Eu estava distraído, quando o amor me achou - CAPÍTULO 31

Um conto erótico de Lissan
Categoria: Homossexual
Contém 2356 palavras
Data: 13/06/2019 18:41:40
Assuntos: Gay, Homossexual

Olá amigos,

como estão vocês?

Essa parte do conto ficou bem pouco, erótico kkkk, mas é necessário pra que a história não se perca. Então espero que entendam. Preciso fazer isso por causa dos desdobramentos do vídeo. Um beijaço a todos e MUITO, MUITO OBRIGADO, por estarem por aqui.

Até amanhã!

***************************************

UMA ÓTIMA LEITURA A TODOS

***************************************

- Tá, tá, tá, pode me soltar – digo assim que ele começa a me arrastar para fora – não tenho escolha mesmo... – concluo resignado, e ele balança a cabeça.

- Deixa de ser mal agradecido, anda – desço as escadas e no caminho encontro um sujeito estranho. Na verdade são vários, deduzo que são todos soldados do tráfico. – Entra no carro...

Faço como ele diz, e antes dou uma última olhada no prédio, talvez essa seja a última. Abraço minha mochila e me encolho no banco, não tenho tempo nem de pensar direito dois homens, um de cada lado se senta braço a braço comigo. Emerson senta no banco do carona na frente. Outro sujeito ao volante, eles, todos sacam suas armas e o carro começa a andar.

- Onde estamos indo? – pergunto, mas não sou respondido.

- Tá louco boné? Vai pelas ruas, não pela avenida, otário – diz um dos homens ao meu lado.

O outro no volante apenas assente. Ele vai passando por bairros e ruas que eu nunca vi antes. Emerson fica mexendo em um celular, e o sujeito a minha direita também. O da esquerda parece me vigiar, o tempo todo com os olhos em mim. Fico ali parado sem saber que fazer além de olhar para frente, e sentir os sacolejos do carro. Não sei se rezo pela minha vida, ou se peço a eles para me deixarem ir embora... Meu nariz treme convulsivamente. O sujeito a minha direita solta um riso debochado, e apesar de eu não perguntar sei que é para mim.

Eles pararam o veículo em uma viela estreita, Emerson sai e fico apenas eu dentro do carro com os outros sujeitos. Depois de alguns minutos o da esquerda abre a porta e a deixa assim.

- Sai logo cara – ele diz e sua voz é tão pré-adolescente que chega a me assustar. Desço do veículo, olhando para tudo. A rua é completamente estranha para mim, as pessoas mais ainda. – Chefe, ele vai sozinho? – questiona o rapaz.

- Deixa de ser vacilão, é tu que vai levar – eu engulo em seco, e olho melhor o garoto que talvez tenha dezessete anos. – Não incomoda o chefe com isso não, ele já explicou... - diz o outro cara que estava com a gente no fundo.

O rapaz segura em meu braço e eu puxo de volta, ele suspira e faz um gesto com a cabeça. Sem muita segurança dos passos que dou eu o acompanho. Entramos por mais algumas ruas, ele esconde a arma. Fica ao meu lado sem falar nada, tira uma chave do bolso abre o portão, faz um gesto e me manda entrar. Não pergunto nada porque sei que não vai me responder, e a arma na mão de um adolescente me assusta bastante. Entramos na casa humilde, e mais uma vez ele puxa meu braço.

- Não precisa – eu digo, puxando de volta. Ele vai até outra porta na cozinha da casa, e essa se abre para um quintal.

- Tem que pular o muro, - ele diz finalmente – tu acha que consegue?

Eu assinto para ele, e mais uma vez ele põe a mão no cabo da arma na sua cintura. Vou até o muro, e faço força nos braços para me içar a ele. Sento no muro e vejo a distancia do chão, além disso, um cachorro latindo para mim. O rapaz vem logo em seguida e em um pulo só, cai perfeitamente no chão. Já fazendo carinho no cachorro com cara de pitbull. Ele segura a corrente, olha para mim como m mandando descer, eu respiro fundo e pulo também sentindo um pouco meu tornozelo.

Depois disso com o cachorro em uma das mãos seguimos por um beco, ele abre outro portão. Prende o cachorro no beco e volta com a chave na mão, se confunde na hora de saber qual é a chave e eu estremeço por saber que esse jovem atrapalhado está em posse de uma arma. Finalmente ele consegue abrir, e mais uma vez estamos em uma rua desconhecida.

- Para onde... – começo, mas ele me olha de esgueira e não tenho coragem de continuar.

Atravessamos a rua, dessa vez percebo como ele está mais atento à rua. Entramos em uma casa onde um senhorzinho está de cócoras, fazemos o mesmo processo de atravessar a casa essa, porém, cheia de gente nos quartos embalando o que parece ser droga, só então me reteso para continuar. Ele segura firme meu braço e me puxa com força. Não reclamo nem reajo porque com a outra mão ele segura o cabo da arma, entramos no quintal com os varais ainda cheios de roupa. Dali o morro fica mais visível, as várias casas desniveladas também.

