Nosso Amor, Meu Destino (Kim) - Cap. 14

Um conto erótico de GuiiDuque
Categoria: Homossexual
Contém 6352 palavras
Data: 08/11/2019 02:30:48

~ continuando ~

-

Alguns dias depois, no final de semana, eu estava na cozinha, começando a tomar café enquanto esperava por Rapha. Eu sabia que ele estava de pé pois ouvira o chuveiro ligado em seu quarto. Pouco tempo depois escuto seus passos na cozinha e me surpreendo com seus braços, frios por causa do banho, me envolvendo os ombros e seus lábios tocando meu rosto. Sua voz era pastosa, Rapha sempre pareceu meio bêbado ao acordar.

R: Bom dia...

Respondi e esperei que ele me soltasse para voltar a comer, mas o que ele fez foi abaixar mais o rosto, encostando o nariz em meu pescoço e falando com os lábios quase encostados em minha pele.

R: Está cheiroso...

Não tive como impedir que um calafrio me corresse a espinha sentindo seu hálito contra meu pescoço e ouvindo sua voz rouca me elogiando.

R: Sabia que o cheiro daquele sabonete ficaria perfeito em você...

Abri a boca para responder, mas tudo o que saiu de lá foi um suspiro entrecortado. Rapha riu, e de repente eu me senti um idiota. Ele poderia estar fazendo aquilo de propósito? Tentei desvendar alguma expressão que o entregasse quando ele se sentou a minha frente, mas não havia nada. Era o mesmo rosto sonolento de todas as manhãs. Ele começou a se servir e a falar como se tudo o que fizera fizesse parte do nosso cotidiano.

R: Uns amigos meus vão fazer um churrasco hoje. Estou afim de ir. Vamos?

K: Pode ser.

R: Nossa...

K: Que foi?

R: Você concordando em sair de primeira é coisa inédita!

K: Cala a boca, Raphael! Eu tenho saído sempre contigo.

R: É verdade... você anda mais sociável esses dias. Sorte minha.

K: Sorte sua por que?

R: Porque eu gosto mais de sair quando você está comigo.

Então ele me olhou e sorriu. Não tive escolha a não ser sorrir de volta. Como era possível ele me fazer tantos elogios, que pareciam ser inconscientes, em tão pouco tempo?

Algumas horas depois, chegamos a casa de um dos amigos de Rapha. A casa em si não era muito grande, bonitinha, toda branca com as telhas vermelhas, mas o jardim era até bastante grande. Rapha me apresentou para quem eu ainda não conhecia e eu cumprimentei também aos que já conhecia. Só estavam ali os amigos mais chegados dele, mas mesmo assim eu ainda não tinha visto uns três ou quatro. Como era cedo, a comida ainda estava sendo preparada e nós fomos logo recrutados para ajudar. Rapha foi direto para as carnes, limpar e temperar, coisa que eu não gosto de fazer, então fui até as garotas e perguntei no que poderia ajudar. Acabei ficando encarregado de preparar o molho à campanha, que daria um certo trabalho, pois, como me disseram, sempre faltava molho, pois todos gostavam muito, então eu teria de picar muitas cebolas, pimentões e tomates para fazer uma quantidade razoável.

O som foi ligado, musica sertaneja, não é um estilo de musica que eu gosto, mas também não acho insuportável ao ponto de não poder escutar durante um churrasco. Rapha gosta, e enquanto ele cantava, já bebendo uma cerveja direto no gargalo da garrafa e preparando as carnes, eu o observava, tentando ser o mais discreto possível e não cortar meus dedos. Ele estava relaxado, sorrindo a todo momento, conversando e brincando com quem parava perto dele ou apenas passava fazendo algum comentário sobre como ele estava ficando dotado nas artes culinárias e depois brincando comigo que eu estava sendo boa influência sobre ele. Eu também me sentia relaxado de uma forma nova. A situação mais parecida com aquela que tive em minha vida foram as pequenas reuniões que fazíamos na casa dos gêmeos e, mesmo assim, o clima nunca era tão descontraído como naquele momento. Até pouco tempo atrás, para mim, ter tantos amigos reunidos era algo inimaginável. Tudo bem que os amigos não eram meus, eram de Rapha, mas todos me tratavam tão bem que eu já me sentia como se os conhecesse há muito tempo.

Algum tempo depois, começa uma música que já ouvira Rapha escutando lá em casa alguma vezes, 'Vida Boa', ele parecia gostar dela. Segundos depois ele estava ao meu lado, rindo e cantando a música, enquanto passava uma mão entre meu braço e minha cintura para roubar um pedaço do pimentão vermelho, que ele sempre gostara de comer cru. Era engraçada a forma como ele forçava um sotaque de interior para cantar: “tenho no quintal uns pé de fruta e de flor”, mas o que estava realmente chamando minha atenção era seu hálito frio, de cerveja recém tomada, perto de meu rosto. Acredito que corei quando ele cantou, num tom de voz mais baixo, a frase seguinte: “e no meu peito por amor, plantei alguém, plantei alguém...”, pois Rapha sorriu, um sorriso enorme, e me beijou a bochecha antes de se afastar, indo dançar com uma de suas amigas.

