Primeiro Encontro

Um conto erótico de Fabby
Categoria: Heterossexual
Contém 1909 palavras
Data: 04/05/2019 07:28:32

Eram 23h45 quando o elevador chegou ao 15º andar daquele hotel em frente à praia. Ela olhou para a tela do celular e releu a mensagem de confirmação. Sim, ele iria. Não, sem hora marcada. Mas seria em algum momento entre a madrugada e a manhã. Ela se lembrou de uma música. Besayuname, uma mistura entre “beijar” e “tomar café da manhã”, em espanhol. Sentiu aquele frio no estômago ao lembrar que havia dito a ele o quanto gostava de foder pela manhã, logo que acordava. Quando estava sozinha, ela se tocava pensando em alguém. Nos últimos dias, esse alguém era sempre ele.

Fazia um mês que eles haviam se encontrado pela primeira vez. Trabalhavam na mesma empresa: ela na matriz; ele, em uma regional. No meio de um projeto chato para ela, mas interessantíssimo para ele, eles foram colocados na mesma equipe e precisaram, com mais três colegas, fazer uma reunião para acertar o plano de ações. Ela era da área-meio, cuidava de planejamentos, criava fluxos de trabalho. Ele era da área-fim, e tinha um brilho nos olhos quando falava das suas propostas para o projeto.

Viagem rápida de avião. Durante a reunião, nada aconteceu. Alguns olhares mais demorados, uma curiosidade. Um riso mais prolongado depois de uma tirada engraçada. Os dois eram muito semelhantes na rapidez do raciocínio, na espirituosidade dos comentários e, principalmente, no jeito de falar de tudo com uma malícia quase imperceptível, mas que dava à conversa um ritmo gostoso.

Depois de mais de cinco horas de planejamento, todos exaustos. Ele propôs um café, mas os outros começaram a enumerar desculpas para recusar: “Pegar a esposa na faculdade...”, “Início da série preferida...”, “Jantar de aniversário da sogra...”. Ela distraída no notebook, finalizando as notas da reunião. Quando levantou os olhos, ele estava parado na sua frente. “Café?” “Só se for agora!”

Conversa boba no carro. Piadinha com o motorista. Quando chegaram ao local, as mãos se esbarraram enquanto ele tirava a mala de mão do bagageiro e passava para ela. O primeiro arrepio na coluna. De repente, a lembrança: “Estou sem calcinha!”. Ela havia colocado um vestido leve, de seda, e uma combinação para evitar a transparência. Não achava necessário colocar uma calcinha. E, além do mais, se a reunião ficasse chata, ela poderia apertar as pernas com mais facilidade e sentir aquela vertigem de quase-orgasmo...

Ele caminhava na frente, pelo corredor, enquanto ela olhava para o pescoço e para as costas dele e sentia a parte interna das coxas se molhando aos poucos. “Essa excitação toda por causa de um esbarrão na mão? Você está precisando dar uma noite inteira para aliviar esse tesão acumulado!”, ela se repreendeu em silêncio. Acelerou os passos para alcançá-lo na escada rolante, quando teve o primeiro flash da realidade paralela que se desenharia a partir daquele momento. Ele estava falando alguma coisa, mas ela não entendia. Sem qualquer aviso, a escada rolante para. E isso foi como um sinal para que ele a olhasse fixamente e a abraçasse, forçando as costas dela contra o guarda-corpo da escada rolante. Aquele olhar de meio segundo e aquela boca quente e molhada grudando em outra boca igualmente quente e molhada. Não parecia um primeiro beijo, desajeitado, sem cadência. Parecia um beijo de amantes antigos, encaixado e forte. E o pensamento voltou: “Meu Deus, estou sem calcinha!”. E o que era pensamento pareceu ganhar corpo de voz de comando. No meio do beijo, ele enfiou as mãos no meio das pernas dela e sentiu toda aquela inundação que ela estava tentando conter. Ainda com os rostos encostados, olhos fixos nos olhos, ele levou a mão à boca e chupou um dos dedos, oferecendo o outro para ela chupar. Aquele gosto tão conhecido, de mato, de flor, de terra ganhou um novo sabor nos dedos dele.

