O filho do meu pai ㅡ Cap 05

Um conto erótico de LuCley.
Categoria:
Contém 4270 palavras
Data: 25/03/2019 15:52:33

ㅡ Cap 05

*

*

*

*

*

Era meu último dia de aula na faculdade e estava sentado na arquibancada do ginásio quando vi a Alessandra vindo em minha direção com uma cara nada boa.

Ela se sentou ao meu lado e ofereci o suco que estava tomando, mas agradeceu e disse que não estava com sede.

Dei tempo pra ela respirar e segurei sua mão a trazendo pro meu peito. Nem um segundo a mais e, como já prevendo, ouvi minha amiga se derramar em lágrimas. Me mantive em silêncio até que ela se acalmou e me olhando com os olhos marejados, disse que estava grávida.

Eu não sabia o quê dizer naquele momento. Apenas a mantive em meu abraço e assim permanecemos por um bom tempo, até que seu namorado perto da lanchonete.

Perguntei se ele já sabia, mas ela disse que até o momento, só havia contado pra mim.

ㅡ meu amor, você precisa contar pra ele. ㅡ disse e ela ficou em silêncio.

ㅡ eu sei, mas não consigo. Promete não contar nada, Leo?

ㅡ claro que prometo! Isso é assunto seu, mas to aqui pra te ajudar no que precisar. Pode contar comigo.

ㅡ obrigada! Eu sei disso.

ㅡ ele ta vindo. Vai dizer o quê pra ele? Tua cara ta toda vermelha e inchada.

ㅡ eu invento qualquer coisa.

ㅡ você sabe que não fez esse filho sozinha, não sabe?

ㅡ eu sei! Mas era minha obrigação não ter deixado acontecer. Achei que não teria perigo...

ㅡ ele assumiu o risco junto contigo. Os dois foram imprudentes. Não coloque a culpa nos seus ombros e carregue sozinha.

ㅡ ah, Leo...eu não sei o quê fazer...

Ela secou os olhos e quando ele se aproximou, perguntou se estava nos atrapalhando, mas senti que estava sendo irônico.

Me levantei indo até ele e lhe dei um tapinha em seu ombro, dizendo:

ㅡ cara, nada a ver! Conversa com ela.

Deixei os dois à sós e fui até a lanchonete pagar meu lanche, pois quando o comprei, eles não tinham troco.

Fiquei sentado em um banco de madeira ao lado da minha sala e mexia no celular quando meu irmão me mandou uma mensagem de texto.

ㅡ sei que está na aula, maninho, mas to com saudade. Me liga quando chegar em casa? Estarei acordado e trabalhando.

Li com um sorriso bobo nos lábios e respondi logo em seguida que chegaria mais cedo, pois era o último dia antes de entrarmos em férias.

Entrei na sala com o resto da turma e o professor se despediu dizendo que ninguém tinha ficado de exame.

O pessoal ficou animado e queriam sair pra beber, mas agradeci o convite dizendo que iria pra casa.

Quando eu estava indo para o estacionamento, antes de eu entrar no carro, vi o Caíque vindo falar comigo. Ele pediu que eu esperasse e se desculpou pela maneira grosseira que se dirigiu a mim quando eu estava com a Alessandra no ginásio. Disse que estava tudo bem e perguntei se minha amiga estava mais calma.

ㅡ ta tudo bem! Ela foi no banheiro. O avô dela ta meio doente e, como você sabe, ela é muito apegada a ele

ㅡ é, eu sei! Bom, eu vou indo. A gente se fala...

ㅡ desculpa mais uma vez, Leo. Fui um idiota.

ㅡ deixa pra lá, ta tudo resolvido. Cuida dela, ou eu mesmo cuido, heim?!

ㅡ kkkkk, pode deixar!

Entrei no carro, mas fiquei preocupado com minha amiga; não por ela estar grávida, mas por estar escondendo do namorado.

Fiquei imaginando a ideia dela tentar fazer um aborto e passar por tudo isso sozinha.

Ela precisava saber que eu estava ao lado dela e, independente do que acontecesse, ela poderia contar comigo.