Quando terminei o molho, acabei ajudando também na farofa e no pão de alho, por isso, algumas horas depois, quando a carne já começava a sair, eu já estava morto de fome e minha barriga protestava sonoramente. Rapha segurou minha cintura e me puxou com ele para longe da cesta de pães ainda a serem cortados e recheados com a pasta de alho e me fez sentar num banquinho, de frente para um prato cheio de pedaços pequenos de carne, linguiça, frango e coração e galinha e um copo cheio de refrigerante.

R: Achei que estaria com fome.

K: Morrendo!

Sorri e comecei a comer.

K: Hum... Está tudo delicioso.

R: Claro que está, fui eu que preparei!

A: Sempre tão modesto...

K: André! Quanto tempo!

A: Fala, garoto. Como é que você está? Engole antes de responder, moleque! Tá com fome, hein? Acabei de chegar e você já está caindo de boca nesse pratão enorme. Vai comer só carne? Tem comida não?

R: Deixa ele, André. O Kim está ajudando a preparar a comida desde cedo, eu que fiz ele parar e sentar aqui pra comer alguma coisa.

A: Opa! A comida é do Kim? Vou preparar meu prato antes que acabe, então!

Eu ri, feliz com o elogio e fiz um gesto com a mão para que ele fosse logo, pois realmente estava com a boca cheia e não pretendia deixar que ela ficasse vazia tão cedo. Rapha sentou do meu lado e pegou alguns pedaços de carne de meu prato.

R: Você quer comida? Eu pego pra você.

K: Não precisa, Rapha, eu vou lá pegar daqui a pouco.

R: Não, eu vou lá. O que você quer? Ah, eu pego um pouco de cada coisa.

Dali a pouco, Rapha e André voltaram para a mesa e eu não sabia dizer de quem era o prato maior. Rapha ainda trouxera mais um prato cheio de carne.

K: Rapha, quanta coisa! Você sabe que eu não como tudo isso.

R: Eu sei, vou comer daqui também.

Ele sorriu, como se fosse a resposta mais obvia do mundo. Sentou do meu lado e começou a comer como se dividir o prato comigo fosse uma coisa muito natural.

A: Oh, que bonitinho, o casalzinho comendo no mesmo prato!

R: Cala a boca e come a sua comida. Tira o olho da nossa.

K: Vocês dois se tratam tão bem...

A: É pra isso que servem os amigos.

K: Cadê sua namorada, André?

A: Ah... ela teve que trabalhar, pra variar...

R: As coisas ainda estão ruins entre vocês, cara?

A: É, tudo na mesma... aquele maldito trabalho dela toma todo o tempo. Mas não vamos falar disso, né?

André parecia aborrecido, então Rapha logo mudou de assunto e nós ficamos por ali durante um bom tempo. A quantidade de comida e cerveja que cabia dentro daqueles dois era impressionante, por isso, quando finalmente eles disseram não aguentar mais comer, já era fim de tarde e o sol estava baixando. Alguém apareceu com um violão e todos sentaram na grama, num circulo bem irregular, para escutar e cantar. Grande parte das pessoas já estava bêbada, o que tornava tudo muito mais divertido para mim, que não conhecia a grande maioria das musicas que eles cantavam, não sei se realmente por não conhecer, ou porque eles já não cantavam mais nada com nada.

Certa hora, levantei e fui até a churrasqueira pegar a banana que deixara lá pra assar, coloquei um pouco de açúcar com canela por cima e, antes de voltar para a roda, peguei mais uma cerveja para Rapha. Estendi a cerveja para ele e, assim que ele a pegou, esfreguei minha mão, que estava gelada, contra a bermuda, tentando esquentá-la.

R: Está com frio?

K: Um pouco.

R: Vem cá.

E dizendo isso, Rapha me puxou pelo braço, fazendo com que me sentasse entre suas pernas e passando um braço sobre meu ombro, cruzando meu peito. Fiquei sem jeito por estarmos naquela situação na frente de todos os amigos dele, mas estava realmente confortável ali. Rapha também não parecia se importar nem um pouco com o que poderiam estar pensando, mas isso poderia ser apenas porque ele mesmo já estava meio bêbado.

R: Hum... isso daí parece bom.

K: Quer um pedaço?

Ele fez que sim com a cabeça e abriu a boca. Ri e cortei um pedaço grande da banana, levando-o a boca dele, que fez um som de contentamento e sorriu depois de engolir, passando a língua deliberadamente devagar pelos lábios depois disso. Eu já estava totalmente certo de que ele estava me provocando, talvez tentando arrancar alguma reação de mim. Não tinha mais como achar que não havia nenhuma malicia, nenhuma intenção por trás das atitudes de Rapha. Era o que eu achava. Ouvimos um dos amigos de Rapha falando, alto o suficiente para que todos ali ouvissem.

