, tentando me confortar. Aos poucos fui me acalmando. Ele então segurou no meu queixo com o indicador, me fazendo levantar a cabeça, pra olhar nos olhos dele.

Você é um cara foda. Você não tem que abaixar a cabeça, não! E é por isso, que qualquer cara que não tenha coragem de segurar na sua mão em público, e mostrar pro mundo que ama você do jeito que você é, homem ou mulher, esse homem não merece você, tá me ouvindo?

Eu sorri, maravilhado. Julho era de fato o meu melhor amigo. Ele enxugou uma última lágrima que escorreu pelo meu rosto. Continuamos nos olhando, rindo um pro outro, quando ele de repente faz uma cara de assustado olhando pra mim, como se houvesse notado algo errado no meu rosto. Seus olhos estavam arregalados, e ele quebrou o silêncio:

Cara, sua boca está muito vermelha!

Caímos na risada de novo. Assim era estar bêbado numa madrugada de sábado pra domingo, sozinho na casa com meu melhor amigo falando bobagens sobre a vida, ora rindo, ora chorando, e ora rindo de novo. Quando voltamos a nos recompor, e a sala estava voltando a ficar quieta, foi minha vez de quebrar o silêncio.

Eu acho que você está olhando muito para a minha boca hoje, senhor Julho Cavalcanti. Toda hora comenta sobre minha boca.

Eu acho que eu estou mesmo, senhor Christian Soares de Melo!

Eu não acredito que ele também lembrava o meu nome. De repente mais um surto de autoconfiança invadiu meu corpo. Autoconfiança na verdade é uma palavra muito bonita pra ser usada aqui. Aquilo era vinho. E espanhola. E vodka. E o que mais eu tivesse bebido naquela noite.

Então com o coração disparado, olhando para aquela boca também vermelha e perfeita, a euforia e adrenalina tomaram conta do meu corpo, e talvez motivado pelo fato dele estar sustentando o meu olhar, a uma distância relativamente pequena do meu rosto, eu acabei dizendo, sem tirar os olhos dos dele:

Eu acho que você está olhando pra minha boca porque quer me beijar.

Silêncio. Passaram-se três segundos até a resposta dele. Mas esses três segundos pareciam uma eternidade. Eu senti uma gota de suor frio escorrer pelas minhas costas. Podia jurar que estava conseguindo sentir minha pulsação nitidamente no meu pescoço. Eu estava ouvindo o meu coração disparado? Devia estar muito bêbado mesmo. Mas havia feromônios no ar. E durante toda essa eternidade de três segundos, eu não desviei meu olhar do dele.

Eu acho que é isso, Christian. Eu quero mesmo te beijar.

E dizendo isso, ele colocou a mão na minha nuca, e me puxou pra um beijo.

Agora sim. Nesse beijo, eu podia jurar que vi os fogos de artifício. Não naquele primeiro beijo assustado, anos atrás, roubado, desajeitado, sem prática. Era esse beijo apaixonado, enfurecido, que conseguiu me tirar do chão. Tinha gosto de bebidas vermelhas, álcool, infância, adolescência, paixão, vitória. Eu jamais imaginei que aquilo ia acontecer, mas estava acontecendo.

Todas as vezes que ele fingiu que eu não existia, todas as vezes que ele desviou o olhar, todas as vezes que ele ria com os amigos dele e eu sabia que era de mim, eu desejei que ele morresse. Desejei que ele nunca tivesse existido. Que nunca tivéssemos nos conhecido. Mas naquele momento, eu também sabia que aquele beijo era tudo o que eu sempre tinha sonhado.

Vocês me desculpem, se eu romantizo as coisas. Talvez vocês achem que o que eu sofri não tem perdão. Que ele foi um babaca, e devíamos ter seguido com as nossas vidas, que teria sido melhor assim. E talvez vocês estejam certos em pensar assim. Mas a vida real não é sobre o que é certo e o que é errado. E tratando-se sobre o coração, a verdade é relativa. Eu amava aquele cara. Crescemos juntos, e os momentos de cumplicidade, de cuidado, de carinho, de atenção, sempre estiveram presentes na nossa amizade. E naquele dia, esses momentos estavam presentes também, era real, e não mais um sonho. Independente do que fosse acontecer na manhã seguinte, eu viveria aquele momento o máximo que eu pudesse.

Sabe aquele beijo lento… Com carinho. Que começa com alguns selinhos, e vai ameaçando colocar a língua, devagar, torturando, até ficar intenso? Nosso beijo não foi assim.

