Meu Loiro! - Capítulo 26 - Provas de um Amor maior.

Um conto erótico de Léo Hanz
Categoria: Homossexual
Contém 4579 palavras
Data: 26/08/2019 08:35:43

Bom dia amores. Surpresinha pra vocês hoje! Boa leitura!

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Fred tinha saído para fumar um cigarro e só então notou que o dia já estava amanhecendo. Voltou pra dentro e sentou no banco. Lembrou que ele e Humberto teriam uma videoconferência importantíssima sobre um projeto da marca de Fred e a empresa. Tinham se falado a apenas algumas horas atrás. Estava marcado para às 9h da manhã em ponto. Dormiu sem terminar de ler o email que Humberto tinha passado pra ele. Não lembrava se o primo tinha mudado algum assunto que iam falar. Levantou para ir fumar de novo quando viu seu tio chegar com um copo de café.

-Pegue, Fred. Está sentado aí a noite inteira. Não bebeu nem água, só fumou.

-Obrigado, eu estava precisando. - tomou um gole do café e olhou para a hora no celular. - Tio, preciso ir. Eu e o Beto temos uma videoconferência sobre um projeto que não pode ser adiada. Eu vou ter que me preparar para poder falar por nós dois.

- Fred, você não dormiu nada. Está visivelmente cansado e abatido. - faliu Rogério com pena.

-Nada que um banho, uma base e um rímel não resolva, tio. - disse o loiro sorrindo. - Essa reunião é mais importante do que o meu estado. - falou se espreguiçando tentando mandar o sono embora. - Se o Beto aparecer, pede pra ele me ligar depois das 14h pra eu poder contar pra ele como foi.

-Frederico, até quando você vai aguentar?

Fred sorriu triste.

-Vou aguentar enquanto meu coração sentir que seu filho me ama e meu amor é correspondido...

Disse Fred colocando a bolsa no ombro e segurando seu cigarro na mão, sumindo para a saída. Rogério ficou olhando pra ele transtornado. Se continuasse desse jeito, seu sobrinho definharia por amor.

O choro forte do bebê tirou Humberto de suas orações. Ver seu filho pela primeira vez o fez sentir extremamente feliz que seus olhos brilhavam de alegria. Alessandra estava nervosa, mas ao receber seu filho junto de seus braços se permitiu enfim sorrir. O bebê era lindo. Parecia bastante com ela: cabelo loiro, pele branca... trazia alguns traços do pai também como os olhos que tinham uma cor indefinida ainda, mas que provavelmente seria azul.

O bebê foi levado para fazer os exames e a operação enfim foi concluída. Humberto saiu do centro cirúrgico, pensando somente em se jogar nos braços do primo e dividir com ele a experiência mágica que tinha acabado de vivenciar. Quando chegou na sala de espera, seu sorriso sumiu. Onde estava Fred?

-Pai, cadê meu primo?

- Beto, oi! Como está a Alessandra? E o bebê? É lindo? Parece com você? - quis saber Pillar que foi completamente ignorada pelo filho.

-É… pai, cadê o Fred?

- Ele precisou ir embora, filho. Disse que vocês tinham uma videoconferência e foi pra empresa e me pediu pra te lembrar. Disse também que ela não podia ser cancelada nem reagendada e precisava ir tomar um banho pra poder dirigi-la por vocês dois.

-Puta merda, eu esqueci disso. Eu tô indo pra lá. - disse Humberto andando mas foi impedido por Rogério que segurou em seu braço.

- Fred me pediu pra te avisar que você não se preocupasse com nada. Apenas ligue pra ele depois das 14h da tarde pra ele contar como foi. Acho que ele vai estar ocupado até lá.

-Ele sabe o que faz, Humberto. Finalmente aprendeu a não ser um fraco. - disse Pillar ganhando um olhar frio de Humberto, que defendeu ele.

- Não fala assim dele, mãe. Ele estava abatido e cansado. A reunião vai ser puxada e o tempo pra ele se preparar é curto. Não é justo com ele.

- Ele escolheu assim. Está querendo viver a vida dele longe de você. Preocupe-se agora com A SUA ESPOSA e o SEU FILHO. O apoio do marido nessas horas é muito importante porque a mulher se sente exausta no final.

