Eu estava distraído, quando o amor me achou - CAPÍTULO 13

Um conto erótico de Lissan
Categoria: Homossexual
Contém 3693 palavras
Data: 26/05/2019 19:23:34
Assuntos: Gay, Homossexual

Olá galera! Tudo bem com vocês?

Desculpem o atraso, o capítulo ficou um pouco grande. Espero que gostem, os comentários de vocês me dão um gás muito bom para continuar a escrita da história.

Um grande beijo a todos.

OBRIGADO MESMO!!!

ÓTIMA LEITURA!

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Cortei pedaços de papel do meu caderno e escrevi; geladeira, fogão. Na cozinha colei os papeis em seus lugares. Sofá, tevê, console na sala. Ou melhor, colocar a tevê no quarto?, pensei mordendo o lábio inferior. Escrevi em mais papeis. Cama, guarda-roupa, tapete felpudo. Mordi mais o lábio em dúvida. Dúvidas. Elas estavam para todos os lados na minha decoração, e no meu coração. A irmã de Atila, apesar de desconhecida, merecia não saber? Se ele for esperto, ele vai olhar as gravações... Para de pensar nisso! Adverti a mim mesmo, colando os papeis.

No lugar dos papeis eu via tudo organizado, na sala, na minicozinha no meu quarto. Não fosse o adultério e tudo estaria perfeito. Deitei no colchão sem vontade de ir para a faculdade, durante o dia todo fiquei com aquele frio no ventre do conto não conto para Atila. Ver Marcos na obra também não contribuía, apesar dos apesares.

Sem contar meu amigo enganado. Entrei debaixo do chuveiro, a água quente escorreu por meu corpo. Não vou fazer isso agora... Não! Meses sem sexo, meses sem me tocar direito faz isso, exatamente isso. Olho para baixo, e o vejo durinho... Penso em braços fortes, malhados, mas sem exagero, penso no toque firme amassando meu corpo... Respiro pesado, o imagino atrás de mim, seu ar quente ou é o vapor da água escorrendo pelos meus ombros nus...

- Ah... – deixo escapar, estou pensando nele. No seu corpo, no seu calor. Apesar da agua quente sinto um frio percorrer minha barriga.

Respiro mais relaxado por ter feito isso, mesmo sentindo um pouco de culpa depois como se masturbação não fosse comum.

Eu estava pensando nele...

O que eu preciso mesmo é de um homem, um bom par de coxas masculinas com um belo brinquedo para mim! Sorrio safado. Meus hormônios estão me tornando em um pervertido, penso exagerado ao vestir: cueca, calça, meias, camiseta. Desço as escadas, e encontro a rua fresca, normal, o mundo não acabou por causa da minha gozada solitária.

Decidi ir caminhando para a faculdade, estava pensando nisso mais cedo com vergonha de olhar para Atila, pensei nisso. O caminho que o ônibus fazia para chegar da minha quitinete para a faculdade era perfeitamente transitável a pé. Não tinha por que pegar busão, ainda mais com uma noite assim, fresca. Caminhei e ruminando ia juntando na minha cabeça as peças, uma a uma, ir à festa no sábado a noite não me faria mal nenhum, pelo contrário poderia me distrair. Encontrar um boy quem sabe...

Talvez fosse apenas isso, minha tensão acumulada... Parei diante de um estabelecimento com portas de vidro. Lá dentro estava tudo vazio, finquei os olhos lá dentro me demorando ali. Será? Sorri para mim mesmo, lá dentro estava tudo sujo. Meneei a cabeça teria que mexer no dinheiro dos meus pais... Voltei a andar. Entrei no prédio do campus dei de cara com as costas de Atila, abraçado a mesma menina de dias antes.

E eu pensei nele... Mas quem nunca? É normal se excitar com heteros, não? Maneirei meus passos para evitar os dois.

E mais uma vez meus pensamentos voltaram para a traição de Fabio no banheiro. Porque logo eu tinha que ver? Estava tudo muito perfeito, e ai tinha de acontecer algo assim... Eles (Atila e a menina) não me notaram, melhor! Encontrei minha sala quase vazia, apenas o ar condicionado ligado. E uma e outra pessoa perambulando.

Um rapaz franzino de bigodinho – na régua – todo retinho, entrou na sala e com uma voz fraca disse:

- O professor mandou vocês organizarem a sala, ele vai aplicar um teste hoje... – eu arqueei as sobrancelhas.

Junto com os outros dois colegas, estranhos na sala, começamos a organizar em ordem espartana as cadeiras. Tudo muito bem endireitado. Coloquei a mochila na cadeira da frente, para Robson. Mas quem chegou e se sentou nela foi Heitor, ele me devolveu a mochila e sorriu.

- Você já estava sabendo desse teste não foi? Ontem quando veio com aquela conversa. – O descarado gargalhou movendo os ombros. – Pois vai sabendo, tem preço tá oquei?

Outros colegas começaram a chegar e encher a sala, Heitor estava conversando com alguns caras ao seu lado e nada de Robson. Senti falta do celular, com ele eu poderia pelo menos enviar uma mensagem, Heitor olhou para mim como se fosse me perguntar exatamente por isso. O professor o interrompeu antes, barrigudo e irritadiço ele bradou da porta para seu celular. Todos nos olhamos para ele.

Robson para nossa felicidade, pois estava justamente contando com ele para pescar, assim como Heitor. Entrou sala adentro como se tivesse corrido uma maratona, suado e vermelho, vermelho até demais.

O encarei, ele desviou, me movimentei na cadeira ele se sentou atrás de mim:

- Depois explico – disse antes mesmo de eu falar alguma coisa.

Voltei-me para frente, ouvindo o suspiro aliviado de Heitor. Ele ergueu os braços e segurou a própria nuca muito a vontade. Robson tinha apanhado? Perguntei a mim querendo me virar, mas o professor já estava explicando algumas coisas. E pelo seu rosto não ia ficar nada feliz em repetir. Concentrei minha atenção no que ele dizia. Os testes começaram a rolar de mão em mão, ao entregar o de Robson me virei para ele:

- Está tudo bem com você? – ele assentiu.

A sala entrou em um estagio de silencio total, absoluto. Heitor de repente se ergueu e foi para o lado de Robson. O professor olhou para os dois, que sem falar nada trocaram de lugar. Heitor bem próximo a minha nuca, disse “Me passa as repostas que eu te pago” eu assenti, com a atenção virada para Robson. No pescoço dele havia uma marca enorme bem avermelhada um arranhão, ou dedos?

O teste não era nada de outro mundo, pelo contrário. Respondi a tudo com uma canetada só, em um fôlego. Encostei a parede, e deixei que Heitor visse minha prova, o professor não parecia preocupado com nada disso. Robson, curvado em sua mesa nem piscava. Dali eu pude ver com mais clareza a esfoliação era grande, “Terminou” murmurei baixo suficiente para o professor não ouvir, e alto o bastante para Heitor confirmar “Já, valeu.”

Levantei com a prova na mão e entreguei ao professor, ele a olhou eu assinei a lista ao lado dele e sai da sala. Muita gente saiu antes de Heitor precavido pelo menos ele soube esperar bastante, quando ia passando fui até ele:

- Eu vou pagar já disse – ele sorriu – obrigado pela força.

- Amanhã à tarde... – falei sério – vou precisar de ajuda para carregar uns moveis lá em casa, eu sozinho não dou conta. Quero que me pague assim, ajudando a carregar as coisas.

Vi ele hesitante, mas resfolegou e anotou em meu caderno seu número. Logo depois Robson saiu da sala, ele não esperou por nada. Abraçou meu pescoço com força e chorou, foram uns três minutos só chorando. Heitor já havia ido embora, e nos dois nos sentamos próximos a uma das janelas. Ninguém passava pelos corredores, ele fungou um pouco.

- Fábio e eu brigamos hoje - ele abaixou os olhos – estou tão triste, ele me disse coisas horríveis. Disse que se eu continuasse a insistir na nossa amizade que ele ia embora... – seria um favor para você, veio em minha mente, mas me contive. Se eu estivesse passando por isso...

- Se quiser ficar lá em casa... Mas sabe né, só tem aquele colchão... – ele sorriu limpando os olhos.

Ele sorri e sinto a tristeza em seu rosto. Saímos da faculdade em direção ao ponto de ônibus, ele não diz nada sobre o que aconteceu. Eu também não pergunto, por mais curioso esteja. Apenas o puxo pelo braço, Robson sem entender ergue os ombros e o levo para frente do estabelecimento fechado com as portas de vidro. Lá dentro uma luz apenas acessa, ou é o reflexo dos postes deixa entrever a sujeira de abandono.

- Porque me trouxe aqui? – disse, eu aponto para o lugar – é deve estar abandonado tem tempo, olha lá dentro... – ele se aproxima da porta de vidro, e quando se vira para mim está chorando de novo. – Eu amo ele Inácio, amo, mas já não estou aguentando isso...

- Oh meu amigo, - sinto meu peito apertar – talvez... Robson, seja muito sincero, essa briga de vocês... Ele bateu em você? Porque se fez isso Robson, se ele fez isso... Se chegou a esse ponto extremo...

Robson hesitou e não respondeu. Eu vi nos olhos dele seu pedido para parar. O levei para casa. Dormiu ou fingiu dormir para não explicar nada, como se eu fosse cobrar alguma coisa. Dormi com metade do corpo no colchão e a outra no edredom. Nenhum de nos falou nada, senti pena um ingrediente pesado para o sono.

- Inácio, Inácio – ele me chamou, seu rosto estava mais alegre – vamos, hoje o dia é cheio e a noite de muita curtição...

Eu olhei para ele sem entender nada, minha cara deveria estar toda amassada imaginei. Metade do meu corpo doía, fechei os olhos mais uma vez, queria voltar para o louco sonho de antes. Muito devagar levantei do colchão e sorri para meus papeizinhos grudados ali em cada canto. Era como se nada tivesse acontecido, a esfoliação no pescoço nem existia. Fingi acreditar naquela alegria toda, mesmo imaginando o que ela escondia.

Batemos perna pelo centro comercial da cidade, e pelo shopping. Escolhi para um mim um celular sem muitas frescuras, mas com um valor bacana. Os moveis seriam entregues a tarde, fomos almoçar em um restaurante e só depois das primeiras garfadas tive coragem de perguntar:

- Ainda vamos mesmo à essa festa no morro? – ele ergueu o rosto do prato, e balançou a cabeça. – É... Estamos precisando não é?

- Vem cá, estava pensando... Como vamos fazer para subir os moveis? Só nos dois? A cama o moço disse que sobe e o que tiver de montar também, ou seja, console, cama e guarda-roupa o resto no braço...

- Heitor vai nos ajudar – eu disse – combinei com ele ontem, passei pesca, ele me ajuda a carregar as coisas.

Robson ficou um pouco retesado o celular dele começou a tocar, ele atendeu. Olhou para o prato enquanto ouvia, pareciam ser chamadas de voz gravadas. Terminei de comer e fui para o caixa, Robson continuou com o celular no ouvido. Voltei para mesa, e seu rosto estava cheio de esperança. Não perguntei nada, voltamos para casa de uber, falando sobre a festa.

No caminho pensei em Emerson, ele ainda se lembrava de mim? Sentiria vergonha se o visse, pensei comigo mesmo.

- Amigo – disse Robson – vai me achar um idiota se eu desculpar as ignorâncias de Fabinho?

- Sinceramente Robson? – suspirei, saímos do carro. – Você me disse, eu lembro, para eu ter cuidado com o Emerson, que nem sei por onde anda. Mas e você? Está tendo cuidado com Fábio?

Não esperei pela resposta dele. Subi para o meu apartamento, deixei a porta aberta, fui até o caderno procurar pelo número de Heitor. A voz do outro lado da linha era de alguém que tinha acabado de acordar, a quase uma da tarde. Ele não praguejou, não reclamou apenas pediu meu endereço. Sorri para seu aparente compromisso em cumprir a palavra.

