O carinha do aplicativo - Capítulo 6

Um conto erótico de Lucas
Categoria: Gay
Contém 2128 palavras
Data: 16/05/2020 14:39:45

Galera, desculpem a demora para postar o capítulo 6. Estava com alguns problemas de saúde. Mais uma vez, obrigado pelos comentários.

Capítulo 6 - A pior noite da minha vida

Estranhei quando Gabriel parou o carro do nada. Estávamos em um lugar isolado e ele simplesmente parou o carro e ficou me olhando como se tivesse algo para me contar.

— O que você está fazendo? Ainda estamos longe da festa — eu protestei, mas ele continuava me olhando daquela mesma forma misteriosa.

— Tenho algo pra te contar — ele fala e percebo que ele está tenso. Não mais do que eu. Odeio quando as pessoas me dizem que têm algo pra me contar ao invés de dizer logo o que tinha pra falar. Isso me deixava desconfortavelmente ansioso. Felizmente, pra minha ansiedade, ele continuou a falar: — Mas antes tenho que fazer uma coisa que eu quero fazer há muito tempo.

Antes que eu tenha tempo de reagir ele me puxa pra si e começa a me beijar. O beijo estava muito bom e sua mão alisava meu corpo. Me rendi e comecei a retribuir o beijo. Ele aproveitou para colocar a mão por dentro do meu calção e apalpar minhas nádegas. Olhei para o seu calção e uma barraca(e que barraca!) estava formada. Seu pau parecia ser bem grande. Salivei olhando para aquele pau. Ele me puxou de novo para si e a realidade voltou a minha mente.

Aquele era o ex da minha melhor amiga. Tudo bem que eles tinham terminado há pouco tempo. Mas ainda estava muito cedo para eu ficar com ele. Isso se contar que se a gente continuasse naquele amasso era bem provável que nós transássemos ali mesmo no carro.

— O que você está fazendo? Você é hétero e ainda por cima é namorado da minha melhor amiga — eu protesto.

— Ex — ele corrige — Terminamos. Eu sempre quis ficar com você. Nunca tive coragem de dizer isso em voz alta. Agora que eu disse, me sinto livre. E eu quero ficar com você. Por isso eu criei a conta no aplicativo. Porque eu quero ficar com você.

— É muita coisa pra processar — eu digo ainda chocado com a revelação. De todas as pessoas Gabriel era o que eu menos desconfiava.

— Eu sei que é muita coisa pra processar, mas eu quero você. Sempre quis. Ficar com a Raquel foi um erro tanto pra mim quanto pra ela. Agora que eu sei o sabor da sua boca tenho certeza que fiz a escolha certa — ele fala isso e me puxa para um beijo mas agora direciona minha mão para o seu pau que continuava duro.

— A gente não pode fazer isso. Não hoje. Você literalmente acabou de terminar com minha melhor amiga — eu falo, me afastando dele.

— Tudo bem. A gente não precisa fazer nada hoje. Vamos só curtir a festa, conversar um pouco. Desta vez cara a cara — ele sugere e eu aceito.

— Só deixando isso bem claro: Isso não é um encontro — eu afirmo.

Ele apenas sorriu e ligou o carro.

Algo me diz que ele ignorou a última frase.

*****

Eu estaria amando a festa se não fosse pela revelação de Gabriel. Não chegou a estragar a minha noite, mas me deixou bastante confuso. Além disso, eu tinha que admitir que ele tinha um bom papo. Ele acabou me revelando que era bi, que achava que estava apaixonado por mim. Que tinha um tesão enorme em mim. Normalmente eu daria logo para um cara gato daqueles falando coisas como aquelas. Mas eu tinha uma trava moral. Não gostava de pensar que tava ficando com o ex-namorado da minha amiga sendo que eles terminaram oficialmente hoje.

— E aí, mano — percebi que alguém chamou o Gabriel e para minha infelicidade era o Pedro. Eu tava com tanto ódio dele que não queria ficar perto dele. Avisei para Gabriel que eu estava indo ao prédio, mais precisamente ao banheiro. Não gostava de usar banheiros químicos.