- Ela não tava cansada, mãe. Estava sedada. Não sentiu nenhuma dor. Fez uma cesárea.

-Cesárea? E você está preocupado com o inferno do Frederico? Tenha a dó, Humberto. Não sabe o quanto esse tipo de cirurgia acaba com a autoestima da mulher.

Ouvir sua mãe falando daquele jeito de Fred trouxe um Humberto á tona que todos ali conheciam.

-Nunca mais fale assim do meu primo, está ouvindo? E já que entende tão bem do assunto, vai você até lá. EU PRECISO FALAR COM O FRED! - explodiu Humberto saindo de perto de Pillar e andando até o corredor. Que mulher mais sem coração, pensou ele. Já não bastava tudo o que seu primo passou no último ano.

Humberto estava tão nervoso com sua mãe que sem perceber caminhou até o berçário. Parou em frente ao vidro e viu uma enfermeira acomodando seu filho. Sorriu sentindo um alívio no peito. Apesar dele ter nascido prematuro, tudo indicava que sua saúde estava perfeita.

Automaticamente ligou para Fred, que atendeu logo no primeiro toque. Tinha ido pra casa, tomou banho, se arrumou e foi até a empresa. Estava sentado em sua mesa quando ouviu o celular tocar.

- Oi Humberto. Como estão as coisas aí?

"-O bebê nasceu, meu loiro."

-E…?

Humberto ficou analisando seu filho recém nascido e seu silêncio preocupou Fred.

- Humberto? O que houve? Seu filho e a Alessandra estão bem?

"-Estão...estão sim… é que eu nem sei por onde começar."

Fred levantou da mesa e acendeu um cigarro. Sorriu ao notar seu primo tão aéreo e perdido daquele jeito.

-Ok, vou facilitar sua vida: não quero saber se ele é muito pequeno, ou muito grande porque ele acabou de nascer e bebês mudam muito rápido. Também não quero saber se ele tem algum tipo de síndrome, com o tanto que seja saudável. Também não quero saber se ele é lindo porque afinal, ele é seu filho e você é lindo. O que eu quero saber é: ele nasceu saudável ou vai precisar ficar internado?

Humberto começou a chorar. Fred era tão único. Por que ele tinha que ser seu primo? Não bastava somente ser o amor de sua vida? Fred era homem, mas ele não via problema nisso. Porém, como ficaria tudo depois? Sua mãe surtaria, sua esposa surtaria também… por que tinha que ser assim? Por que infernos ele resolveu se casar?

Fred ouvia a respiração de Humberto enquanto esperava uma resposta.

-Humberto, você está me irritando com esse seu silêncio. O que aconteceu?

"-Nada, ele é… ele é lindo. Nem precisou ficar na incubadora."

-E você está nesse estado por que?

"-Eu? Fred, eu amo você… amo muito você!"

-Eu sei disso. - sorriu.

"-Estou te sacrificando demais…"

- Não me lembro de você ter me pedido nada. E ainda que eu seja louco por você, estou completamente ciente dos meus atos.

"- Eu sei, meu loiro."

-Então pra quê tudo isso?

"-Porque eu queria que você estivesse aqui. Queria de alguma forma… que esse bebê fosse nosso!"

Fred engoliu seco ao ouvir aquilo.

Humberto não era um homem emotivo. Era muito brincalhão, carinhoso e gentil, mas não emotivo.

- Beto, eu infelizmente não posso estar com você agora, mas assim que a reunião terminar eu vou pra aí. Tenta descansar um pouco depois que souber tudo sobre o… qual o nome dele mesmo?

"- Ele ainda não tem nome. A Alessandra disse que quer que você escolha o nome e que seja padrinho dele."

- Eu não posso. Não sirvo pra isso.

"- Você me deu todos os motivos de que serve pra isso hoje!"

- Baby, por favor, não…

"-É por causa da minha mulher? Vai deixar de ser padrinho do meu filho por causa dela?"

- Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

"-Claro que tem!"

Fred se calou. Humberto o conhecia bem demais e não podia ficar negando o óbvio. Mas pela primeira vez na relação dos dois, Fred decidiu seguir sua vontade.

