Libido nas alturas

Um conto erótico de Poetisa Afrodisíaca
Categoria: Heterossexual
Contém 2100 palavras
Data: 23/08/2019 11:14:50
Última revisão: 23/08/2019 19:41:40

Morei alguns anos de minha vida em um bairro onde a própria face da desigualdade social se estabelecia, em todas suas nuances e plenitude. É claro que a cidade em si possuía discrepâncias pertinentes, condomínios fechados de um lado e distritos miseráveis do outro. Mas naquele bairro em especifico, o desafortunado e o endinheirado coabitavam de forma interligada, não digo como bons vizinhos, pois o desdém era sistemático, mútuo, mas também a indiferença não os obrigava a aniquilar uns aos outros.

E dentre todas as particularidades existentes, havia uma casa que atiçava minha atenção, despertava meu interesse em desvendar as suas entranhas. Antigamente ali se estabelecia uma creche, entretanto, devido a irregularidades estruturais e por falta de verbas, foi abandonada a sua própria sorte. Como eu passava a pé por ela tanto na ida como na volta em direção ao meu colégio, eu sempre pendia meus olhos impetuosos a essa casa, dilacerando-a com minha curiosidade o máximo que conseguia. Reparo no decorrer de alguns meses o quanto ela se enchia de bugigangas e materiais de construção inclusive, praticamente todos os momentos regressando à minha casa, eu ouvia músicas que alternavam entre rock e mpb, “o bichin que mora aí tem um estilo musical prazeroso em” refletia em minha mente.

E em um dia qualquer voltando calmamente ao meu cafofo, reconheço o carro de um dos filhos do advogado que morava mais adiante, uma Audi cinza, modelo mais antigo, despejando pelo banco do passageiro um saco cheio de latinhas de cerveja e sobras de comida sob o muro pequeno e estreito da peculiar casa. Indignada, corro em direção à sacola, pego a primeira latinha que pude alcançar e jogo na traseira daquele maldito carro.

- Vai se fuder sua vagabunda, não se mete comigo, diz o filhinho de papai com a cabeça pendendo para fora da janela do carro, este ainda em movimento.

Lambo meu dedo do meio e exponho bem alto no ar e digo-lhe:

- Ah vai lamber minha boceta vai.

Nesse ínterim, o carro acelera bem rapidamente a ponto de exalar gás pelo escapamento e se direciona para a rua transversal acima. Não haveria retaliações, pois sabia que aquele traficantezinho inexperiente e ignorante só servia para atormentar mendigos e pelo visto jogar lixo em casas alheias, lembro que nesse momento a música do Bezerra da Silva, malandro é malandro e mané é mané, divagava em minha mente quando de repente ouço passos dentro dessa casa até surgir um homem pela porta lateral que pergunta:

- O que está acontecendo aqui? Que porra foi essa?

Era homem pendendo mais ou menos entre os 40 e 50 anos, percebia-se que quando jovem possuía as madeixas bem escuros e fartas, mas devido ao amargo beijo dos anos transcorridos, os sintomas esperados do tempo já consumiam sua carne e revelavam-se por alguns cabelos grisalhos e rugas pela face; tinha estatura mediana, corpo esguio, e um olhar penetrador, atraente, assemelhando-se a uma serpente à espreita, pronta para dar a investida na sua presa.

- Um verme qualquer jogou essas coisas em sua casa, conto-lhe.

- Ah se eu pudesse asfixiar carinhosamente esse desgraçado filha da puta...

- Mal sabes o quanto eu também gostaria de fazer coisas perversas e depravadas se a vida me permitisse.

Ele direciona seu olhar profundo para minha face e pela primeira vez percebo o desabrochar de um gostoso sorriso, tímido, mas que conseguiste balançar o meu interior completamente, como os acordes de uma guitarra impiedosa.

- Você mora aqui por perto? Aliais, me chamo Rafael... tem algum tempo para conversar ou possui certos compromissos?

Alterno meu olhar para o seu semblante e o trajeto que deviria seguir, meu consciente já é torturado pela futura expressão perscrutadora de minha mãe, sentada da mesa da cozinha, percorrendo os dedos minuciosamente em cada conta de seu rosário da Nossa Senhora de Fátima; contudo minha lucidez é possuída, enfeitiçada pelo desejo de conhecer aquele homem, deliciar-se com seu íntimo e saciar minha vontade de observar cada detalhe seu.

- E?...

- Mas é claro, por você eu concedo alguns minutinhos de minha vida hehe.

Minutinhos que se transformaram em mais ou menos uma hora e meia. Ele me diz que antes de vir para cá, morava em São Paulo capital, entretanto devido ao alto custo de vida de lá, arriscou tentar a sorte em outro lugar; não possuía trabalho fixo, mas no momento se empreendia como marceneiro em serviços isoladas. Digo a ele que gostava muito de ler e escrevia alguns textos casualmente, e por obra do destino ele diz que também mantinha um hábito de leitura e desde adolescente registrava suas impressões em um diário, algo que faz com que meus olhos pisquem como pequeninos vagalumes, atiçados por um esfrega esfrega gostoso de corpos energizados. Combinamos de se encontrar mais vezes nesse mesmo muro, nosso refúgio para divagações. E no momento de se despedir, indago a ele porque se interessou em conversar comigo, ao que ele responde:

- Bom, é difícil conhecer moças com uma trança no cabelo hehehe.