Julho avançou a pouca distância que nos separava, segurou com uma mão a minha nuca e a outra repousou na minha cintura, enquanto eu estava de pé, apoiado no balcão de granito, onde estávamos apreciando o vinho. E sem pensar muito, sem me dar tempo de avaliar as consequências, ele me beijou. Me beijou de forma urgente, como se não pudesse perder aquele momento. Nossas línguas se entrelaçavam, e meu pau queria explodir dentro da minha calça. Como se estivesse adivinhando meu pensamento, Julho pressionou seu corpo contra o meu, me mostrando que também estava excitado. Fui à loucura quando ele pressionou sua ereção em mim, e acabei gemendo. Percebendo a minha reação, notei que Julho sorriu enquanto me beijava, e abri as olhos apenas por um segundo a ponto de ver que ele sorria satisfeito, e me pressionou mais forte contra o balcão.

As minhas mãos que estavam apoiadas no balcão antes, agora entravam dentro da camiseta dele, enquanto me beijava, e passava as unhas pelas suas costas, sentindo sua pele quente, e provocando nele arrepios e gemidos também.

Percebi que talvez estivéssemos indo muito rápido. A insegurança de algo dar errado, dele estar bêbado demais, e estragar a nossa noite, me fez empurra-lo e pedir pra esperar.

Desculpa… Me afastei um passo dele. - Vou só pegar uma água.

Peguei um copo limpo, e enchi de água gelada, na porta da geladeira dele. Estávamos ofegantes. Bebi o copo inteiro de uma vez.

Me desculpa, mais uma vez.

Eu tive que parar. Estávamos bêbados, e ele poderia estar se confundindo, e se arrepender disso mais tarde. Eu estava morrendo de medo por tudo que já tinha acontecido, por tudo que eu já tinha ouvido, por todas as inseguranças. Até ali havia sido só um beijo, coisa fácil de superar no outro dia. Mas se continuássemos naquele ritmo, logo estaríamos transando ali mesmo na cozinha.

Enquanto colocava o copo na pia, tomei o melhor susto de toda a minha vida:

Julho segurou na minha cintura, e por trás de mim, colou bem devagar os nossos corpos, pedindo baixinho no meu ouvido:

Para de me pedir desculpas. Foi eu quem disse que queria, lembra?

Ele me virou de frente pra ele. Me olhou nos olhos, e eu vi naqueles olhos que ele não só queria, ele precisava daquilo. Segurou meu rosto, e colou os lábios dele nos meus.

E faz tempo que eu quero. Você não faz ideia do quanto eu passei noites acordado, pensando naquele beijo, Christian. Você saiu correndo. Simplesmente saiu correndo, sem me dar a chance de responder. - e voltou a me beijar.

Essa me pegou de surpresa. Então eu não estava confundindo as coisas. Ele também queria. Esse foi o último combustível que eu precisava pra esquecer de tudo e de todos, e aproveitar aquela noite. Eu o beijei de volta, com força. Suas mãos começaram a passear pela minha cintura, e de repente entraram pela minha calça. Eu suspirei em resposta, e parecia que quando ele percebia o meu prazer, ele se animava mais, de modo que ao perceber minha reação ele pressionou com vontade a minha bunda, com as mãos ainda por dentro da minha calça. Foi inevitável gemer. E ao me ouvir gemer ele mordeu o meu lábio. Subindo as mãos de volta, com ferocidade pelo meu corpo, ele puxou minha camiseta, e me fez tirar. Fiz o mesmo com a camiseta dele. Estávamos nos incendiando. Seu beijo quente e ora apaixonado, ora agressivo, saiu da minha boca, desceu mordendo meu queixo, e se demorou um pouco no meu pescoço, me fazendo perder o fôlego e gemer mais. Soltei o nome dele em meio a um gemido, e ouvi ele responder com uma espécie de rosnado de tesão, abrindo o botão da minha calça, e pegando no meu pau, ainda por cima da cueca. Continuamos nos beijando, enquanto ele me masturbava por cima da cueca, e ao mesmo tempo eu também abria a calça dele, imitando o movimento dele. Ele ditaria as regras esta noite. Eu não podia esperar ir pra cama com ele, mas não achava que aquele beijo fosse parar por ali.

Quando comecei a pressionar o membro de Julho, eu também comecei a gemer. Me excitava sentir aquele pênis viril, ereto, e pensar que era eu que estava deixando ele nesse estado. E ao ouvir ele gemer com a minha mão na cueca dele eu não aguentei. Eu queria mais.