Robson estava sorrindo de orelha a orelha, ele entrou em casa e pegou sua mochila que mais parecia uma malinha de pastor:

- Vou tentar, vou nos dá uma última chance – ele me deu um selinho – Fabinho tá ai embaixo, mais tarde eu volto. Não se preocupe eu estou tomando cuidado, vou te mandar um pedido de socorro se algo acontecer.

- Se cuida mesmo louco – nos abraçamos, ele saiu serelepe e fechou a porta. Eu fiquei sozinho com meus pensamentos e meu colchão velho por pouco mais de quinze minutos até Heitor bater a porta, e atrás dele Atila, estremeci na mesma hora – Nossa você trouxe junto meu chefe... – brinquei.

- Ele que se... – Atila lhe deu um cutucão – Quanto mais gente, mais rápido terminamos não é?

Ele ali fez minha barriga estremecer, meu peito bateu um pouquinho mais rápido e nós nos olhamos demoradamente. Sua linda medalhinha balançava no pescoço, Heitor entrou xeretando em todos os cantos da quitinete. Eu engoli em seco ele pegou no pingente da correntinha.

- São Jorge Guerreiro – disse orgulhoso com um sorriso travesso – só com a ajuda dele para enfrentar o dragão. – Pronto o antigo Atila estava de volta, fiz um bico.

- Você tá mais para selvagem do que guerreiro – provoquei de volta – daqueles bem detonados...

Ele sorriu e eu também, alguém bateu na porta e eu me assustei. Por um momento não sabia nem onde estava, era o porteiro avisando da chegada de algumas coisas. Lá no fundo da minha mente uma voz muito falha dizia continuadamente “Ele é hetero, ele é hetero, saia dessa” mas coração escuta? Escuta? Com a ajuda dos meninos, colocamos o sofá na sala e o console, a geladeira e o fogão. A televisão e o console vieram logo depois. Por último o pessoal da cama e do guarda-roupa, Atila estava ao meu lado suado e ofegante eu idem, Heitor estranhamente não sentia cansaço algum.

- Dragãozinho – que apelido mais idiota, pensei – vou ter que ir embora, hoje é o ensaio do casamento da minha hermana... Só passei mesmo para dar uma força, já que no próximo sábado vamos trabalhar.

- Obrigado, irritadinho... – deixei escapar, ele sorriu e eu desviei dos seus olhos por causa de Heitor nos manjando ao lado – obrigado mesmo...

Atila segurou em meu ombro o apertou firme e sorriu. Correu por meu corpo um estremecimento palpitante, e eu engoli em seco. Ele se despediu de Heitor e eu fiquei ali plantado, esperando minhas pernas me obedecerem. Um dia antes, na noite anterior eu estava no banheiro pensando nele, me tocando pensando no cara hetero irritadinho e meu chefe.

- Pronto patrão – disse o rapaz da montagem. Eu assenti pronto, na casa sim, sentei no sofá. Os homens foram embora, e Heitor também não voltou mais. Mesmo assim mandei uma mensagem “Obrigado pela ajuda”, fechei os olhos. Despertei com a boca seca e um pesar nos ombros.

A porta estava entreaberta, eu a fechei. Na minicozinha com área, dava para ver parte do céu lá fora. Olhei no celular nenhuma mensagem de Robson, fiz uma concha com minhas mãos e bebi a agua da pia mesmo. A porta se abriu por completo, e o serelepe Robson entrou, estava nas nuvens. O sexo de reconciliação foi bom, pensei. Ele me abraçou pelo pescoço e me conduziu para o banheiro, me empurrando para dentro e fechando a porta.

- Se prepare mana! Que hoje a festa só vai terminar amanhã! – gritou. Realmente estava animado pensei comigo mesmo.

Saí do banheiro minutos depois, minhas roupas que ainda estavam na sala antes de ele chegar já estavam todas no guarda-roupa. Ele apontou para cama e eu olhei sem entender nada.

- É a sua roupa para a festa? – questionei ele negou, eu arregalei os olhos – Você está louco se acha que vou usar... Não tenho pernas iguais a sua não...

- Besteira, veste e ver como fica anda – disse vindo para cima de mim. – Deixa eu ver o que você está escondendo ai mocinho?

Eu sorri, e Robson veio para cima mesmo querendo arrancar a toalha a qualquer custo, acabamos caindo na cama, em cima do plástico ainda no colchão recém-comprado. O cheirinho de novo e a alegria estampada no rosto do meu amigo, fez meu animo para a festa acordar de vez. Dei um salto da cama, e rápido vesti uma cueca. Ele gargalhou e saiu do quarto para o banheiro, sozinho, peguei minha bermuda branca. Uma camisa de malha azul com detalhes brancos.

- Agora sim – disse para meu reflexo no espelho, sorri, e os furinho nas maçãs do meu rosto apareceram e no queixo também.

- Que boy mais pegavel – disse Robson passando por mim e batendo em minha bunda – mas se estivesse com esse look aqui, que eu mesmo montei seria melhor tá...

Uma bermuda curtíssima, para quem tem pernas roliças para mostrar, uma camiseta pequena, e só. Não, magro como sou, não mesmo, neguei. Robson simplesmente tirou a toalha da cintura, ele tinha uma tatuagem legar bem na coxa esquerda. E quando se virou para mim, pude perceber roxões e mordidas por todas suas costas e mesmo parte do tórax, fingi limpar as sobrancelhas para não olhar. Ele ligou o secador e como se tivesse cabelo ficou secando os seus, os meus sim estavam grandes.

Olhei meu reflexo mais uma vez, meu cabelo estava com uma grande parte cobrindo minha testa.

- Acho que vou cortar – falei para ele – você já vestiu umas três bermudinhas dessas Robson.

- Eu sei, cortar o quê? Nem pense seu cabelo assim maiorzinho dá uma moldura angelical para seu rosto... Tem boy que ama isso... Cara de santo.

É angelical é demais, pensei. Finalmente meu Robson conseguiu se decidir por uma camiseta vinho toda cravejada com detalhes em dourado, e uma bermudinha completamente preta. Ele pulou no meu pescoço e sorriu estava com o celular, só vi o claque da foto.

- Tá um arraso! – falei.

- Eu sei meu filho, hoje eu vou descer hoje eu vou... – ele começou a canta erguendo um dos braços e curvando os joelhos como se fosse descer até o chão. Eu gargalhei aplaudindo sem sair do lugar.

Divertido, animado, palavras para definir o ritmo de Rosbon. Já meu animo amainou mais e eu hesitei quando descemos e Fábio estava lá com a porta aberta nos esperando. Mas o olhar do meu amigo me venceu, ele está feliz poxa! Entrei no carro, mas sem falar com Fábio. No caminho os dois pareciam recém-casados. Robson tentava o tempo todo me inserir na conversa, e eu saia pela tangente.

Chegamos a uma comunidade desconhecida para mim. Não era onde Robson vivia com Fabio nem a outra onde me perdi, essa era bem, bem maior. O carro não teve dificuldade para subir a imensa ladeira, e logo eu vi o primeiro.

Um fuzil, no pescoço de um pequeno desnudo da cintura para cima. Cabelo pintado ou descolorido, e tatuagens pelo torso magro. Junto a ele outro rapaz também jovem, subimos mais. Dali não teria mais como entrar com o carro. Descemos do veículo. Eu estremeci, não pelo lugar. As casas todas bem pintadas e com fachadas arrumadas. Os homens com armas foram quem me deixaram de cabelo em pé.

De cada cinco passos que dávamos, uma pessoa cumprimentava a estrela, Robson. Incrível! Todos de pequenos e mais velhos falavam com ele... Dois caras com Fuzis cumprimentaram também, mas a ele apenas a Fábio não.

- Robin! – disse um negão se aproximando, e que homem o cheiro do perfume chegou antes dele – há quanto tempo moleque, teu irmão vai ficar feliz em saber que tu está aqui.

- Tudo... – começou Fábio, mas o homem segurou o cabo da arma por cima da roupa na cintura.