“...não é sensacional?” “Oi?” A imagem da realidade paralela se desfez, e ela quase tropeçou no final da escada rolante. Ele a segurou pelo braço e, rapidamente, olhou para dentro do vestido pelo decote.

Ela olhou em volta, percebeu o lugar cheio e caótico, enquanto ele, empolgado, contava sobre o modelo de negócios do café, que pertencia a um amigo. Ela concordava, dizia uma frase aqui, outra ali, mas estava impressionada com a mudança que acontecera em poucos passos. Em questão de minutos, tudo dele passou a ter uma voz dentro dela. O cheiro, a textura da pele, o brilho dos olhos. E ela se perguntava quando aconteceria aquele silêncio desconfortável antes do beijo. Do beijo para o hotel. Uma transa rápida, sem muita empolgação. Nada de rasgar roupas ou deixar as costas lanhadas. Amanhã era dia de trabalho, e aquele vestido de seda tinha custado caro para virar trapos nas mãos de um... desconhecido qualquer. Depois do orgasmo, ele tomaria um banho rápido, ela ainda na cama, com o notebook no colo, revisando as notas da reunião. Ele sai do banheiro já vestido, cabelos molhados. Eles já haviam trocado números de telefone. “A gente se fala, então.” “Sim, com certeza, mesmo que a gente não queira.” Risadas. Silêncio. Despedidas. Porta do quarto fechando. Silêncio. Ela olha para a porta e sente os olhos cheios de lágrimas. Em silêncio, levanta e vai para o banheiro.

Ele chega com duas xícaras de cappuccino nas mãos. Senta na cadeira ao lado dela. Trocam duas ou três frases sobre a sorte de terem conseguido uma mesa tão rápido, o café está cheio, sim, muito cheio. O primeiro gole do café deu um choque de energia. Ela fechou os olhos por um segundo. Sentiu a mão esquerda dele escorregando por debaixo da toalha da mesa, alcançando a coxa direita dela e avançando até o meio das pernas. Ela olhou assustada para ele, os olhos arregalados. “Abre.” Era uma ordem. Ela descruzou os tornozelos e foi abrindo as pernas devagar, facilitando o caminho da mão dele. Olhou ao redor preocupada. Ninguém parecia estar notando o que acontecia por debaixo daquela toalha. E, se notassem, ela não pararia. Não havia essa opção. Os dedos encostaram na buceta molhada, separando os grandes lábios. Ele olhou muito sério para ela e perguntou: “Por que tão molhada assim? No que você está pensando?”. Ela não conseguia responder. Fixou os olhos nos dele e soltou um gemido, enquanto sentia os movimentos ascendentes e descendentes dos dedos e movimentava os quadris devagar.

“Você parece estar cansada. Quer voltar para o hotel?” “Oi? Voltar para onde?”. Ele riu e repetiu: “Para o hotel. Eu estou falando sozinho aqui. Você deve estar cansada”. “Nossa, desculpa! Estou sendo muito mal-educada! Estou cansada mesmo.” “Vamos, então. Vou chamar o carro. Também está na minha hora.” Ficaram parados na calçada, esperando o carro chegar. Ela ainda esperava o beijo, mas ele realmente não parecia interessado. O carro chegou. Mala no bagageiro. Um abraço mais demorado, o calor, Deus, o calor que o corpo dele emanava. Nova enxurrada no meio das pernas. “Sem calcinha!”

