O Sequestro - Cap. 14

Um conto erótico de GuiiDuque
Categoria: Homossexual
Contém 5503 palavras
Data: 28/11/2019 03:14:38

~ continuando ~

-

Meus seguranças pareciam mais animados.

- Agora estamos trabalhando! - Um deles diz quando comento sua cara animada.

Estávamos indo a uma exposição de carros antigos, coisa que adoro e nunca podia ir. Quase tivemos um probleminha, quando um sujeito grandão fica me encarando e o Fabrício logo se anima.

- Ele bem que podia vir aqui... - Ouço ele falando baixinho para a Tereza, que dá um sorriso sacana.

- Precisamos treinar aquele golpe novo que o Moacir nos ensinou. - Ela comenta animada, mas a Beatriz chega perto e faz alguma coisa com ele, para quem olha parece que ela se desequilibrou, mas depois soube que ela lhe deu um golpe nos rins que o fez querer ir para bem longe rapidamente.

- Acha que só você vai se divertir aqui?! - A Tereza fala brava quando ela retorna para junto de nós.

Uma noite Moacir me chama no quarto.

- Vai fazer alguma coisa agora?

- Não, pensei em pedir alguém do book... - Digo um pouco desanimado.

- Então me ajuda a treinar seus seguranças?! Quero que você aprenda também alguma coisa.

E ficamos umas quatro horas treinando. Ele não dava moleza. Me deu uma geladinha e, simulando situações que eu poderia passar em público, ensinava alguns golpes para os meus seguranças e os fazia repetir inúmeras vezes, até ficar satisfeito. Gostei de saber alguma coisa de defesa também e me ensinou a usar uma arma.

- Você não vai precisar, mas não custa saber destravar uma arma ou como apontá-la, não é?!

Ele tem razão, saber não ocupa espaço. Seu “quartel general” é no meu forte, e continua sendo, sempre que voltamos ao Brasil é lá que ele treina e tem acesso às câmeras de segurança.

Fui a alguns desses treinos. Gosto de ver. Parece mesmo um forte em funcionamento. Ele mandou afastar as paredes de madeiras e tem uma área interna grande, acho que ele me mata de souber que contei, mas “fortificou” o forte.

- Se precisar, defendo a casa por aqui. - Ele me disse rindo uma noite quando vi uma arma pesada sendo colocada em “algum” lugar do forte.

Se contar mais que isso eu apanho mesmo rsrsrsrsr. Posso contar que ampliou o saloon, é onde meus seguranças se reúnem para relaxar, tomar uma quando estão de folga, ou serem instruídos. Na realidade, os seguranças do Tomás vão para lá também, já vi segurança deixando de folgar e passando a noite lá bebendo com os rapazes. É uma réplica mesmo, com direto até a um piano no canto, descobri que Moacir toca bem, e muitas vezes fui lá beber com eles.

Beija Flor adora, sempre que vem me ver, vai lá. Como um sabe do outro, e sabe que o outro sabe, é divertido ver o Moacir tentando ocultar alguma coisa. Beija flor pega na hora e faz questão de mostrar que viu, parece que só para sacanear. Os dois se divertem fazendo isso. Parecem que brincam de bandido e mocinho, disse isso para eles uma vez. Eles me olharam com cara de criança que faz arte.

- Não entendi? - Diz o Moacir.

- Do que você está falando? - Retruca o Beija flor.

Tomás não tem mais acesso às câmeras de segurança de lá. Houve até um atrito entre o Moacir e ele. Intervi e dei a ordem. Foi cortado o circuito que leva som e imagem para ele.

- Perdi a confiança do senhor? - Tomás me pergunta ofendido quando digo que ele não teria mais acesso ao meu forte.

- Não, Tomás, mas meu chefe de segurança é o Moacir. Você tem sua janela que é o seu escritório. O escritório dele é no forte, só é uma janela maior, ninguém disse que você não é bem-vindo lá, Moacir tem minha autorização para reformá-lo como quiser e espero sua ajuda no que ele precisar.

- Sim, senhor. - Ouço e vejo que ele ficou foi enciumado. Meus pais não o deixam brincar. Tadinho...

Moacir reformou tudo, a cocheira foi adaptada e é onde ficam as motocicletas, fez até uma saída da casa por ali, outro problema com o Tomás, parece um forte antigo, mas ele o adaptou completamente. Quanto mais disfarçado e moderno, mais interessante ficava.