X: Que isso, cara? Tá ai agarrado com outro homem, mais cedo tava dando beijinho, estou te estranhando... Vai dizer que mudou de time?

R: Tá com ciúmes, é? Quantos anos tem o seu irmãozinho?

X: Tem 14.

R: Então, vai me dizer que você nunca abraçou nem beijou ele?

X: Não tem nada a ver, cara! Ele é meu irmão e é bem mais novo...

R: E o Kim é meu primo e só tem 18.

O garoto fez uma careta, mas não disse mais nada. Rapha pareceu satisfeito, pois me abraçou com mais força contra si. Eu, no entanto, rezava para que, naquele momento, um buraco se abrisse na terra sob mim e eu fosse engolido por ela. Eu sentia vergonha por meus pensamentos até aquele momento. Estava ali pensando nas intenções que podiam haver por trás dos atos de Rapha, tendo ideia sobre o que poderia acontecer depois e já me convencendo de que aquilo era certo, enquanto ele pensava em mim apenas como num irmãozinho. Fiquei com raiva de repente, mas não dele, e sim de mim, por ser tão idiota a ponto de me enganar daquela forma. Olhei para o chão durante alguns minutos, esperando que as atenções não estivessem mais em nós, e retirei o braço de Rapha de sobre mim, tentando me levantar, mas ele me segurou.

R: O que foi? Aonde você vai?

K: Vou ao banheiro.

R: Tudo bem?

K: Aham.

Ele me soltou e fui o mais rápido possível, sem chegar a correr, até o banheiro, onde fiquei durante o máximo de tempo que pude. Eu me sentia tão envergonhado. Saí do banheiro e vi que Rapha e André conversavam muito próximos, quase como se estivessem cochichando, e Rapha tinha no rosto uma expressão muito séria. André levantou a cabeça e seus olhos encontraram os meus. Forcei um sorriso que, até para mim, pareceu falso, e fui até a churrasqueira, onde comecei a colocar as coisas em ordem. Dali um tempo, Rapha se aproximou de mim.

R: O que você está fazendo, Kim?

K: Arrumando.

R: Você não precisa arrumar nada. Já ajudou demais. Anda, larga essas coisas.

K: Tudo bem. Quero ir embora, então.

Ele me olhou, parecendo surpreso, mas assentiu.

R: Certo. Deixa eu falar com André e nós vamos.

Rapha falou com André, e ele veio para junto de mim também.

A: Vamos. Eu vou dar uma carona pra vocês.

K: Não precisa ir embora por nossa causa, André.

R: Eu disse isso pra ele.

A: Eu estou cansado e quero ir pra casa também. Vamos indo.

Nos despedimos de todos e entramos no carro. Fui logo entrando atrás já que, sempre que saíamos os três, Rapha ia na frente, com André. Mas, para minha surpresa, ele sentou ao meu lado. André não comentou nada, apenas deu a partida e saiu com o carro. Pouco tempo depois, Rapha deslizou de forma desajeitada pelo banco até estar bem próximo de mim e abaixou a cabeça, aproximando o rosto do meu. Senti meu coração dar um salto e tentar, com todas as forças, sair pela minha boca.

R: O que é que você tem?

Seu tom de voz era baixo, mas não tinha como André não escutar. Ele, no entanto, parecia fingir que nada estava acontecendo, e continuava a olhar para a estrada com uma expressão séria.

K: Nada...

R: É por causa do que eu disse pro Felipe, né?

K: Quem?

Tentei dissimular.

R: Não finge que você não sabe do que eu estou falando, Kim.

Apertei uma mão contra a outra, torcendo os dedos de maneira nervosa.

R: Olha, é verdade que eu tenho um carinho de primo por você. Eu te vi crescer, desde pequenininho até virar esse... homem. Mas não é só isso, tá? Você sabe que sempre foi especial pra mim... E o que mais eu poderia dizer para justificar o fato de eu estar abraçando outro cara daquela forma na frente de todo mundo!?

Fiquei sem reação por um momento. Ele estava ali, confessando que não era só carinho de primo que ele sentia por mim, que não era por isso que ele estava me abraçando daquela forma há pouco tempo. Lembrei que estávamos no carro do André e olhei para a frente, encontrando seus olhos refletidos no retrovisor, eles pareciam divertidos. André piscou para mim, me deixando extremamente sem graça, e então eu ouvi Rapha chamando meu nome baixinho, esperando uma resposta de mim.

K: Você não sabe o que está dizendo... você tá bêbado.

R: É, eu estou mesmo.

Respondeu rindo e depois se inclinou para trás, se acomodando no banco, de olhos fechados, e com a gargalhada ainda contraindo sua barriga. Não consegui entender se, por ele estar confirmando que estava bêbado, ele também confirmava que não sabia o que estava dizendo. Mas preferi me agarrar àquele ditado que diz “a bebida entra e a verdade sai”. Deixei que Rapha passasse o braço por meus ombros e me puxasse para encostar a cabeça em seu ombro. Me sentindo novamente confortável, logo peguei no sono e só acordei quando chegamos em casa. Rapha saiu do carro, meio cambaleante, e André se inclinou para a janela do passageiro, falando conosco.