- Entendi engraçadinho, dito isto, volto a minha casa com um sorriso bobo incrustado em minha cara e com aquele apetite sexual que tanto perturba e endoidece a alma.

Eis que chega aquela abençoada sexta feira. Retiro-me cedo do colégio com a santa justificativa de que minhas cólicas menstruais estavam me martirizando por dentro. Ao me aproximar da casa de Rafael, encontro-o lixando um ornamento de madeira com o olhar fixo recordando a primeira vez que o vi. Rafael ergue-se subitamente quando eu alcanço aquele pequenino muro e declara:

- Hora do meu bendito descanso!

E assim sentamos no muro, eu com as duas pernas viradas em direção a calçada e ele apoiando um de seus pés na beirada do muro; conversamos, cruzamos cálidos olhares e maliciosos sorrisos até que Rafael retira um cigarro de seu maço e começa a sorver e expirar em ritmo pertinaz, ao contemplar aquilo, ouso e lhe pergunto:

- Me ensina a tragar à la francesa?

- Claro, senta aqui no meu colo.

Encaixo minhas duas pernas envolta do seu quadril, consigo sentir a sua protuberância corpulenta, dando mostras do prelúdio de um pênis faminto, energia que se transpõem para minha vagina sedenta; acendo um cigarro e Rafael pronuncia:

-Olha, você vai sentir um desconforto no nariz, mas é passageiro, trague profundamente e mantenha a fumaça em sua boca semiaberta...

Ao ver aquela fumacinha venenosa saindo de seus lábios delgados e amplos, aproximo lentamente minha face da sua a ponto de nossos narizes praticamente se encostarem. Percebendo minhas terceiras intenções, Rafael arrebata os meus beiços e começamos a nos beijar misturando o toque de nossas línguas com a fumaça do tabaco ainda dentro de sua boca. Ele percorre suas mãos em minhas costas, dentro de minha regata, mãos ásperas e brutas me arrepiando por inteiro, depois aperta com força minha bunda, do jeito que me apetece, umedecendo minha agitada boceta. Enquanto ele me “acaricia”, vagueio meus dedos dentro de sua blusa, desço paulatinamente a sua barriga apenas com o toque de minhas unhas e desvio minha mão para dentro de sua calça, masturbando de forma ardente e vagarosa o seu pênis durinho. Rafael puxa meus cabelos e diz:

-Acho melhor entrarmos...

Nisso segura minha mão esquerda e me conduz para o interior de sua casa como dois pombinhos apaixonados. De fato, era tão bagunçada quanto o jardim, poderia até ter algum bicho morto escondido ali, ah mas eu não me importava como também não me perturbava a nítida diferença de idade entre nós dois. Ele me orienta para um colchão queen size no chão, porém me distraio para um rádio em cima de uma estante onde uma centena de cds estão espalhados a sua volta, meu bichin deveras tinha um bom gosto; pego um cd com uma seleção de rock em que a primeira canção era Hotel Califórnia, que delicia, já tinha sentido tanto anseio de transar ouvindo essa música e lá estava ela.

Ao primeiro arpejo das guitarras começo a balançar meu quadril para Rafael que estava sentado no nosso casulo, mexo minha bunda aos poucos elevando meus braços para o ar com a intenção de reproduzir os movimentos eróticos de uma dançarina do ventre. Massageio lentamente meu corpo afagando minha mão atrevida sob minha bocetinha. Percorro meu dedo indicador sobre minhas bochechas coradas, já indicando meu êxtase, lambo primeiramente meu lábio superior mordendo o inferior logo em seguida, toco meu dedo mansamente sob meus beiços e introduzo ele dentro de minha boca chamando Rafael com a outra mão, este já com olhos fixos e subjugados a mim.

- Vem dançar coladinho comigo, vem...

Viro de costas a ele rebolando minhas nádegas sobre seu cacete em riste e aproveito e já retiro a regata que tanto me incomodava, deixando meus seios totalmente livres para os seus toques. Rafael balança em harmonia com meu corpo viajando seus dedos na minha cintura em direção aos meus peitos macios, apertando-os fogosamente, em seguida pego sua mão e enfio dentro de minha calça, ascendendo meu tesão para o éden com suas dedilhagens. Quando ouço umas das últimas estrofes da canção, sussurro em seu ouvido “but you can never leave” e digo-lhe:

- Deita meu amor.

