Antiherói - Capítulo Cinco

Um conto erótico de _alguemsolitario
Categoria: Homossexual
Contém 1530 palavras
Data: 28/12/2019 02:24:19

— O que foi isso, Pedro? Você enlouqueceu? Eu não estou te reconhecendo! - Não conseguia acreditar em sua reação.

— Eu só não quero ver você sofrer, Oliver! Você sabe que eu não simpatizo com aquele cara e você é um idiota por voltar com ele. - Ele respira fundo e retoma as mãos ao volante. De uma maneira estranha ele aparentava estar chateado, diria que até bravo.

— Olha, eu realmente não esperava que você fosse reagir assim. E eu não vou mentir em dizer que não me sentir ofendido, porquê eu fiquei. Não tinha necessidade nenhuma de você dizer o que disse. - Ele ficou em silêncio por alguns minutos e continuou dirigindo, até parar em um sinal vermelho.

— Me desculpa, Oli... Eu só... Estava preocupado com você pois não quero que você fique estranho e se afaste de novo como fez nas últimas semanas. - Disse olhando em meus olhos, agora ele só transparecia arrependimento.

— Está tudo bem! Mas eu não pensei que isso fosse afetar nossa amizade. E eu não me distanciei porquê quis, e sim por conta dos meus estudos. E não se preocupe, pois namoro nenhum é mais importante para mim do que nossa amizade. - Fui sincero. Eu realmente seria capaz de terminar qualquer relacionamento para não perder meus amigos que sempre estavam comigo para o que der e vier. Como demostração de apoio, repouso minha mão em seu coxa e aperto levemente, e ele sorri, dando partida novamente quando o sinal abre.

— Ok, já chega! Vamos parar de viadagem. - Diz voltando a sorrir.

— Ah, tá... Pra quem, segundos atrás, estava quase chorando com ciúmes de um amigo homem... - Respondo debochando.

— O quê? Eu não estava com ciúmes, só estava preocupado.

— Tá certo. Vou fingir que acredito. - Desdenho.

— Vai se foder, Oli. - Aos poucos o clima amigável que havia entre nós, estava voltando e eu pude me sentir mais relaxado.

— Cuidado com o que você fala, Pedro. Me respeita!

— Vai se foder, Oliver - Repetiu pausadamente em um tom de provocação. Sem delongas e astuciosamente, dou um murro em seu pênis, forte o suficiente para fazê-lo sentir dor. Ele se assusta e faz com que carro deslize de leve na pista.

— Aí, caralho! Você quer matar a gente? Isso dói! - Respondeu fazendo uma expressão dolorosa, e pondo a outra mão em cima do seu membro.

— Se não sabe brincar, não desce pro play. - Digo sorrindo da cara dele.

— Depois você vai ver o play. Pode ter certeza que vai ter volta. - Estávamos agora entrando em uma rodovia federal, mais conhecida como BR.

Fomos conversando durante as duas primeiras horas do trajeto, e pude relembrar muitas das minhas memórias de infância. Em como éramos um time quando pequeno e nos envolvíamos constantemente em brigas por sempre tomarmos, um as dores do outro. Sem dúvidas Pedro era um amigo de verdade.

— ...Eu morria de ódio quando você me chamava para ir para sua casa brincar, e quando eu chegava lá você dizia que ia dormir pois estava com sono. - Diz Pedro sorrindo. Ele parecia feliz voltando aquelas lembranças.

— Você que era um chato, burguês safado. Seus brinquedos eram os mais caros e por conta disso você não nos deixava pôr-los no chão. Sempre pegava os meus e ainda por cima quebrava tudo. - Rebati me divertindo daquela memória. Era inevitável não gargalhar das peripécias que fizemos quando éramos crianças.

Após muito conversa resolvemos colocar algumas playlists para tocar. Para evitar brigas, decidimos tocar apenas as músicas que os dois gostassem, e o resultado não deu outro quando as nossas preferidas tocavam. Dois abestalhados cantando alto e dançando em um carro em movimento.

— Espera, vamos parar aqui pois preciso desapertar. - Diz meu amigo se referindo ao ato de urinar, parando o carro no acostamento. Ele abre a porta do carro e desce, entrando em uma mata virgem. Eu o acompanho pois também precisar fazer aquilo. Ele desabotoou a calça e pôs seu membro para fora e eu faço o mesmo, já começando a me sentir aliviado. Terminei antes dele, e vê-lo naquela situação ali me deu uma ideia. Na mesma hora puxei sua calça para baixo e o empurrei, saindo correndo logo em seguida gargalhando do acontecido.

Ele enfurecido se levantou, limpou-se e subiu sua roupa, vindo correr atrás de mim. Parecíamos dois idiotas correndo na beira da estrada.

— Oliver seu filho da puta. Vem cá! - Gritava e eu continuava a correr, até que ele parou e começou a se coçar. — Oli, eu acho que cai em ortiga. - Não consegui me aguentar e explodi em risadas. — Não ri caralho me ajuda. - Na mesma hora voltei para perto dele para analisar a situação. Ele literalmente caiu sentando em folha de ortiga, e sua bunda estava toda vermelha.