A: Você está mal, hein cara!

R: Nem tanto assim...

A: Hahaha! Boa noite, Kim. Juízo vocês dois.

Acenei com um sorriso sem graça e me virei para ajudar Rapha a entrar. Assim que abri a porta de casa uma bolinha de pelos negros pulou sobre mim me lambendo. Fiz um pouco de festa para a Naná e, pouco tempo depois, ela voltou para o seu tapete. Ela é uma preguiçosa! Dorme a noite inteira e grande parte do dia. Depois que ela se afastou, eu me levantei e vi que Rapha continuava parado no mesmo lugar que quando entrara. Ele estava sério, e deu alguns passos para frente, empurrando meus ombros até que eu estivesse encostado na porta. Nossos rostos estavam tão próximos que nossos narizes chegavam a se tocar, os olhos presos um no outro. Não sabia dizer de quem era a respiração mais pesada e irregular naquele momento.

R: Você ficou tão bonito...

Agora eu tinha certeza de que era a minha respiração a mais acelerada e também o meu coração que batia mais descompassadamente. Minhas pálpebras pareciam pesadas e meu corpo mole, tive de fazer um enorme esforço para manter os olhos abertos e as pernas firmes.

K: Você sempre foi bonito, Rapha.

Ele deu um sorriso leve e levou a mão direita aos meus cabelos, descendo-a por meu rosto, até chegar em meu pescoço. Sua pele estava fria contra a minha, que parecia queimar, e eu acabei fechando os olhos e me mexendo ante ao arrepio gerado pela contato. No entanto, quando voltei a levantar os olhos, a expressão de Rapha já não era mais aquela embriagada e ao mesmo tempo determinada. Ela era confusa, perdida. Ele me puxou para perto, me abraçando com força, e então senti seus lábios pressionarem meu pescoço, num beijo logo abaixo da orelha. Seu lábios se arrastaram até mais embaixo, depositando ali mais um beijo e repetindo o processo até um terceiro beijo, no limite da gola de minha camiseta. Achei que eu fosse cair quando ele me soltou, então espalmei as mão na porta, atrás de mim. Sua expressão ainda era confusa.

R: Eu acho melhor nós irmos dormir.

Não tive forças nem para responder com um murmúrio, muito menos para protestar, que era o que eu realmente queria fazer. Vi Rapha se afastar pensando no quanto eu gostaria que um daqueles beijos tivesse sido dado não em meu pescoço, mas em minha boca e me peguei desejando poder voltar no tempo, para quando eu tinha 12 anos e tivera a oportunidade de experimentar a sensação de sua boca contra a minha, mesmo que de leve. Eu só podia esperar que aquela não tivesse sido uma chance única.

Não sei bem dizer como foi que cheguei em meu quarto. Eu sentia como se minhas pernas simplesmente não fizessem mais parte do meu corpo, pois não conseguia comandá-las, mas, de alguma forma, cheguei até lá, peguei minhas coisas para um banho mais do que necessário, povoado pela lembrança de Rapha abraçado a mim, beijando meu pescoço, e depois voltar para o quarto, onde me deitei e, surpreendentemente, tive uma ótima noite de sono. Sonhei que Rapha e eu éramos novamente crianças e que ninguém condenava o carinho que sentíamos um pelo outro. Talvez eu não quisesse que fossemos crianças de novo, mas desejava com todas as minhas forças que todas as coisas que impediam a nós dois de ficarmos juntos simplesmente desaparecessem e nunca mais voltasse.

A primeira coisa que senti quando abri os olhos no dia seguinte foi meu coração disparar assim que a lembrança dos toques de Rapha me invadiram. Em seguida veio a euforia por pensar que finalmente, depois de tantos anos, eu e Rapha estávamos juntos novamente e que ele, de alguma forma, também sentia algo por mim. Por fim, como um balde de água fria caindo sobre mim, senti a culpa quando me lembrei de Higor dizendo que esperaria até eu ter certeza do que eu queria. Não era justo com ele que eu me deixasse envolver por Rapha enquanto ele me esperava. Passei um tempo deitado, pensando sobre a situação até chegar a uma decisão. Era impossível para mim decidir entre os dois. Eles eram pessoas únicas e especiais e eu os amava, de formas diferentes, mas incomparáveis. No entanto, naquela época da minha vida, Higor estava longe de uma forma que não podia ser contornada tão cedo, ele tinha os estudos para se preocupar e eu não tinha como voltar para a nossa cidade. Já Rapha estava ali ao meu lado e parecia querer dar uma chance para que as coisas acontecessem entre nós. Decidi que eu precisava falar com Higor, contar a ele o que estava acontecendo e deixar tudo claro antes que qualquer coisa acontecesse entre Rapha e eu. E até lá, era melhor eu evitar que situações como as da noite passada se desenvolvessem, ou eu acabaria sentindo como se estivesse traindo a confiança de Higor.

