Antiherói - Capítulo Um

Um conto erótico de _alguemsolitario
Categoria: Homossexual
Contém 1389 palavras
Data: 07/12/2019 22:26:24

Era uma noite quente de sexta, não sei ao certo que horas eram, porém certamente não era mais cedo. Sem nenhum plano para o fim de semana e sem mais nada para fazer em casa, decidi ir para minha cama dormir. Se tinha uma coisa que eu amava era o silêncio e o escuro, para mim, era quando muitos dos meus pensamentos ficavam as claras. Permito-me fechar os olhos, agradecendo ao universo por mais um dia, até sentir que lentamente meu corpo adormecia. Não sei quanto tempo se passou, mas acredito que já deveria estar dormindo, pois não percebi que haviam entrado em meu quarto. Sou despertado ao me tocar que alguém estava deitado ao meu lado, me agarrando por trás.

— Oli, acorda! - Dizia uma voz masculina ao meu lado, tentando falar alto o suficiente para acordar apenas a mim, e não a casa inteira. — Acorda caralho! Vamos sair!

Aquela voz era familiar, e eu poderia reconhece-la a quilômetros de distância. Era Pedro, meu melhor amigo. Eu tinha o conhecido ainda no colegial, na mesma época em que conheci a Julia, minha outra melhor amiga, e desde então, nós três, viramos um trio inseparável. Dos três eu era o mais normal, diferente da Júlia que era completamente louca, e do Pedro que era um inconsequente.

— Que porra você está fazendo? Como entrou aqui? - pergunto tentando tirá-lo de cima de mim.

— É sexta! Vamos pra balada! - Disse se levantando e puxando os lençóis que cobriam o meu corpo, na qual eu tentava, inutilmente puxa-los de volta.

— Me deixa caralho, eu não quero ir! Aliás quem te deixou entrar? - Nesse momento ouço alguém pedir por ajuda, e ao olhar na direção do barulho não puder acreditar naquela cena. A Júlia havia escalando a minha janela.

— Me ajuda aqui, Pedro! - Dizia ela com metade do corpo para dentro do meu quarto, na qual meu amigo prontamente vai ajudá-la.

— Nós não iríamos incomodar seus pais tarde da noite, então lembramos que você deixa a janela aberta por conta do calor e aqui estamos! - Concluiu Pedro terminando de ajudar Júlia a subir.

— Vocês são loucos! Por quê não me ligaram como pessoas normais? - Pergunto fingindo indignação, mas no fundo estava com uma vontade enorme de rir.

— Tentamos isso, querido! Mas você nem pra deixar a porra do celular ligado! - Disse Júlia mostrando em seu registro de chamadas, várias tentativas de ligações para mim. Nesse momento me dou conta de que não sei onde está meu celular.

Aquela altura do campeonato, os dois já estavam espaçados no meu quarto, a Júlia em minha cama me abraçando de um lado, enquanto o Pedro estava do outro, ambos com a cabeça em meu peito.

— Estávamos com saudades de você seu idiota. Não nos vemos há mais de uma semana! - Disse Júlia

— Nem sequer deu sinal de vida! - Completou Pedro.

— Vocês são exagerados. Sabiam que eu estava em semana de prova na faculdade e que teria menos tempo pra vocês. - Me defendi

— Mas custava mandar uma mensagem ou ligar? Cabeção! - Rebateu Pedro dando um soco de leve em meu peito, se levantando logo em seguida e acendendo a luz do meu quarto. A claridade fez meus olhos doerem. — Agora levanta que vamos sair!

— Não! Desliga isso! Eu não vou! - Disse cobrindo meus olhos com a corbeta, na qual foi bruscamente puxado pela Júlia.

— Levanta daí agora Oliver! Eu vou contar até três, se você não se levantar nós dois vamos te espancar de cócegas. - Diz com autoridade

— O quê? Não, você não vai...

— 1...

— Não, Júlia. Entenda, eu não estou afim! Eu quero dormir caralho! - Argumentei, porém ela continuo. O sorriso na cara de Pedro era mirabolante, só estava esperando o sinal para me atacar.

—Continuava a contar.

— Eu quero dormir! - Gritei

—No último segundo em que ela completou a contagem, consegui sacar um travesseiro e tacar na cara dos dois quando vieram para cima de mim, isso me deu tempo para correr até o banheiro e me trancar.

— Vocês venceram caralho, conseguiram tirar meu sono! - Disse já dentro do banheiro tirando minhas roupas e indo em direção ao box. Ainda pude ouvir os dois gargalharem no quarto.