Chegando ao hotel, o celular apitou. Uma mensagem de voz dele. Ela largou a mala no corredor, a bolsa e o notebook em cima da escrivaninha do quarto e pegou o bloco e a caneta para tomar nota. Ele deve ter esquecido algum ponto importante do projeto. Jogou o corpo na cama enorme e macia, tirando os sapatos, o vestido subindo até os quadris. Apertou o ícone do play. A voz tomou todos os espaços do quarto. “Oi. Chegou bem? Eu cheguei agora e percebi que me esqueci de dizer uma coisa.” Ela arrancou a tampa da caneta com a boca e se preparou para anotar. “Desde o primeiro segundo em que coloquei os olhos em você, senti um tesão quase incontrolável. Minha vontade não era chamar você para um café. Eu queria levar você aí para o hotel e comer você a noite inteira, de todas as maneiras. Mas não sabia como você reagiria. Eu sentia abertura às vezes, mas depois você ficava bem profissional. No café, pensei em beijar você, mas você parecia distante.” Ela fica paralisada por um segundo. Pega o telefone na mão e grava um áudio: “Vem pra cá agora!”. Já nem se importava com a urgência na voz, quase um grito. Sinal de mensagem. Texto. “Não posso. Estou ocupado com umas coisas aqui em casa.” O voo dela sairia muito cedo na manhã seguinte. Não daria tempo para um encontro. “Entendo... deixa, então, para uma outra oportunidade.” Mensagem de voz recebida. “Quero fazer uma coisa. Você pode ligar o vídeo?” “Posso.” “Vou passar umas instruções, mas quero a câmera o tempo todo no seu rosto.” “Ok, eu tenho um suporte de celular aqui.” “Ótimo.” Chamada

de vídeo recebida. Aceitar. O rosto dele. Os olhos dele. O cabelo dele. O cheiro dele. O quarto tomado. “Oi.” “Oi. O que deu na gente agora?” “Agora? O que deu na gente antes pra não se pegar?” Risadas. Rosto queimando, vermelho. A inundação. A dobra do edredom fazendo pressão no meio das coxas. “Deita de costas. Deixa a câmera no seu rosto. Quero ver cada reação sua.” Ela deitou de costas e puxou o suporte do celular para perto do rosto. “Puxa o vestido para cima. Não tira. Coloca os dois pés na cama e dobra os joelhos. Coloca a mão direita no meio das suas coxas. Vai abrindo as pernas até a sua mão chegar na sua buceta. Não fecha os olhos! Deixa os olhos abertos, olha pra mim. Passa os dedos na sua buceta e me diz como está.” “Quente e molhada.” “Muito quente e molhada?” “Muito.” “Não fecha os olhos! Desliza os dedos pela sua buceta, devagar. Usa os dois dedos para abrir e toca no seu clitóris. Devagar. Que gemido gostoso. Não fecha os olhos! Olha pra mim! Desce os dedos um pouco... enfia o indicador na sua buceta, devagar, enfia todo e tira. Deixa o dedo aí dentro e massageia o grelo com o polegar... devagar... isso, geme, mas não fecha os olhos. Enfia o outro dedo. Devagar. Doeu? Ah, você é apertadinha? Tem que se preparar para o meu pau. Vai doer um pouco quando eu começar a enfiar na sua buceta, mas depois ele se acomoda. Fica com os dedos parados aí dentro e vota com a massagem do dedão. Está gostoso, é? Safada é você. Safada e gostosa. Fiquei olhando os seus peitos e imaginando como seria quando eu estivesse mamando neles. Quando você se inclinou no café para pegar a sua bolsa, eu quase puxei você pelos quadris e enfiei ali mesmo, na frente de todo mundo. Imaginei eu comendo você por trás, olhando essa sua bunda gostosa. Não fecha os olhos. Está quase. Você está sentindo? Isso, grita... geme mais um pouco. Continua esfregando o grelo. Aperta os peitos com a mão esquerda. Isso. Abre os olhos. Que boca linda. Estou imaginando meu pau gozando nessa boca, enchendo essa boca de porra. Olha pra mim. Você vai gozar? Vai? Diz meu nome. Goza dizendo o meu nome. Isso. Pode fechar os olhos. Que cara mais linda! Goza. Grita. Está tremendo? Respira. Abre os olhos. Olha pra mim. Vou mandar uma mensagem com umas datas. Você escolhe uma e me diz. Quero que você volte para a gente trepar a noite toda. Você quer?” “Quero.” “Tenho que desligar agora. Preciso gozar também e terminar umas coisas aqui. Dorme bem. A gente se fala.” Chamada de vídeo encerrada. Pernas tremendo. Ainda não dá para levantar. Rosto pegando fogo. Dedos na boca. O gosto. Meu gosto. Um gosto diferente. (Continua)

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