Desci de joelhos, e coloquei aquele membro pra fora, encarando ele com desejo. Pressionei, masturbei, e admirei uma gota de pré sêmen sair da glande dele, brilhante como orvalho. Olhei pra ele lá de baixo, buscando sua aprovação apenas com meu olhar de tesão, e quase tive um orgasmo auditivo ao ver a expressão de tesão dele, ordenando pra mim ajoelhado em frente o membro dele:

Chupa o meu pau.

Coloquei metade do pau dele na minha boca de uma vez. Chupei com gosto. Voltei a chupar a glande dele, e tentei sorver o máximo do sabor daquele pica. Ele gemia mais alto agora, sem pudor.

Salivei bastante enquanto chupava, agora engolindo quase todo, e ele gemia toda vez que sentia o pau dele chegando no fundo da minha garganta. Comecei a massagear as suas bolas. Julho enterrava seus dedos nos meus cabelos, como se quisesse impedir que eu soltasse o seu pau, mas eu não ia tirar ele da minha boca tão cedo. A medida que eu chupava, sentia o sabor do pré gozo dele na minha língua, o que me excitava ainda mais, me fazendo gemer.

Que tesão, Cris… Aaaaaah… que boca gostosa…. Hmmmm… Chupa, cara… Chupa gostoso…

A cada frase de Julho, eu respondia com um gemido, e ficávamos cada vez mais excitados. Como não aguentava mais de tesão, comecei a me masturbar enquanto chupava ele.

Se você continuar assim, eu gozo………. Aaaaah…………. que tesão………... Que boca quentinha, cara! …………. arg… Isso….. Assim…….. Aaaaahhhhhhh…….. Aaaaah Cris….. Eu vou…. Tô quase ……..

Quanto mais ele gemia, quanto mais pedia, mais tesão me dava… O ritmo da minha masturbação se acelerava, a medida que os gemidos dele se intensificavam…

Aaaaaaaah, Criiiiisss!!! Continua!!

Eu também estava sentindo o orgasmo vindo…

Chupa! Chupa, gostoso, que eu vou gozar…. Hmmmm ….. Ahaahhhhhh…. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhh

Um pequeno jato quente invadiu a minha boca. Seguido de outro mais forte. E quanto mais alto Julho gemia, mais porra jorrava na minha boca, e não consegui engolir tudo, de modo que algumas gotas escorreram pelo pau dele e pingaram no chão, se misturando à minha porra, pois cheguei ao orgasmo junto com ele chupando seu pau e ouvindo seus gemidos, fazendo ele gozar apenas com a boca.

Eu limpei a boca com o pulso, e limpei a mão na minha camiseta jogada no chão, e tbm suja de porra. Me levantei, e encostei ao seu lado na pia da cozinha. Ambos estávamos ofegantes. Ficamos ali parados, eu completamente nu, ele com as calças arriadas nos pés, os dois olhando pro nada tentando respirar.

Eu acho que eu é que vou precisar de mais uma água… perdi muito líquido… ele disse, quebrando o silêncio.

Eu já bebi o suficiente por hoje. Essa última dose foi demais pra mim. - eu disse, apontando para onde eu estava, abaixo dele.

Ambos demos muita risada, o que me deixou profundamente aliviado, depois do que aconteceu. Estávamos dando risada com uma naturalidade tão grande, pelados na cozinha da casa dele, que era como se tivéssemos feito isso a vida toda.

Vem, vamos tomar um banho, e limpar essa bagunça antes que a minha mãe chegue.

O que? Ela volta hoje? Quer dizer que ela poderia ter chego em casa e visto a gente aqui?

PUTA QUE PARIU, CRIS!

QUE FOI? Que foi cara?

Minha mãe chegou!

Continua

E aí galera, o que estão achando? Espero não ter entediado vocês, porque esse capítulo ficou um pouco maior, mas quis dar uma atenção pro primeiro encontro sexual dos dois… Comentem, por favor.

O que será que acontece agora? Será que o Julho vai se redimir, e os dois vão acabar juntos? Ou será que foi só uma broderagem pro Julho, e ele vai continuar sendo babaca? Aliás, vocês acham que o Julho foi babaca com o Cris? Comentem aí. E fiquem de olho no próximo conto.

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Comentários

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Mano todo dia eu venho aqui na esperança de um novo capitulo tenha sido publicado 😔 Espero que esteja tudo bem contigo, volta logo.

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Oi galera! Obrigado pelos comentários e incentivos. A história não é real não, é um conto que estou escrevendo. Perdoem-me a demora, as vezes. E mais uma vez obrigado pelo apoio. Ajuda muito as visualizações e comentário! Ov

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Espero que o Júlio não se arrependa,é real?

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ele foi sim é espero que não continue sendo um.

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Espero sinceramente que não tenha pintado arrependimento

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