Após meu banho, busquei algo para vestir no guarda roupa, na verdade, peguei a primeira blusa e calça que eu vi, completando com minhas usuais botas e minha jaqueta que me deixava estilo bad boy.

— E aí? Tô com cara de mal? - Perguntei para eles terminando de pentear o cabelo.

— Cara de quem vai ser minha putinha! - Disse Pedro numa tentativa de me zoar.

— Tu tá ficando muito gostoso Oli! Fquei até excitada! - Completou Júlia.

— Cresçam vocês dois! Agora vamos antes que eu desista! - Digo fechando o guarda-roupa e procurando meu celular. Até que escuto alguém bater na porta do meu quarto.

— Oli, quem está aí com você? - Era minha mãe.

— Fudeu! - Sussurrou Pedro.

— Não faça barulho, idiota! - Respondeu Júlia.

— Está tudo bem mãe! São só o Pedro e a Júlia! - respondi a protestos dos dois

— Ah, sim! Eu me levantei para pegar um copo d'água e escutei barulhos vindo daqui e vim ver se está bem. Mas enfim, se precisar de alguma coisa me chame! - Diz minha mãe— A propósito, boa noite Júlia e Pedro!

— Boa noite tia Carmem! - Responde os dois quase no mesmo tempo, seguido de risadas abafadas.

— Aliás, mãe... - Digo abrindo a porta do quarto. — Precisamos eletrificar as janelas!

— O quê? - Pergunta espantada

— Nada. Só perguntei se viu meu celular? - Disfarcei

— Ah, sim. Eu o vi na bancada da cozinha! Se for sair verifique se realmente trancou a porta! Boa noite! - Diz me dando um beijo e descendo as escadas em direção ao seu quarto.

— Enquanto a vocês rapariginhas, passem! - Digo apontando com a cabeça pra que eles saiam do meu quarto.

— Você acha que ela percebeu que entramos pela janela? - Pergunta meu amigo em um tom baixo.

— Não se preocupa! Ela acha que ele abriu a porta para nós! - Responde Júlia

Apago as luzes do meu quarto e em seguida fecho a porta, seguindo com meus amigos para o andar debaixo da casa. Antes de sairmos passamos na cozinha e lá estava meu celular. O coloco no bolso junto a minha carteira e saímos rumo a aproveitar a noite.

— Para onde iremos? - Pergunto enquanto estamos andando na rua.

— Para balada. Faz tempo que não me acabo de dançar. - Diz Júlia animada — quero mexer a raba a noite toda!

— E eu vou aproveitar para descolar um sexo! Estou na seca há três semanas! - Comentou Pedro

— Três semanas?! - Perguntou eu e Júlia perplexos, caindo na gargalhada logo em seguida.

— Do que vocês estão rindo babacas. - Pergunta nossa amigo zangado — Você mesmo, Júlia, disse que desde que largou o Will há três meses, está sem transar!

— Uow! - Digo agitando a discussão dos dois. — Já criou teias de aranha!

— Vá se foder, Oli! - Diz ela brava — Eu só não encontrei alguém legal com quem transar!

— Transa comigo, eu sou legal! - Pedro como sempre, não perdendo a oportunidade de ser cafageste. — Sério! Você tá necessitada, eu estou necessitado! A gente junta o útil ao agradável e de quebra não perdemos a amizade! Vai ser uma transa-amiga!

— Eu prefiro ter uma transa-amiga com o Oli! Você é um babaca Pedro! - Rebate Júlia

— Então podemos transar nós três. Um ménage-amigo! - Diz Pedro

— Não! Me deixe fora das suas louquices, Pedro! Se bem que, não seria uma má ideia! - Digo por fim, entrando na brincadeira.

— Está vendo? O Oli já está dentro. Só falta você! - Diz para Júlia na qual ela o responde com o dedo do meio

— Vão se foder vocês dois!

— Olha Oli, se ela não quiser podemos fazer só nos dois, ok? - Continuo Pedro para mim

— O quê? - Digo surpreso mas não evitando dar risadas, igual a Júlia que nos acompanhava logo atrás.

— Você não teria coragem Pedro! - Diz Júlia entre altas gargalhadas!

— É claro que eu teria! O Oli é bonito! Olha só... - Ainda sorrindo, não percebi quando meu amigo veio em minha direção e me deu um beijo. Mas não foi um simples selo, foi um beijo intenso, de língua! Durando os segundos suficiente para me fazer mudar de ideia, de que transar com ele, não seria uma ideia assim tão ruim.

Nota do autor: Este conto também está disponível no wattpad, no perfil @_alguemsolitario. Os capítulos serão postados lá primeiro. Espero que tenham gostado!

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