Levantei, me arrumei e fui para a cozinha preparar o café da manhã. Como sempre acontecia nos fins de semana, Rapha ainda não estava acordado. Comecei a colocar tudo sobre a mesa, e quando me virei para pegar o suco dentro da geladeira, senti os braços de Rapha me envolverem. Apesar de ter acabado de acordar, eu podia sentir seu perfume como se ele tivesse acabado de passá-lo. Acho que era porque o cheiro já estava impregnado na sua pele, ou seria na minha mente? Descansei as costas sobre seu peito enquanto ele me dava bom dia, falando com a boca próxima de minha orelha. Me virei em seus braços e passei os meus por seu pescoço, sorrindo para ele e respondendo ao bom dia. Ele sorriu para mim e eu correspondi seu sorriso, enquanto observava seu rosto ficar cada vez mais próximo do meu. Cheguei a achar que ele fosse me beijar a boca e nesse momento lembrei de Higor, mas ele acabou mudando de direção e beijando meu rosto.

R: Não precisa fazer essa cara de assustado, Kim.

K: Eu não...

Ele riu, me interrompendo.

R: Não tem problema. Vamos tomar café?

Suspirei e acabei concordando. Enquanto comíamos, fiquei imaginando se Rapha achava que, pela minha reação, eu não quisesse que ele fosse adiante. Se ele pensasse assim, isso poderia ser um retrocesso em nossa relação, mas, por enquanto, era melhor deixarem as coisas como estavam e que ele pensasse o que quisesse, pelo menos até eu ter a chance de conversar com Higor. E assim o tempo foi passando.

Tenho que admitir uma coisa que provavelmente todos vocês já notaram, eu sou uma pessoa bastante confusa e indecisa. Por mais que eu saiba o que quero, fatores exteriores sempre me preocupam e eu raramente consigo ficar tranquilo enquanto tenho assuntos a serem resolvidos. Quando eu me preocupo com alguma coisa, fico remoendo aquilo várias e várias vezes, mas isso não significa que eu sempre tome uma atitude sobre a situação. Era nesse caso que eu me encontrava. Minha relação com Rapha poderia ser comparada com a de um casalzinho de namorados de 12 anos. Estava na cara que nos gostávamos, mas não passávamos dos carinhos inocentes e beijinhos no rosto. E toda vez que Rapha me tocava eu desejava levar aquilo a um outro nível, mas então pensava em Higor e ficava tudo na mesma. Eu me torturava pensando que o que eu estava fazendo com meu ex namorado não era certo, no entanto, não tinha coragem para esclarecer as coisas com ele.

Pouco mais de um mês depois, as coisas mudaram de uma forma inesperada. Era noite de domingo e Rapha tinha me chamado para assistir um filme em seu quarto. Nós estávamos sentados na cama dele e a única iluminação no quarto provinha da TV. Eu estava concentrado no filme, que estava achando interessante, enquanto Rapha não fazia a menor questão de esconder que não estava nem aí para o que se passava na tela da TV. Ele tinha uma das minhas mãos nas suas e brincava com ela, acariciando meus dedos e desenhando círculos em minha palma. Eu já me acostumara com suas discretas explorações, como esta, então não me distraí muito. Isso até ele começar a subir uma das mãos por meu braço. Primeiro, ele segurou meu pulso, massageando-o de leve, subindo, então os dedos por meu braço, passando as unhas em minha pele e me causando arrepios. Sua mão chegou a meu ombro, levando junto a manga de minha camisa e descobrindo-o. Todo o meu esforço para manter ao menos meus olhos na TV, já que minha atenção há muito se distanciara dela, desapareceu quando os lábios de Rapha tocaram minha pele ali e eu tive de virar o rosto para observar seus movimentos, deliberadamente lentos, feitos com os olhos fechados, enquanto ele usava os dedos para ainda manter a manga da camisa levantada.

Seus dentes entraram em cena, então, roçando por minha pele antes de morderem a camisa, trazendo a gola para baixo e voltando a segurá-la com a mão. Ele deve ter gostado da minha reação ao sentir seus dentes em mim, pois começou a desferir mordidas por todo o meu pescoço, algumas suaves, outras fortes e, enquanto isso, eu começava a sentir cada vez mais dificuldade de puxar o ar, que nunca parecia ser suficiente. E por mais que eu sentisse necessidade de inspirar, de trazer o ar para meus pulmões, ele insistia em me deixar por meio de ofegos e gemidos quando a língua de Rapha, extremamente quente, traçou a extensão de meu pescoço, de cima abaixo, e terminou com o lóbulo de minha orelha preso entre seus lábios, sendo sugado e mordido. Observei, com os olhos embaçados, quando Rapha se moveu, colocando um joelho entre minhas pernas e ficou de frente para mim, segurou minha cintura e me puxou para baixo, até que eu estivesse deitado. E escutei, não muito claramente, pois meus ouvidos pareciam zumbir, quando ele falou comigo.