- Humberto, me desculpa, mas pela primeira vez na minha vida está fora do meu alcance te fazer feliz.

Humberto levou a mão na boca tentando segurar um soluço que segurava com muito custo. Sentiu o desespero que ele vinha lutando há anos ganhar território em seu corpo e começar a dominá-lo. Fred arrepiou ao ouvir o soluço.

"-Beto?"

-Fred, eu preciso desligar… eu … depois nos falamos.

Desligou o celular antes que seu primo pudesse retrucar e por fim sentiu uma tristeza e um desespero vencer seu corpo. Foi tão sufocante e assustador que ele ao menos conseguia conter o choro que fechava sua garganta e chorou toda a sua angústia, seu arrependimento e sua desesperança para uma solução para o caos que ele próprio tinha criado.

Depois que Humberto desligou o telefone, Fred sentiu todo seu cansaço mental e físico atingi-lo em cheio. Sentou no sofá e jogou a cabeça pra trás. Não aguentava mais aquilo. Que Deus, ou o universo, ou seja lá quem fosse, os ajudasse. Humberto estava perdendo a força. Nenhum dos dois iriam aguentar aquilo por muito mais tempo.

Humberto estava se sentindo extremamente fraco e perdido que se arrastou ali mesmo e encostou na parede, puxando os joelhos contra seu peito e apoiou as mãos escondendo um pouco o rosto. Seus soluços chamaram a atenção de Thiago que tinha acabado de chegar e estava indo conhecer seu "neto" quando viu Humberto naquele estado. Sentiu uma sensação ruim ao ver seu sobrinho daquele jeito.

- Humberto? - chamou.

Não obtendo resposta, se ajoelhou na frente dele e segurou os dois pulsos chamando sua atenção. Humberto se assustou mas quando viu que era seu tio, se jogou nos braços de Thiago.

- Eu não posso mais, tio, não consigo mais... Acabaram as minhas forças, minhas esperanças… eu… não sou nada sem ele. Nada! O que eu fui fazer com as nossas vidas?

Thiago estava sem palavras. Claro que sabia do que ele estava falando, mas não esperava encontrar Humberto tão desesperado depois do nascimento de seu filho.

- Humberto, calma! Vamos sair daqui e você me conta o que aconteceu, pode ser?

- Nada de novo, tio. Eu só não consigo mais. Eu tentei, dei meu melhor, neguei o quanto eu pude meu sentimento até hoje. Eu não posso continuar com isso. Eu não quero continuar sem ele. Ele é minha vida. Não sabe o que ele teve que suportar por mim essa noite…

- Humberto, vamos sair daqui por favor? Vem. - Thiago levantou Humberto e saíram dali. Levou seu sobrinho até o estacionamento pra ele tomar um ar fresco. Encostou ele cuidadosamente em seu carro.

-Agora respira e tenta se acalmar!

-Eu não quero me acalmar, tio. Eu quero que isso acabe e que seja um sonho e quando eu acordar eu esteja com ele em meus braços. Queria nunca ter socado ele, queria não ter sido um filho da puta egoísta e colocado ele nessa situação. Fred não merecia isso, tio. E eu não mereço o Fred. - disse Humberto batendo em seu peito.

Foram longos minutos tentando acalmar Humberto que chorava como um bebê e nada do que ele dizia parecia surtir algum efeito. Ele estava abatido, com olheiras e uma dor quase palpável. Seu celular não parava de vibrar. Ele estava se abraçando tentando se proteger do mundo e falando mais uma vez que não ia suportar aquilo quando ouviu o conhecido som do carro de Fred parando praticamente do lado deles.

Precisamente dois minutos depois que Humberto desligou o telefone, Fred ficou sabendo que um dos acionistas tiveram que cancelar a reunião de última hora. Sem sombra de dúvidas, pegou o caminho de volta para o hospital. Ligava para Humberto, mas ele não atendia. Quando chegou lá e presenciou aquela cena, mal desligou e saltou de dentro do carro indo até o primo. Quando Humberto o viu, começou a achar que estava vendo coisas.

-Hey, calma! - disse se aproximando de Humberto e segurando seu rosto. O moreno abraçou Fred e chorou com a cabeça escondida em seu peito.

