Coração de Gelo | 13 |

Um conto erótico de Isaac Cruz
Categoria: Homossexual
Contém 1613 palavras
Data: 01/03/2019 15:20:47

Erik

Passei o dia seguinte todo com Théo, ele insistia para que fossemos buscar o gato dele; ele não esqueceu da promessa de que quando estivéssemos em um lugar maior iríamos buscá-lo na casa de Luzia a recepcionista do hospital que acabou se tornando nossa mãezona desde que nossa mãe faleceu.

- Tá bem Theo, amanhã vou ligar para tia Luzia e combinar de irmos buscar o boris.

- Oba!!! Vou blincar muito de pic esconde com ele né Elique?

- Vai sim, só não quero bagunça nessa casa viu?

- Pode deixar, vou ensinar ele ser bem "compôtado"

Eu ri da cara de inocência e animação que ele fez, dei um beijo em sua cabeça e fui até a cozinha preparar o almoço, lembrei que precisaria conversar com Allen sobre ele ter abarrotado os armários com compras e doces para Theo.

- Elique eu vou ir pla escolinha hoje?

- Hoje não maninho, preciso procurar uma creche nova pra você.

- Mas eu quelo ficar na minha escolinha, meus amigos Pedlo e Marcelinha tão lá... - disse com uma carinha triste.

Eu o peguei no colo e o sentei no balcão para que pudesse olhar em seus olhos.

- O maninho não tem dinheiro Theo, aquela creche é muito longe e custa bastante caro... Eu prometo que assim que o maninho tiver muito dinheiro você vai voltar a estudar com seus amiguinhos.

- Você vai ganhar muito dinheiro desse tantão né? - disse ele abrindo os braços gesticulando.

- Vou sim! - disse dando um beijo em sua testa.

Abri o armário e peguei um chocolate para ele que ficou todo feliz, coloquei o de volta no chão que saiu correndo para a sala em direção a TV.

Após o almoço peguei o número do advogado que estava defendendo a causa da minha mãe para saber como estava o andamento do processo.

- Alberto boa tarde!

- Bom tarde Alberto, me chamo Erik Shulz, gostaria de saber como está o processo da minha mãe.

- Eu estava mesmo aguardando sua ligação, não tinha nenhum contato seu. Podemos marcar um jantar para que possamos nos conhecer e eu possa te atualizar do processo?

- Podemos sim, estou morando no centro, qualquer coisa podemos nos encontrar por aqui mesmo.

- Certo, me passa o endereço, por volta das 21h passo para pegar você.

- Ok, até mais. - disse desligando o telefone e passando o endereço por mensagem.

No fim da tarde, sai para caminhar com Theo em um parque próximo do hotel, ele corria e pulava, eu não o via tão sorridente há um tempo, na volta pra casa comprei um picolé de chocolate para ele que fez aquela bagunça na cara e na roupa.

Depois do jantar, assistimos um filme e ele pegou no sono, o coloquei na cama e me arrumei para sair com o advogado, estava na sala conferindo alguns papéis quando a campainha toca, quando abri a porta me deparo com Allen de terno e com uma pasta na mão.

- Boa noite. - ele disse enquanto lançou um olhar em mim dos pés a cabeça.

- Oi, quer entrar? - disse dando passagem para ele que passou e sentou-se no sofá.

- Vai sair? - ele disse quando sentei ao lado dele

- Sim, tenho uma reunião com um advogado - ele levantou a sobrancelha questionando - Preciso te contar algumas coisas.

- Não precisa... você é livre, não precisa dar satisfação da sua vida pra mim.

- Ei, calma ai! De fato eu não tenho obrigação de te dar satisfação nenhuma da minha vida, mas eu quero contar isso a você, já que você tem me ajudado.

- Certo! - ele me lançou um olhar como se me desse ordem para começar a falar e eu ri daquilo.

- Há mais ou menos um ano e meio meu pai foi preso, ele era um senador e estava envolvido com corrupção, junto com a prisão do meu pai minha mãe descobriu um tumor no cérebro, ela começou a fazer tratamento, todos os bens dos meus pais foram bloqueados, eu usei as minha economias para terminar a faculdade, sustentar a casa e custear uma parte do tratamento da minha mãe. Naquele dia em que esbarrei com você na entrada da empresa foi o dia em que perdi minha mãe - dei uma pausa, respirei fundo e esperei aquele nó na garganta se desfazer. - Eu tinha acabado de sair do hospital e estava abalado, mas eu precisava de um emprego, sem pai e agora sem mãe eu precisava correr atrás de sustento para mim e meu irmão. Eu acabei conseguindo o emprego, minha mãe deixou algumas jóias para nos ajudar com as despesas de casa, a casa foi hipotecada e eu fui despejado junto com Theo, por isso fomos morar naquele quartinho... era o único que eu podia pagar com o restante do dinheiro da minha mãe e com o dinheiro que ganhava cantando.

- Me desculpe Erik... eu não imaginava que você tivesse passado por tudo isso! - ele me olhou um tanto comovido com a história.

- Hoje mais cedo eu liguei para o advogado que minha mãe contratou para saber como está o andamento do processo, minha mãe vinha tentando provar que não estava envolvida nas falcatruas do meu pai e assim ter os bens dela desbloqueados.

- E essa reunião precisa ser a noite? A essa hora? - ele disse olhando para o relógio.

- Provavelmente ele tinha outros compromissos...

- Sei... - ele me olhou desconfiado.

- O que? Está com ciumes?

- É o que? Ciumes de você? Não me faça rir garoto! - ele disse em desdem.

- Erik, meu nome é Erik! Arrogantezinho!

Num movimento rápido ele pulou encima de mim, segurando meu braços acima da cabeça e olhando direto nos meus olhos, sentia sua respiração quente e descompassada, analisava cada ponto do seu rosto e ele parecia fazer o mesmo comigo, seus olhos estavam fixos em meus lábios enquanto ele se aproximava ainda mais do meu rosto; seus lábios estavam quase tocando os meus quando meu telefone toca, ele resmungou algo e saiu, indo até a cozinha.

- Alô?

- Erik, é o Alberto, estou na frente do seu prédio.

- Ta ok, em cinco minutos estarei ai.

Desliguei a ligação e fui até a cozinha e encontro Allen encostado na bancada com um copo de água na mão.

- Eu preciso ir...

- Ok. - disse suspirando.

- Obrigado por ter vindo, você pode deixar a chave na recepção?

- Eu já estou indo também! - disse bebendo o restante da água e saindo da cozinha sendo seguido por mim.

Ele pegou sua pasta e saímos entrando no elevador, o clima ficou um pouco estranho, mas Allen quebrou o gelo.

- Como está seu irmão?

- Está bem, por falar nisso, para que aquele tanto de doces?

- Crianças são loucas por guloseima. - ele disse rindo e me olhando no olho.

- Acontece que essas guloseimas não são saudáveis para uma criança de 2 anos e meio!

- Deixa de ser chato garoto! - ele disse me puxando para um abraço o que me fez travar no início, mas logo aproveitei o calor dele enquanto o elevador chegava no térreo.

Quando as portas estavam prestes a se abrir ele repousou um beijo sob minha testa e se afastou.

- Tenha uma boa reunião, te aguardo amanhã cedo na empresa, sem atrasos garoto!

- Obrigado Mr. Arrogância - ele riu e saiu sem olhar para trás,

Quando cheguei do lado de fora sou abordado por um rapaz alto que usava um terno azul com gravata preta.

- Erik?

- Sim, Alberto?

- Prazer, sou o advogado no processo da sua mãe. - disse estendendo a mão para um aperto.

--x--

Após o jantar Alberto me explicou que muito em breve a causa seria julgada e que tinha quase certeza que os bens da minha mãe seriam liberados, ele pegou alguns documentos meus para me tornar responsável legal pelo meu irmão, já que meu pai estava preso e minha mãe havia falecido. Assinei alguns documentos que estavam pendentes no processo e logo saímos dali.

- Desculpe a intromissão, mas como você tem conseguido pagar por esse hotel? - ele disse assim que chegamos.

- Na verdade estou em um apartamento emprestado de um amigo.

- Soube que a casa foi hipotecada... você e seu irmão foram despejados.

- É, foi mais ou menos isso que aconteceu.

- Mas vocês estão bem né? Se precisarem de alguma coisa até que as coisas se resolvam me avisa que eu dou um jeito.

- Já estamos bem Alberto, muito obrigado pela disponibilidade.

Ele apertou minha mão e se dirigiu ao carro saindo em seguida, voltei para o apartamento e fui direto pro quarto de Theo que dormia da mesma forma que havia deixado, voltei pro quarto e após um banho fui até a cozinha tomar água, a campainha toca, estranhei pelo horário; devia ser alguém enganado ou alguém que trabalha no prédio, ainda estava com a toalha enrolada na cintura e fui até a porta abrindo e me escondendo por trás.

- Allen?! - disse em surpresa por ele está ali.

- Esqueci algo...

- Entra... eu vou só vestir uma roupa e já volto, você pode procurar o que esqueceu enquanto eu volto.

Quando me virei para ir até o quarto ele segurou em meu braço e me puxou com força fazendo meu corpo se chocar com o dele.

- Na verdade o que eu esqueci foi isso... - disse segurando minha nuca e me beijando com urgência.

Eu sentia o gosto dele misturado com um leve gosto de álcool, segurei em sua cabeça, afundando meus dedos em seu cabelo e correspondi àquele beijo, ele me pressionou contra a parede e suas mãos percorriam meu corpo fazendo com que a toalha caísse me deixando apenas de cueca, mas isso não me deixou constrangido, ele riu ao me olhar e voltou a me beijar enquanto eu sentia o cheiro de seu perfume invadir meu nariz.

_______________________________________________________________________________

Comentem pra eu ter um feedback do que vocês estão achando

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Isaac.I. a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

EU desistir de ler os contos demora revoltante ...... autor nao comprometido, alias escreve bem 10 pro conto ZERO PRO AUTOR E DESCASO

0 0
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

desculpa, mas eu não consigo sentir nenhuma química com esses dois personagens. Isso de "garoto" e "arrogantizinho" é uma tentativa de ser fofo? Porque não colou. Eu esperava que o Erik fosse resolver seus problemas sozinhos sem depender do Allen (que eu ainda acho um babaca chato). A relação dos dois é muito desigual. Ta Cinderela demais essa história...

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Cara eu te acompanho desde o inicio e esse era um dos meus contos preferidos, mas aqui me despeço rs, infelizmente a escolha do rumo que a história pegou não foi boa

0 0