Cap 53 - Larissa Alcântara

Um conto erótico de R Pitta
Categoria: Homossexual
Contém 1069 palavras
Data: 21/11/2019 07:10:38

- Larissa, onde está a chave do portão?

- Está dentro do porta luvas do carro.

- Que maravilha!

- Por que?

- Nosso pai saiu com a minha chave pois a Patrícia esqueceu a chave em casa e pegou a chave dele. E a sua está no carro com ele também.

- Em resumo estamos presas dentro de casa?

- Exato, e Jéssica vai passar daqui a pouco para me buscar.

O Celular de minha irmã vibrou.

- Ela já está lá fora.

- Pula o muro.

- Minha única opção. Estou indo, beijos. Não volto hoje.

Pôs o aparelho no bolso de trás da calca e saiu com sorriso no rosto. Fui atrás para ver a peripécia que seria para ela escalar o muro. Melissa olhou, analisou, correu e pulou sem sucesso. E eu, toda princesa, ali, vendo seu desespero e pressa. Ela pensou um pouco e apoiou no portão. Escalou e conseguiu pular. Voltei para a sala e fui jogar videogame até meu pai chegar.

- Boa noite, filhota.

- A benção, Pai.

- Onde está sua irmã?

- Saiu com a Jéssica.

- Sabe para onde foram?

- Não, pai. Só sei dizer que ela passou de carro aqui e que vai dormir fora.

- Está certo, vou subir e deitar um pouco.

Papai beijou minha testa e subiu as escadas. Como não tinha pausado o jogo acabei perdendo e desisti, preferi pegar um livro e lê-lo na varanda para aproveitar o friozinho daquela noite. Lia um parágrafo ou outro entre as trocas infinitas de mensagem com Phill.

Depois de um considerado tempo, tinha acabado de ler o livro, mas o assunto com Phelipe não acabava. Ria, mandava fotos aleatórias, memes, áudios idiotas, Tudo. Desfoquei minha atenção quando Sansão levantou desconfiado e ficou olhando para o portão. Um carro acabara de estacionar na frente de casa e alguém bateu no portão. – Cinco e meia da manhã. Quem pode ser? – A pessoa bateu mais forte fazendo Sansão latir.

- Melissa! – O nome da minha irmã foi dito em tom alto, eu tinha reconhecido aquela voz.

- Jéssica?

- Mel, é você?

- Não, sou a Larissa. Você não deveria estar com ela?

- Que gritaria é essa, Larissa? – Meu pai desceu as escadas assustado. – Quem está lá fora?

- É a Jéssica, pai. Ela está procurando a Mel.

Ele me olhou apreensivo. Mandou que eu prendesse Sansão e foi abrir o portão.

- Entra, minha filha. A rua é muito deserta essa hora.

- Obrigada, Seu Rubens. Melissa já chegou?

- Pelo que me informaram, ela deveria estar contigo. - Jéssica foi ficando pálida. Era perceptível o seu desespero. – Me explica o que aconteceu.

- Seus Rubens, me desculpa. A gente começou a brigar e ela saiu lá de casa, o celular dela estava quebrado, me ofereci para trazê-la no meu carro, a gente brigou de novo com o porteiro olhando tudo. – A menina já estava aos prantos. Chorava muito ao falar. Eu não estava entendendo mais nenhuma palavra. – E aí o carro virou atirando...

- Atirando? – Meu pai e eu falamos em coro.

- E ela sumiu!

- Tem muito tempo isso?

- Tem pouco mais de uma hora.

- Lari, fique aqui, eu vou procurar de carro. Não saiam daqui.

- Eu vou com você, Seu Rubens.

- Você não está em condições. Fique fazendo companhia a Larissa e fiquem de olho no portão para caso Melissa chegue. Qualquer coisa me liguem.

Papai foi correndo pegar a chave do carro e foi em busca de Mel. Levei Jessi para cozinha e dei um pouco de água para ela. Mandei mensagem para Phill perguntando se minha irmã estava com ele. Infelizmente recebi um não com resposta e me perguntou o motivo da pergunta. Expliquei tudo a ele que disse ter ligado para Amanda na esperança de uma resposta positiva, sem sucesso novamente. A menina ali presente não parou um segundo de chorar e tremer. Tentei manter a calma para não piorar. Já era quase seis da manhã quando alguém bateu no portão. Corremos para fora e abri sem preguntar ao menos quem era.

- Melissa chegou? – Era Phill e Amanda.

- Não, amor. Vou tentar ligar para meu Pai.

- Faça isso. Podemos entrar?

Dei espaço para os dois. Já dentro, recebi um abraço protetor dele. O Telefone do meu pai tocou umas duas vezes e ele atendeu. Disse que estava com um amigo do trabalho na delegacia verificando se teria ocorrido alguma entrada dela. Meu coração teve medo de perguntar algo. Pedi para que ligasse ao saber de qualquer coisa e encerrei a ligação.

- Se alimentou? – Perguntou-me Phelipe.

- Estou sem fome.

- Lalá, vocês duas tem que se alimentar. – Disse Amanda. – Nadador, compra pão para nós. Vou, fazer café para as meninas.

Mandinha foi e entramos direto para cozinha. O cheiro do café me despertou uma fome e aumentou a dor de cabeça que estava sentindo.

. Não sabia se a dor era de preocupação, fome ou por estar a quase 24 horas acordada. O café ficou pronto. Jéssica e eu fomos obrigadas a comer, mesmo não querendo. Comi mais que minha futura cunhada que não conseguiu comer meio pedaço de pão. Decidi deitar um pouco no sofá e acabei dormindo. Acordei atordoada com um choro. A televisão estava ligada no noticiário.

- Por que ela está chorando? - Phelipe estava com Jéssica em volta de seus braços, acariciando sua cabeça e tentando confortá-la. – Gente, o que houve?

- Lembra do carro que ela disse que passou atirando? - Concordei com a cabeça e Amanda continuou. – Foi roubado e acabou de aparecer na reportagem que aquele carro foi encontrado com sangue, estava debaixo de uma ponte em uma área afastada daqui.

Meu coração começou a acelerar e comecei a chorar junto.

- Calma, Lalá. Não sabemos o que houve ou quem é. Pode ser de um dos assaltantes, rolou tiro, um pode ter sido atingido. Nós vamos achar a Mel. Seu pai ligou e disse que sua madrasta está a caminho.

- Ele disse onde está?

- Está rodando os hospitais.

- Eu quero minha irmã.

- Também a quero. Vão encontrá-la.

O tempo foi passando e a tensão aumentando. Patrícia chegou já passando uma péssima notícia, um caminhão bastante alto passou em um lugar errado e saiu arrebentando alguns fios da rua, nos deixando sem telefone fixo. O destino não estava a nosso favor. Minha irmã, minha amiga, minha segunda mãe, minha cúmplice, onde estará você? A angústia de esperar por algo que está por vir é ruim e pior ainda é esperar por algo que não tem previsão de chegar. Tanta gente lá em casa e, para mim, a casa vazia.

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Comentários

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Estava ansiosa por esse cap. Agora, ansiosa pelo próximo. Não demore, tá?! Adorei!!

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