-O que aconteceu, tio?

-Arrependimento, cansaço, medo, carência, insegurança… soa familiar?

- Baby, calma, eu estou aqui…. Shhhhhhhhhh… - tentou amenizar a situação abraçando ele forte.

- Fred, vou deixar vocês a sós e tentar barrar qualquer um que tente vir até vocês tá?! - disse Thiago acariciando os cabelos de Fred, que sorriu, mas sem desviar a atenção do homem em seus braços.

Humberto respirou fundo.

-Não dá mais, Frederico. Eu tentei, eu lutei, eu fiz o impossível mas eu não posso continuar com isso… Eu preciso de você… eu preciso muito de você, muito… e eu tenho te machucado tanto… me perdoa? Pelo amor de Deus, me perdoa?

- Baby, você precisa se acalmar e ser forte. Eu sei que quando o desespero bate dá vontade de sair correndo e jogar tudo pro alto. Digo isso porque o desespero virou meu amigo íntimo ultimamente, mas você precisa ser forte. Você tem um filho recém nascido agora pra criar… Não tire essa estabilidade dele!

-E nós, Frederico? Será que você é cego e nunca percebeu que tudo mudou entre nós? Que tudo o que sentimos um pelo outro mudou? Que nossa amizade já não basta mais?

Fred sorriu. O cego era Humberto, e não ele, pensou.

-Percebi isso há muito tempo, Beto. Aliás, eu sempre te amei desse jeito. Mas as coisas não são simples assim. Conversamos sobre isso naquele telefonema depois que você voltou da lua de mel, lembra?

- Claro que eu lembro. Lembro que eu fui um desgraçado egoísta. Você não queria mais se aproximar de mim e eu insisti. Mas eu precisava de você na minha vida. Quando você fica longe parece que uma parte de mim fica ausente… eu venho te causando dor e desgosto durante quase um ano…

-Nós estamos no mesmo barco, Humberto!

-Porra nenhuma. - gritou Humberto olhando para Fred. - Olha pra você… Não percebe o que está fazendo com você mesmo?

- Não me faça de vitima porque eu não sou, Humberto. Sei o que estou fazendo!

- Eu também sei o que está fazendo. Está suportando a dor de me ver casado e com um filho sozinho só pra poder ficar perto de mim, e eu não quero te ver sofrer. Mas o que eu te pergunto é: vai me esperar até quando?

Fred olhou sério nos olhos vermelhos do primo e sorriu.

-Quem disse que eu estou esperando por você?

- Não está? - perguntou Humberto com voz de choro.

-Não, porque você sempre foi meu!

- Frederico, eu tô falando sério!

-Eu também estou! Quer uma prova?

Humberto olhou perdido e suplicante para Fred.

Sim; precisava de uma prova desesperadamente!

Fred segurou Humberto pela cintura com uma mão e com a outra passou pelo pescoço, trazendo o maior lentamente para perto dele olhando em seus olhos, dando tempo de seu primo se esquivar se quisesse, mas Humberto apenas fechou os olhos e passou a língua olhos lábios mantendo eles abertos e então deixaram rolar.

Suas bocas se encaixaram com uma perfeição absurda e suas mãos começaram a passar pelo corpo um do outro buscando mais contato. Quando Humberto sentiu a língua de Fred entrar na sua boca, não conseguia explicar pra si mesmo o quão boa era aquela sensação e como conseguiu viver ao lado dele até aquele momento sem ter sentido aquilo. Passou as duas mãos pela cintura do mais baixo trazendo seu corpo para si enquanto beijava desesperadamente a boca do loiro. Humberto se entregou sem medo, pressa, vergonha ou pudor á aquele beijo tão necessário.