Tiro rapidamente minha calça e calcinha de renda, e começo a engatinhar para ele desabotoando seu jeans sempre com os olhos imersos e estáticos mediante à sua face, ele retira sua indumentária de forma ligeira, e finalmente vislumbro nossas carnes, independentes de qualquer matéria. Rafael rasga com a boca a embalagem da camisinha e a coloca no seu caralho endurecido. Monto em cima dele e começo a cavalgar freneticamente pois meu espírito já estava alucinado, queria se embeber ao máximo daquele momento. Como ondas de um mar, num vai e vem apetitoso, nossos gemidos se misturam aos últimos minutos da música.

Saio de cima dele, com ânsia de experimentar aquele pênis todo molhadinho; Rafael compreende minha cobiça e retira a camisinha encharcada. Começo a mordiscar fortemente seu lábio inferior, já sabia o que eu queria, desejava que sangrasse, estímulo para minha alma; percebo o quão forte Rafael esta agarrando minha bunda, volúpia empoderadora, penso na hora; caminho minha língua para seu pescoço em direção ao seu peito, percebo uma cicatriz em seu abdômen, não hesitando em beija-la, mordo sua virilha, atiçando-lhe uma risada que jamais esquecerei. Enfim, acarinho seus testículos com beijinhos, começo a lambe-los até que pouso meu beiço em seu escroto e invisto um intenso chupão, abarrotando minhas bochechas. Minha ambiciosa língua percorre desde o períneo até a base de sua glande, chupo com vontade em todo o comprimento e enfio seu pênis dentro de minha boca; sinto a mão de Rafael sobre minha nuca, instigando-me para que eu o masturbe com mais força. Rafael extravasa a sua erupção em minha face e logo em seguida me arrasta de encontro à sua direção, sorvendo seu doce esperma com lambidas, quando me questiona:

- Você já fez sexo anal, já sentiu algo assim?

- Não, mas eu estou aberta a nova sensações...

- Perfeito, então vira já.

Olhei-o com certo receio e pressentimento, mas sob minha face mais oculta, eu tinha consciência do quanto aquilo provocava minha ganância e avidez, viro de costas a ele, posicionando-me de quatro e empinando minha bunda à medida em que ouvia seu sussurro:

- Basta relaxar, elevar sua mente para o ápice... apenas aproveite...

Rafael primeiramente perambula seus rugosos dedos no meu ventre e massageia com movimento circulares meu clitóris, desliza para dentro de minha vagina, recuando e retornando sutilmente até que sinto um mero contato de sua glande no meu ânus, dedico-me a relaxar ao máximo meu esfíncter, porém minha ansiedade se impõe como uma muralha, tornando meu desejo de ser penetrada encarcerado com grilhões. Rafael se empenha em me beijar no pescoço, um dos meus pontos mais vulneráveis, e acarinha com o dedo indicador os bicos eriçados de meus seios. Começo a sentir seu pênis se introduzindo, como se estive se embrenhando no meu sinuoso interior; aprisiono meu rosto no lençol do colchão e enterro minhas unhas em minha coxa. No momento, floresce uma profusão de sentimentos, precisava exatamente daquilo; a cada centímetro penetrado, um melódico gemido e um fresco esperma. Ergo minhas costas e agarro com impetuosidade os cabelos de Rafael, este já enriquecendo a velocidade de nossa transa.

Terminamos nossas prazerosas heresias ouvindo entre outras a melodia “I´ve got you under my skin”, enquanto eu refletia no quanto é bom corromper qualquer resquício de castidade, deleitar-se sem culpa e arrependimentos, inebriar-se pelos pequenos detalhes desprezados por muitos. Deitada com seus braços entrelaçados em torno do meu corpo, observo os raios de sol refletidos na persiana fechada, recordando-me que devo regressar à minha vida.

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Comentários

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Uau que o conto .. que relato, que escrita adorei.. seria uma.honra ter seu comentário no meu conto

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Uma amiga disse certa vez que escrever textos pornôs é fácil. Só descrever de forma nua e crua uma transa. Porém, escrever contos eróticos é diferente. É necessário um plus, com enredo que crie o clima para começar. Que a narrativa tenha sensualidade e os protagonistas busquem e consigam o enlevo que só um orgasmo intenso pode proporcionar. Seria demais então querer que fosse ainda, uma obra prima literária. Que enriqueça o acervo deste site especializado em contos eróticos. Este é um dos que conseguiu tudo isso, poetisa. Me permitindo a vulgaridade de um maduro excitado, também fiquei em êxtase, me imaginando no lugar desse Rafael. Beijos do fã.

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Que tesão de conto, Poetista! Me senti lá, enrabando você! Como deve ter sido gostoso! Você escreve com uma elegância shakespeariana... seus diálogos são lindamente teatrais, longos e sofisticados como os diálogos do perturbado Hamlet, enquanto ele se martirizava dividido entre o amor pela mãe e o desejo de justiça pela morte do pai. E o conto não perde temperatura com isso, muito pelo contrário. Adorei conhecer mais esses seus pensamentos. Continue escrevendo!

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Delicia de conto, minha esposa tb é bem putinha safada , confira nossas aventuras... Temos um blog para casais liberais: https://clubedosmaridoscornos.blogspot.com

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