Subo no segundo muro, mas mordo o lábio por sentir a dor no tornozelo. Dou um salto e então não consigo me levantar do chão.

- Porra, - ele esbraveja – se machucou? Caraio esse muro pequeno tu se machucou? Vem se apoia em mim, a gente já chegou... - ele passa um braço meu por seu ombro e me carrega para outro beco, esse sem saída. – Espera aqui.

Fico encostado a uma das paredes, talvez uns cinco minutos, apoiado a ele seguimos até outro beco, esse com uma porta na parede. Entramos por essa porta, e para minha surpresa eu conheço o corredor da casa. Olho para as outras portas iluminadas pelas lâmpadas que se ascendem conforme a gente avança, é a casa de Emerson. O rapaz me ajuda a cair no sofá. Faz um gesto com a cabeça, como se isso substituísse as palavras, volta pelo mesmo caminho e some. Cá estou eu mais uma vez, penso, nessa casa. Esse percurso todo para chegar aqui.

Acomodo minhas costas no sofá, e movo meu pé ainda dolorido. Onde Robson está? Pergunto a mim mesmo, enquanto curto o silencio da casa vazia. Rastejo até o controle da televisão e ligo, o primeiro canal que ilumina a tela é um telejornal. Aumento o volume:

- ...OS POLICIAIS EXECUTAM HOJE A OCUPAÇÃO DE VÁRIOS MOROS DA REGIAL CENTRAL DA CIDADE DO... - o barulho da porta, faz eu me descuidar e desligar a televisão.

- Já acomodado? – diz Emerson sorrindo – trouxe uns petiscos, porque vou ter que sair de novo...

- Por quanto tempo vou ter que ficar aqui? – pergunto – tenho coisas para fazer...

- O que? Por exemplo. – Ele se senta quase a minha frente no outro sofá, ao lado. – Fica tranquilo aqui, coma, durma, tome banho. Pode vestir sua roupa mesmo que está ai passada e limpa. Na hora certa eu vou deixar você ir embora... – ele sorri pra mim – machucou o pé?

Nego com a cabeça, ele finge não entender e vem pegar meu pé. Massageia entre as mãos e sinto a dor se espalhar tento tirar meu pé da mão dele, mas ele insiste no esforço. Meu tornozelo dá um estralo dolorido, e eu mordo o sofá para aguentar, mas depois disso a dor vai diminuindo, diminuindo. O miserável sorri para mim, se levanta tira o controle das minhas mãos liga a tevê, e desemboca corredor adentro. Fico olhando os helicópteros na tevê rondando as favelas. Mas não consigo identificar se uma delas e onde eu estou.

Emerson volta depois de vários minutos lá dentro, se senta de novo no sofá perto de mim, e começa a mexer no celular. Ele muito a vontade estica as pernas encontrando no móvel no centro.

- Foi você? – pergunto e consigo sua atenção – foi você que publicou o vídeo que Robson fez?

Ele move os ombros sem negar, nem confirmar nada, sacode os ombros. Aumento o volume da televisão. A voz irritante da jornalista preenche todo o silencio da casa, Emerson voa em mim e toma o controle.

- Porque eu ia fazer isso? – arqueia as sobrancelhas.

- Não faço a menor ideia – digo. Mas sorrio também, e com mais coragem que antes. Talvez por estarmos apenas nos dois, vou em frente. – Sei lá, para causar problema entre mim e Atila...

Ele começa a rir, se senta no móvel onde antes estava com os pés, e me encara. Eu o encaro de volta, fraco na minha convicção. Emerson segura em seus próprios joelhos, ergue-se. Fica até de costas para mim, volto minha atenção para a tevê. Nem percebo quando ele me surpreende e segura firme meus dois pulsos, o trazendo para as costas e me fazendo ficar deitado de barriga para baixo no sofá, Emerson monta em cima de mim com os meus braços ainda presos às costas, esperneio por causa da dor nos pulsos. Ele não me larga, aproxima o rosto do meu e sussurra:

- O mundo não gira em torno de você Inácio – ele diz comigo se mexendo embaixo de si – não mesmo. E se eu fosse esse bicho todo, que você teme, te devoraria contra sua vontade e depois te daria pros caras da favela. Se eu fosse esse monstro, faria você ser preso e servir de putinha pros caras do comando. - Ele alivia o aperto e saí de cima de mim, sorrindo. – Então pare com as suspeitas mirabolantes, sobre seu cuzinho de ouro...