Dei a partida no carro e fui direto pra casa. Meus pais estavam na sala e quando me viram entrar, abriram um sorriso do tamamho do mundo.

Minha mãe esticou os braços e feito um menino, a abraçei e me sentei entre ela e meu pai.

Ficaram orgulhosos por eu não ter pego dependência e, me vendo animado por estar em férias, Roberto disse que iríamos ao centro logo pela manhã.

ㅡ o quê vamos fazer no centro logo cedo?

ㅡ preciso pagar umas contas e aproveitanos pra comprar alguma coisa aqui pra casa. Sua tia e seus avós virão passar o Natal conosco e quero deixar tudo organizado pra ceia.

ㅡ vou contigo, então. Ah, vou ligar pro Rick e tomar um banho depois. Ele me mandou mensagem, mas eu ainda estava na faculdade. Que saudade dele. Parece que os dias não passam...

ㅡ você é muito ansioso, rapaz!

ㅡ o senhor deveria estar mais ansioso que eu, já que é pai dele. Até parece que só sinto a falta dele nessa casa. ㅡ minha mãe deu uma gargalhada e meu pai bagunçou meu cabelo.

ㅡ claro amamos seu irmão, mas de que adiantar ficar ansioso? Ele vai voltar e pronto. ㅡ ela disse e dei de ombros indo pro quarto.

Assim que entrei, vio quarto todo organizado do jeito que o Rick gostava. Me lembrei de nossa briga por causa do bendito tênis que peguei emprestado sem pedir e, foi o estopim pra que eu começasse a sentir todo aquele carinho por ele de novo.

Minha mão começou a suar frio e o nervosismo por saber que falaria com ele, voltou.

Peguei o celular e liguei. Imediatamente ele atendeu. Parecia que estava me esperando e como me orgulhei disso ㅡ meu coração vibrava satisfeito em imaginar que ele estaria ansioso pelo meu contato.

ㅡ tudo isso é saudade? Você atendeu rápido. ㅡ disse e vi novamente aquele sorriso em seu rosto.

ㅡ você não imagina o quanto, cara! To com quase tudo arrumado pra voltar. Ta tudo bem contigo?

ㅡ bem melhor agora. Você disse que está trabalhando...ta pintando?

ㅡ não, to fazendo uma escultura. Ainda to no alteliê do Lourenzo. Preciso entregar antes de voltar pra casa. A grana é boa, mano.

ㅡ opa! Pelo menos um de nós está ganhando dinheiro de verdade. Kkkk

ㅡ kkkkkk, bobo! Ai...ai, você ta diferente. Parece que deu uma amadurecida, sei lá. Tenho notado isso quando conversamos.

ㅡ é, pode ser. Talvez o trabalho esteja exigindo isso. Sou o mais jovem do meu setor e convivo com muita gente velha, deve ser isso. Mas contituo o mesmo Léo de sempre...rsrs.

ㅡ rsrs, que bom! Gosto do Léo de sempre...

ㅡ poxa, Rick...volta logo pra casa!

ㅡ quando você menos esperar, vai acordar preso no meu abraço, seu bobinho!

ㅡ vou sonhar com isso, hoje! Kkkk

ㅡ kkkkk! Já são quatro da manhã. Só queria te ver um pouco. Preciso terminar aqui e ir pra casa descansar. Não se esqueça de sonhar comigo, então.

ㅡ rsrs, pode deixar! Boa noite, Rick!

ㅡ boa noite, maninho!

Quando desliguei, senti um vazio que não se cabia em mim. Senti uma saudade desmedida e um medo insano de amar sozinho. Será que ele sentia o mesmo por mim? Eu sabia que ele me amava como irmão, mas eu queria que ele me amasse como homem.

Queria que ele fosse meu e me pegasse de um jeito que só ele sabe. Nada me daria mais prazer do que sentir seu corpo me prendendo contra a parede e me fazendo feliz como nunca fui.

Abri meus olhos e, sorrindo, fui me lavar.

Tomei um banho gelado, mas meu cacete não baixava.

ㅡ cara, você não esta me ajudando. É só pensar no Rick e você fica doido. Colabora, caramba!

