Eu estava distraído, quando o amor me achou - CAPÍTULO 32

Um conto erótico de Lissan
Categoria: Homossexual
Contém 2064 palavras
Data: 14/06/2019 17:57:05
Assuntos: Gay, Homossexual

Olá amigos, tudo bem com vocês?

MUITO OBRIGADO PELOS COMENTÁRIOS E LEITURAS!!!!

Esse capítulo contém cenas de violência. Então se vocês tiverem algum problema quanto isso, sintam-se avisados. Um beijo a todos, e até amanhã!!!

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UMA ÓTIMA LEITURA A TODOS

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Olho para o celular na minha mão e dele para a porta. Levanto em um rompante, mas as vozes estranhas do outro lado me fazem sentar novamente. Primeiro: se estava em cima da cama, era para eu encontrar. Deduzo comigo mesmo, pressionando o botãozinho do lado do aparelho para liga-lo. Segundo: por que Emerson publicou essa baixaria? Com qual intenção? A tela do celular se ilumina, e eu feito um besta vou logo para os contatos... O chip, não está mais no celular. A tela me avisa para a falta do “CARTÃO SIM”, engulo em seco. Estou mesmo preso?

Passo uma mão pela outra e depois pelo rosto, sem saber se saio do quarto. Vou até a porta e grudo meu ouvido à madeira. As vozes estão falando baixo, sem distinção de quem argumenta o quê. Ouço alguém mexendo na maçaneta, e tomo um susto. Corro para trás da cama, na vã esperança de conseguir me esconder.

- O chefe mandou você comer isso – diz o homem estranho para mim, diferente do outro. O chefe? Ele deixa uma pequena bandeja em cima da cama. – Oh doido tu tá ai se escondendo de quê? – gargalha e caminha de volta a porta. O ouço mexer na fechadura, como se estivesse trancando-o.

Levanto imediatamente depois que ele sai e vou até a porta de novo, dessa vez tento abri-la, trancada! Fico encarando a porta, encosto o ouvido a ela mais uma vez. Não dá para escutar nada. Caminho de lado para outro, sem saber como agir. Sentindo minhas mãos e pernas impotentes diante daquilo. A comida em cima da cama deixada pelo homem cheira bem. E meu estomago ronrona... Sento ao lado da bandeja, e me rendo, como um pouco da comida e bebo do suco. Deito na cama, e trago os joelhos para perto do peito, me encolhendo. Se eles quisessem me fazer mal, já teriam feito... Essa perspectiva é a única a me animar.

Fico ali deitado por minutos a fio com os olhos fitos à porta. Não sei por quanto tempo, durmo. Ao abrir os olhos todo o quarto Está completamente escuro. Outra bandeja, ou a mesma, mas com novos alimentos estão dessa vez perto da porta. Definitivamente sou um prisioneiro, penso. Cheiro a mim mesmo, e entro no banheiro do quarto. As coisas de Emerson estão todas ali dispostas na pia e nos armários.

Fico alguns minutos dentro do banheiro. E saio com uma das toalhas do próprio banheiro, enrolada à cintura.

- Você é um bom prisioneiro – ele sorri, Emerson está sentado na cama com as pernas abertas e uma arma descansando em uma das mãos. Seu sorriso torto me causa um frio na espinha que há muito tempo não sentia. A não ser na presença do meu tio. – Tira a toalha para eu ver uma coisa... – diz, mas não obedeço, ele ergue a arma. – Disse para tirar.

- Emerson, por favor cara, porque você tá agindo assim? – não entendo e tento argumentar alguma coisa. Ele continua com a arma apontada para mim. Sem chances, solto a toalha da cintura.

- Gira, porra, gira – faço como ele manda e me viro. Ele se aproxima de mim, meu corpo involuntariamente começa a tremer, o sinto encostar a arma na minha pele. Ele passeia com ela pelos meus ombros nus, minhas costas, até meu rego. – Sabe... Era pra ter sido você no vídeo... O tempo todo, não aquele mané. Mas eu percebi que você não ia dá conta, muito fresquinho... – gargalha.

Confuso eu permaneço como estou, de costas para ele e de frente para a porta. Emerson se afasta de mim e o ouço cair na cama. Ele vai me obrigar? Meu coração começa a bater forte, chocalhando no peito. Engulo em seco... Não olho, mas pelos barulhos sei que ele está descalçando os sapatos e bebendo alguma coisa. Tomo coragem, e pergunto:

- O que... O que... você quer dizer com isso? – minha voz sai tremula e cortada. – Porque dessa loucura toda Emerson...? Eu tinha outra visão de você. Pensei que fosse melhor...