Ele parece um general comandando seu exército. Ele se diverte, dá para ver. Papai um dia me disse que a conta estava ficando cara.

- Acredito! - Digo para ele - Deve ser caro mesmo esconder uma antena parabólica, ou todo um circuito de computadores. Quer que eu ajude nas despesas, pai? Posso vender algumas ações, nunca precisei de mesada, posso pedir uma para a mãe.

- Deixe de ser atrevido!!! - Ele diz ofendido. - Acho que o Tomás está é enciumado. - Papai diz rindo. - Me contou que o Moacir mandou instalar uma chopeira disfarçada que ficou caríssima.

- Pai, não tinha chopeira no Velho Oeste.

- Uma tela plana enorme que custou o dobro.

- Bom, já viu alguma tela plana naquela época? - Pergunto rindo. - Está disfarçada. Então, fica um pouco mais caro sim.

- Filho? Posso ver isso?

- Claro, pai, vamos tomar uma geladinha lá hoje com os rapazes.

O pai adorou e, para tristeza do Tomás, ainda sugeriu colocar no portão o acionamento eletrônico.

- Moacir, isso está fabuloso, pena que esqueci meu celular.

- Quer falar com quem, senhor? - Moacir pergunta.

- Minha esposa, ela vai adorar isso aqui.

- Use o interfone, já estamos conectados a toda casa.

Papai liga para o quarto da mãe.

- Querida, posso lhe fazer um convite imperdível?Vista sua calça de couro, uma botinha, aquele chapeuzinho que eu gosto e venha visitar nosso filho. Estamos no forte.

Mamãe simplesmente adorou, já foi logo dando ideias de decoração tipicamente do Velho Oeste.

- Moacir, não tinha que ter uma escada nesse saloon?

- Escada, senhora?

- Sim, para ir para os quartos. Sempre vi isso nos filmes. Você pode usá-los para o que precisar, depósito ou quartos mesmos. Beija Flor pode trazer umas abelhinhas, podemos fazer uma festinha boa de inauguração.

Vejo o Tomás balançando a cabeça, incrédulo.

- Acha que as meninas sabem dançar o cancã? - Ela pergunta olhando tudo satisfeita. - Filho, me empreste seu celular. Preciso conversar com o Beija flor. Quando será a inauguração, Moacir?

Soube que eles vão sempre lá, passou a ser o barzinho da casa.

Um final de semana Beija flor não podia me ver, avisou que estaria fora e disse ao Moacir que queria ir à praia.

- Mas não quero praia deserta. - Disse para ele

- Claro que não, e tem graça praia vazia? - Ele diz naturalmente.

Usando o avião do pai, fomos para Fortaleza, praia lotada, mal conseguia tirar o olho dos meus seguranças, as garotas em minúsculos biquínis, e os rapazes deliciosos de sunga, sem arma é claro. Vejo um rapaz delicioso entrando no mar e vou indo para a água quando a Tereza me põe uma camisinha na mão.

- Quando mergulhar, segura a camisinha com a boca. - Ela me orienta. - Vamos estar perto, mas estarei de olhos fechados. - Ela brinca e pega um dos seguranças pela mão e entra no mar com ele.

Vou chegando perto do rapaz que sorri e começamos a conversar enquanto vamos nos afastando um pouco e meus seguranças vão acompanhando de dentro da água, uma hora uma onda nos aproxima e pego em sua bunda como se me apoiasse, ele sorri e pega gostoso em meu pau por cima do calção.

Espertinho, ele tinha um colar com uma espécie de alfinete ou algo similar, ele prende o calção e assim não corria o risco de perdê-lo e fica nuzinho comigo na água.

- Vamos nos afastar desse casal... - Ele diz vendo meus seguranças que nessa hora pareciam se agarrar.

- Deixa eles, estão ocupados demais para se preocuparem conosco. - Falo já me encoxando nele.

À noite um lual em Canoa Quebrada, gente saindo pelo ladrão, praia entupida, gente linda, animada, fiquei com um carinha logo que cheguei. Ele estava tentando comprar uma ficha para cerveja e eu tinha várias na mão, ele vê e me pergunta se não vendia uma para ele.

- Não vendo, mas bebo uma com você, se quiser... - E ele sorri e tomamos várias.

Fomos no mar e logo vejo Beatriz e o Ivan entrando na água, carinha delicioso, chupava que era uma delícia, rabinho quente, bom demais.

Logo que saímos, ele encontra alguns amigos e vai com eles. Fiquei conversando com meus seguranças e algumas pessoas que iam se aproximando e logo vejo a moreninha. Que delicia, parecia uma indiazinha. Um corpo fabuloso, acabamos ficando na pousada que ela estava.

- Engraçado, esses dois não estavam na praia antes? - Ela pergunta vendo a Teresa sentada no colo do Fernando, pertinho da pousada.

- Aqui é muito pequeno, devem estar em alguma pousada. Talvez até nessa. - E dou um selinho nela, que vai se encontrar com sua turma.

Não fiquei com mais ninguém naquela noite, mas paquerei muito, ri muito e fiquei muito bêbado.

Domingo de manhã já estávamos de novo em Fortaleza e na praia do Futuro, fiquei com um carinha simplesmente lindo. Americano, de férias e logo estava ajudando-o a explicar ao garçom o que ele queria comer, e acabou que quem comeu fui eu rsrsrsrsr.

Voltamos para casa de tardinha. Tive que cumprimentar o Moacir, foi mesmo um final de semana do caralho. Poucas semanas depois, comentei com ele que nunca havia acampado.

No primeiro feriado, ele organizou um acampamento. Convidou o Beija Flor, foram todos os meus seguranças, inclusive ele, alguns colegas de faculdade, Pietro e a namorada e fomos para uma praia. Adorei, lual todas as noites, violão na beira da fogueira, dormir agarradinho com o Beija Flor naquela praia, foi ótimo.

Moacir é assim, faz tudo para me agradar e faz de forma a não me sentir superprotegido, chegava a esquecer que tinha os seguranças.

- Vocês têm que ser invisíveis. - Ele os orienta.

Ao contrário do Tomás que fazia uma rodinha, me colocava no meio deles e ainda esperava que eu me divertisse.

Uma nova fase começava na minha vida junto com o termino da minha faculdade.

Beija Flor não conquistou só a mim, mas minha mãe e meu pai acabaram se rendendo à sua simpatia, até o Moacir já conversava com ele animadamente.

Naquele domingo, estranhei quando ele chegou acompanhado. O acompanhava um homem bonito, não era forte como ele, mas dava para ver que tinha um corpo legal. E tinha quase a mesma idade que ele.

Me dá um selinho logo na porta, nos apresentando.

- Este é Ivan, um amigo que gostaria que conhecesse. Mora em São Paulo e vai pegar o voo das 22 horas.

- Ivan, este é meu namorado, aquele ali... - E aponta o Moacir com a cabeça - Vai te revistar, fica de boa, é assim mesmo. Falei que a cerveja ia estar gelada, meu príncipe. - E me dá uma piscadinha marota e logo estamos entrando os três em meus aposentos.

Logo que entramos Beija flor me pega com fome e vejo o Ivan tirando sua blusa. Sua boca faminta me deixa logo acesso e vai me pegando, enchendo sua mão com meu cacete já duro. Ivan olha um pouco, mas logo mostra que quer participar também e vai ficando atrás de mim e mordendo minha nuca, seus braços me apertam por trás e sinto sua pegada forte. Beija flor vai tirando minha roupa e começa a se esfregar em mim, logo estamos os três nus. Ivan realmente tem um corpo lindo e o colocamos no meio de nós dois que recebe nossas bocas e rapidamente, como dois famintos o disputamos. Algumas vezes nossas bocas se encontram e Beija flor me beija com fome para logo voltarmos a dividir aquele homem delicioso.

- Quero te mostrar uma coisa fabulosa, meu príncipe, mostra para ele Ivan!

Ele pede levando o rosto do Ivan até meu pau e de repente chego a perder o ar. Pôrra o que é aquilo? E vejo o Beija flor sorrindo, seus olhos brilhando do tesão, sem parar de me encarar. Saboreando meu prazer.

- Já viu alguma coisa igual? - Beija flor pergunta chupando minha boca.

Mal consigo falar, Ivan devora meu cacete de uma forma que nunca havia visto, sua língua enrola no meu pau e ele o chupa com força, enquanto sua mão brinca com meu saco e sinto sua língua engolindo um, depois o outro e logo ele se enrola no meu pau de novo, e seu dedo vai até meu rabinho, brincando com ele. Pôrra, que loucura, mal consigo pensar, enlouquecido.

- Quero aprender isso. - Digo rindo

- Eu também! - Ouço na minha nuca e Beija flor vai descendo sua boca pelas minhas costas, chupando, beijando e já está no meu rabinho.