R: Seu gosto é muito bom, Kim...

Não tive nem tempo de pensar em responder, já que ele voltou a atacar meu pescoço com beijos, mordidas e lambidas, agora tendo maior acesso, indo de meu queixo até a parte de meu peito que a gola, em V, da camisa deixava de fora. A impressão que eu tinha era de que aquilo tudo não passava de uma ilusão muito frágil, e que se eu me movesse um milímetro sequer, tudo aquilo se dissolveria. E foi mais ou menos assim que aconteceu. Senti as mãos de Rapha puxando minha camisa para cima e sua boca trilhando a linha de minha mandíbula em direção a minha boca, e me dei conta de que nosso primeiro beijo (e, provavelmente, muito mais que isso) estava prestes a acontecer. Segurei suas mãos e virei o rosto e, como se tivesse levado um choque, Rapha se afastou, sentando na beirada da cama, de costas pra mim e xingando baixinho.

R: Droga!

K: Rapha...

Ajoelhei atrás dele, colocando as mãos em seus ombros e sentindo seus músculos retesarem.

R: Qual é o problema, Kim? Nós já estamos nesse chove e não molha há mais de um mês. Eu achei que você também quisesse... pela forma como você me olha, como você me toca... você deixa eu te tocar! Kim, eu não entendo. Por que me deixar ir tão longe para depois me parar desse jeito? Ou você pensa que é fácil pra mim? Eu não sei se você já parou pra pensar na minha situação... isso aqui é novidade pra mim, eu nunca me relacionei com outro homem. E mesmo assim sou eu que estou tomando a iniciativa! Eu não sei nem o que pensar. Olha... você não precisa aceitar isso só porque sou eu...

K: Não! Rapha, não é isso. Me desculpa? Eu quero que as coisas dêem certo entre a gente. Quero muito... Mas antes eu preciso resolver as coisas com o Higor e...

R: Higor? O que ele tem a ver? Eu achei que vocês já tivessem terminado tudo.

K: E terminamos! Mas mesmo assim eu não consigo ficar com você sem antes deixar claro pra ele que...

R: Agora você precisa comunicar a ele que vai ficar comigo?

K: Não é assim! Eu só quero que fique tudo claro!

Comecei a me desesperar com minha incapacidade de explicar o que se passava na minha cabeça.

R: Tudo bem, Kim... vamos deixar as coisas como estão, então. Pelo menos por enquanto...

E então ele se levantou e foi para o banheiro. Ouvi o barulho a água do chuveiro caindo, e depois o som ficar um pouco mais fraco, devido a sua entrada debaixo dela. Fiquei ali por mais um tempo, até finalmente consegui me mexer e sair do quarto. Eu estava começando a me convencer da minha capacidade de estragar as coisas nos seus momentos mais importantes.

Minha relação com Rapha amornou muito depois daquele dia. Ele não estava me evitando em suas ações, mas muitas vezes, quando o pegava olhando para mim, ele desviava os olhos. A pergunta que eu me fazia todos os dias era: por que eu não ligava logo para Higor e acabava de vez com aquela situação constrangedora? A verdade é que, de forma bastante egoísta, tenho que dizer, eu tinha medo de cortar todos os vínculos com Higor e depois as coisas não darem certo com Rapha. Desde que Higor terminara comigo, mesmo tendo sempre a companhia de Rapha, eu me sentia meio vazio, meio incompleto. Não sei quantas vezes estive com o celular na mão para ligar para Higor durante aqueles dias. Só que sempre que eu olhava para ele, lembrava do dia em que o recebera de presente, e acabava perdendo a força. Eu ia para a cama todos os dias me chamando de covarde.

Foi assim por pouco mais de uma semana, até acontecer algo que me balançou. Rapha já tinha voltado do trabalho e eu estava preparando o jantar para nós quando o telefone tocou. Como ele não saiu do quarto, eu fui atender.

K: Alô.

P: Alô. Kim? Oi, é a Patricia!

K: Ah, oi...

Nesse momento, Rapha saiu do quarto com a toalha enrolada em volta da cintura, o corpo ainda meio molhado. Acho que ouvi Patricia dizer alguma coisa, mas não consegui distinguir as palavras. Eu já me acostumara a ver aquela corrente pendurada em seu pescoço, com nosso anel pendendo um pouco abaixo do peito, mas naquele momento ela me pareceu mais brilhante que o normal. E fazia um contraste tão bonito com o tom de pele de Rapha que eu simplesmente não conseguia desviar os olhos.

R: Kim... Kim?

K: Oi?

R: Quem é no telefone?

K: Telefone? Ah! É a Patricia.

Ele se aproximou sem me olhar por muito tempo e tomou o telefone da minha mão. Quando ele levou o aparelho a orelha e cumprimentou Patricia, toda minha desatenção desapareceu como num passe de mágica e meus ouvidos se apuraram, na esperança de que, além do que ele dizia, eu pudesse escutar também o que ela dizia do outro lado da linha.

R: É, eu lembro. Hoje?

Ele olhou para mim com um ar de dúvida e, tenho certeza, não consegui disfarçar bem que estava prestando atenção na conversa.

R: Tudo bem. Já estou indo. Beijo.

Ele colocou o telefone no gancho e, sem dizer nada, foi para o quarto. Voltei para a cozinha e comecei a por a mesa para jantarmos, minha cabeça fervia com milhares de possibilidades para a conversa que os dois acabaram de ter e onde Rapha dissera que estava indo. Poucos minutos depois, já vestido e, percebi logo, perfumado, Rapha passou pela porta da cozinha.

R: Kim, vou sair.

K: Agora? Mas o jantar está pronto. Você não vai comer? Já coloquei a mesa...

R:Não vai dar, Kim. Quero ir logo. Não precisa esperar eu voltar. Até mais.

K: Tchau...

Perdi a fome depois que ele saiu. Desarrumei a mesa, guardei toda a comida e fui para a sala, onde fiquei sentado, zapeando pelos canais da TV. Rapha levou pouco mais de três horas para voltar, eu praticamente cronometrei. E foram as três horas mais tensas da minha vida. Passei todo o tempo imaginando se eu realmente tinha estragado tudo aquele dia a ponto de ele resolver voltar com a Patricia. Quando Rapha entrou em casa não consegui olhar para ele, apenas notei, pelo canto dos olhos, que ele se aproximara até estar de pé ao meu lado.

R: Ainda está acordado, Kim? Disse que não precisava me esperar.

K: Eu estava sem sono...

De repente, senti uma vontade enorme de chorar. Apertei os lábios, tentando engolir o nó que se formava em minha garganta. Ouvi Rapha soltar o ar com força e praticamente se largar no sofá, ao meu lado. Ele levou a mão aos meus cabelos, bagunçando-os e passou o braço por meus pescoço, me trazendo para perto. Encostei o rosto em seu ombro.

R: A Patricia ligou aquela hora para me lembrar que eu tinha deixado essa mochila na casa dela.

Disse apontando para a mochila jogada no chão, que eu nem tinha notado.

R: Ela ficou falando no meu ouvido que eu tinha que ir buscar logo ou ela iria jogar fora. Acho que ela ainda está meio irritada comigo. Tinha alguns amigos na casa dela, então fiquei lá conversando um pouco, depois peguei minhas coisas e vim para casa. Não precisa fazer essa carinha...

K: Eu não estou fazendo cara nenhuma.

Respondi ao mesmo tempo em que lhe dava um beliscão na barriga.

R: Ai! Tudo bem, tudo bem.

Ele riu, fazendo com que o peso enorme que eu sentia desde aquela noite aliviasse um pouco. Ele me soltou e se levantou, pegando sua mochila e indo para o corredor, mas no meio do caminho parou.

R: Esqueci de te falar. André perguntou se queremos ir esse fim de semana para a casa dele na serra. Parece que ele vai dar uma festa com os amigos de lá. Quer ir?

K: Claro.

R: Legal, então nós vamos no sábado de manhã cedo. Boa noite, Kim.

K: Boa noite.

Sexta-feira, já passava da meia noite quando Rapha entrou no meu quarto e me observou colocar as ultimas coisas dentro da mochila.

R: Tudo pronto?

K: Sim.

R: Não esquece de levar casaco, hein. Lá faz bastante frio.

K: Já coloquei na mochila.

R: Certo. Nos vemos amanhã cedo então. André vem nos buscar às 9.

Então ele saiu do quarto e eu me sentei na cama. Rapha não parecia mais estar chateado comigo, o que era bom, mas eu sabia que não dava para levar as coisas como estavam. Peguei o celular na mesinha de cabeceira e fiquei um tempo olhando para o nome de Higor na lista de telefones. Fechei os olhos, reunindo toda a coragem que consegui e apertei o botão para ligar. O celular dele tocou algumas vezes e nada, eu já estava quase certo de que ele não atenderia, talvez estivesse dormindo... Já estava prestes a desligar quando ouço sua voz sonolenta, do outro lado da linha.

K: Te acordei? Desculpe...

H: Não, eu tinha acabado de deitar. Não tem problema. Tudo bem contigo?

K: Tudo, sim.

Passamos alguns minutos conversando sobre trivialidades, o que estávamos fazendo, como estava a faculdade de Higor, a ultima que Naná tinha aprontado, essas coisas, até que ficamos sem assunto, uma coisa que raramente acontecia. Ficamos num silêncio estranho que, para mim, era constrangedor, porque eu sabia que era essa a hora de dizer a ele o porque de eu ter ligado àquela hora. No entanto, Higor foi mais rápido que eu e começou a falar.

H: Sabe, foi bom você ter me ligado hoje. Eu queria te contar uma coisa... Estou pra te ligar há uns dias, mas nunca consigo.

K: Como assim nunca consegue? Eu nunca estou ocupado! Sempre atendo quando você me liga.

H: Eu quis dizer que ainda não tive coragem pra ligar...

K: Ah... está tudo bem? Aconteceu alguma coisa séria?

