Alexandre no Clube dos Cornos 2 - As Mensagens

Um conto erótico de Candir
Categoria: Heterossexual
Contém 3534 palavras
Data: 28/02/2019 00:26:45
Última revisão: 11/02/2024 21:14:28

Ele deu meia volta, dando partida no carro fazendo o mínimo de força possível no alternador, como se fosse capaz de minimizar o barulho da ignição, da combustão. Alexandre tentou como um rato calar o ronco do próprio carro, mas tudo que conseguiu foi se sentir ainda mais patético.

Oras, que tipo, que categoria de homem assiste uma trepada da esposa com um cara que considerava tal qual um irmão mais novo? E o pior, assiste sem berrar, sem dar tiro, sem “fazer nada”? Uma categoria superior de seres humanos, um pensador, um tipo racional alguns diriam defronte a ele...nada disso, um saco de bosta. Ririam todos pelas suas costas.

Assim que acelerou o carro percorrendo as ruas próximas, viu que não tinha para onde ir. Voltar para São Paulo, deixando a casa de praia livre para os adúlteros? Isso não, seria demais até para a baixa auto-estima e astral que vivenciava. Mas retornar para aquela cena do crime, encarando talvez os olhares sonsos e dissimulados da esposa e do amigo Rafael, o fariam se sentir mais corno irremediavelmente. Fazer o quê...ele já sabia que para lá retornaria, só fez o carro rodar um pouco mais para dar tempo. Tempo dos pombinhos pecadores tomarem um banho, se aplumarem, ficarem prontos para o show de mentiras quando o recebessem.

Ele rodou quase uma hora entre as ruas do bairro e a orla de Santos, e teria rodado mais se a mente de engenheiro não o alertasse sobre a queima de combustível – e se não tivesse visto uma viatura da Polícia o seguindo desconfiada por um trecho. Ainda era dia devido ao horário de verão e no portão da casa havia um cheiro de café e bolo. Priscila havia feito para o Rafael, sem dúvida. Ela sempre o mima quando o recebiam em casa, especificamente...por quê não o agradaria depois dele tê-la feito esguichar de prazer?

Voltou, bateu na porta e entrou, se dando conta que por pouco não havia feito o mesmo mais cedo. “Será que daria tempo da esposa se recolher, evitando o flagra?” Uma parte dele não queria ter descoberto a infidelidade. Tarde demais! O estômago revirando com o olhar semi surpreso dela vindo em sua direção, dando-lhe um beijo de boas vindas. Rafael pôs o pratinho com o bolo de lado e o abraçou. Tudo parecia tão normal...a recepção calorosa e costumeira, de sempre, como se nenhum fato extraordinário tivesse acontecido. Como se nadica de nada estivesse fora da ordem.

Alexandre sentou no sofá e logo Rafael engatou uma conversa. O rapaz parecia genuíno na prosa, até sacou o tablet e mostrou alguns artigos científicos que havia garimpado para a tese do amigo, e isso durante as férias! Que bom moço! Não, não era uma compensação por ter metido a ripa dura na sua esposa, curiosamente Rafael sempre se importou com os assuntos do companheiro mais velho.

Priscila trouxe um café, que ele mal bebericou. Com receio de deixar transparecer quaisquer estranhezas na reação e no olhar, além de estar mentalmente exausto, o marido traído avisou que iria se recolher para o quarto, e o fez. Mas não conseguiu de fato adormecer, pois flashes do dia corrido lhe atormentaram todo o tempo. Tentativas de resgatar sinais de traições não percebidas no passado, memórias do dia do casamento, das visitas do Rafael e demais amigos masculinos da esposa. E principalmente, a esposa sendo currada por outro tão próximo.

Ele ficou na fissura rolando pela cama por 2 ou 3 horas, até ser despertado em alerta ouvindo trechos de uma conversa meio abafada, vinda do corredor:

“Não vamos sair hoje a noite, então? Vai deixar ele dormindo...ou melhor seria acordar e chamar ele pra ir junto, não é?”

“Aí Rafa...por mim íamos só nós dois, como combinado! O Alê chegou sem avisar e pelo jeitão de cansado deve ter rachado a cuca de tanto pensar na tese dele! Acho que o deixarei dormindo.”

“Sim, até então o melhor seria só nós dois...mas ele chegou ué! E cansado ou não, precisa comer também.”

“Hmm...quem precisa comer é você, rs.”

“Olha só que safada. No que está pensando agora, hein?”