- Que seu tio, posta? E sou mesmo. – Ele se ajeita na cama. – Agora se aproxima assim, de costas mesmo... – dessa vez obedeço sem hesitar – você é bem gostosinho sabia... O vídeo foi armação nossa, otário, teu tio me garantiu que você ia cair, e era amigo do irmão de Evandro... – continua. – Quem mandou tu se virar? Fica como estava porra. Agora! - Desobedeço e fico de frente para ele. Seus olhos crescem e ele se ergue, só então nossas diferenças de altura e massa muscular aparecem. A coronha da arma na mão dele voa de encontro a mim e só sinto a dor no ombro. Caio no chão sentindo o lugar onde ele deu a coronhada, arder. Fico onde estou com essa sensação de mordida no ombro subindo pela minha nuca. – Levanta fresco do caralho!

O bafo de álcool dele me golpeia em cheio, com dificuldade me coloco de pé. Ainda nu e tremulo. Ele aponta com a arma para a cama, fico negando com a cabeça, mas obedeço. Vou até a cama. Não sei mais o que fazer ele vem para perto de mim, coloca a arma na minha nuca. Morde meu ombro, e só de sentir isso meu corpo estremece. Minhas pernas bambeiam.

- Me deixa ir embora, por favor... – peço tremulo. – Olha eu... eu...

- Cala a merda da boca e faz o que eu mando – sua voz sai petulante, autoritária – que agora quem manda nessa porra toda sou eu. – Gargalha. – Só eu! Deita ai no caralho dessa cama, e abre as pernas... - Meus olhos se enchem de lagrimas. Não quero fazer isso, nem sinto qualquer prazer ao fazer, mas ajoelho e me apoio nas mãos. Ficando de quarto, sinto o metal da arma mais uma vez na minha pele, incentivando para que eu abra mais as pernas. – Você tem sorte que não mando esses caras todos te estuprarem e eles fariam... Fariam porque eu que mando!

Ouço o estralo seguido da mão dele na polpa da minha bunda. Ele esfrega a mão ali, aperta com força. Mas é a primeira vez que ao sentir a mão de um homem em mim, no lugar de prazer só há nojo, ódio. O tesão inexiste, ele me morde os ombros e pressiona o cano da arma na minha nuca.

- Você di...di...disse que não ia – tento ainda uma última vez, ele pressiona o cano da arma na minha cabeça, até eu abaixar o rosto ao colchão, afundando ali com toda a humilhação. – Por favor, não... – peço bem baixinho já, chorando, sem esperanças de conseguir mais nada.

Ouço o barulho da embalagem do preservativo ser rasgado. Depois o sinto morder minha bunda e não sei como ainda consegue manter a arma perto de mim, um enojo sobe por meu estomago e eu me retraio inteiro. Ele cospe em meu rego, sinto seu toque brusco. Dá tapas em minha nádega e ordena autoritário:

- Relaxa essa porra. – Eu soluço e não consigo fazer isso, a última coisa que desejo em uma situação dessas é relaxar. – Você quem sabe. – Ele gargalha enquanto tenta me penetrar. A dor derrete todo meu corpo e eu arrio um pouco na cama. – Aguenta puta, aguenta porque quando tentei ser legal você fez pouco caso, agora aguenta direito!

Firmo meus joelhos no colchão e quando os rojões lá fora começam a pipocar no céu, provavelmente anunciando o novo dono do poder paralelo, sinto ele me invadir. E é uma dor dilacerante, como se alguém estivesse me esfaqueando. Não aguento e grito, grito em desespero... Aperto o colchão enfiando as unhas nele, mas não adianta. Emerson continua, o vai e vem rápido, alucinado, a grossura de seu membro me golpeia uma, duas, três, quatro, cinco, seis, vezes mais sem conta. E enquanto o ouço urrar de prazer... Eu choro, berro sem me preocupar mais com o cano da arma na minha nuca.

Ser violado, nós torna impotentes no ato... Assim eu estava me sentindo com ele ali nas minhas costas, montado na minha bunda. Como se no lugar do anus, se abrisse uma ferida sem precedentes. Ele sai de mim, e começa a gozar nas minhas costas. Depois cai do meu lado na cama, enquanto eu fico lá parado, sentindo seu gozo nas costas... Sentindo algo escorrer para fora de mim...

Chupo meu nariz, relaxo as pernas... Tento me levantar da cama, mas estou tremulo... Meus joelhos molengas... Olho para o quarto, para ele ali com um meio sorriso nos lábios e o pênis flácido, e penso em fugir... Em desespero procuro por minhas roupas no quarto, visto as que estavam na sacola...