H: Não... não é nada pra você ficar preocupado... Bom, eu acho melhor eu deixar de enrolar e falar logo. Kim, eu sei que nós terminamos e tudo, e que o certo agora seria seguirmos nossas vidas da melhor forma possível, mas...

Achei que meu coração fosse sair pela boca. Só o que me faltava agora era eu ter ligado para dizer a ele que ia tentar acertar as coisas com Rapha e ele me dizer que queria voltar. Segurei a respiração para ouvir o resto.

H: … mas eu ainda me sinto na obrigação de te contar as coisas, sabe? Sinto como se não fosse certo contigo...

K: Eu sei como é, Higor...

H: Então... eu queria ser eu a te contar, e não um dos gêmeos, porque eu sei que você ainda mantêm contato com eles...

K: Contar o que, Higor? Fala logo.

H: Eu fiquei com alguém... algumas vezes. Foi... foi com o Bruno.

K: …

H: Kim?

K: Com o Bruno... nossa. Vocês estão ficando?

H: Não! Quer dizer, não sei. A gente anda se encontrando muito por aqui, na rua, em festas, em chopadas. Acabou acontecendo...

K: Ah... Bom, finalmente ele conseguiu, né?

Sem realmente notar eu tinha assumido um tom de voz frio e desinteressado.

H: Não faz assim, Kim. Nós terminamos e eu só estou te contando porque... porque achei que seria o certo. Você me entende?

K: Claro. Aliás, eu também te liguei para dizer uma coisa. Eu decidi ficar com o Rapha.

H: Quê? Como assim decidiu ficar com ele? Você quer dizer de vez? Vocês já estão juntos, Kim?

K: Não. Eu não fiquei com ele ainda porque achei que devia conversar com você antes. Bobagem minha, né?

H: Para com isso, Kim! Não é como se eu fosse namorar o Bruno. Já você está tomando uma decisão muito importante assim, como se não fosse nada!

K: Pelo contrário, não é nada. É tudo no que venho pensando nos últimos tempos. E a decisão já está tomada.

Ele ficou mudo por algum tempo, e quando voltou a falar, tinha a voz trêmula.

H: Tudo bem, Kim. Se você tem certeza que é isso o que quer... Eu espero que você seja muito feliz. Boa noite, Kim.

E dizendo isso, ele desligou o telefone. Apertei os olhos, pensando em como aquela conversa tinha sido diferente da calma e sensata que eu planejara ter com ele. Mas eu não consegui me conter e acabei deixando o ciúme falar mais alto. Bom, eu era assim, se não fizesse nenhuma besteira, não seria eu. Deixei o celular de lado, pensando que agora não havia nenhum obstáculo entre Rapha e eu. Não era como se eu estivesse feliz, eu estava realmente triste por perder Higor daquela forma, mas não podia conter os pulos que meu coração dava quando eu pensava que agora eu e Rapha ficaríamos juntos.

-

~ oi, gentem! vi um pessoal novo ai nos comentários, hein?! to gostando de ver, apareçam leitores fantasmas/que não comentam, hahahah... Tá ai o porquê Higor estava estranho; logo o Bruno?! aff ~

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Comentários

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Queria muito que ele (Kim) ficasse com o Higor, mas infelizmente a gente não pode ter tudo, não é? Achei mais imaturo por parte do Higor do que da parte do Kim.

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Exatamente Martines. Quem não está gostando, para de ler. Fácil assim.

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Peço desculpa ao autor mas vou deixar de ler o conto pois ele deixou de ter interesse para mim........para mim só fazia sentido continuar a ler seno Kim fica-se com o Higor.

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O Kim vai Sofrer muito nesse relacionamento.

O Higor é verdadeiro namorou e está namorando só homem.

O Raphael ele só está brincando com o kim ele só namora mulher ele nunca ficou com homem de verdade

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Ansioso pro Próximo! E pelo amor gente, esse Valterso enche o saco, não entende o dilema da história e cria hipóteses desnecessárias... vi em três capítulos passado ele escrevendo muita merda aqui! Cara esse conto já tá escrito e é dá época do Orkut, não temos o que palpitar.... agora para de falar asneira!!!

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Hahah o Kim sinceramente, dá vontade de dar uns tapas nele, as vezes kkk. Só acho que ele na deve dar satisfação do que sente vontade ou com quem deve ficar pra ninguém.

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Higor e Kim tinham uma amizade colorida. Estou ansiosa pela primeira vez do Rafa com o primo.

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GRANDE MERDA QUE KIM ACABOU DE FAZER. ACHO QUE PARO POR AQUI. REALMENTE NÃO PENSOU NEM UM SÓ MOMENTO EM HIGOR. APENAS ESTAVA QUERENDO ARRUMAR UMA DESCULPA. MAS ACONTECEU. UMA PENA. HIGOR MERECE SER FELIZ. TORÇO POR ELE. ELE NÃO MERECE UM AMOR DE MENTIRA, DE FAZ DE CONTA.

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