Incógnita (Capítulo 1 - “Estaca Zero”) [Prólogo, Apresentação]

Um conto erótico de GabNyc
Categoria: Homossexual
Contém 1570 palavras
Data: 07/02/2019 00:51:50

Olá, tudo bom com vocês?

Eu e minha amiga resolvemos escrever uma história um pouco diferente contendo tudo, desde enredos heterossexuais a homossexuais. Porque a liberdade de escrita é algo maravilhoso e que podemos fazer com que nossas mentes flutuem no grande espaço das ideias. Teremos de tudo nessa história, então por favor, não deixem de acompanhar. Estamos começando agora e se houver algum erro de digitação, pois estamos digitando tudo pelo celular e salvando, nos perdoe. Espero que curtam a história, avaliem e comentem. Isso é um prólogo, espero que gostem do capítulo um. Obrigado a todos e uma ótima leitura!

(Narração de Arthur)

Duas horas da manhã e eu ainda estava acordado pelo mesmo motivo do dia anterior. Não conseguia dormir direito há dias pela angústia de lembrar da minha única família que era a minha bisavó. Enterrei-a há alguns dias atrás, pra ser exato, quatro dias.

A vida é como se fosse um jogo de algum console videogame. Se você der mole, você perde e é assim que me sinto com a perda de minha bisa.

“Que nos encontremos novamente.”

Foram suas últimas palavras destinadas a mim. Nunca chorei tanto como chorei no dia. Ela estava na UTI faziam quase quatro meses. Eu simplesmente não sabia mais o que fazer e só me preparava para o pior, e esse pior veio devastando tudo que tinha ao meu redor.

(Quatro anos atrás, 22 de Fevereiro de 2001)

“ - Meu amor, você vai perder o ônibus. - Dizia minha bisa.

- Estou indo vovó, eu não sei onde coloquei meu livro.

- Depressa meu amor. O Seu Geraldo não vai esperar muito tempo. - Geraldo era o motorista do ônibus que sempre me esperava uns minutinhos a pedido de minha vó.

- Achei! - finalmente - Estou indo, até mais tarde. Te amo!

- Eu te amo muito mais.

Quando adentrei na escola, minha única amiga Helen veio até a mim já gritando:

- Nossa, que demora! Perdeu o busão de novo?

- Não, hoje consegui pegar. O problema foi que quase esqueci meu livro. Tem trabalho de história hoje para fazer, será em grupo.

- Eu sei, pena que não somos nós que escolhemos as duplas. Aquela professora doida quer separar as panelinhas. - falou ela olhando para o menino mais popular do colégio passando ao nosso lado.

- Pois é. Espero que ela não me coloque com algum desses meninos. Eles implicam muito comigo. - Disse triste lembrando dos apelidos que me davam, já cansei de chorar quando chegava em casa, minha bisa sempre me dizia que tudo que vai, tem que voltar. E um dia todo o mal que alguém causa a outra pessoa, retorna para ela mesmo.

Adentramos a sala, e lá estavam todos já sentados. Uns conversando, outros apenas de cabeça abaixada esperando o tempo da professora entrar na sala.

- Chegou o rolha de poço galera. - e todos riram pelo novo apelido que davam ao meu peso. Eu mais uma vez teria que segurar o choro.

- Ignora Arthur. Uma hora eles irão cansar, só não dar atenção. - Dizia Helen.

A propósito, meu nome é Arthur, tinha feito quinze anos na semana passada. Os meninos descobriram a data e quando eu estava saindo da escola, me jogaram no chão e jogaram terra em cima de mim. Eu me senti um lixo. Eles me cuspiram e disseram coisas que ninguém nunca deveria escutar em toda sua vida.

Eu estava muito acima do peso, comecei a ganhar peso quando tinha onze anos pela morte dos meus pais. Então fui morar com minha bisa.