Fred sentiu o sangue, pele e todas as terminações nervosas de seu corpo vibrar com o que estava acontecendo. Estava ciente de onde estava, o que estava fazendo e com quem estava fazendo, e queria fazer o possível para que aquele primeiro beijo deles fosse o melhor da vida dos dois. Sem perceber, gemeu e esse gemido fez com que Humberto perdesse a sanidade que restava, e o moreno empurrou o corpo de Fred contra o carro, segurando seus cabelos com a mão e beijando o pescoço, a orelha, o pescoço de novo e depois sua boca. Humberto apertava tanto Fred, que o loiro não conseguia parar de gemer. Humberto não conseguia se reconhecer naquele momento. Estava sendo bruto. Fred sentia essa brutalidade do primo, mas estava gostando demais daquilo. Beijaram-se por mais um bom tempo, até que o loiro segurou nas laterais do rosto do primo para encerrar o beijo, o que não estava sendo fácil porque Humberto segurava a nuca de Fred contra a sua boca, até que se separaram e então colou suas testas. Apesar de todo o momento que passaram se beijando e se tocando, a respiração deles estava calma e seus corações em paz. Estavam de olhos fechados e nenhum dos dois queria abri-los e quebrar toda a magia daquele momento.

-Melhorou? - perguntou Fred com a voz rouca de desejo. Humberto demorou para responder e sua resposta fez Fred sorrir.

-Se eu disser que não, me beija de novo?

Fred simplesmente passou os braços pelo pescoço do primo e o beijou. Um beijo longo, carregado de carinho.

- Meu Deus, como isso foi bom! - disse Humberto passando a língua nos lábios tentando sentir mais o gosto do primo. - Como é que eu pude viver até hoje sem ter sentido sua boca na minha?

Fred sorriu.

-Pode me explicar o que deu em você pra fazer isso? O impulsivo da relação sou eu! - sorriu Humberto.

-Foi o único jeito que eu achei pra te impedir de cometer uma besteira. Você não pode se desesperar e abandonar tudo agora… Ben precisa de você!

-Ben?

Fred baixou o olhar. Não tinha coragem de olhar nos olhos de Humberto.

- Meu loiro, você chamou meu filho de Ben? - disse Humberto puxando o queixo do primo, levantando seu rosto.

Fred respirou fundo.

-Quando eu fui pra sua casa ajudar a Alessandra, eu falava pra ela que tudo ficaria BEM. Quando você disse que eu teria que dar um nome a ele, esse foi o primeiro que passou na minha cabeça.

Humberto começou a chorar e a sorrir ao mesmo tempo.

- Meu Deus! Eu vou beijar você de novo. - disse Humberto aproximando seu rosto do loiro.

-Criei um monstro! - comentou Fred contendo os avanços do primo.

-Tá me segurando por que? - perguntou Humberto sério.

-Porque acabei de me dar conta de que estamos no meio do estacionamento.

- Você e a porra do seu juízo, Fred. Francamente, sabe… você nunca ligou pra nada do que os outros iriam pensar. Porque justo comigo você faz isso? Deixa eu te beijar! - disse Humberto tentando mais uma vez. Fred colocou o dedo nos lábios do primo.

-Me ame ou me odeie… a escolha é sua. - disse o loiro dando os ombros.

- Eu nunca odiaria você, me loiro. Só queria que você não tivesse esse medo comigo. Eu te beijei hoje e vou querer isso pra sempre, entendeu?

Fred olhou pra cima.

-Enfim, voltando ao Ben, eu acho que Benjamin seria um nome lindo, o que você acha?

Humberto sorriu.

-Eu nunca pensaria num nome tão lindo assim. Ainda bem que foi você quem escolheu!

-Quero ir ver meu afilhado agora, posso? - perguntou o loiro.

-O que te fez mudar de ideia em ser padrinho dele?

- Não sei. Só sei que quero cuidar dele junto com você.

-Obrigado meu loiro. - sussurrou Humberto segurando a mão do primo.

- Só não me agarre daquele jeito de novo, tá? Se não eu morro.

Humberto sorriu. Não conseguia explicar o que tinha acontecido com ele. Parecia que uma força sobrenatural tinha tomado seu corpo.

-Eu te machuquei?

-Muito pelo contrário, baby. Eu amei. Você é exatamente do jeito que eu sempre sonhei que você seria. - sorriu - Mas se controle!

- Fred, eu não sou irresponsável. Amei beijar sua boca, sentir seu toque no meu corpo, sentir você em meus braços… mas sei que não vai acontecer de novo tão cedo. - disse Humberto com olhar triste e os olhos com lágrimas.