Entrando no banheiro percebo alguns gemidos. Dois homens estavam se agarrando. Na verdade não apenas se agarrando. Eles estavam transando. O ativo era um carinha magrinho com uma rola que aparentava ser muito grande quando ele retirava e colocava de novo, fazendo com que ambos gemessem gostoso sem se importar, afinal seus gemidos seriam abafados pela música alta que tocava do lado de fora. O passivo era um cara muito gostoso. Era um moreno musculoso que apoiava as mãos na parede enquanto o magrinho mandava ver no seu cu. Por um instante me imaginei naquela cena. Mas não me imaginei sozinho, imaginei o Fábio socando no meu cu e percebi, pela primeira vez, que eu sentia um tesão enorme só de pensar na possibilidade de transar num local público.

— Fode meu cuzinho, vai — me imaginei falando, segurando os quadris de Fábio, impedindo seu pau de sair de mim enquanto eu gozava fartamente.

Era exatamente isso que tava acontecendo neste instante agora. O musculoso urrava enquanto gozava bastante. Após a última gota de porra cair do seu pau ele começa a rebolar no pau do magrinho fazendo com que ele gozasse também. Só então eles percebem que não estão sozinhos no banheiro. Sinto meu rosto corar quando eu percebo que eles já notaram minha presença. Me dirijo a uma cabine, desviando o olhar, como se eu não estivesse vendo dois homens nus e sujos de porra. Olho para baixo e percebo que não adiantou eu tentar disfarçar.

Meu pau estava duro como pedra.

*****

Quando eu voltei eu agradeci mentalmente por Pedro ter ido embora. Gabriel continuava lá e abriu um sorriso quando eu cheguei. Ele tinha pedido um drink para mim e outro para ele. Virei o meu de uma vez só. Estava precisando depois de presenciar aquela cena no banheiro.

A minha música favorita estava tocando, era It ain't me do Kygo com a Selena Gomes. Comecei a dançar e não contive meu riso vendo Gabriel dançar também.

— Vamos ali para eu te mostrar uma coisa — ele fala e eu imediatamente sei do que ele tá falando. Seu pau está duraço e está bem perceptível naquele calção de tecido fino. Ele nem se incomoda de esconder. As pessoas estão muito loucas para perceber isso.

— Não adianta, Gabriel. A gente não vai transar hoje... — paro de falar porque sinto uma tontura. Minha cabeça começa a doer e eu sinto minha vista escurecer. Foi um mal estar do nada. Eu estava super bem instantes atrás. A não ser que... Não, não é possível. Ele não faria isso. Ou faria?

Tudo faz sentido então de repente. A bebida. Ele colocou alguma coisa na bebida. A raiva me consome e é a única coisa que me dá forças para dar um tapa em sua cara antes de apagar completamente.

*****

13 de agosto de 2017

Acordo com uma dor de cabeça insuportável. Parece que tudo está girando ainda. Devo ter exagerado na bebida ontem. Pelo menos eu cheguei em casa, eu penso mas então algo me vem na mente: a bebida. Eu caí no maldito golpe do boa noite Cinderela. Me desespero e me levanto da cama rapidamente.

Algo me detém. Percebo que me corpo todo dói. Me mover dói. Minhas pernas doem.

Não, não, não!

Começo a chorar involuntariamente. Será que aconteceu o que eu acho que aconteceu? A dor no meu corpo é uma evidência de eu estou certo. Nunca quis estar tanto errado em toda a minha vida. Passo o dedo indicador cuidadosamente na minha bunda e o simples toque faz meu corpo se arrepiar de dor. Percebo que agora meu dedo está sujo de sangue e outra coisa. É esperma?

Caio no chão e começo a chorar de novo. Começo a chorar pelas dores que eu sinto. Pela dor física espalhada no meu corpo e pela dor emocional. Eu já fui ferido emocionalmente, agora me sentia ferido emocionalmente e fisicamente. E nem era capaz de lembrar o que tinha acontecido. Mas Pedro me estuprou e ainda fez isso sem camisinha. E se ele me passou alguma DST? Começo a chorar e a me culpar pelo que aconteceu. E se eu não tivesse aceitado o convite? Eu se eu não tivesse confiado tão cegamente nele? E se eu não fosse tão fácil?

E se?

Começam a bater na porta e eu não tô com a mínima vontade de atender. E se for ele? Sinto que eu tô com medo. Se ele foi capaz de fazer isso o que mais ele seria capaz de fazer?

Me tranquilizo quando percebo que é Fábio que está batendo. Faço um esforço pra abrir a porta para ele. Ele me vê naquele estado e fica preocupado. Eu começo a chorar e ele me leva para o sofá e permite que eu coloque meu rosto nos seus bíceps enquanto eu choro.