Suspiro me erguendo do sofá, e encolhendo o braço com ainda mais medo que antes. Ele apenas pega o celular, volta a sua posição inicial como se nada tivesse acontecido. Fico de pé alguns minutos, sem saber o que mais ele vai fazer. Mais nada. Fica exatamente onde está só se move para continuar a acompanhar o noticiário sobre as ocupações dos morros. Sento no canto do sofá, e não digo mais coisa alguma. Meu braço aos poucos vai voltando ao normal, e não entendo como esse homem... Bipolar. Ele recebe uma ligação, se ergue e sai pelo corredor.

Levanto de onde estou, vou até a porta, mas está trancada. Volto para o sofá, e assisto Emerson vestindo seu colete, preenchido por dois revolveres. Ele nem me olha, só a televisão.

Destranca a porta e sai. Não espero que se afaste. Corro para o corredor, por onde eu tinha vindo, tento abrir a porta, e então percebo que é metálica. Abro todas as outras, e além dos quartos e banheiro que já conheço. Uma dispensa, e a cozinha. Caminho de um lado a outro, sem saber como agir. E o porquê de tudo aquilo? Meus olhos se enchem de lagrimas. Minha mente, como para me anestesiar, traz os momentos que vivi com Atila, o sexo, os beijos, isso parece me aquecer um pouco.

Respiro fundo. Levanto e vou até o banheiro. Abro a torneira e encho minhas mãos com agua. Lavo meu rosto, lavo mais algumas vezes. Depois entro no quarto, o que parece ser reservado para mim. De hospedes. Deito na cama, e fecho os olhos. Quem sabe tudo não demore apenas alguns minutos? Mas eles passam, passam, e uma revolta toma conta de mim.

- Não vou ficar aqui esperando o príncipe encantado – dou um salto da cama e corro na cozinha. Procuro por facas, sei lá alicates aqueles de construção mesmo. E ando pela casa procurando ranhuras. Brechas para eu poder fugir. – Trabalhar como pedreiro tem que servir para alguma coisa... – murmuro pressionando a ponta da faca na fechadura da porta.

Mas só consigo com isso e suar em bicas. Passo pela cozinha e devolvo a faca, antes de sair da cozinha, porém, começo a ouvir barulhos de bombas... Ou tiros! Caio no chão na mesma hora tampando os ouvidos. Ouço o barulho da porta da frente ser aberta e meu coração começa a acelerar ainda mais o rimo. Coloco as mãos para trás, na nuca. Porque se for a policia, penso.

- Quietinho ai – meu coração quer sair pela boca.

- Não sou bandido, não sou bandido – começo a dizer, até sentir algo me cutucando para abrir as pernas – por favor eu não sou criminoso.

Sinto o pé da pessoa na minha bunda e então abro os olhos tentando erguer a cabeça para encontrar o torso nu e suado de um dos moleques do tráfico. Irritado me levanto com a cara fechada.

- Não mandei levantar – disse sorrindo.

- Quem é você hein? – digo sem muito medo, por estar na casa de Emerson.

- Não tem medo não? – me aponta o fuzil – se eu quiser te metralho aqui agora...

Engulo em seco, mas não, não estou mais com o medo de antes. Esse diferente do outro rapaz parece ser mais homem. Um negão barbudo... Dou de ombros e entro no banheiro fechando a porta. Não tinha visto esse antes, penso comigo mesmo. Mas também tantos outros que nunca vi, reviro os olhos. Meu deus que loucura se tornou meus dias! Penso em tomar um banho, mas sem toalha, minha roupa na mochila. Abro de novo a porta, o cara está na sala sei pelo barulho da televisão ligada.

Ele está exatamente como Emerson há alguns minutos, pés apoiados na mesinha de centro e todo esparramado no sofá. Pego minha mochila sem fita-lo, e vou saindo com ela abraçada a mim. De dentro do banheiro com o chuveiro ligado sobre minha cabeça, ouço outras vozes, todas de homem. Continuo meu banho, e me seco com a roupa mesmo. Visto outra e saio do banheiro com cautelaESSES PUTOS ESTÃO TOMANDO TUDO – ouço um deles dizer – JOGADOR DESCEU E ATÉ AGORA NADA.

Engulo em seco e entro no quarto de Emerson. Fecho a porta com cuidado, meu coração chocalhando dentro do peito. Sento na cama dele, e fico ouvindo apenas vozes, mas sem identificar o que está acontecendo. Noto em cima da cama um embrulho, uma sacola, e por causa do plástico consigo identificar minhas roupas. As que molharam quando vim pedir a ajuda de Emerson. Não mexo de inicio, apenas encaro a sacola ali em cima. Lá fora o barulho de gente só aumenta todas as vozes graves. Homens. Pego a sacola, e abro, lá no fundo vejo um retângulo preto. Não acredito quando toco, no meu celular ali dentro.

*******************************************

DESCULPEM OS ERROS DE REVISÃO

********************************************

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 3 estrelas.
Incentive Lissam a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível