O filho do meu pai ㅡ Cap 11

Um conto erótico de LuCley.
Categoria: Homossexual
Contém 4466 palavras
Data: 24/05/2019 13:06:57

ㅡ Cap 11

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Sábado de manhã, acordei antes das 8:00hrs. Henrique ainda dormia. Pra falar a verdade, acho que ele nem conseguiu dormir direito durante a noite, por conta da minha brilhante idéia de contar toda a verdade para nossos pais.

Senti ele se revirando na cama de hora em hora. Certamente estava tentando não pirar igual a mim, mas acho que falhamos miseravelmente, pois assim como ele, eu também estava ansioso e inquieto.

Aproveitei que já estava acordado e levantei lentamente pra não acordá-lo. Troquei de roupa e fui até o supermercado comprar tudo que precisávamos pro almoço-revelação em família.

Lamentei por alguns minutos pela minha brilhante idéia, mas estava mais que na hora de esclarecermos tudo.

Ainda era bem cedo e fiquei pelo supermercado empurrando o carinho pra lá e pra cá, com toda a paciência do mundo, até que ouvi meu celular tocar. Era o Henrique, todo preocupado, querendo saber onde eu estava àquela hora da manhã.

ㅡ tô fazendo compras. Quer alguma coisa, Rick?

ㅡ quero que você venha logo pra casa. Onde já se viu, me deixar aqui sozinho sem leitinho?

ㅡ kkkkkkk! Aproveita pra rir bastante...

ㅡ aff! Precisava ter me lembrado que hoje seremos excluídos da família?

ㅡ pois é! Mas primeiro vamos alimentá-los.

ㅡ que maldade! Você está bem?

ㅡ kkkkk, tô apavorado! Tô rindo pra não chorar.

ㅡ eu sei! Trás tudo que a gente gosta de comer. Pode ser que o almoço seja nossa última refeição.

ㅡ nossa! Agora pegou pesado!

ㅡ amo você! Vem logo pra eu te dar um beijo, por favor.

ㅡ já estou passando as compras no caixa. Relaxa, tô chegando.

Coloquei tudo no carrinho e o empacotador me acompanhou até em casa. Ele me ajudou com as compras e levou o carrinho de volta.

Henrique tinha acabado de levantar e ainda estava só de samba canção quando entrou na cozinha e viu o rapaz me ajudando. Assim que o moço se foi, veio até mim e me encheu de beijos.

ㅡ quando eu disse pra você trazer tudo que a gente gostava, não pensei que traria o empacotador também! ㅡ ele disse e cai na gargalhada.

ㅡ kkkkk! Bem bonitinho ele, né?! Tem uma carinha de safado. Acho que ele tá ligado que somos um casal.

ㅡ ele é uma gracinha, mas você é mais. Bom dia, meu amor! Você ta cheiroso, um tesão! ㅡ ele me segurou pela cintura e lhe dei um beijo na boca.

ㅡ bom dia! Me ajuda a guardar tudo isso? Está muito bajulador hoje...

ㅡ rsrs, to nervoso isso, sim. Eu te ajido a guardar as compras se fizer um café bem gostoso pra gente.

ㅡ fechado!

Ele guardou toda a compra enquanto eu preparava o café da manhã.

Passamos a manhã toda tentando não demonstrar nossa preocupação.

Ficamos de piadinha o tempo todo, só pra aliviar a tensão e estava dando certo.

Depois do café, ficamos na sala vendo TV e, como estava frio, fui até o quarto pegar um cobertor.

Me sentei ao seu lado nos cobrindo e vi meu celular vibrando no braço do sofá.

Era minha mãe querendo saber se o almoço ainda estava em pé e confirmei dizendo que já havia ido ao supermercado comprar tudo que precisava.

Toda carinhosa, disse que levaria a sobremesa favorita do Henrique e, nesse momento, quando li, meu olhos ficaram rasos d'agua.

Henrique me abraçou quando me viu chorande e, pegando o celular da minha mão, leu a última mensagem que ela havia enviado.

" eu ia levar aquele bolo de prestígio que você adora, mas se importa se eu mimar um pouquinho meu filho do coração?"

Sequei meus olhos e respondi. Disse que jamais me ofenderia por qualquer ato de carinho com Henrique e ela me enviou uma carinha feliz como resposta.

ㅡ sua mãe não existe. Gosto tanto dela. ㅡ Henrique disse e me aconcheguei em seu peito.

ㅡ melhor mãe do mundo! Bom, vou lá na cozinha. Daqui a pouco eles chegam e quero deixar o almoço encaminhado.

ㅡ eu te ajudo. Vou por uma música pra gente ouvir, tudo bem?

ㅡ manda ver!

Deixei a preocupação de lado. Já tínhamos chegado até ali e não era a hora de desistir.

Henrique colocou uma música eletrônica e me lembrei do dia que fomos à boate.

Eu estava na pia, lavando o arroz, quando ele veio dançando e começou a me sarrar.

Pelo menos ele estava me deixando mais animado e aproveitei pra entrar no ritmo da música.

Ficamos de farra na cozinha, dançando, cozinhando e bebendo vinho.

Tomamos quase uma garrafa e percebi que era hora de parar.

Enquanto eu fazia o risoto de camarão, pedi ao Rick que lavasse a salada. Ouvi um barulho no portão e nos encaramos por alguns segundos.

ㅡ chegaram! ㅡ dissemos juntos e ouvi meu pai nos chamando.

Henrique foi abrir a porta da sala e baixei o volume do som.

Eles entraram, nos viram animados e vieram nos abraçar.

Cumprimentei os dois, levei a sobremesa favorita do Henrique até a geladeira, conferi o risoto pra ver se estava tudo okay e vi minha mãe entrando na cozinha toda sorridente.

ㅡ pensei que chegaria aqui e encontraria a casa toda bagunçada, mas pelo jeito, estão se saindo muito bem. ㅡ ela disse e pedi que se sentasse.

ㅡ até parece que a senhora não conhece o Rick. Ele odeia bagunça. Eu que sou mais desorganizado, mas tá dando tudo certo.

ㅡ que bom! Te conheço bem e tô vendo que você parece preocupando, mesmo não querendo demonstrar. Tem um sorriso aí nesse rosto, mas teus olhos dizem outra coisa.

ㅡ rsrs, até parece o Rick. Ele sempre fala que meus olhos dizem tudo.

ㅡ rsrs, acho que ele te conhece melhor que eu. Ainda mais agora...

ㅡ como assim?

ㅡ ainda mais agora que estão morando sozinhos. Vocês passam muito mais tempo juntos.

ㅡ ah, claro! Isso é verdade. Será que o camarão tá bem cozido?

ㅡ deixa eu ver.

Ela sabia que eu não estava bem, mas também não perguntou o motivo da minha preocupação.

Perguntei como estava o risoto e me sorriu dizendo que estava delicioso, mas que precisava de mais dez minutos no fogo baixo.

Ouvi meu pai e Henrique conversando na sala e o assunto parecia interessante, pois estavam sorrindo.

Fomos até eles e me sentei ao lado do Roberto. Ele me olhou por instantes e perguntou se estava tudo bem comigo e lhe dei um beijo no rosto dizendo que estava tudo ótimo. Apesar dele ter certeza que eu estava mentindo, me abraçou e lhe servi mais uma taça de vinho.

Ele prontamente aceitou. Conversamos, bebemos e me lembrei do risoto que ainda estava no fogo.

Fui até a cozinha e provei pra ver como estava. No ponto! Fechei a panela e peguei na geladeira a salada que o Rick havia lavado e temperei do jeito que meu pai adorava.

Preparei tudo com carinho, arrumei a mesa de jantar e quando Henrique me viu organizando tudo, veio até mim e perguntou se eu queria ajuda.

Na verdade, eu queria mesmo era ficar um pouco sozinho e lhe sorri dizendo que não era necessário. Pedi que desse atenção aos nossos pais e quando estava tudo pronto, os chamei pra almoçar.

Abri mais uma garrafa de vinho e nos servi. Henrique se sentou ao meu lado, pegou meu prato e, enquanto me servia, disse que nosso pai havia dado entrada na aposentadoria e que pretendia levar minha mãe pra conhecer a Europa.

Achei um máximo! Seria como se fosse uma lua de mel. Eles mereciam, mais que ninguém; sempre cuidaram tanto de nós dois. Já estava na hora de aproveitarem a vida.

A conversa estava mais animada. Meu pai elogiou o risoto, repetiu e ainda perguntou se havia sobrado pra levar um pouco pra casa.

Todos já haviam terminado de almoçar e tirei à mesa com a ajuda do Rick.

Servi a sobremesa, mais vinho e meu pai pediu que eu me sentasse, pois eu já havia feito o almoço e merecia um descanso.

Mal sabia ele que minha cara de cansado, era por conta da preocupação que eu sentia por ele estar prestes a saber que o filho dele e, eu, dividímos a mesma cama, mas não com a mesma inocência de antes.

Me sentei como ele havia me pedido. Tomei uma taça de vinho, depois outra e, na terceira, Henrique disse pra eu ir com calma ou ficaria bêbado.

ㅡ está acontecendo alguma coisa, filho? ㅡ Roberto disse e encarei Henrique por alguns breves segundos.

ㅡ hum? Não! Ta tudo bem.

ㅡ certeza? Nunca te vi bebendo mais que uma taça de vinho.

ㅡ só tô animado por estarem aqui, só isso. Estamos nos vendo pouco ultimamente. É muita correria, ainda mais agora que trabalho o dia todo. É sempre bom dar uma relaxada.

ㅡ você tem razão! Por isso quero sair do país com sua mãe quando me aposentar. Vai ser bom relaxar, conhecer novos lugares, culturas diferentes e, de quebra, namorar um pouco.

Minha mãe não sabia onde enfiar a cara, quando ele disse que aproveitaria a viagem com ela para namorarem. Nunca vi minha mãe tão sem graça em toda minha vida.

Sorri quando ela disse pro meu pai parar de falar bobagem e ele a surpreendeu com um beijo estalado no rosto.

Rimos por seu entusiasmo e, mais uma vez, fui questionado de o porquê estar tão calado, desde quando chegaram.

Henrique pigarreou, se levantou sem jeito e tirou a mesa; levando tudo para a cozinha.

Novamente disse que estava tudo bem, mas Roberto insistiu.

Pedi que nos sentassemos no sofá. Liguei a TV e aproveitamos para assistir um filme antiguíssimo.

Durante o filme, me levantei indo até o banheiro e, quando retornei, meus pais estavam se preparando pra irem embora.

Fiquei paralisado por instantes e Henrique veio até mim. Senti suas mãos em meus ombros e me encarando, pediu que eles ficassem mais um pouco.

ㅡ não vão! A gente precisa conversar. ㅡ ele disse e me sentei no sofá.

ㅡ está acontecendo alguma coisa, não está? Ficamos aqui o dia todo e vocês não comentaram nada, mas o Leo está nervoso por demais, bebeu demais e ainda continua com essa cara de cachorro que caiu da mudança. ㅡ disse minha mãe.

Pedi por gentileza que se sentassem e que nos ouvissem. Assim fizeram e Henrique se sentou ao meu lado.

Eu senti meu coração disparado e era como se fosse sair pela boca.

Minha mãe estava ficando preocupada e pediu que disséssemos logo, mas me levantei e antes de começar a falar, Henrique veio até mim e segurou minha mão.

ㅡ Leo e eu estamos namorando, desde que votei da Itália. É isso! Não sei outra forma de dizer que estamos em um relacionamento e que estamos felizes. ㅡ ele disse e, eu queria desaparecer, mas me mantive firme.

ㅡ eu sei que parece errado, que vocês podem estar sentindo uma repulsa por nos ouvir dizer isso, mas Roberto, eu amo o teu filho; de verdade! E não há nada nessa vida que me faça desistir do amor que sinto pelo Rick. Sei que ele me ama demais, ou não estaríamos aqui e agora. Sei que vão nos odiar, talvez pra sempre, mas a única coisa que queremos é não precisar mais ter que mentir pra ninguém. Sempre fomos abertos um com o outro, nunca tivemos segredos e, você, mais do que ninguém, sabe o quanto eu te amo por ter cuidado de mim por toda minha vida. Te amo pai! Te amo pelo homem maravilhoso que você é e por sempre me dizer o quanto eu sou especial pra você. Sei que está sendo um choque pra vocês nos verem assim, juntos, mas eu não posso deixar tudo que eu sinto pelo Rick escapar das minhas mãos. Mãe?! Eu te amo! Sei que não consegue me olhar nos olhos agora e nem precisa. Não vou te cobrar que compreenda e que nos aceite, mas eu queria muito mesmo que nossa família continuasse do jeito que sempre foi.

Minha mãe cobriu o rosto com as mãos e chorava copiosamente. Era como se estivessem lhe enfiado uma faca em seu peito.

Roberto se levantou e Henrique tentou conversar com ele, mas pediu que o deixasse sozinho.

Eu não sabia o quê fazer, nem o quê dizer.

Me levantei e fui até a cozinha. Me sentei e não consegui conter as lágrimas.

Meu medo maior era que eles nos virassem as costas.

Henrique se aproximou e se abaixou, apoiando-se entre minhas pernas e o abracei com todas as minhas forças.

ㅡ agora já foi. Vão nos odiar pra sempre. ㅡ disse e ele se levantou.

ㅡ calma, Leozinho...calma! Vem aqui! Não chora não, amor.

Ouvimos a porta da sala se fechando e nos abraçamos transtornados. Pela primeira vez o vi em prantos. Segurei seu rosto e lhe dei um selinho carinhoso. Ficamos arrasados. Nossos pais se foram sem dizer uma só palavra.

ㅡ foram embora, Rick. Devem estar odiando a gente. ㅡ disse abraçado ao Henrique e nos assustamos com a voz do nosso pai.

ㅡ ninguém está odiando ninguém, aqui. ㅡ Roberto disse e por impulso, corri até seus braços.

ㅡ pai! Eu te amo, paizão! ㅡ disse e fiquei aliviado quando ele me abraçou.

Pedi perdão por termos escondido a verdade e nessa hora minha mãe entrou.

Henrique a olhava com medo, mas ela o tomou em seus braços dizendo que jamais nos odiaria por estarmos juntos.

ㅡ vamos lá pra sala! Agora sim, vamos conversar de verdade. ㅡ disse minha mãe com os olhos rasos d'agua.

Roberto segurou meu rosto e me deu um beijo na testa. Eu estava tremendo e senti a mão paterna me confortando. Lhe abracei novamente e mais uma vez pedi desculpas pelo o quê estava acontecendo e, me levando novamente até seu peito, disse:

ㅡ você é a única pessoa nessa face da terra que pede perdão por se sentir feliz com quem você ama. Nós vamos conversar e resolver tudo isso.

ㅡ te amo, pai!

ㅡ rsrs, eu te amo em dobro. Vamos nos acalmar?

ㅡ vamos, sim!

ㅡ então paremos de chorar. Vem aqui, Rick! ㅡ disse minha mãe nos abraçando.

Fomos até a sala, nos sentamos e confesso que estava começando a respirar em paz novamente.

Minha mãe se sentou ao lado do Rick e Roberto não largava minha mão.

Antes de começarem a falar, perguntei de forma direta se eles já suspeitavam da gente e, mesmo tentando não se emocionar, Roberto me deu um beijo no rosto e me abraçou.

ㅡ já! Pra falar a verdade, foi sua mãe quem desconfiou e veio me falar. Bom, eu a vi chorando um dia e perguntei o quê estava acontecendo. Ela estava com medo de me dizer. Pensou que eu iria brigar contigo e por a culpa do que vocês estavam vivendo em você.

ㅡ em mim? Por que?

ㅡ porque você começou a dormir no quarto com o Rick. Enfim, ela me fez prometer que não brigaria contigo se me contasse o quê supostamente estava contecendo.

ㅡ poxa, pai...

ㅡ Leo, você nunca foi de esconder o quê sente e, quando o Rick foi embora, metade de você foi junto com ele. Acredite, meu filho, as mães sabem é vêem tudo. Além do mais, você não fazia questão de esconder o quanto amava o Rick e, mesmo eu tento quase certeza que essa história de vocês terem começado só agora, esse sentimento já estava crescendo aí dentro bem antes do Rick viajar.

ㅡ rsrs, estava mesmo. Bom, nossa relação só começou depois que ele voltou, pra ser bem sincero. Nunca tivemos nada, antes do Rick viajar, mesmo dormindo juntos. Eu juro. ㅡ disse e Henrique veio se sentar ao meu lado.

ㅡ o Leo sempre foi a pessoa mais importante na minha vida. Sei que é um choque saber que o amor que sentimos vai além da nossa irmandade, mas eu asseguro que é sincero e verdadeiro. E me desculpa nunca ter me aberto com vocês sobre eu ser gay.

ㅡ eu não me importo o quê vocês são. Vocês são meus filhos e eu jamais viraria as costas pra vocês. Ter a certeza de que estão em uma relação, é diferente de só suspeitar. Sempre quis entrar no assunto, mas achei que poderia ser coisa da cabeça da sua mãe de início, mas com o tempo vocês não conseguiam mais disfarçar. O modo como se olham agora, é totalmente diferente de antes. Eu fiquei com medo sim, mas é por vocês estarem morando aqui e algum vizinho começar a incomodar. A gente vê tanta coisa ruim na TV, todos os dias. Por mim e sua mãe, vocês ficariam lá em casa mesmo. Bem que a gente tentou, mas o Rick foi mais rápido e encontrou essa casa pra vocês morarem...

ㅡ poxa, pai! Como que a gente ia viver na mesma casa que vocês? Já estávamos nos sentindo tão culpados. ㅡ disse e Henrique segurou minha mão.

ㅡ olha, se vocês não tivessem nos contado hoje, sua mãe e eu já estávamos nos preparando pra ter essa conversa. Porque a gente sabe que vocês estavam aflitos e com medo. Conversamos sobre isso ontem.

ㅡ falei pro seu pai que se vocês não nos contassem até final do mês, eu mesma iria conversar com vocês e resolver tudo isso. Ninguém aqui precisa viver com medo. Até parece que não nos conhecem?

Nosso pai se levantou e, ajeitando a camisa, disse que havia ouvido falar de um casal de jovens que se envolveram em uma briga na orla. Nessa hora comecei a suar frio e Henrique se sentou mais perto de mim.

Com muita calma, mas não menos preocupado, Roberto se sentou ao lado de nossa mãe e nos encarando, perguntou se éramos nós dois, pois batia com o dia que ele entrou no quarto e me viu com as costas machucada.

ㅡ por que o senhor acha que foi conosco? ㅡ perguntei e ele suspirou profundamente.

ㅡ é só uma pergunta. Uma das editoras do jornal da cidade esteve na escola pra fazer uma matéria sobre o novo método de ensino e comentou que havia ajudado dois rapazes vítima de homofobia. Eu ia perguntar quem eram, mas ela já tinha ido embora. Agora, acho bom que sejam sinceros comigo e com sua mãe. Porque se foram vocês, vamos resolver isso juntos.

Me levantei e, mesmo querendo dizer que não tinhamos nada a ver com o acontecido, minha mãe veio até mim e me abraçou.

Nessa hora percebi que mentir não era a solução para os nossos problemas.

Confirmei tudo, mesmo o Henrique me dando sinais de que eu não deveria fazer, mas fiz o quê achei certo.

Roberto veio até mim, segurou meu rosto com carinho e se virando pro Rick, disse que não estávamos sozinhos e que ele faria de tudo pra quê nada nos acontecesse.

Ele estava meio enfurecido por ter sabido que alguém ousou me machucar, mesmo que não tenha sido nada grave.

Elea se aclamara e aproveitamos pra resolvet tudo entre nós.

Passamos horas conversando sobre nossa relação e, em nenhum momento, eles se indignaram ou nos julgaram por estarmos juntos, mesmo tendo sido criados como irmãos durante a vida toda.

Nos aconselharam, nos apoiaram e, claro, também nos advertiram:

ㅡ antes de qualquer coisa, vocês são irmãos. Não quero brigas e não quero saber que ultrapassaram limites nessa relação. Nunca se agrediram verbalmente, nem fisicamente e não será agora. Os dois são meus filhos e espero que sua mãe e eu, nunca tenhamos que tomar partido sobre qualquer desavença. Resolvam seus problemas como homens, não como bárbaros. Estamos entendidos? ㅡ Roberto disse e Henrique me surpreendeu com um beijo no rosto.

ㅡ sim senhor! Ah, como fica o resto da família? ㅡ perguntei e minha mãe segurou minha mão a beijando.

ㅡ vocês são maiores de idade, pagam as próprias contas e se amam. O resto é resto. Ninguém precisa se meter na vida de vocês. Além do mais, desde quando precisaram da aprovação de alguém pra viverem esse amor? Os outros que tomem conta da própria vida. Não somos ninguém pra julgar o quê se passa no coração de vocês. É um pouco estranho, pois foram criados como irmãos e, mesmo que sejam um casal agora, nunca deixarão de ser. Que isso fique bem claro. Nossa familia será semprr a mesma, mesmo se um dia vocês não forem mais um casal. Bom, eu estou com fome. Já que estamos aqui, ainda, vou esquentar o jantar pra gente. ㅡ disse minha mãe nos sorrindo.

Nos abraçamos, os quatro. Tudo parecia mais leve e fácil. Era como se tivéssemos tirado um peso de cima dos nossos ombros e a dor que eu sentia em meu peito havia desaparecido.

Henrique e meu pai conversavam na sala e fui ajudar minha mãe na cozinha.

Me vendo pra lá e pra cá, perguntou se estávamos nos cuidando e, foi de longe a pergunta mais constrangedora que alguém já havia feito.

Mesmo envergonhado, entendi sua preocupação de mãe. Pedi que relaxasse, pois sempre fomos muito cuidadosos e estávamos bem.

ㅡ a vida é mesmo surpreendente, não é mesmo? Eu nunca imaginei que algo desse tipo pudesse acontecer com vocês. Quando eu comecei a desconfiar, fiquei tão transtornada que pensei não ser possível, mas depois, vendo como vocês são felizes juntos e todo esse carinho que sentem pelo outro, qual o problema?

ㅡ obrigado por pensar assim. Está tirando uma culpa imensa dos meus ombros. Nunca quisemos enganar nenhum de vocês, mãe. Só que foi tão difícil para gente saber que talvez vocês não nos compreenderiam. Eu seria feliz pela metade sem o apoio de vocês. Meu medo maior era perder o amor do meu pai. Ele é tão importante pra mim.

Ela me abraçou e vi Roberto escorado na porta, nos olhando. Fui até ele e lhe abracei o mais apertado que pude.

ㅡ eu te amo demais, Leozinho. Você é meu filho e sempre será. Só não quero mais mentiras entre nós. Precisamos estar mais unidos do que nunca, agora.

ㅡ eu sei, pai. Obrigado por tudo.

ㅡ ah, não me agradeça por te amar e cuidar de você. É um prazer enorme te ouvir me chamando de pai, seu moleque! Não me faça chorar.

Rimos com seu jeito e ele ficou na cozinha com minha mãe.

Fui ver onde o Rick estava e quando o chamei, ele me respondeu dizendo que estava no quarto.

Entrei e o vi arrumando a cama. Me sentei na beira e ele se abaixou, ficando entre minhas pernas. Agarrou minha cintura e lhe dei um abraço apertado.

ㅡ caramba, que dia! ㅡ ele disse e me inclinei o beijando.

ㅡ nem me fala. To até agora tremendo. Acho que não deveria ter contado aquele acontecido da orla.

ㅡ e mentir mais uma vez?

ㅡ é, acho que você ta certo. Chega de mentiras. Eu só não queria que eles ficassem preocupados, mas tá tudo bem. Você está bem?

ㅡ tô sim! E você?

ㅡ bem melhor agora. Eu só quero dizer que foi muito bonito aquilo que você disse pro nosso pai: de nunca desistir de mim. ㅡ ele me abraçou e em seus braços me senti em casa, me senti seguro e amado.

ㅡ eu só disse a verdade. Tá cansado de saber que te amo e que não quero nunca mais ficar longe de você.

ㅡ ah, que bom! Porque eu te quero bem pertinho, mesmo. Me dá um beijo?

Enfiei minhas mãos por entre seu casaco e lhe dei um beijo carinhoso na boca. Ouvi alguém batendo na porta e, quando abri, era minha mãe dizendo que o jantar já estava servido.

Jantamos, conversamos mais um pouco e rimos muito quando minha mãe disse que suas suspeitam sobre nós aumentaram, quando nos viu chegar em casa com os cabelos molhados a noite.

Lembrei que foi no mesmo dia que fomos em um motel e o Rick ficou com tanta vergonha que brincou dizendo que queria sair correndo.

ㅡ quando os vi chegando felizes e sorrindo daquele jeito, já imaginei que estavam aprontando. Confesso que quase os fiz confessar naquele dia mesmo. Até comentei com seu pai e e ele disse que eu estava ficando doida. ㅡ ela disse e comecei a rir.

ㅡ rsrs, acho que foi aquele dia que levamos pizza pra vocês. ㅡ disse e Henrique estava envergonhado.

ㅡ minha nossa, Leo...pare de nos delatar.

ㅡ ué, mas é verdade. Agora todo mundo já sabe, mesmo.

ㅡ que bonito, heim? Nós levaram pizza pra se livrarem da culpa pela safadeza de vocês. ㅡ Roberto disse rindo e quase cuspi o resto do vinho.

ㅡ poxa, pai...também não precisa esculhambar, né?! ㅡ disse envergonhado e mudamos de assunto.

Depois do jantar, nos despedimos dos nossos pais e ainda levamos um puxão de orelha por termos escondido a violência que sofri na orla. Pediram que os avisassem quando o juiz marcasse a primeira audiência e prometemos não deixá-los de fora.

Agradeci a companhia, perguntei se eles estavam bem, apesar de tudo e, me olhando nos olhos, Roberto disse:

ㅡ acho que o Henrique não poderia ter encontrado pessoa melhor, Leozinho. Sei o quanto você o ama. Obrigado por ser um filho maravilhoso e, agora, genro. Olha que loucura? ㅡ lhe abracei e rimos com o jeito bobo dele.

Depois que os dois se foram, nos jogamos no sofá abraçados, puxamos um cobertor e nos cobrimos.

Eu estava tão aliviado e feliz por tudo ter dado certo, que quase não estava acreditando.

Ter a família nos apoiando era o quê faltava pra nossa felicidade estar completa. Me afundei no peito do Rick e pedi que me ameaçasse o mais forte que ele podia.

Senti seu beijo em meu rosto e ele sorria feito bobo por tudo ter corrido melhor do que imaginávamos.

Ficamos pela sala e ali mesmo adormecemos, com a certeza de que mais nada poderia nos atrapalhar.

*

*

*

*

Continua...

Queria agradecer imensamente o carinho de todos vocês.

Bom, queira pedir a opinião de todos que comentam. Tudo bem pra vocês se eu der meu feedback no último capítulo? Conforme vocês forem comentando, vou respondendo. Okay? Portanto, não se esqueçam de comentar.

Obrigado ao pessoal que começou ler agora e está maratonando. To de olho! 👀

O conto DESTINO (?) foi finalizado, mas ficou em aberto com possíveis atualizações, igual Meu chefe, meu príncipe. Então, se estiverem de acordo, assim que eu finalizar esse conto, postarei uma atualização do conto Destino (?), tudo bem? (vou ter que ler de novo pra entrar na vide do conto rsrs)

Bom, é isso! Se cuidem! 😉✌

Happy Pride! 🌈

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Comentários

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Que conto mais bacana, sempre pensei em algo do tipo, se primos e primas já se apaixonam um pelo outro (tem alguns casos na minha família rsrs), então acontecer com irmãos de coração e bem mais fácil.

Por favor volte a escrever essa história, da pra colocar uma história envolvendo os pais falando da viagem deles na Europa, é também contar um pouco com o passar dos anos.

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Cadê a continuação, não para muito bom......

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Não desista do conto man! Sua história é sensacional! Sou fã da história, me emociono de vdd quando leio! Obrigado por ter nos dado uma resposta e não demore a postar rsrsrs abçs

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Pessoal, aguardem um cadinho mais. Estou meio ocupado com meus plantões e dou uma mão com o restaurante de mamãe (rs). Está meio corrido, mas vou voltar, sim. Grande abraço! 😉

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Amigo vc sumiu, estou ansioso pela continuação, um dos melhores contos que já li!! Pfv continue, os contos bons da casa não podem se encerrar assim!!!

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Pessoal, recebi um email hj de um leitor (obrigado!), perguntando quando retorno.

É o seguinte: contrai uma dengue fudida e agora que to melhorando. Desculpa não ter avisado, mas é que não tava nenhum pouco legal. Aqui onde moro ta foda. Ta uma epdemia do cacete. Já tenho uma parte do último capitulo escrito, mas preciso finalizar. Assim que eu estiver mais disposto, posto pta vcs, pq não consigo nem pensar direito.

Obrigado por tudo e se cuidem.

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eu preciso q esse conto continue....por favor...eu li tudo e quero maisssss

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😍😍😍😍😍😍😍 o mundo real precisa de mais pais assim.

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Li todos os capítulos hj de uma vez... Ri, chorei, me excitei... Tá muito bom... Sei o quanto é fantasioso uma vida dar tão certo assim, mas de vez em quando é bom pra se distrair da realidade sofrida... E ainda de quebra as partes eróticas são bem quentes tbm...

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Lindíssimo! Apaixonado pela historia! Parabéns e obrigado por escrevee!!!

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Esse foi o melhor capítulo do conto até o memento, fico muito feliz da família de vocês terem abraçado você sem nenhum tipo de preconceito e tals. Aguardo mais detalhes em... Obrigado por compartilhar conosco!

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DE LONGE ESSE FOI E MELHOR CAPÍTULO DO CONTO TODO. SÓ ESPERO QUE O FIM NÃO SEJA TIPO ÁGUA COM AÇÚCAR. MAS O DIÁLOGO DE LONGE É SEMPRE A MELHOR SOLUÇÃO. MESMO PORQUE INDEPENDENTE DAS OPINIÕES DOS PAIS RICK E LEO JÁ ESTAVAM DETERNINADOS E MANTEREM ESSE RELACIONAMENTO CHEIO DE AMOR. NÃO VI NADA DE SUPERFICIAL NÃO, MUITO PELO CONTRÁRIO RICK QUE ESTAVA DESESPERADO FALOU TUDO DE SUPETÃO. FOI MARAVILHOSO. AQUI EMOCIONADO AINDA COM O CAPÍTULO. DE FATO CONTAR PRA FAMÍLIA TIRA UM PESO ENORME DAS COSTAS AINDA MAIS QUANDO ESSES PAIS SÃO DO TIPO DE RICK E LEO. SÃO CABEÇAS BOAS. QUEM ME DERA QUE TODOS OS PAIS FOSSEM OU AGISSEM ASSIM. EU FICARIA HORRORIZADO SE OS PAIS FOSSEM EMBORA SEM ANTES DIALOGAR COM OS FILHOS. UMA MÃE MUITO SENSATA AO DIZER QUE CADA UM CUIDE DA SUA VIDA. AH, SE FOSSE SEMPRE ASSIM. E ROBERTO TB SÓ TEVE PALAVRAS BOAS. AFINAL QUAL PAI OU MÃE NÃO DESEJA SOMENTE A FELICIDADE DOS FILHOS? NÃO SENDO LADRÕES, BANDIDOS, ASSASSINOS ETC RICK OU LEO, NAMORANDO UM HOMEM OU MULHER JAMAIS DEIXARIAM DE SER FILHOS DESSE CASAL. NÃO EXISTEM EX-FILHOS OU EX-PAIS. PENSEMOS NISSO. PARABÉNS PELO CAPÍTULO, CERTEZA DE GRANDE AJUDA PARA QUEM VIVE SITUAÇÃO PARECIDA. PENA QUE ESTÁ NO FIM, VOU SENTIR SAUDADES DA LEITURA DESSE CONTO. MAS FAZER O QUE NÉ???

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