Saí do banheiro e quando tirei a toalha pra me vestir, meu pai entrou no quarto e me assustei.

Foi ridículo ele me vendo alí, de pau duro e tentando me enrolar na toalha novamente.

Ele pediu desculpas por ter esquecido de bater e vesti uma cueca.

ㅡ tudo bem, pai. Entra aí!

ㅡ eu pensei que ja estivesse dormindo.

ㅡ tava no banho. Acabei de falar com o Rick.

ㅡ olha, é normal isso viu... ㅡ ele se referia a minha ereção.

ㅡ nossa, pai...

ㅡ ei, não precisa ter vergonha. A gente deveria conversar mais sobre essas coisas.

ㅡ caramba, quer mesmo falar sobre masturbação uma hora dessas? Já conversamos sobre isso quando eu tinha treze anos. Ta tudo bem. Só me assustei, porque pensei que fosse a mãe.

ㅡ okay! Só vim ver se ainda estava acordado e te lembrar que pode dormir até mais tarde. Vamos no centro lá pelas 11:00hrs.

ㅡ tudo bem! Boa noite, pai.

ㅡ boa noite, Leozinho.

Me joguei na cama e me agarrei ao travesseiro do Rick. Comecei a rir pelo costrangimento que meu pai e eu passamos e, pelo fato dele querer debater sexualidade com um cara de vinte anos.

Nunca é tarde pra aprender algo, mas àquela altura da vida, eu já tinha ultrapassado todos os limites da moral e bons costumes, como dizia os conservadores.

Os dias foram passando e estava cada vez mais difícil controlar a ansiedade. Meu irmão chegaria no dia 21 e faltava só uma semana.

Estava complicado me concentrar no trabalho e, me vendo nervoso, recebi uma bronca do meu chefe. Nada grave, mas ele foi enfático quando disse pra eu prestar mais atenção no que estava fazendo.

Me desculpei e voltei a focar em todas aquelas planilhas novamente.

Dia dezesseis, acordei com meu celular tocando sobre a mesa de cabeceira.

Era a Alessandra. Atendi lhe dando bom dia e, quando ela ouviu minha voz, disse que precisava da minha ajuda e só poderia contar comigo.

Temi pelo pior. Me levantei o mais rápido que pude e troquei de roupa.

Na cozinha meus pais tomavam café e estranharam eu acordar tão cedo, pois eu só trabalhava na parte da tarde.

Pedi o carro emprestado e fui pegar a Alessandra em casa.

Quando ela entrou, me deu um abraço e pediu pra eu a levar até a Clínica São Marcos. Fiquei em estado de choque, eu não conseguia me mexer e perguntei se ela estava certa do que iria fazer.

ㅡ não me julga! Não me olha como se eu fosse a pior pessoa desse mundo.

ㅡ e você não é! Eu jamais te julgaria. Só estou te perguntando se tem certeza...

ㅡ tenho. Já estão me esperando.

ㅡ você precisa de dinheiro?

ㅡ não, obrigada! Já está tudo certo. Tenho o dinheiro aqui. Só preciso que alguém esteja comigo pra quando tudo acabar.

ㅡ eu estou aqui. Você contou pro Caíque?

ㅡ não! Só você e o pessoal da clínica sabem.

ㅡ esse lugar é de confiança? Porque se não for, dou um jeito de arrumar mais grana e te levo em outro lugar.

ㅡ é sim! Fica tranquilo. Você e um amor, Leo. Pode ligar o carro agora?

Não sei como consegui chegar até a clínica, mas quando dei por mim, ela ja estava descendo do carro.

Peguei uma pequena mala de mão que ela havia levado e segurei firme sua mão.

Quando nos apresentamos na rececepção, a enfermeira que a esperava, perguntou se eu era o pai do filho que ela estava esperando.

ㅡ não, sou um amigo. ㅡ disse e a Alessandra me abraçou.

ㅡ ele é a única pessoa que eu preciso agora. ㅡ ela disse e a enfermaria pediu que se preparasse.

Perguntei se poderia entrar, mas não deixaram.

Pedi à Alessandra que se acalmasse e, enquanto a enfermeira terminava de preencher a papelada, fiquei com minha amiga em meus braços, mas a levaram em seguida.

Fiquei pela sala de espera, ansioso e com medo me acontecer algo errado, mas o procedimento demorou menos que eu esperava.

A enfermeira foi me chamar e quando entrei na emfermaria, minha amiga estava se vestindo.

Ajudei no que pude, perguntei o quê poderia acontecer em seguida e recebi as orientaçães necessárias.

Entramos no carro e ela estava pálida.

Fui direto pra casa e, quando estacionei, ela disse que não poderia ficar ali.

ㅡ e você vai pra onde? Ficar sozinha no seu apartamento? Você fica aqui. Vou cuidar de você.

ㅡ obrigada!

ㅡ sou teu amigo, esqueceu?

Ela sorriu, lhe dei um beijo no rosto e a ajudei a sair do carro.

Quando minha mãe nos viu entrando, perguntou se estava tudo bem e pedi que esperasse um momento, pois a levaria até o quarto que era meu.

Acomodei minha amiga e pedi que me chamsse se precisasse, mas ela disse que dormiria um pouco.

Voltei pra sala e fui fizilado pelos olhares de meus pais.

Pedi aos dois que fossem até a cozinha e quando fechei a porta, meu pai me encarou e disse pra eu não enrolar.

ㅡ calma, gente!

ㅡ calma? Você sai às sete da manhã e volta com sua amiga a deixando no quarto. O quê está acontecendo? ㅡ minha mãe disse e pedi que ela ficasse tranquiila.

ㅡ caramba! Ela acabou de fazer um aborto e eu sou a única pessoa que sabe disso...até agora. E antes que vocês me perguntem.. Eu não sou o pai. Ele nem sabe que ela estava grávida. Será que vocês podem me ajudar com tudo isso sem julgamentos? Ela mora sozinha e eu não podia deixá-la lá. Mãe, cuida dela pra mim? Eu trabalho daqui a pouco, mas volto pra casa correndo e fico com ela...

Meu pai me abraçou e disse que estava tudo bem, mas minha mãe ficou em silêncio por um tempo.

Pedi que não a condenassem e, se levantando, ela disse:

ㅡ eu vou ver se ela precisa de alguma coisa. Deve estar sentindo dor. Vou levar uma bolsa com água morna pra ela por no abdômem, vai ajudar com as cólicas. agradeci o apoio e a abracei.

ㅡ eu não poderia esperar menos de vocês. Obrigado.

ㅡ eu não sou à favor, mas jamais negaria ajuda a quem quer que fosse. Eu sou mãe, Leo. Sei que nesse momento ela também queria estar junto de alguém da familia. Vou ver como ela está.

ㅡ valeu, mãe!

Alessandra ficou em casa por dois dias, mesmo ela dizendo que não precisava, mas fiz questão. Ela me agradeceu pelo apoio e eu disse que jamais a deixaria sozinha. Deixei minha amiga em casa e, se precisasse de algo, era só me ligar.

Cheguei em casa aliviado por tudo ter corrido bem e me joguei no sofá da sala. Me vendo pensativo, minha mãe veio falar comigo e perguntou se estava tudo bem.

ㅡ está, na medida do possível. Sabe, se aquele filho fosse meu, ela não estaria passando por isso.

ㅡ eu sei que não. Mas de qualquer forma, você esteve com ela o tempo todo. Estou orgulhosa de você. Bom, eu vou fazer alguma coisa pra gente comer. Ah, seu irmão ligou e está tão feliz em voltar pra casa.

ㅡ vou tentar falar com ele depois. Nem nos falamos direito com tudo isso que estava acontecendo. Já volto e conversamos melhor.

ㅡ tudo bem, filho!

Depois de toda aquela tensão, os ânimos foram voltando aos poucos.

Eu estava uma pilha de nervos com o retorno do Rick. Ele chegaria na segunda-feira e ainda era sábado.

Tentei falar com ele, mas não consegui.

Corri até o quarto do meu pai e quando me viu pulando na cama, começou a rir feito um doido.

ㅡ você não tem mais dez anos. ㅡ ele disse e me deitei ao seu lado.

