Série Incubus - Cap 4: O demônio interior.

Um conto erótico de Fmendes
Categoria: Homossexual
Contém 2486 palavras
Data: 10/04/2020 18:23:07

Boa noite, padre. Queria me desculpar pelo meu comportamento no nosso último encontro. De fato, não esperava que minha narrativa fosse trazer a tona lembranças tão perturbadoras.

Pois é. Parece que como muitos de vocês, eu também tenho problemas com meu pai humano. Vivendo e aprendendo, padre.

Você com certeza viu como saí daqui abalado, mas não deve nem fazer idéia da profundidade de como isso me atingiu. Tanto que o que fiz naquela noite, há muito tempo não ocorria: eu simplesmente não lembro o que aconteceu.

Minha última memória é ir para uma boate para calar aquelas lembranças incômodas. Entre um drink e outro, podemos cortar a cena e amanhecermos em meu apartamento, onde despertei acompanhado de um belo jovem. Forte, moreno, barba por fazer e uma tatuagem colorida que lhe cobria todo o braço direito.

Pelo menos, mesmo bêbado, eu ainda tinha bom gosto. Levantei satisfeito até olhar em volta e me surpreender com o que vi além. Haviam outros adormecidos espalhados pelo meu quarto. Um negro, grande e forte deitado num colchonete ao pé da minha cama. De bruços, bunda carnuda e suculenta. A minha direita, no chão mesmo, um louro magro e malhado, deitado nu com apenas uma almofada tapando a púbis. Ainda dava para ver alguns pelos lourinhos onde a almofada não cobria.

A frente, eu tinha uma poltrona, e um homem moreno, com traços árabes estava dormindo de pernas abertas. Um belo e grande pênis caído entre suas pernas. E para completar aquele encontro multicultural, Um asiático, pequeno porém todo fibrado. Encolhido ao pé da cama, apenas com um travesseiro apoando a cabeça. Eu com certeza tinha tido muito trabalho em reunir aquela turma na noite enterior, padre. Só gostaria de ter lembranças de como foi.

Aposto que se eu tivesse encontrado um rapaz ruivo, ele também estaria lá. Adoro ruivos, mas os naturais são tão raros por essas bandas.

Enfim, levantei com cuidado para não acordar ninguém e fui ao meu banheiro. Urinei bastante, enquanto relaxava. Ao meu lado, o garoto tatuado apareceu. Sorriu sem graça pra mim, enquanto tampava o próprio pênis.

Eu acabei e dei lugar para ele usar o vaso, enquanto ia lavar as mãos. Ele agradeceu e também gastou um tempo espelindo seus líquidos. Eram muito poucas as situações capazes de me deixar sem graça, padre. E aquela com certeza não era uma delas

Fiquei calmo enquanto meu companheiro olhava a todo o lado sem conseguir me encarar.

"Desculpe" comecei, enquanto colocava pasta na minha escova. "Mas qual o seu nome mesmo?"

Ele riu e respondeu

"Eduardo" então balançou bem o órgão e se voltou pra mim, ainda vermelho.

"Então... Nem sei o que dizer." Ele tentou começar e eu fiquei em silêncio para incentivar. "Sei que vai parecer uma desculpa esfarrapada. Mas eu nunca tinha sentido atração por outro cara, sabe? Estranho. Nunca me imaginei nessa situação. Ainda mais com... Tantos"

Eu sorri e o acalmei.

"Fique tranquilo. Eu acredito em você"

"Você não se lembra de nada, né?"

"Não", respondi com sinceridade "mas queria ter lembrado"

"Nossa.... Foi... Ual" e riu como uma criança encabulada "com todo o respeito, mas você bateu um bolão." E olhou pra minha bunda " nunca comi algo tão... Você sabe. Ainda mais depois que você aguentou eu e o negão ao mesmo tempo.

Eh padre. Tudo indica que eu tinha sido bem danadinho na noite anterior

"Assim..." Ele me deu um sorriso maroto "se ainda quiser lembrar eu... Sabe, posso ajudar"

E devagar, sem movimentos bruscos, se colocou atrás de mim. Pau já duro encostando em minha bunda.

Eu sempre considerei o sexo matinal o mais importante do dia. Então, apenas relaxei e o deixei se divertir, enquanto terminava de escovar meus dentes, apreciando aquele momento singular.

..

Pois é. Foi bom. Eu estava precisando me recalibrar. Colocar-me de volta nos eixos.

Acho que já estou pronto para continuar padre.

Onde paramos mesmo?

Ah sim. O processo de despertar. Como disse outrora: é um processo longo, sabe. Eu era acometido aos poucos por lembranças do meu passado. A maioria vinha durante meu sono, fazendo pensar se tratar apenas de sonhos.

Mas o pior de tudo era o tesão, padre. Eu, mesmo para um adolescente, ficava excitado muito facilmente. E isso, somado a meus poderes emergentes, era como fagulha na gasolina.

Transei muito naquela época. Mas, na maioria das vezes, era levado aquilo de forma inconsciente Colegas de escola, professores, ou completos desconhecidos na rua. Qualquer hora, qualquer lugar.

Havia na época um terreno em construção próximo de meu colégio. E eu sinceramente perdi as contas de quantas vezes minha carteirinha recebeu um carimbo de "atrasado", simplesmente porque meus instintos me desviavam do caminho e faziam meu corpo entrar naquele terreno para ser usado pelos pedreiros, engenheiros ou mestres de obras que ali estavam. Haviam dois Angolanos, em especial, que muito me atraiam. As lembranças de seus macacões ainda me deixam louco. Eles não usavam nada por baixo, padre. Era só desabotoar a parte de cima, e todo o corpo negro e nu se revelava. Adorava ser despido por eles, ser usado como uma marionete por seus braços fortes. Eu gostava de ir na parte da obra em que eles ficavam, mas vez ou outra eu variava, e ia para a sala do engenheiro ou para a parte do reboco de cimento, onde haviam uns mais jovens, brasileiros mesmo.

Eu tinha meus favoritos. Em cada lugar. Na escola, nosso professor de educação física.

Meu treinador me atraia muito e isso constantemente me fazia seduzi-lo. Adorava as horas após as aulas em que eu ia para sua sala para que ele me desse um treino particular.

Constantemente a coisa saia do controle, por sorte nunca fomos pegos. Assim ele não foi prejudicado.

Já com meus colegas, teve uma vez: no vestiário, enquanto eu e meus amigos tomávamos banho, tive um leve surto. E o banho acabou com uma fila de garotos nus esperando sua vez de serem chupados por mim. O zelador não gostou nada disso. E foi sorte minhas habilidades terem falhado, caso contrário ele teria entrado no final da fila.

Mas dentre todas as situações caóticas, nenhuma se compara ao dia em que eu tive meu completo despertar. Era noite, e eu voltava sozinho do curso que fazia. A rua estava quase deserta quando passei por uma academia de lutas que estava fechando. Os alunos conversavam alto na calçada, muito animados. Eu, cansado, pedi licença. Mas não tive a paciência de esperar saírem. Tinha passado o dia inteiro com dor de cabeça, não tinha dormido a noite com "sonhos" estranhos. Enfim, estava estressado. E queria ir pra casa.

Acabei esbarrando em um deles.

E bastou um toque. Um mísero toque no braço, para a reação em cadeia começar. Ele não saiu da minha frente. Travou onde estava, bloqueando. Tentei empurrar, mas ele não se mexeu. Dava para ver em seu rosto que nem mesmo ele entendia o que acontecia. O semblante de seus amigos também mudou. De repente, todos ficaram sérios. O assunto que tratavam perdia o interesse.

O rapaz que bloqueou minha passagem, meteu a mão no meu pau, com força. Doeu um pouco, mas nada muito grave. Eu queria ir pra casa. Estava cansado e com fome. Mas aquele toque... Ah... Aquele maldito toque, me acendeu por um instante, instante o suficiente para meu cheiro atrair o restante do enxame. Eles me circularam. Passaram a mão em mim. Iam acariciando meu peito, minha bunda, meus braços.

Sim, eu senti medo. Mas medo não deles propriamente. De mim. Pois mesmo sem ter ainda a total consciência do que eu era, sabia que quanto mais excitado eu estivesse, mais dificil seria para eles pararem de fazer. E foi o que aconteceu. Cada toque me acendia, e cada vez que isso acontecia. Eu os atraia mais. E um ciclo sem fim foi se desenvolvendo. Uma bola de neve, que crescia enquanto devastava tudo pelo caminho. Esmagando e absorvendo da destruição aquilo que lhe fortalecia.

Um deles abriu novamente a porta do ginásio e os demais me empurraram pra dentro. Lá, não adiantaria lutar. Minha mochila foi tomada de mim, assim como minhas roupas, atiradas de qualquer jeito pelos cantos. Rapidamente fui subjulgado e posto no chão de tatame, estando ali unicamente para satisfazer seus desejos bestiais. Meu corpo era passado de mão em mão, sem controle, sem critério. Uma sessão de carícias, apertões e chupões.Eu era penetrado, tanto por trás, quando pela boca. Eles pareciam insaciáveis, a muito custo um conseguia me arrancar dos braços do outro para enfim poder me usar.

Eu, por fora, não lutava. Mas em meu interior, uma batalha de proporções épicas era travada. De um lado, o medo de um adolescente, do outro o desejo de algo que eu não sabia o que era, mas que crescia e ganhava espaço a cada segundo.

E foi em meio aquele caos de corpos e emoções, que eu completei meu despertar. Em um instante, todas as minhas lembranças vieram a tona. E assumi o controle de minha memória ancestral. Uma catarse difícil de descrever. Foi nesse momento que eu assumi o controle do meu corpo, minhas emoções e, com isso, meus poderes. O homem acima de mim parou de meter, parecendo acordar de um sonho estranho.

Os demais também pararam. Seus semblantes não mais expressavam a fome carnal de antes, mas sim a completa e profunda confusão de suas almas.

O cara tirou o pênis de dentro de mim, já coberto de sêmen. Então, criando a consciência do que estava fazendo, começou a se desesperar.

"Meu Deus. O que foi que eu fiz?"

E seu medo contagiou os demais instantaneamente. Me ajudaram a levantar. Minhas pernas dormentes. À minha frente, um espelho. Quando consegui, debilmente, recuperar os movimentos, caminei até ele e vi o garoto nu a minha frente. Aquele corpo, tão familiar, naquele momento me era estranho. Eu era capaz de vislimbrar os inúmeros corpos que assumi em minhas inúmeras vidas. Todos foram meus. Mas àquele, eu ainda estava me acostumando. Um garoto bonito, moreno. Corpo esguio e bem definido. Bunda volumosa, contrastando bem ao biotipo magro. Cabelos encaracolados. Rosto inocente, que em nada refletia o obscuro da alma. Aquele era meu novo corpo. Aquele era meu novo eu.

Só então, após assimilar o máximo possível, voltei a perceber o desespero dos homens a minha volta.

Falavam de cadeia, de polícia. Uns se martirizando pela curra que tinham acabado de fazer. Com poucas palavras eu os acalmei, minha eloquência de séculos havia voltado. Um deles me ofereceu carona e eu aceitei. Os caras me ajudaram a achar e vestir minhas roupas e apanhar minhas coisas. Todos visivelmente constrangidos e preocupados com meu bem estar.

Um episódio que eles provavelmente nunca se esqueceriam, mas com certeza a culpa deles desapareceu logo que passados alguns dias.

Como? Se eu os odiei ou culpei? Claro que não, padre. Como poderia culpar homens que apenas estavam sendo levados ao máximo de seus instintos? Tampouco me sinto culpado pelo ocorrido. Eu já lhe falei padre, sou um Incubus. Eu incito a luxúria. Mas sou também um escravo dela. Ninguém é capaz de controlar a força dos desejos. Não é saudável. Não é natural.

Sei que sua religião prega o contrário, mas você está apenas negando quem você é.

Todos os seres da criação possuem a necessidade da carne. E todos temos que, uma vez ou outra, sucumbir a ela. Sem medo, sem culpa.

Se eu tenho alguma regra? Rs Sim. Tenho. Uma única. A única regra de todo o incucus: nunca usar da violência para conseguir seus intentos.

Somos contra o estupro, padre.

Rs

Não.O que ocorreu comigo não foi um estupro. Eu queria aquilo, padre. Mesmo sem saber, minha alma estava clamando por ser tocado urgentemente. Assim como você sabe que tinha quando foi tocado por seu padrinho, padre.

Não negue, pois sei que está pensando nisso.

Não fique triste. Eu percebo que você carrega grande culpa pelo que fez no passado. Mesmo hoje. Mesmo que eu não consiga converncer você do quão idiota é essa culpa, e tambem mesmo sabendo que você não deve se sentir muito reconfortado com a opinião de um demônio como eu, sinto a obrigação de revelar que nem o senhor, nem seu padrinho, são culpados de nada.

Sabe o resultado caótico de se tentar controlar o incontrolável, padre? Pois é. Eu já fiz uma analogia com o senhor no nosso primeiro encontro, lembra? Dos desejos como sendo o ar em um balão? Mas eles são mais. Eles são rios que devem fluir. Em dias de chuva eles vão transbordar, vão causar algum estrago. Mas essas pequenas consequências naturais ainda são melhores do que uma represa. A represa te da uma segurança, a ilusão de uma garantia perpétua. Porém, quando furam... Os estragos podem ser irreparáveis. E enquanto firmes, mesmo protegendo um lado causam estrago a todo o ecossistema que inundam do outro .

Eu posso dizer, apesar de não ser um psicólogo, que todas as perversões sexuais são fruto de uma vida sexual frustrada. Quantos de vocês, sendo reprimidos pelos seus próprios preconceitos ou por seus pares, não se fecharam como uma represa até o ponto de explodirem e destruirem tudo a sua volta. Você e seu padrinho tinham um desejo antigo, castrado pela sua mãe carola e por sua família hipócrita.

Não vou retirar o que eu disse. Você sabe que é verdade. Você sabe que seria muito feliz com seu padrinho. Você sabe que queria mais do que essa vida. Embora tenha achado um propósito nesse templo, uma vocação até, ainda sente que poderia ter ido além daquelas férias de verão. Ainda sente que poderia ter experimentado um ou outro homem antes de se entregar ao celibato.

Não padre, dessa vez não estou usando meus poderes. Quer você goste ou não. Eu te conheço agora. Você pode ter tocado fundo em mim, mas eu já mergulhei em você por inteiro.

Pode me ofender, pode gritar. Se quiser pode até vir desse lado e me agredir. Não me importo.

A verdade é que você tem desejos. Como eu, como todos. Voce está com vontade de vir aqui, de arrancar minhas roupas e me implorar que eu o possua por trás. Se quiser, vou fazer com muito prazer.

... O que houve?

Não...

Fique calmo padre, não chore, por favor.

Acho que fui muito fundo com o senhor hoje e peço desculpas.

Eh, pelo visto estou pedindo mais desculpas que o normal hoje. Rs. Devo estar ficando velho e amargurado.

Parte minha estava sedenta pelo desejo de me vingar do senhor. De dissecar seus demônios interiores tal como você fez comigo no encontro anterior.

Talvez tenha ido longe demais. Vou ficar por aqui então, padre

Descanse. Pense a respeito.

Mas o que eu disse antes, foi sincero: você não tem culpa do que ocorreu com você e seu padrinho. Espero que um dia aceite isso.

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Comentários

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Tem minha benção. Rs que bom que gostou

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Olá Fmendes, sou eu de novo, ontem a noite eu acabei de ler alguns de seus contos e estou em êxtase, eu gostaria de ter a permissão de colocar mais alguns no meu blog, como por exemplo o "Quarentena", eu colocarei um link direcionado as pessoas direcionadas para o seu perfil no final das publicações, tudo bem por você? Obrigado novamente pela atenção, bjs.

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Pode entrar em contato comigo pelo seguinte email: blueguycontato2020@gmail.com

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Bom dia, Blue. Pode publicar sim, problema algum . Vou olhar seu blog. Uma dúvida, caso eu queira dar continuidade a uma história, como faço para enviar? Agradeço o convite. Muito honrado

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Outra coisa, me desculpe pelo número de mensagens, mas no meu blog tem alguns contos de autores que não terminaram as suas histórias, e já faz muito tempo mesmo que eles estão inativos, você poderia dar uma olhada no marcador "contos" e talvez quem sabe reviver/adotar uma dessas histórias? Eu sei que é pedir muito, mas eu acho que sua maneira de escrita é perfeita, até poderia melhorar muito os universos desses contos.

Se tiver interessado entre em contato comigo pelo blog, novamente muito obrigado pela atenção!

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Ah eu esqueci, se você quiser dar um olhada no meu blog antes o link é: guys-feel-horny-for-guys.blogspot.com

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Olá Fmendes, primeiramente parabéns pelo seu trabalho, é simplesmente sensacional e excitante, gozei bastante, quero dizer gostei bastante, a segunda coisa é que eu gostaria da sua permissão para divulgar sua série Incubus no meu blogs, ficaria muito contente se permitisse, obrigado pela atenção, bjs.

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AQUI SEM PALAVRAS. AINDA GOSTARIA DE LER SOBRE UMA RELAÇÃO ENTRE O INCUBUS E O PADRE. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS VEREMOS

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Absolutamente maravilhoso! Estou ansioso pra ver esse padre entrar na rola ;)

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