— Caramba mano! Tá muito feio isso aí! - Digo sem saber se sorrio, ou se me preocupo.

— Culpa sua. Agora que vai ter vingança mesmo. - Diz continuando a se coçar.

— Não coçar para não fazer ferida. Eu tenho para queimadura na minha bolsa, deixa eu pegar. - Digo puxando minha mochila que havia colocado no banco de trás, e rapidamente achando a bisnaga. — Toma passa aí!

— Isso vai servir? - Pergunta.

— Acho que sim. Ele também hidrata a pele. - Concluo. Ele abaixa um pouco sua calça e começa a passar no local. — Desculpa mano. Não sabia que ia dar nisso. Mas pelo menos temos uma história engraçada para contarmos para os nossos netos.

— Pau no seu cu. Ainda vai ter volta. - Diz, mas sua gargalhada segundos depois confirma que estava tudo bem. Ele sobe suas calças e me entrega a pomada. — É geladinho. Mas agora vamos embora. - Diz abrindo a porta do carro e entrando, mas quando eu tentei abrir a porta do passageiro ela estava trancada.

— Tá trancada Pedro.

— Eu sei. - Responde — Não é só você que é o engraçadinho. - Seu sorriso era diabólico, e já imaginava o que ele ia aprontar.

— Nem pense em me deixar aqui. - Ameaço, mas é em vão. Ele simplesmente arranca com o carro até sumir de vista, me deixando sozinho na beira da estrada. — Filho da puta. - Grito, mas ele já ia longe demais. —Mas ele vai ter que voltar. - Pensei.

Os minutos se passaram e ele não retornou. Comecei a andar pois era perigoso eu ficar parado sozinho em um lugar onde só tinha mato. Pensei em pedir carona aos carros que passavam, mas ainda não era hora, tinha certeza que ele ainda ia aparecer. Lembrei que estava com o celular no bolso e instintivamente saquei e disquei o número dele, que atendeu no segundo toque.

— Seu desgraçado onde você está? - Pergunto e ele responde com risadas do outro lado da linha.

— Estou a 500 metros de você em um posto de gasolina. Venha me encontrar aqui andando. - Diz maléficamente.

— Você é sem noção? Estamos em uma rodovia brasileira, as chances de eu ser assaltado ou atropelado por algum maluco são enormes. - Eu realmente estava bravo, e também com medo de que acontecesse algo, mas continuei seguindo em frente.

— Não exagera. Isso é só uma provinha. Vou desligar, boa sorte aí, até daqui a pouco, beijos. - Finaliza debochando. Quando eu encontrasse ele com certeza o daria alguns socos.

Já passavam da cinco da tarde e logo iria escurecer. Acelerei meus passos e após andar por quase dez minutos consegui avistar o posto de gasolina e o carro do Pedro.

— Sério, não gostei dessa brincadeira. - Digo ainda pela janela.

— Ué, reclama para o meu bumbum que ficou ardendo por sua causa. - Ironiza. Ele destranca a porta e eu entro.

— Ok, você quer que eu peça desculpas? Tá certo, senhor Pedro Miguel, desculpa por lhe empurrar e machucar sua bunda. Tá satisfeito? Agora pode dar partida nessa porra. - Já estava começando a me irritar e ele só gargalhava do meu estado e da minha exaltação. Ele deu partida com o carro e seguimos com a nossa viagem.

Eram nove horas da noite quando chegamos na residência do primo do Pedro em Salvador na Bahia. A casa era grande, ficava num terreno arborizado dentro de um condomínio de alto padrão na cidade. O Pedro estacionou em frente a garagem, buzinando para chamar a atenção de seu parente. Ele desligou o carro e descemos. Antes mesmo de chegarmos a porta ela é aberta, e um cara jovem, de pele branca e cabelos pretos sai de dentro e corre para abraçar meu amigo. E não vou negar o quanto ele era lindo. Ele era só um pouco mais alto que o Pedro e possuía um porte atlético. Tudo nele era grande, mãos, braços, coxas, e o bumbum. Os homens daquela família com certeza eram muitos sorturdos. Ele me cumprimenta e entramos.

— Como a gente chegou tarde e estou cansado, vamos aproveitar para dormirmos aqui e saímos às cinco amanhã de manhã. - Diz meu amigo.

— Tudo bem, os quartos de hóspedes estão livres e vocês podem ficar a vontade. - Respondeu. Ele era extremamente simpático e se esforçou bastante para nos deixar confortáveis. O Pedro resolveu ir tomar um banho e enquanto ele estava no banheiro, nós dois ficamos na sala conversando. Ele me fez várias perguntas sobre mim e demonstrou ser uma pessoa muito legal, me contou algumas de suas histórias com o Pedro e eu ouvia tudo atentamente sorrindo.

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SÓ O IDIOTA DO OLIVER NÃO PERCEBEU O AMOR DE PEDRO.

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