ㅡ mas me sinto como se tivesse. Conseguiu falar com teu filho? Eu ligo, mas ele não me atende. To preocupado, pai.

ㅡ falei com ele bem cedinho. Parece que ele tem um vernissage logo à noite e precisa se organizar pra expôr umas telas e esculturas. Ele disse que fala contigo quando chegar.

ㅡ verdade. Caramba, vai ficar ocupado o dia todo.

ㅡ quer ir ao cinema comigo e sua mãe?

ㅡ valeu, mas vou encontrar com meus amigos mais tarde.

ㅡ e sua amiga?

ㅡ está bem melhor! Vou me encontrar com o pessoal na praia, mas não demoro.

ㅡ tudo bem. Ah, amanhã sua mãe e eu vamos à missa bem cedo. Okay?

ㅡ okay! Só me acorde quando chegarem. Kkkkk

ㅡ preguiçoso!

Fiz como o planejado e me encontrei com o pessoal logo a noite.

Me sentei um pouco na areia só pra sentir a brisa fresca baterndo no meu rosto e, mesmo concentrado em meus pensamentos, senti alguém se aproximando.

Alessandra estava em pé, bem ao meu lado e pedi a ela que se sentasse um pouco comigo.

Perguntei como ela estava e se queria ir dormir lá em casa, mas ficou em silêncio por um bom tempo.

Permanecemos em silêncio por mais de vinte minutos, até ela dizer que fez o quê achava certo.

ㅡ você contou pra ele?

ㅡ não! Eu quero esquecer esse assunto e tocar minha vida. Só queria te agradecer por tudo que fez por mim. Você e sua família são incríveis, Leo.

ㅡ eu sou teu amigo! Jamais te daria as costas em um momento tão difícil. Eu te daria um abraço, mas o Caíque não tira os olhos de você.

ㅡ to me sentindo abraçada, seu bobo! Sabe, vou esperar a poeira baixar e terminar esse namoro. Não gosto de homem controlador e ciumento. Ás vezes nem consigo respirar. Só tenho medo dele não me deixar em paz.

ㅡ se precisar de ajuda, eu estarei aqui pra você. Okay?

ㅡ okay! Quer beber alguma coisa?

ㅡ não to muito afim de beber nada hoje...

ㅡ saudades do Rick?

ㅡ rsrs, pois é! Não consegui falar com ele hoje. Sei que é sua última noite na Europa e talvez queira se divertir, mas poderia me mandar pelo menos uma mensagem...

ㅡ relaxa, lindão! Segunda-feira ele chega e vocês matam essa saudade. Levanta e vem ficar com a gente...

Ficamos um bom tempo em volta da fogueira, comendo e bebendo água de coco.

Eu estava disposto a não me alcoolizar nesse dia. Queria ficar sóbrio e de olhos bem abertos, caso meu irmão resolvesse me ligar.

Voltei pra casa antes das 2:00hrs e quando cheguei, deixei meu celular carregando e fui até a cozinha beber um copo de água.

Puxei uma cadeira e me sentei. Ouvi passos pela sala e era minha mãe. Ela se sentou ao meu lado e lhe servi um pouco de água. Sentei ao seu lado e recebi um carinho no rosto.

ㅡ está tudo bem, filho? ㅡ ela disse e sorri meio chateado.

ㅡ uhum! Sabe se o Rick ligou?

ㅡ ligou pouco antes de você chegar. Ele disse ao seu pai que estava em um coquetel de despedida. Parece que o pessoal da galeria que organizou tudo. Te mandou um beijo e falou que amanhã te liga.

ㅡ ah, bacana! Bom, eu vou dormir.

ㅡ durma bem! Amanhã seu pai e eu sairemos cedo, mas deixo o café na mesa pra você.

ㅡ valeu, mãe. A senhora é um anjo.

Ela se foi, mas fiquei um pouco pela cozinha. Depois, me deitei no sofá da sala e acordei achando que já era de manhã, mas acabei cochilando por trinta minutos.

No quarto meu celular ja estava carregado, mas nada do meu irmão me ligar.

Comecei a imaginar que ele estivesse com algum italiano bonitão e a ideia dele estar transando com outro homem não saia da minha cabeça. Me senti traído, mas que culpa ele tinha? Eu nunca dei a entender que gostava dele de outra forma.

Na realidade, eu estava sendo hipócrita. Ultimamente, minhas aventuras eram exclusivamente com homens e nem ao menos tive coragem de dizer ao meu irmão que havia me descoberto bissexual.

Tirei minha roupa, ficando apenas de cueca boxer e me deitei pra dormir. Pelo menos eu esqueceria minha hipocrisia e pararia de pensar no Rick.

Eu não sabia que horas eram, mas ainda sonolento, ouvi os pássaros cantando.

Não cheguei abrir os olhos, mas me concentrei novamente pra dormir.

Sonhei com meu pai dizendo que meu irmão havia voltado de viajem e, quando corri para abraçá-lo, alguém me segurou.

Algo parecia me sufocar. Era como se alguem estive me aprisionando.

Eu tentei escapar, mas não conseguia.

Tentei correr em direção ao meu irmão, mas uma força contrária me mantinha imóvel e ouvi uma voz bem ao pé do meu ouvido.

ㅡ está sonhando comigo, Leozinho? ㅡ nesse momento eu acordei.

Despertei assustado e, quando me virei, olhos sorridentes me encaravam.

Eu não sabia se ainda sonhava, mas quando senti sua mão tocando meu rosto, me joguei em seu peito e fui prontamente acolhido em seu abraçado apertado e carinhoso.

Era ele, ali, bem na minha frente!

Senti suas mãos acariciando minha pele, sua boca beijando meu pescoço e ainda em lágrimas, me joguei sobre ele o fazendo se deitar e caímos abraçados em nossa saudade.

ㅡ eu disse que voltava pra você, não disse? ㅡ ele me abraçou e encarei seu rosto também emociado em estar comigo.

ㅡ te amo, cara! Dois anos sem você...dois anos! Seu filho da mãe...

ㅡ to aqui, meu querido! Não te deixo nunca mais, Leo! Caramba, me abraça! Saudade de você, do teu abraço...

ㅡ não acredito que você ta aqui. Mentiu pra mim! Disse que chegaria na segunda, mas ta aqui...safado!

ㅡ se eu dissesse, não seria surpresa. Gostou?

ㅡ porra! Melhor surpresa do mundo. Acabei de sonhar que tinha alguém me sufocando e tentando me impedir de chegar perto de você...foi horrível!

ㅡ rsrs, eu te ouvi me chamando...

ㅡ chamei? Caramba! Kkkk

ㅡ chamou! Achei lindo demais! Aí te abracei.

ㅡ caramba! Que loucura! Como chegou? Eu não to entendendo nada!

ㅡ cheguei na capital e peguei um taxi direto pra cá. Vim ansioso pra te ver e...

ㅡ ta, mas os coroas sabiam que você ia chegar hoje?

ㅡ sabiam, sim! Fizeram a maior festa quando me viram descendo do carro. A mãe chorou tanto...coitadinha. Nosso pai parecia criança. Ficamos um pouco lá fora pra não te acordar. Vim direto pra cá e me deitei na cama bem quietinho só pra te ver dormir. Aí ouvi você me chamando e achei lindo demais você sonhando comigo. Ah, Leo...você fez muita falta. Não faz ideia de quantos dias eu chorei de tanta saudade. Os coroas que me perdoem, mas eu só conseguia pensar em você...

Ele estava sentado na cabeçeira da cama agarrado a mim. Fiquei entre suas pernas e a única coisa que eu queria, era que o tempo parasse, só pra continuar ali.

Senti sua mão deslizando em minhas costas e como era surpreendente bom o toque de seus dedos.

Nos olhamos por segundos e, tentando não mais chorar de felicidade, pedi que se deitasse comigo.

ㅡ vou trocar de roupa! ㅡ ele disse e se despiu na minha frente com a mesma naturalidade se sempre.

ㅡ que horas você chegou?

ㅡ umas seis da manhã. Agora são oito. Lá pelas dez os coroas chegam. Foram na missa.