Estou sujo, humilhado, sem coragem de erguer a cabeça... Sinto um vazio no peito tão grande, que poderia me esconder nele... Respiro com dificuldade. Abro a porta do quarto, ele não diz nada, por isso continuo. Vou até a sala, ainda há homens ali deitados no sofá jogando, estremeço.

- O chefe já te liberou gracinha? – diz um dos sujeitos encostando a mão no meu rosto. Recuo na mesma hora. – Se não fosse ordem dele, eu te torava inteirinho agora que nem ele fez, veado gosta é disso... – engulo em seco, e meus olhos me mostram que ainda têm lágrimas. Choro copiosamente.

- Jogador mandou descer ele – disse alguém que não olhei, fiquei encolhido no canto da parede com os olhos presos no chão – não é pra ninguém mexer nele, só levem para o asfalto... – o mesmo sujeito que estava falando antes pega pelo meu braço e me empurra porta a fora.

Eles me jogam em cima de uma moto, quase não sinto minhas pernas e minhas mãos tremendo, mas agradeço aos céus por poder ver seu azul mais uma vez. O sujeito acelera e começa a descer o moro. Não me preocupo se vou cair ou não. Se cair ainda melhor, penso... E uma tristeza se apossa de mim, como só na morte dos meus pais senti. Desço da moto, e começo a caminhar para o “asfalto” a avenida de acesso ao centro da cidade. Começo a andar rápido e olhando para trás, logo estou correndo... Meu coração batendo a mil, minhas pernas moles.

- Por favor, me ajude – digo a um senhor que encontro. Ele liga para um uber, falo ao motorista o endereço de casa, mesmo sem saber se é seguro – obrigado, obrigado... – fico repetindo ao motorista. – Vou pegar o dinheiro, muito obrigado... – Só então percebo meu estado, desleixado, pés no chão.

- O senhor tá bem? – me pergunta uma senhora ao sair do prédio – meu deus isso é sangue moço? – ela aponta na minha calça.

- F...fui assaltado – minto – levaram até meus sapatos, chaves de casa, tudo... – minto mais e vejo o quanto a senhorinha se apieda de mim. Sento nos degraus da escada, rapidamente a senhora chama o sindico. O porteiro abre a porta do meu apartamento, dou o dinheiro da corrida a um deles, já nem lembro qual. Recuso policia. Entro em casa, depois de quantos dias? Nem quero saber. Entro no banheiro com roupa com tudo, ligo o chuveiro e deixo a água quente me consolar.

Consegui tirar a primeira peça de roupa depois de um bom tempo sentindo a água. Eu tenho que ser forte... Insisti comigo mesmo. Vamos lá tenho que ser forte, o pior passou, tento dizer a mim mesmo... Puxo a calça, e quando faço isso vejo vivo o sangue, sangue mesmo... E então desmorono, minhas lágrimas se confundem com a água batendo no alto da minha cabeça. Vejo o sangue indo ralo abaixo e nem consigo me tocar ali, arde, dói... É como se não tivesse acontecido. Não pode ser, mas eu sei que foi porque estive lá por que era eu que sentia os dedos dele quase furando minha pele. Puxando-me para si, invadindo, humilhando... Esfrego meu corpo, esfrego, esfrego...

A água continua a cair...

Saio do banheiro, nu em pelo, procuro por uma toalha no quarto. Seco o que consigo, e deixo o resto. Deito na cama, mas não consigo fechar os olhos. Parece que se eu fechar os olhos só por uns instantes, então estarei lá de novo. Debaixo dele, com o cano da arma pressionado contra minha cabeça... Cerro os dentes...

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Comentários

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Não estou surpreso com a atitude de Emerson, mas quero saber a ligação do mesmo com o tio... Qual o objetivo da tal armação? Como o engenheiro que foi cair nela? Estou um tanto ansioso pelo desenrolar dessa estória!

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Eu queria muito sentir mais pena do personagem do que senti. O sofrimento dele foi desumano, mas existe um limite pra quantidade de pena que você sente por um idiota. Desde o começo ele so tomou decisão errada e se envolveu com gente que não presta. E esse jeitinho submisso e distraído dele em tudo me dá nos nervos. A amizade com o Robson, eu vi que ia dar merda logo no começo. E quanto mais coisa errada aparecia mais ele se envolvia. Acho que os pais dele nunca ensinaram que "Quem se junta com porco, farelo come". Ele ignorou cada bandeira vermelha que apareceu. O cara é a definição de otário.

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Algumas interrogações, algumas confirmações do que eu imaginava. Você está montando uma história muito boa, surpreendente até. Você tem coragem na escrita.

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