Eu me encolhi um pouco, o homem ergueu a mão para segurar a minha e que palma quente e grande. Sem cabelos na cabeça, mas com uma barba muito bem feita, senti uma enorme atração por ele, principalmente os ombros enormes e os braços também grandes.

- Eu disse que vinha não disse... Olha não quero Evandro no meu pé, ele tem que saber que estou aqui, e vestido assim mesmo. E outra Fabinho tá comigo, comigo.

- Sei, sei, - disse o homem inclinando um pouco a cabeça e nos olhando de cima, o celular dele tocou , ele atendeu – Tá certo. E esse novinho está contigo também?

- Sim está, e não é para teu bico caveira – disse Robson – minha mana é de família...

O homem sorriu e fez sinal para que nos fossemos adiante. Eu deveria ter parado ali e corrido de volta para minha quitinete, deveria, mas não parei. Subimos mais, e pelo que fui compreendendo, o irmão de Robson era o chefão ali. Por isso todos tinham reverencia com Robson, entendi. Eu olhava a tudo boquiaberto, tanta gente. Mulheres exuberantes, homens também lindos. Arrumados.

Conheci no caminho amigos de infância de Robson, Nicole, Fefito, Carla. E o lugar onde a festa ia acontecer um espaço grande, onde muita gente já se aglomerava.

- Amor vou até ali falar com um brother meu ali – disse Fabio, e Robson não gostou.

Nisso eu fiquei um pouco para trás, assistindo a tudo com espanto. Era muita gente, e chegando mais, e muita gente luxuosa. Roupas coloridas, mulheres com pernões de fora, garotos também vestidos mais femininos. A poucos passos de mim estavam Robson e Fabio, eu olhei para um rapaz moreno de fuzil no pescoço, cabelo descolorido e braços lindos. Ele estava sentado em uma espécie de murinho, com as pernas abertas e tênis branco, com um pacote...

- Assalto, - me disse a voz de Emerson, eu me virei na mesma hora era ele. Arrumado, perfumado, mas com um cheirinho de suor no final. – Você não me ligou, vinha para cá?

- Você aqui? – eu disse. Ele tinha uma arma na cintura, estava com os braços nus, bermuda, tênis e uma corrente dourada no pescoço. Dois homens também armados estavam um a direita e outra esquerda dele.

- Eu que estou entranhando de te ver aqui – sorriu, um dos homens lhe disse alguma coisa no ouvido. Ele assentiu, segurou meu pescoço com o braço onde descansava um Rolex e me beijou no lóbulo da orelha seu perfume se sobrepôs ao meu.

Meu corpo todo reagiu na hora, cheiro de homem, pegada, toque na pele. Olhei para a direção onde ele foi, os dois homens com ele. Sumiram no meio do povo, uma multidão se aglomerava.

- Amigo! – disse Robson ao meu lado – Aquele cara... Aquele cara é uma espécie de general do meu irmão... Acho melhor a gente ir embora agora.

Os fogos de artificio estouraram no céu. Eram muitos e ao mesmo tempo, em seguida um pancadão começou a tocar. Só vi os olhos de Robson arregalados e entendi que ele estava assustado, mas com o que?

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PERDOEM OS ERROS, NÃO DEU PARA CORRIGIR! Até amanhã!

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Comentários

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😍😍😍😍 amando

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Tenho que elogiar de novo a forma como você está construindo a história, adicionando um ou outro detalhe que será, imagino, fundamental lá na frente. Os personagens são bem trabalhados e a gente consegue se envolver com a história. Sobre esse capítulo, que delícia essa punheta do Inácio pensando no Átila, descrita de uma forma tão singela, bem à feição do personagem. Também o comportamento do casal Robson x Fábio é perfeitamente comum de acontecer. Claro que não concordo com isso na vida real, mas se a vida não é cor-de-rosa acho legal quando as histórias abordam o roxo também. Enfim, é isso. Até breve.

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Ah na melhor parte vc parou kkkkkk. Vou ficar imaginando mil e uma coisas até amanhã

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Robson é muito idiota para continuar com esse Fábio. 😒

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