ㅡ eles me avisaram. Você deve estar bem cansado, né? Dorme aqui um pouco comigo?

ㅡ claro! Trouxe tanta coisa pra você. E o perfume que te dei?

ㅡ alí no armário. Vai usar agora?

ㅡ rsrs, você vai! Vou passar em você...

Ele pegou o perfume e borrifou no meu pescoço. Colocou de volta onde estava e chegando mais perto, cheirou o perfume em mim e quase tive uma ereção, mas me controlei. Quando o senti tão perto, fiquei sem saber o que fazer.

De repente, estremeci com seu beijo em meu pescoço e me olhando, disse:

ㅡ esse cheiro fica melhor em você! É bom demais!

ㅡ porque não queria que eu usasse? Poderia ter deixado pra trazer na volta.

ㅡ ah, só aproveitei pra mandar junto com as outras coisas que te mandei. Eu ja estava pagando mesmo. Só que queria que você usasse quando eu estivesse aqui, pra gente usar junto. É coisa cara,, rapaz!

ㅡ o cheiro é maravilhoso! Obrigado!

ㅡ você é maravilhoso, Leo! Vem, deita pra gente descansar. O pai ta tão entusiasmado que disse pra gente aproveitar pra matar a saudade, agora. Porque quando ele chegar, vai me querer só pra ele. Kkkkk

ㅡ kkkk, nem sonhando! Você é só meu!

Nos deitamos de frente pro outro, como sempre fizemos e senti sua mão segurando a minha.

Eu ainda estava em choque. Era surreal vê-lo bem na minha frente, sendo que no dia anterior, ele ainda estava na Europa.

Eu queria saber tantas coisas, mas me virei de costas pra ele e, tentando evitar contato com seu corpo, fiquei um pouco afastado.

Meu irmão se ajeitou pra deitar e quase me fez infartar quando passou o braço pelo meu tronco e me puxou pra mais perto dele.

ㅡ vem aqui, pertinho de mim. Deixa eu matar essa saudade louca do meu maninho!

ㅡ rsrs, vai me esmagar...

ㅡ hahaha, quer que eu te solte?

ㅡ claro que não! Pode me abraçar, ta bom pra caralho!

ㅡ kkkkk, safado!

Quando senti seu corpo se encaixando no meu, minha ficha havia caído por completo.

Eu o tinha de novo comigo. Ele estava novamente em minha vida e tão próximo como nunca esteve.

A partir daquele momento, meu coração anunciava em voz alta o quanto eu amava aquele rapaz que fazia meus dias incríveis apenas com um único sorriso...

*

*

*

*

Continua...

Pessoal, muito obrigado pelo carinho, comentários e por sempre estarem acompanhando. Adoro vcs!!

Não vou me demorar muito, me desculpem! To atrasadérrimo pra um job e sei que vou pegar engarrafamento do caramba no caminho. Odeio dirigir, sério!

Então, espero que tenham gostado desse capítulo! Obrigado pelo apoio de sempre!

Grande abraço! 😉👍

Happy Pride!! 🌈

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 9 estrelas.
Incentive LuCley. a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Calma que ja ta saindo, to corrigindo os erros! Seruga essa marimba aí monamú! 😂 ❤❤

0 0
Foto de perfil genérica

Ainda acho que o pai deles sabe desse amor de um pelo outro

0 0
Foto de perfil genérica

O único defeito desse capítulo é que ele acaba! Queria ter descoberto a história quando já tivesse a próxima parte kkkk

0 0
Foto de perfil genérica

Da pra notar que à reciprocidade entre eles, os pais devem saber também...

0 0
Foto de perfil genérica

Roendo os dedos de ansiedade para o próximo capítulo pq as unhas ja se foram faz tempo rsrs♥️

0 0
Foto de perfil genérica

Tomara que vivam esse amor intensamente, dá para notar que esse amor é verdadeiro e puro. Que fiquem juntos e se amem cada vez mais.

0 0
Foto de perfil genérica

Esse dois são fofos. Eles se amam mas o medo e o preconceito ainda atrapalha. eles se aceitarem como um casal.

0 0