Agora levo um banho de língua dos dois e quando sinto que vou gozar o Ivan solta meu pau e o aperta com sua mão, chego a gritar de tesão e sua língua invade minha boca, num beijo faminto. Seu pau já babado se esfrega no meu, quando sinto o Beija entrando em meu rabinho, suas mãos na minha cintura vão me abaixando para ele ter melhor encaixe e Ivan se põe na minha frente logo depois que põe uma camisinha em mim, me oferecendo seu rabinho quente e começando um trenzinho delicioso, Ivan vira sua cabeça pedindo minha boca e Beija flor morde minha nuca, chupa minha orelha, cada uma de minhas mãos procura um deles e termino batendo uma para o Ivan, mais um pouco e estamos o três gemendo, numa viagem de desejo e tesão e explodimos quase juntos.

Estou deitado no peito do beijo flor quando comento.

- Quero aprender aquilo!

- Demais, não é? Desde que estive com ele ontem, que não consigo pensar em mais nada além de trazê-lo aqui. Tinha que ver sua carinha de tesão, sabia que ia adorar.

- Vocês dois são demais! - Ivan diz deitado na coxa do Beija Flor.

- Se conheceram ontem? - Pergunto curioso

- Não, meu príncipe, Ivan já era amigo meu e do Lipe, na verdade, é meu melhor amigo. Logo no princípio Lipe teve um probleminha com ele, mas resolveu da melhor maneira possível. - E eles sorriem um para o outro.

- Aquele seu companheiro era mesmo bravo, só queria um pouquinho de você. - Ivan brinca. - Me mudei há alguns anos para São Paulo, não nos víamos há uns três anos. - Ele me explica.

- Foi o Ivan que segurou minha barra quando o Lipe morreu, fiquei mal pra caralho.

- É, mas agora está bem pra caralho. - Ivan diz e pega no meu pau com carinho - Então, podemos esquecer aquela fase. - Ivan diz gentil.

- Mas essa chupada é novidade. - Beija flor brinca com os cabelos dele, que rebola seu quadril oferecendo seu cacete.

- Podem praticar, eu ensino. - Olhamos um para o outro e vamos em direção àquele cacete delicioso. - Não, tem que enrolar a língua, Beija flor. - Ele orienta e vai rebolando na boca dele que solta e me oferece para tentar

- Hum, isso, quase isso, mais forte. Pôrra, você aprende rápido. – Diz pra mim.

Passamos a tarde nos saciando, Ivan é só passivo e se divertia nos deixando brincar com seu rabinho quente, nos revezávamos nele que cavalgava fogoso, barulhento, seus gemidos me enchiam de tesão, via Beija flor excitado me olhando, enquanto me divertia com seu amigo para logo entrar na brincadeira, seus olhos raramente se desviam dos meus e podia vê-los completamente azuis.

Conversamos muito também, tomando uma geladinha na hidro. Ivan é empresário e tínhamos muitos pontos de vista parecidos.

- Preciso ir com frequência em São Paulo. - Comento uma hora e ele me convida para visitá-lo.

- Preciso ver se meus alunos estão treinando - Ele brinca.

- Posso combinar com o Beija flor e ele vai também. - Digo animado.

- Vou mostrar de novo. - Ele diz subindo meu corpo e me sentando na beirada e começando outra gulosa daquelas.

Pouco antes de gozar peço que ele pare e peço o rabinho do Beija flor.

- Isso também é novidade! - Ivan comenta surpreso, quando o vê se virando e me oferecendo seu corpo. - Esse é o rabinho mais cobiçado do pedaço. Você conseguiu uma façanha e tanto!

Ele fala comigo, que já não o escuto mais, aquele rabinho quente em meu pau me enlouquece, Ivan cai de boca no pau do Beija flor e quase inundamos o banheiro, gemendo, explodindo em um prazer fantástico.

Trocamos números de celulares e Beija flor vai levá-lo no aeroporto. Estou deitado vendo um DVD quando recebo uma mensagem:

"- Obrigado, ver seu sorriso de prazer, seus olhos brilhando de desejo, dividir seu gozo e sentir o calor de seu tesão queimando minha pele, quase me enlouquece. Obrigado por receber meu amigo e fazer dele nosso amigo. Te amo, descansa e boa semana."

Depois que me formei, fiz meu mestrado na Alemanha e ele foi me visitar duas vezes e eu o via sempre que vinha ao Brasil. Estudei feito um louco e não tenho muita coisa a relatar a não ser que nesse ano, meu primo morreu de overdose, o que morreu foi o que ainda sabia o nome. Seu irmão se jogou na frente de um carro quando atravessava a rua, no ano seguinte.

Fiz o doutorado nos Estados Unidos, Beija Flor não conseguiu o visto para entrar no país e nos encontramos no México umas quatro vezes.

Chegou a fatídico 11 de setembro.

Estava nos Estados Unidos, bem longe dos atentados e, acompanhei assombrado junto com o resto do mundo o ataque ao Afeganistão, na invasão do Iraque, já estava aqui e vi pela TV a prisão e morte do Saddam, com a total destruição de um país lindo e cheio de história.

O povo Iraquiano tem minha total simpatia e torço para que resolvam seus problemas e consigam ainda resgatar um pouco de sua riqueza histórica, resgatar sua dignidade como seres humanos.

Podia ver nos noticiários os castelos que visitei com meu pai, ver tanta beleza e história sendo tratada com tamanho desrespeito pelos soldados americanos e seus aliados, me encheu de náusea.

Saddam merecia ser retirado do poder, é claro, é obvio para qualquer um com as mínimas noções de civilidade, mas a que custo isso? Será que aquele povo estava disposto a pagar o preço que lhe exigiram? Ninguém perguntou, Bush resolveu, seus militares, seus políticos, cegos pela fortuna que uma guerra proporciona, autorizaram.

Roma, fez isso, todos os impérios que a antecederam também, os espanhóis fizeram isso no Peru, na verdade todo conquistador aniquila o país conquistado.

Quando a humanidade vai crescer???????

Falei tudo isso pelo celular com o Beija Flor, depois de ver um especial na TV sobre o Iraque, pós-guerra.

Andei por aquelas ruas, visitei seus monumentos, riquezas, não de um povo, mas da humanidade, não sei se fazem ideia da grandeza histórica, cultural e arquitetônica de Bagdá e ver aquilo sendo destruído por foguetes teleguiados, como se tudo fosse um joguinho de computador, me revoltou. Tive que interromper a ligação numa crise de vômito. Moacir desculpou-se por mim com o Beija Flor.

Mal consigo dormir aquela noite. Podem me achar muito sensível, mas podia sentir o cheiro dos temperos, o gosto de vinho servido naquela tenda no meio do deserto. A água morna que banhou meu corpo naquela tina. O sorriso franco daqueles homens rudes, homens do deserto, com sua história milenar.

De manhã cedinho, estou no banho quando ouço barulho no meu quarto, enrolo na toalha e vejo o Beija Flor entrando no banheiro. Viajou a noite inteira para estar ali àquela hora. Seus olhos negros me revelam que ele sofre comigo, sofre pela minha dor.

Simplesmente me abraça, esquentando meu corpo nu, minha alma entristecida. Não me beija com fome, como faz sempre quando vem me ver, seus lábios mal tocam os meus, sinto sua respiração fluindo para a minha boca e ficamos assim um tempo como se me recarregasse de seu calor, de seu amor, sua compreensão.

Ele fica pouco tempo, no dia seguinte já retorna ao Brasil. Fica o suficiente para deixar a certeza de sua amizade, seu carinho, sua preocupação.

Escrevendo agora, custo a acreditar que os Estados Unidos e seus aliados ainda estão lá, que aquele país, aquele povo ainda não conseguiu recomeçar sua história, interrompida pela burrice de uma nação que se julga dona da verdade, detentora do título de xerife planetário.

Desculpem se me disperso em devaneios, voltemos ao conto.

Beija flor vem me visitar algumas vezes e é sempre uma explosão de prazer, mas muito mais que somente sexo, aprendemos a nos respeitar, a entender que se temos vidas tão diferentes e se não vivemos um conto de fadas, podemos fechar a porta para o mundo e vivermos algumas horas de puro prazer e deleite, companheirismo e confiança e quando ele retorna preciso sempre de algumas horas para recuperar o fôlego e de dias para recuperar o rabinho, mas sei que o dele vai estar bem parecido, então fico rindo sozinho, quando assino algum documento de pé e penso nele tendo dificuldade para ficar sentado naquele avião por horas, enquanto volta para o Brasil.

Poucos dias depois de uma dessas visitas, estou dormindo, 2 e pouco da manhã e sinto alguém mexendo em meus cabelos, pego sua mão e levo até minha boca dando um beijo.

- Está me confundindo, chefe.

Me viro surpreso.

- O que faz em minha cama numa hora dessas? - Pergunto querendo rir. - Olha que eu costumo acordar animadinho e essa boquinha carnuda me deixa cheio de ideias.

- Não sabia que gostava de minha boca. - Ouço e vejo que alguma coisa não está certa. Já o conheço para saber que temos problema.

- Que foi, Moacir, alguém pôs fogo na minha empresa?

- Acho melhor se levantar, seu pai ligou, pede sua volta para o Brasil. Está mandando o avião. Temos que resolver várias coisas, já avisei sua secretária. Um dos rapazes foi buscá-la. Mandei fazer um café forte e alguma coisa para você comer.

- O que foi Moacir? Pôrra, é a mãe? - Pergunto depressa.

- Tentaram pegá-la hoje, há poucas horas isso. - Ele diz preocupado.

Já de pé vou recebendo as informações.

- Pararam o carro em que ela estava indo para um coquetel, infelizmente, ela não usava o blindado, mataram friamente o motorista, e um dos seguranças, o outro conseguiu tirá-la do carro e lutou como um louco. Não sei mais que isso, ainda.

- Como ela está? - Pergunto já saindo da ducha rápida que tomei e me vestindo.

- Assustada, apavorada, é a palavra mais correta. Acaba de tomar um forte sedativo, não para de chorar. Parece que o segurança está ferido, ela viu tudo, está em estado de choque.

- O Luiz? Ferido?! Putz, de novo?!

- Como de novo? E quem é Luiz? Nem sei o nome do segurança.

- Se alguém lutou feito um louco, só pode ter sido o Luiz, mas essa é uma longa história, Moacir... - E agora já estava preocupado com ele também.

Falo com o pai pelo celular, a mãe está sedada e nosso avião já está no ar há mais de 2 horas. Agora não adianta tentar pegar um avião normal ou fretar um. Terei que esperá-lo chegar, reabastecer e depois ainda muitas horas até voltar ao Brasil.

Minha secretária chega e já sabendo da tentativa de sequestro, com sua competência habitual, definimos as reuniões que seriam canceladas, remarcadas, quem poderia me substituir em algumas, fiz relatórios individuas, explicando o que esperava de cada uma. Enfim, passei pouco mais de duas horas trabalhando, acordando muita gente.

Ela se retira, estou comendo alguma coisa quando me lembro do Beija Flor.

Eu ligo pelo celular, desligado ou fora de área escuto, não demora nada, e ele me retorna.

- Sonhou comigo, meu príncipe?

- Tentaram pegar a mãe, mataram dois seguranças... - Ele me interrompe completamente atento.

- Como posso ajudar, meu lindo? Como ela está?

- Não sei ainda, meu avião está no ar chegando aqui, mas ainda demoro muitas horas para estar aí.

- Vou para a sua casa e vejo o que posso fazer. Como nossa rainha está?

- Em estado de choque, viu matarem os dois e parece que o Luiz brigou feio. Está ferido e nem sei a gravidade.

- Estou chegando no carro, verei o que descubro e também quem foi. Pelos feridos eu saberei.

- Não se meta em confusão, Tomás e seus rapazes...

- Não me peça isso. - Ele me interrompe - Mexeram com sua mãe, minha sogrinha, amor, e no meu território. Todo mundo sabe que com a sua família não pode mexer.

- Mas lembre-se: Tomás tem muitos homens e treinados.

- Vou lembrar, vou dando as notícias que for tendo. Primeiro vou para sua casa. - Ouço a porta do carro batendo, barulho de motor, ele manda um beijo e desliga.

Pouco mais de meia hora depois ele liga, a mãe está sedada, Luiz levou uma facada e está sendo operado. Meu avião chega, pelo ao menos uma hora e meia para reabastecer, e todos os protocolos para retorno. Estamos dentro do avião quando Moacir chama em meu quarto.

Temos duas cabines separadas, uma minha e outra de meus pais. Gente não vou descrever o avião, me parece muito pedante. É um avião particular grande com os confortos habituais.

Estou deitado, tentando inutilmente dormir, quando Moacir entra, com seu notebook.

- Tomás me mandou via e-mail a fita de segurança de um banco em frente ao local da briga. Ainda não vi. Quer ver comigo?

- Claro. - Respondo e me sento.

Vemos o carro da mãe passando, sendo cercado, alguém saindo do outro carro rapidamente atirando no vidro do motorista e matando-o, outro atira no segurança que estava no banco da frente e já podemos ver o Luiz saindo do carro armado, e acertando um deles. Não podemos ver toda a cena, não era um filme de cinema. Então muita coisa entendíamos sem ver.

Luiz tem tempo de tirar a mãe do carro e ela desaparece da nossa vista. Mal posso vê-la, pois Luiz a protege com seu corpo.

E começo a ver uma luta como jamais pensei presenciar. Luiz sozinho contra quatro. Moacir não consegue disfarçar sua admiração pelo segurança. Chega a voltar a cena para ver algum golpe novamente.

- Moacir deixe passar, depois faz isso. - Digo nervoso.

Quando parece que tudo acabou ele some e reaparece com a mãe, posso vê-la chorando, quando ele a coloca no carro e antes que entre nele, eles são cercados por mais dois carros e saem vários homens, pelo o menos mais 9. Posso ver Luiz respirando profundamente, abrindo as pernas, e se posicionando para a briga.

- Agora fodeu! - Moacir diz imaginando que Luiz teria sido vencido nessa hora e fica de pé vendo-o ir derrotando um a um. – Pôrra, quero ele para mim. - Eu o ouvi dizer mais de uma vez, admirado. - Esse não anda nunca mais. - Ouvi umas duas vezes. - Esse se fodeu. - Ouço vendo o Luiz quebrar o pescoço de alguém. - Nunca vi nada parecido. - Moacir diz, impressionado. - Cuidado, atrás! - Moacir diz alto e vemos Luiz olhando para trás como se tivesse escutado, o vemos tentar se esquivar e alguém enfiar alguma coisa em suas costas. - Aí, ele foi ferido. - Moacir diz e vemos a cara de dor dele, mas ele não para de brigar. - Ele só pode estar drogado. - Moacir diz pálido.

- Sabe que isso é impossível, Tomás faz exames de sangue a cada dois meses. - Digo completamente perplexo.

Quando ainda restam uns quatro homens, Luiz está exausto, dá para ver nitidamente que suas forças estão acabando, ele recebe um golpe, abaixa o rosto alguém lhe dá um chute na cara, podemos ver seu sangue espirrando, escorrendo pelo rosto, ainda acerta um, só temos imagem, sem som, mas eles ouviram algo, pois podemos ver os últimos três homens se afastando correndo do local, Luiz tem forças para pegar uma arma no chão e atirar em um deles antes que entre no carro e o vemos ajoelhado no chão olhando o carro onde a mãe estava, vemos nessa hora vários carros da polícia chegando ao local.

O vídeo acaba, mas ficamos olhando aquela tela vazia ainda algum tempo. Moacir é o primeiro a reagir. Vai até um balcão pega uma garrafa de whisky e serve duas doses.

- Ao melhor lutador que já conheci! - Ele diz me convidando para o brinde, batendo seu copo no meu.

Tomamos aquele whisky em silêncio.

- Entendo agora porque o Beija Flor ficou tão impressionado com ele. - Digo quando meu copo está quase acabando.

- Eles já brigaram e o Beija Flor sobreviveu?

- Não, não foi assim. - E eu contei para o Moacir a história do Luiz, desde o começo, tínhamos tempo, na verdade muitas horas de voo.

Quando falo do motel, Moacir dá uma gargalhada, já tinha me servido novamente, ele só bebeu aquele.

- Vou ficar esperto quando você sair com um dos meus rapazes.

Dou um risinho e brinco:

- O William bem que me agrada, já viu as coxas dele? E que mala meu!!!!!!!

- Já, já vi e me agrada também. - Ele diz rindo - Mas, vamos ficar bem longe dele, entendeu, chefe?????? Ainda bem que cresceu. - Ouço, quando conto da merda que fiz, dando aquela ordem. - Eu perdi uma farra dessas, não acredito??!!

Ele diz da “festinha” que o Beija Flor deu para resgatar sua abelhinha e me lembro da mãe rindo de nós. “- Minha rainha, como será que ela está?”

Comemos alguma coisa, tento dormir, sem conseguir e mais algumas horas se passam, até me avisarem que estaríamos pousando.

Moacir e eu pegamos o helicóptero que já nos esperava.

Mamãe está mesmo em estado de choque, não consegue parar de chorar, o médico tem receio de aumentar a dose dos medicamentos e provocar algum problema cardíaco. Ela fica em meus braços, como uma criança, como fiquei com o Beija Flor aquela tarde e fiz o mesmo que ele. Deixei que ela chorasse até se esgotarem suas lágrimas, como se elas pudessem lavar de seus olhos toda aquela violência.

Beija Flor só entra em minha casa, algumas horas depois que eu cheguei. Ainda estou no quarto da mãe quando o pai me avisa que ele chegou.

- Seu namorado brigou feio! - O pai fala aborrecido. - Já não chega de tanta violência nessa casa? Podia ao menos ter se limpado.

- Pai, vai com calma, ele foi descobrir quem fez isso com a mãe. Pedi para ele não ir sozinho, mas parece que eu não mando nada. - O pai me olha surpreso.

- Desculpa, filho, não pensei que fosse isso. Vá lá, ajude-o, eu fico com sua mãe, vou mandar um médico para seu quarto.

Sou informado que ele estava em meu quarto, entro preocupado e não o vejo, imagino que esteja no banheiro vou para lá e o vejo no boxe. Suas roupas no chão estão muito sujas de sangue.

Vou tirando minha roupa e ele de costas para mim, vejo que deixa o rosto debaixo d’água e posso ver o sangue escorrer em seu rosto, escorrer de seu braço.

"- Violência atrai violência, vou ter que cortar essa energia." - Penso abrindo a porta do box ele se vira, me vê nu a sua frente e abre seus braços. Dessa vez ele não se divertiu. Seus olhos estão completamente negros.

Depois do banho eu o seco e o deito em minha cama e ele exausto dorme logo. Nem vê quando nosso médico o examina, trata sua mão e dá alguns pontos em seu braço cortado e mais alguns na sobrancelha aberta.

Mais uma vez, ele, sozinho, enfrenta uma situação em que poderia ter tido ajuda de meus seguranças e mais uma vez discutimos por causa disso.

Luiz não teve tanta sorte quanto da outra vez, a faca perfurou um dos rins, que precisou ser retirado. Pode-se viver muito bem com somente um dos rins e ele ficará bem, mas é uma cirurgia delicada e durante alguns dias ele ficou na UTI.

Luiz é uma verdadeira lenda viva entre nossos seguranças, naquela semana vi que o Tomás, Beija Flor e o Moacir reviram aquela briga dezenas de vezes. Beija Flor ainda pediu uma cópia daquele CD. Eu me contentei com aquela única vez.

Ela foi repetida no telão para os seguranças, outra dezena de vezes, cada golpe parado estudado, repetido.

Fomos tomar uma cerveja no saloon uma noite e só se falava nisso. Os rapazes pareciam venerá-lo.

Copiaram a foto dele ajoelhado, com a arma ainda na mão ensanguentada, rosto ensanguentado, cercado de corpos, ao lado do carro da mãe que era a última cena do filminho e a ampliaram e ela foi colocada em destaque na parede do saloon. Achei a imagem forte, e confesso que de muito pouco bom gosto, mas via cada homem elevando seu copo a ela cada vez que serviam um copo, incluo ai, Tomás, Beija Flor e Moacir. E vários foram os brindes feitos a ele.

Ouvi Moacir e Tomás escolhendo quais golpes eles queriam que o Luiz ensinasse, primeiro para eles próprios que depois os passaria para os seguranças.

Luiz poderia ter se aposentado, mas não quis.

- Estou bem, senhora, lhe garanto! - Eu o ouvi dizer para a mãe. - Se me aposentar, vou enlouquecer, meu companheiro não vai me dar paz, me deixe trabalhar, eu até pago a senhora! - E rimos dele.

Luiz, na verdade, teve um bom aumento.

-

~ oi, pessu. vi que apareceu um pessoal novo ai, fiquei feliz!!! que apareçam mais hahaha, tadinha da nossa rainha, não?! Beija flor é um herói, assim como Luiz. <3 ~

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Comentários

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Que capítulo pesado. Nossa...Conto maravilhoso

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fiquei com medo do luis morrer. mas que bom que apesar de tudo ele está bem.

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Adoro teu conto.........espero que esta novela tenha bastante episódios.......lol

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Esse conto é minha novela. Fico esperando o dia inteiro pelo novo capitulo kkkkkkkkk

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Nossa que tenso. Luiz tem que pedir música no fantástico kkkk oh bichinho azarento, mas pelo menos quebrou a cara de alguns bandidos.

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Nossa que tenso. Luiz tem que pedir música no fantástico kkkk oh bichinho azarento, mas pelo menos quebrou a cara de alguns bandidos.

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