“Pensando em nada demais, rs...quero dizer, a gente podia repetir aquela vez quando o Lúcio e a esposa estiveram conosco, lembra? Eles foram dormir mais cedo e nós aproveitamos para estacionar o seu jipinho ali no fundo, na esquina em frente aquela casa vazia.

“Ah é? E aconteceu o que mesmo lá? Rsrs.”

“Aconteceu que era só pra eu te dar um boquete...só não, né, porque eu sempre faço do jeitinho que você gosta...ama...”

“Que convencida! E como é que eu gosto?”

“Molhado, babado...bem fundo...e termina comigo engolindo tudinho.”

“Isso mesmo. Não aceito a desfeita de desperdiçar minha porra. A minha porra não é lixo para acabar desprezada no chão...”

“Eu sei, querido. Eu sei...mas não resistimos, e sempre avançamos para além do boquete...”

Alexandre parecia ter ouvido o leve som chiado e ruminado de beijos roubados e apressados. Beijos de corredor. Beijos de adultério. Ele quis se erguer e levantar num pulo só, mas não conseguiu devido ao corpo travado pelo dia inteiro de nervosismo e trauma. Não que fosse adiantar de algo, pois logo Priscila se moveu pelo corredor e adentrou o quarto:

“Aí está você, dorminhoco!” Ela se jogou na cama e o abraçou suavemente, dando um beijinho em seus lábios. Isso muito provavelmente após ter beijado o outro homem da casa.

“Vamos jantar fora?”

Alexandre custou a responder ou sinalizar uma postura de ir ou ficar. A mente confusa e envergonhada: “Olha...ahh...eu não sei, não pensei nisso...”

Mas a indecisão dele era o que Priscila mais queria. Na verdade, a esposa sempre se virou muito bem com o jeito reticente e pensador em demasia do marido. Para alguns, Priscila até gostava disso pois lhe beneficiava, dada a sua personalidade mais assertiva:

“Ah! Não se preocupe nem esquente com isso, amor! Olha...eu e o Rafa falamos o dia inteiro de ir num restaurante bem avaliado, e também queríamos aproveitar e dar uma voltinha. Então pensei o seguinte, nós vamos e você fica descansando aqui! Eu trarei comida, tá.”

O que um corno poderia argumentar? Nada. Ele assistiu a esposa rapidamente se despir e adentrar o pequeno box da suíte para tomar uma nova chuveirada. Sentiu o odor característico do seu sabonete íntimo tocar-lhe as narinas, e depois umas belas borrifadas do seu perfume para completar. Óbvio que ela iria se perfumar, afinal de contas, sairia para jantar fora com o seu macho.

Não com o seu marido. Mas com o seu macho.

Saindo de lá se vestiu com uma blusa de alças que continha um bojo reforçado para amparar o que podia dos seios. Priscila só usava roupas assim, bem decotadas, quando viajava entre amigos ou se via no calor da praia, então por mais que lhe causasse espécie de ciúmes, Alexandre não teria porquê reclamar. Porém, o marido não deixou de notar que Priscila selecionou a menor calcinha que possuía, uma tanguinha literalmente, a qual tomou pelas mãos e com destreza levou para vestir no banheiro da suíte. Saiu de lá perfumada, decotada, e com uma tanga enfiada no rego.

Mas o celular assoviou. Aquele apito característico de whatsapp.

Priscila tomou o celular e ainda se enfiando na calça jeans, leu apreensiva e rapidamente a série de mensagens que haviam chegado, gingando pra lá e pra cá acertando a calça no corpo, e aproveitando para impedir que o marido pudesse ler o conteúdo descrito no visor do celular.

“Deve ser coisa dela e do Rafael.” raciocinou o marido.

Ela se manteve lendo e respondendo os 'bips' que continuaram a chegar, claramente se demorando e se atrapalhando um tanto com os brincos, batom, cabelo. Na verdade, Alexandre só a notou exasperada porque a tinha flagrado com a boca na botija mais cedo, caso contrário, sequer duvidaria que alguma obscuridade estivesse acontecendo bem debaixo do seu nariz. Priscila, certamente, estava ansiosa pelo conteúdo das mensagens, e não pela proximidade do marido em pleno quarto. O corno tinha consciência disso.

Mas esbaforida ou não, até mulheres assertivas e espertas como de fato era o caso da Priscila, cometem pequenos deslizes. Se deslocando até o carro para buscar a bolsa – e parando para novamente sussurrar com Rafael – ela largou o celular na ponta da cama. Alexandre era quase um doutor, leia-se: doutor em engenharia de softwares. Ler e acessar em segundos um mero aplicativo de conversação era tão natural para o corno cerebral, quanto marretar uma parede era para um pedreiro.

E as mensagens eram de Rafael:

“Não me sinto bem indo te levar para comer fora, e depois TE COMER no capricho mais uma vez enquanto o Alê fica em casa passando mal...ou sei lá o que deu nele.” E prosseguiu:

“Das duas uma...ou vamos todos os três jantar fora e eu digo apenas jantar, ou então vamos só eu e você darmos uma escapada marota pra eu furar essa tua buceta mais uma vez e pronto, só isso.”

Alexandre leu as seguintes respostas da esposa:

“Rafa não mude de ideia, o que a gente já combinou está bom, está ótimo! Querido, eu quero um momento só nosso até porque o Alê chegou mais cedo...e ele vai nos empatar durante dias, ou semanas. Então vamos jantar sim, eu adoro sair contigo...isso não tem nada a ver com o Alê, ele ficará bem.”

O rapaz respondeu: “Eu também quero te fuder gostoso, e é disso que tô falando, cacete! Eu só topo dar um rolê relâmpago num motel, e depois buscar algo pro Alê comer...é a melhor escapada para todos. Não acho bacana sairmos nós dois curtindo a gastronomia da orla, enquanto o teu marido fica sobrando todo esquisitão em casa, ele parece meio abatido hoje.”

“Rafa...primeiro, eu não sei porque você insiste em usar esse termo ‘me fuder, trepar’...eu faço amor contigo, e às vezes me decepciono quando você não é recíproco. Segundo, tudo bem podemos ir no motel e deixar o jantar pra lá, eu não concordo mas aceito.” E completou:

“Eu quero você. Eu gosto de você.”

“Para com isso, Priscila. De novo, não. Nós não fazemos amor, e eu não sou teu marido para discutir relacionamento. E outra, nós dois sabemos que assim que eu te jogar na cama do motel esse papo de Bela Adormecida toda romântica vai sumir, e você vai pedir pra eu meter, trepar, e te usar como sempre...então não vamos estragar a amizade que temos. Você é minha amiga e minha puta, sim ou não?”

A última resposta da esposa antes de terminar de vestir as calças e se deslocar até o carro para buscar a bolsa, foi: “Sim. Eu sou.”

“Você sabe que eu sou.”

Alexandre deixou o celular cair, escapar pelos dedos. Ainda bem que havia o colchão aparando ele e o aparelho. Uma nova onda de frustração o abatia e o fazendo se sentir menos homem, ainda menos do que a baixa avaliação que fazia de si próprio. Por outro lado, a raiva brotou, o desejo de sair daquele quarto de peito estufado a dar ordens, a botar ordem no que fosse preciso...oras, quem é que bancava 2/3 das contas em casa, quem pagou a entrada do apartamento, pelos mil caralhos, quem havia herdado aquele bendito casebre na cidade de Santos? Ele, o corno. Corno, mas ainda vivo.

A esposa entrou no quarto, pegou o celular e enfiou na bolsa. Sim, ela estava preocupada em se mandar dali o quanto antes rumo ao motel com o seu macho, que a esperava na porta da casa. Ciscou ali e aqui, dando os últimos retoques no cabelo, quando inesperadamente Alexandre – até então cabisbaixo e com uma expressão amarga na face, como se estivesse revirando o próprio fígado – se ergueu:

“Escuta, ei você!”

“Ahn? O que foi, Alê?” Indagou-lhe a mulher, vendo o marido agindo cada vez sob maior esquisitice.

“Eu vi o que você está usando...fazia tempo que não te via sequer tirar ela da gaveta...”

Priscila arregalou os olhos, já tinha o olhar brilhante e estalado como a lua naturalmente, quando assustada ou particularmente preocupada com algo, então seus olhos cresciam parecendo que iriam engolir toda a face:

“Co-como assim, amor? Do que está falando...tá estranho hoje?”

Alexandre sorriu, ou pelo menos pensou ter emitido um sorriso irônico. Mas ele era incapaz disso mesmo forçando. De todo modo, avançou, surpreendendo a si mesmo:

“Qual é, Pri...eu vi que você trouxe...trouxe e foi botar no banheiro, longe de mim. É uma surpresa, é? Surpresa pra mais tarde?”

“Amor! O que foi que você viu?!” Priscila começou a sentir medo. Mas nem tanto, afinal de contas tratava-se do Alexandre que ela bem conhecia. Com ele, sempre era possível apelar a algum tipo de ‘razão’.

“A tua tanguinha! Aquela que eu peço pra você usar...mas aí ou é tarde da noite, ou ela fica desconfortável pra você sair vestindo...como hoje você lembrou e até topou usar com essa calça apertada que eu sei, te machuca muito, então concluí que está fazendo isso por mim...um agrado especial.”

“Ahhh isso! Alê, que susto! Nossa! Você saiu do transe e eu custei a entender rsrs...ah sim, a tanguinha! Olha só você prestou atenção, hein.” Priscila ria, gesticulava, parecia uma mãe querendo disfarçar a (in)existência do Papai Noel perante os filhos. No fundo, tomava tempo para saber bem o que falar, o que responder.

“Pri...me diga. Você vestiu essa tanguinha que eu não via sequer a cor há mais de ano, e eu sempre te pedindo, implorando que usasse...mas logo hoje? De onde veio a inspiração?”

“Inspiração? Não exagera, Alexandre. Você não é de drama, vai.” Respondeu quase ríspida.

“Não estou exagerando, só deduzindo. É o que sei fazer mais ou menos bem, deduzir coisas. Ué, se você trouxe a tanguinha até aqui e botou logo hoje, justo agora agorinha, é porque pretende usar...e comigo, né?”

Os olhos arregalados passearam pelas paredes do quarto por um tempo, criando um ‘lag’ tal qual um computador quando processa alta carga de informação. Priscila era boa de respostas, mas sabia que pisava em ovos ali:

“E com quem mais eu iria usar minhas calcinhas, minhas lingeries, ou a bosta da minha bunda ô Alexandre? O que você está pensando de mim?”

O estômago do marido revirou com a desfaçatez, bastaria dar uma de grosso e arrancar-lhe o celular da bolsa, acessar as mensagens e esfregá-las desde a fuça até a bendita tanguinha dela. Mas não, na mente de um lorde intelectual as situações procedem com método, com propósito. Assim também se procede na mente dos cornos:

“Só estou usando a lógica, Pri...você não iria botar essa tanga apertada que te agride os fundilhos, apenas para passear com o Rafael ou quem fosse, então só pode...”

“Então o quê, homem?!” Ouvir o nome ‘Rafael’ a fez saltar nas veias.

“Ué, então hoje a noite você vai me dar gostoso...não é isso? Você botou a tanguinha porque vai pular em cima de mim quando voltar. Cacete, já estamos há dias sem transar!”

“Ahhhh....” Priscila fez uma careta condescendente. Mas mantinha os braços cruzados com força sobre os peitos, em sinal inconsciente de guarda.

“Você também não está arranhando as paredes de tesão, querida?”

Priscila alargou o sorriso no rosto, novamente um artifício para poder sentar-se na ponta do colchão e matutar os próximos movimentos. A aquela altura até o coitado do marido já se dera conta disso, talvez um pouco tarde demais:

“Eu estive pensando em você esse tempo todo, amor...”

‘Mentira!’ Ele quis berrar, mas calou-se. Fazia força para não morder os lábios de raiva.

“Trouxe sim a tanguinha, e os biquininhoa que você gosta. Passei na Vanda antes de descer a serra e me depilei todinha...pra você.”

Alexandre respirou profundamente. Era estranho um casal que não se via já há alguns dias e falando de sexo, sobre tirar o atraso e usar tanguinhas, porém cada um permanecia de lado da cama, ambos de braços cruzados:

“Então fica aqui, e tira sua roupa...avisa o Rafael que ele terá de jantar sozinho. O que te impede? Nada nos impede.”

Priscila suspirou, pausadamente. Levou as mãos ao rosto bufando sutilmente em frustração, ela nunca continha os sentimentos e manifestações diante do marido, apenas os amainava para manter a educação entre os dois. O marido era todo apreensão. E se ela duvidasse que ele já sabia de algo, e se ela desse uma resposta atravessada o fazendo afundar ainda mais na humilhação? Alexandre não se sentia capaz de aplicar um tabefe no rosto da mulher, aliás de nenhuma mulher.

Mas ela recobrou o semblante lívido de quando estava prestes a tomar a bolsa nos braços e escapar com o amigo-amante. Assim, como num ‘click’, um estalar mágico de dedos:

“Amor! Sem stress, sem neuras tá! Agora eu preciso sair correndo com o Rafa...poxa meu, ele é nosso amigo e está morrendo de fome. E outra, eu fiquei pilhando ele pra conhecer esse bendito restaurante, não farei desfeita logo com o Rafa, né!”

Alexandre sentiu outra martelada de humilhação direto sobre os cornos. Como poderia? Priscila não era uma mulher burra ou estúpida, sabia bem os riscos que corria diante daquela conversa toda, mas ainda assim recobrou a cara de pau em instantes, tendo forças suficientes para lhe negar o corpo. Isso após ter lhe traído, e estar prestes a repetir o feito com o mesmo homem.

“Alê, descansa! Você não está bem, dá pra sentir isso...relaxa e recobra as forças, aí amanhã ou depois a gente fica juntinho. Tá bom?” Ela se inclinou na cama o suficiente para dar um beijo suave nos lábios do marido, fazendo um carinho no rosto que mais parecia o de uma mãe consolando sua criança, a qual botou no quarto para adormecer.

“Tchau, amor!”

E foi, de queixo erguido e brilho no olhar renovado. Não seriam necessárias novas provas: Alexandre sabia por A + B que não era mais o macho da própria esposa, talvez sequer tenha sido algum dia. Era o marido, o companheiro e há muito tempo exercia bem essa função. “You’ve lost that love feeling...” Por algum motivo essa música ocupou sua mente, e veio a calhar doravante o estado de fossa.

O que apunhalou mais intensamente o coração do corno, foi a decisão da esposa. Priscila não pensou duas vezes em simplesmente colocar os pretensos desejos do marido em pausa, pois transar com o esposo a quem não via a dias e poderia muito bem desconfiar de sua infidelidade NÃO era uma prioridade, podia tocar com a barriga. E por quê? Porque via Alexandre como um homem bom...e banana. Ela poderia mentir e sair para fuder com outro macho na cara dura, somente porque sabia que Alexandre não iria ter outra reação que a de um menino desamparado, que seria sim capaz de chorar, mas não de fugir para longe da mamãe. Mamãe-esposa.

Uma lágrima escorreu quente pelo rosto daquele homem.

Poucos minutos após ela ter deixado o marido no quarto e saído de casa, Rafael estacionou bruscamente o Jimny de volta ao portão. Alexandre enxugou o rosto assim que escutou o ‘toc-toc’ dos saltos da esposa, rapidamente ela adentrou o quarto sorridente, ativa:

“Amor! Pedi para o Rafa dar meia-volta!”

“E...e por quê?”

“Shh! Não falei nada pra ele, disse que havia esquecido algo, mas na verdade vim te deixar um presentinho!”

“Ahn?”

O marido ficou sem entender, e o coração disparou quando a viu tirar os sapatos e virando de costas para ele, gingou o rabo de um lado para o outro fazendo a calça apertada desentalar.

“Presta atenção, rsrs!”

O coração do marido acelerou, não por estar repleto de esperanças, mas por se dar conta que Priscila avançava muito bem pelos 30 anos de idade. Os exercícios e as corridas conferiam agora a ela, cujo forte sempre foram os seios, uma bunda dura e bem formosa, gostosa de se ver principalmente quando arrebitada daquela maneira: ‘Acho que já não aproveito minha mulher como poderia há um bom tempo!’ raciocinou o quase-filósofo.

Priscila se livrou das calças e atirou a tanguinha na cara do marido. Rindo em glórias, comemorando o feito – ou seria a ideia?

“Mas que porra é essa, mulher?”

“Tsc, tsc nada de porra! Não por enquanto! É para te animar e você ficar pensando em mim até amanhã...ou quando a gente aprontar, tá!”

Ela botou as calças mais uma vez e seguiu assim, sem calcinha rumo ao jantar. Que conforme sabido, se deflagaria no motel.

Alexandre ficou com a tão desejada tanguinha nas mãos. Sim, ele sacou o motivo dela ter retornado apenas para entregar-lhe o pedaço de pano: Rafael, o gênio! A adúltera deveria ter relatado sua conversa no quarto e o rapaz, dotado de cérebro como era, mandou ela voltar e deixar a calcinha em casa...pois certamente iriam sujá-la e muito no motel, ou no caminho de casa. A safada num pulo só, acatou as recomendações.

O que fazer? Ruminou o corno.

(Continua)

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Comentários

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Caraí véi tu escreve bem pra cacete e nos dá um puta tesão...rs...e um pouquinho de pena do corninho kkkkkkkk

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Maravilhoso. Um dos contos mais sensacionais que já li por aqui. Parabéns

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Caralho Candir!

Que narrativa primorosa!

Simplemente genial!

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Novamente parabéns, como já era de se esperar um português impecável, não sei se seria o correto mas essas são as "Crônicas do Lorde Corno".

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