— O que aconteceu, Lucas? Você está me deixando preocupado.

Eu olho para ele e tento me acalmar o máximo que eu puder e começo a lhe contar a história. Quando eu termino de contar eu noto que seus punhos estão cerrados e ele está visivelmente com muita raiva.

— Eu vou matar esse desgraçado — Ele fala e eu não duvido de que ele faria mesmo isso. Consigo sentir no ar a raiva que ele emana.

— Calma, se você fizer isso você vai parar na cadeia. Ele não merece que você estrague sua vida por ele — eu falo, enxugando as últimas lágrimas dos meus olhos.

— Eu não consigo ficar parado quando ele te machucou desse jeito — ele fala e eu então percebo que ele parece realmente se importar comigo.

— Obrigado por tudo, Fábio. Nunca tive um amigo tão bom pra mim quanto você é — eu falo e percebo que ele se incomoda um pouco com a palavra "amigo". Mas eu ainda não estava pronto para entrar num relacionamento. Ainda mais depois do que aconteceu na noite passada.

Ele ficou comigo a manhã toda, mesmo quando meu irmão chegou do serviço ele não quis sair de perto de mim. Meu irmão notou que eu estava triste, mas não insistiu quando eu falei que só não estava me sentindo bem. Ele sabia que era algo mais, porém respeitou minha decisão de não querer mais falar a respeito. Ele cumprimentou Fábio e pela primeira vez não tentou bancar o cupido. Me senti grato por isso.

— Se você quiser ir à polícia eu posso te acompanhar — ele sugeriu enquanto descansávamos depois do almoço.

— Não. Ele pode ser perigoso. Você sabe que ninguém nesse país fica preso por muito tempo se tiver um bom advogado — eu falo, mas a verdade era que eu estava morrendo de vergonha de fazer a denúncia. O que eu diria? Eu dormi depois de beber numa festa e comeram meu cu? Hoje eu entendo o que muitas mulheres sentem quando não denunciam os abusos sexuais que sofrem. As pessoas sempre encontram uma forma de justificar as atitudes do agressor. Sempre colocam a culpa em como a vítima se porta ou em como ela se veste. A possibilidade de tornar o que aconteceu na noite passado público revirava meu estômago.

— Eu tô aqui pra te proteger — ele fala e eu percebo que se Gabriel realmente for muito perigoso ele faria mal para o Fábio também. Não podia permitir. Não era justo colocar ele em perigo. Logo ele que era tão gentil comigo.

— Fábio, eu preciso ficar sozinho —após eu falar isso percebo seu olhar confuso.

— Mas eu não posso te deixar sozinho. Não do jeito que você está.

— Agora! E não volte aqui tão cedo! — eu grito, me arrependendo instantaneamente da minha arrogância, mas eu precisava ser grosso, para a segurança dele. Caso contrário, ele não sairia. E eu não me perdoaria se alguma coisa ruim acontecesse com ele por minha causa. Percebo seu olhar triste e meu coração se parte ao acompanhar ele até a porta.

Após ele sair eu vou direto para o meu quarto e começo a chorar novamente. Meu celular vibra e eu percebo que tinha 5 ligações perdidas. Era Raquel. Ela não era muito de me ligar, preferia mandar mensagem então deveria ser algo muito importante.

— Alô, Raquel? Aconteceu alguma coisa?

Ela continuava muda ao telefone, mas dava pra perceber que ela estava chorando.

— Raquel, você está me preocupando! O que aconteceu?

— O Gabriel... Ele morreu, encontraram o corpo dele no rio hoje pela manhã.

Agora era minha vez de ficar mudo. Como assim ele morreu?

— Eu sinto muito — eu falo mas é da boca pra fora. Me sinto aliviado que o desgraçado morreu — Não fica assim, Raquel. Ele deve ter bebido demais e caiu no rio depois da festa — eu penso em voz alta.

— Não. Essa é a pior parte. Eles encontraram ele no rio, mas ele não morreu afogado. Encontraram uma marca de tiro em seu peito. Não foi um acidente, foi um assassinato...

Continua...

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Comentários

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https://bit.ly/3636Vjq Pras mulheres que querem melhorar totalmente o desempenho sexual, venham dar uma olhadinha

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Tá ficando interessante, não demora pra postar!!!

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