-Eu acertei ou errei com o que eu fiz, Beto?

-Acertou em cheio, meu loiro. Você me trouxe de volta à vida, me devolveu as forças. Mas eu estou preocupado. Se só de ficar perto de mim era motivo pra você se esquivar, não quero imaginar o que ter me beijado vai causar em você daqui pra frente… só… não me deixe, por favor!

Fred suspirou, abriu a porta do carro pegando sua bolsa e acendeu um cigarro. Franziu a testa olhando pro nada.

-Humberto, você é meu. Eu sou seu. Mas no fim das contas você está casado e agora é pai. Não pode largar tudo e gritar pro mundo que me ama. Estarei do seu lado sempre, mas vou seguir minha vida.

- Como eu consegui ferrar com a sua vida tanto assim? Sempre te protegi, e no fim fui eu mesmo quem feriu você!

-Você fez o que achava certo para o momento e ninguém tem o direito de te julgar sobre isso! Agora vamos entrar? - disse Fred jogando o cigarro fora.

Humberto segurou o primo forte pelo braço.

-Acabou? Nem começou e acabou? Nunca mais vou ter sua boca? - perguntou triste.

- Não acabou, mas agora Ben precisa de nós. Chegou a hora de nós transferimos nosso amor pra ele.

- Como assim transferir nosso amor? - perguntou Humberto em pânico. - Parece que você está dizendo que nosso amor acaba aqui!

- Não foi o que eu quis dizer. Eu disse que ele vai precisar do NOSSO AMOR pra ele poder seguir em frente. - disse Fred dando os ombros.

Humberto fechou os olhos para esconder as lágrimas. Sabia que Fred estava certo, mas doía pra caramba. Começou a sentir aquela tristeza e vazio novamente. Sentiu Fred fazer um carinho em sua mão e depois lhe abraçar.

- Como você consegue, meu loiro?

- Você me ama?

-Claro que eu te amo. Eu continuo dizendo isso só pra você.

-Então diz?

-Eu Amo Você!

-É assim que eu consigo. - sorriu o loiro.

Os dois voltaram para dentro do hospital abraçados.

Quando chegaram no andar da maternidade, Fred foi esmagado num abraço por Beatriz e Thiago.

- Meu filho, eu nem sei dizer o quanto eu estou orgulhosa de você! - disse ela beijando o rosto do sobrinho.

-Obrigado, tia. É bom te ver. - sorriu.

Beatriz se soltou de Fred e abraçou Humberto.

-Parabéns pelo seu filho, Beto!

-Obrigado tia!

- Como foi a reunião, Fred? - disse Rogério chegando e abraçando Fred.

-Na verdade não teve reunião, tio. Um dos participantes cancelou. Não vou mentir, fiquei aliviado. - sorriu!

- Humberto? - Humberto se virou e deu de cara com os pais de Alessandra.

Recebeu os cumprimentos pelo nascimento do filho e depois Roberto e Marina foram agradecer Fred.

- Fred, eu só queria agradecer pelo que você fez por minha filha e pelo meu neto hoje. Eu não tenho palavras… só… muito obrigada mesmo. Eu serei grata pra sempre à você!

-Imagine, não fiz nada demais. - disse Fred meio envergonhado.

- Claro que fez, Fred. - disse Roberto. - Você salvou a vida de nossa filha essa noite. Eu serei eternamente grato á você também. - disse Roberto abraçando Fred, que buscou os olhos de Humberto, pedindo socorro e por fim Humberto tirou o primo de lá avisando que ia levá-lo para ver o bebê.

- Beto, quando vão decidir o nome do bebê? - perguntou Rogério.

-O nome dele é Benjamin, pai!

- Que nome lindo! Quando vocês decidiram? - perguntou Rogério.

-Na verdade quem escolheu foi o padrinho dele… - respondeu Humberto para o pai, enquanto olhava totalmente apaixonado para Fred.

Pillar olhou para o filho e viu seu olhar doce em direção ao seu sobrinho.

- Como assim o Frederico escolheu o nome, ficou maluco? Ele não é o pai. O que a Alessandra vai pensar? - perguntou Pillar visivelmente nervosa.

Fred virou os olhos.

- Ela quis assim, mãe. Alessandra disse que nosso filho só teria nome quando o Fred escolhesse e aceitasse ser padrinho dele.

-E eu apoio totalmente a decisão da minha filha, Pillar. Alessandra só está viva por conta do Fred. Nós devemos muito à ele.

Pillar olhou sério para Marina. As duas ficaram se olhando. Pillar tentava entender tudo aquilo, dizendo a si mesma que depois iria ter uma conversa com ela

Marina chegou perto de Fred, abraçando ele e dando um beijo em seu rosto.

-Vai com o Humberto ver o Ben! - disse ela.

-Mas vocês são os pais dela e…

-Vai lá, Fred. Nós já vimos ela e mesmo que não tivéssemos visto, você tem mais direito do que nós. - disse Roberto.

-Vem meu loiro! - disse Humberto entrelaçando os dedos na mão do primo e foram caminhando até o berçário.

Quando chegaram lá, Fred olhou para o vidro e olhou aquele pacotinho pequeno embrulhado num cobertor e sorriu. Sentiu um misto de medo, misturado com angústia e alegria ao mesmo tempo. A enfermeira os viu e sorriu indo até a porta, abrindo para eles entrarem. Quando entraram, fizeram a higienização das mãos, braços e rosto e foi buscar o bebê. Quando voltou, colocou Ben nos braços do pai e deixou eles sozinhos.

-Vem cá, meu loiro. Vem conhecer seu sobrinho… - chamou Humberto com doçura. Fred estava estático vendo aquela cena. Só então a ficha de que Humberto era finalmente pai, caiu. Não conseguia se mexer e nem avaliar direito o que estava sentindo no momento. Quando ouviu a voz doce de seu primo, voltou para si e caminhou até eles. Humberto colocou o bebê nos braços do primo, e Fred teve a certeza de que aquela criança havia mudado pra sempre sua vida daquele dia em diante. Sentiu Humberto lhe abraçar pela cintura e repousar seu queixo em seu ombro. Fred recostou-se no corpo do maior. Ficaram ali em silêncio, curtindo aquele momento numa promessa muda de união e amor, até que o médico de Alessandra chegou dizendo que ela estava acordada e que queria ver o marido e o 'cunhado'.

-Alessandra? - falou Humberto da porta.

-Oi amor. Cadê o Fred?

-Oi, querida. - sorriu o loiro. - Como você está?!

Alessandra sorriu contente em ver Fred.

- Eu estou bem, muito bem, Fred!

Fred entrou no quarto e sentou na ponta da cama.

- Não falei que tudo ficaria bem?

Humberto sorria meio bobo com o rosto baixo.

-O que foi, Humberto?

- Nada, Alê. Só estou feliz. O Fred aceitou ser padrinho do nosso filho e deu o nome à ele de Benjamin.

Alessandra sorriu.

-Benjamin… que nome mais lindo! Só você mesmo pra pensar num nome tão lindo. Muito obrigada, Fred! Por tudo. - sorriu Alessandra.

Uma enfermeira trouxe Ben para ser amamentado, e ao notar isso, Fred foi saindo do quarto. Entendeu que aquele momento era só deles. Não estava saindo por baixo e nem derrotado, mas com uma sensação de dever cumprido. Humberto estava distraído com o filho e a esposa quando notou a ausência do primo. Correu até ele, que já estava no corredor. Conseguiu alcançá-lo e segurou seu braço.

- Não vai embora não! - suplicou Humberto.

- Baby, vá curtir seu filho e sua esposa. Não era nem pra você estar aqui. - disse Fred sorrindo.

-Mas se você for, eu não sei quando vou te ver de novo. - disse Humberto triste.

- Eu te ligo amanhã e então conversamos tá? Agora eu vou pra casa. Quando vocês forem pra sua casa, me ligue.

Humberto sorriu triste.

- Por que você ficou daquele jeito quando me viu com o Ben no colo?

- Nada de mais, Beto. Fique tranquilo. Agora eu preciso ir e você precisa voltar. - disse Fred abraçando o primo.

- Eu te Amo, meu loiro.

- Eu também te amo, Beto.

Humberto abraçou muito forte Fred e os dois se despediram.

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Finalmente o beijo. Confesso que eu estava mais ansioso de postar do que vocês de lerem! Espero que tenham gostado. Um beijo, e até a próxima. ♡

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Comentários

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Amei muuuuuuuuuito não vejo a hora do próximo capítulo

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Cadê vc autor. Não vá dizer que será mais um conto sem acabar. Um dos melhores conto da CDC. Ansiosa pelo desfecho da estória desses dois. Espero que o autor esteja bem. Mande pelo menos uma notícia sobre o pq de não estar postando, quem sabe alguém possa ajudar.

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Léo, parabéns!! Amando seu conto, imagino fomo é difícil a pessoa se aceitar como é, ainda mais sendo primo, ele não identificou que o amor era de pele também. Amando, adorei o biju deles, que pegada...imagino a primeira vez deles...ansiosa!!! Continua Léo, mais capítulos...biju!!!

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Finalmente o beijo.............seu conto está demais.........aumenta um pouco os capítulos e não demores tanto tempo a publicar.

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POR AMOR. NÃO ME LEVE A MAL. NÃO ME CANSO DE CRITICAR AS ATITUDES DE BETO E ISSO O AUTOR PODE ATÉ ME CRITICAR. MAS NÃO VEJO EM MOMENTO NENHUM MOVIMENTO DE BETO PARA EU MUDAR DE OPINIÃO. NÃO DÁ PRA ENTENDER QUE UM AMOR SEJA MOTIVO DE TANTA HUMILHAÇÃO, SOFRIMENTO, DOR, VERGONHA. NAS FALAS DE BETO VEJO SIM A CONTINUIDADE DE EGOÍSMO PARA FRED COMPARTILHAR O MOMENTO DE FELICIDADE COM O NASCIMENTO DE SEU FILHO SEM SE IMPORTAR COM O SOFRIMENTO DE FRED. MAS POR OUTRO LADO ESTOU PERCEBENDO QUE FRED GOSTA DISSO. ME PARECE MASOQUISMO DEMAIS PRA UM SER. MAIS UMA VEZ FRED CEDEU AOS APELOS EGOÍSTAS DE BETO E ACEITOU DAR O NOME AO FILHO DELE E O APADRINHAR. LAMENTÁVEL. CREIO QUE O MELHOR SERIA NESSE MOMENTO UMA SEPARAÇÃO A ESSES DOIS. BETO PRECISA CAIR NA REAL. PILLAR TEM QUE VER O FILHO SOFRER E SE HUMILJE PARA IMPLORAR QUE FRED RETORNE. TODOS ENALTECEM FRED, MENOS BETO QUE AINDA NÃO AGRADECEU E MUITO MENOS A COBRA DA PILLAR. ESSES DOIS SE MERECEM. PRECISAM SOFRER E RECONHECER A IMPORTÂNCIA DE FRED NA VIDA DE BETO. UM DITADO DIZ QUE SOMENTE COM SOFRIMENTO SE CRESCE. FRED ATÉ FEZ UM MOVIMENTO NESSE SENTIDO MAS ACABOU SUCUMBINDO AS CHANTAGENS DE BETO. ATÉ QUANDO???? NÃO CONSIGO IMAGINAR ESSES DOIS SENDO AMANTES. E COMO FICA ALESSANDRA? AS ATITUDES DE BETO LEVARAM TODOS AO SOFRIMENTO. IMPERDOÁVEL. MAS RESSALTO QUE O CONTO É MARAVILHOSO. SE NÃO FOSSE EU NÃO ME SENTIRIA COM TANTA RAIVA DOS PERSONAGENS PRINCIPAIS E NEM SENTIRIA TANTO AMOR POR ELES TB. RSSSSSSSSSSSSSSSSSS ISSO É UMA LOUCURA.

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Tudo muito lindo, mas quando o Beto começa a pagar por tudo o que fez? Eu to ancioso é pra isso! Obs: a nobreza do Fred chega a ser confundida com trouxisse, mas eu continuo amando ele KKKKKKK

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Algo me diz que Beto vai começar a sofrer ....

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Listas em que este conto está presente

Romance
Romance, série, gay, homossexual, amor, drama,