- Arthur, senta aqui do meu lado. - disse Helen. Logo que sentamos jogaram uma bolinha de papel em mim. Desenrolei o bolo que estava na bolinha e estava escrito “gordo”. Mostrei a Helen e ela falou pra eu não ligar e ignorar.

- Não aguento mais isso Helen, porque implicam tanto comigo? Eu nunca fiz para pra eles. Eu só queria um dia de paz. - disse quase ao choro.

O grupinho de garotos era composto por seis deles. Bernardo, Caio, Kevin, João, Mateus e Thales. Kevin era o que mais implicava comigo. Ele fazia de tudo pra me ver chorar e ser zoado o tempo todo. Uma vez ele estava sozinho no ponto de ônibus da escola quando cheguei. Estava chovendo muito e não havia muito espaço no ponto. Pegávamos o mesmo ônibus sempre pois ele morava no mesmo bairro que eu. Logo em seguida, ele fez questão de me jogar na poça de água.

- Teu lugar é aí olha. Perto do esgoto, seu lixo. - desferia suas palavras em tom de raiva. Eu não conseguia dizer nada e só conseguia segurar o choro. Quando o ônibus chegou ele subiu e eu fiquei ali parado enquanto a chuva escorria no meu rosto junto com as lágrimas que cismavam em descer junto com as gotas de água da chuva.

Não sei quanto tempo fiquei olhando Kevin entrar no ônibus e por fim, apontou o dedo do meio pra mim.

Não subi no ônibus, só fiquei ali parado encarando o tempo por alguns minutos. Não conseguia pensar o porque de as pessoas agirem dessa forma, fazer com que a outra se sinta mal. Isso era um mal. Estava disposto a tirar minha própria vida por causa do que faziam comigo. A vida levou meus pais, levou meus avós, e eu estava sozinho com minha bisa. A vida foi injusta comigo sempre.

Esperei o próximo ônibus que só passou quarenta minutos depois que o outro anterior. Entrei no ônibus e sentei no último banco. Eu estava todo molhado e só conseguia pensar no que fazer pra tirar minha vida.

Logo que cheguei em casa, corri para o quarto de minha bisa. E a encontrei desacordada no chão. Comecei a gritar, não sabia o que fazer, foi quando fui até a sala ligar para uma ambulância.

E essa foi a segunda vez que vi meu mundo desabar. Porque só acontecia isso comigo?

A ambulância chegou em cinco minutos. Eles a puseram em uma maca e a levaram para dentro do veículo hospitalar. Me fizeram umas perguntas básicas que eu respondi e se ela já havia desmaiado outras vezes que eu não sabia informar.

Fui na parte de trás da ambulância junto com minha bisa e uns enfermeiros que estavam a examinando.

Algumas horas se passaram até que eu soube que ela havia tido um AVC e que seria tratado o mais rápido possível. Não entendi muito bem na hora, a única coisa que eu conseguia pensar era sobre tudo o que estava acontecendo.

Mas vamos focar em outra parte, a parte triste deixamos mais pra frente.

Um tempo depois minha bisa já estava bem e saudável. Por outro lado, eu estava péssimo por dentro.

Tudo o que acontecia na escola, era motivo pra eu chorar no fim do dia. Eu não aguentava mais sofrer naquele lugar. Foi então que decidi mudar de colégio. Conversei muito com minha bisa sobre isso e ela como sempre faz o que acha melhor pra mim, aceitou.

Deu o segundo bimestre e me mudei de escola. O lado ruim é que era mais longe, o lado bom é que não teria mais as pessoas antigas para me aborrecerem e me deixarem triste mais. Helen de início não gostou da ideia, mas no fim, aceitou o que eu quis e também falou que seria melhor pra mim. Difícil seria nos ver.

O fim desse ano chegou rápido. Eu e minha bisa comemoramos o Natal juntos e cantamos varias musicas juntos, comemos e no fim da noite, saímos para ficar na praça onde todos ficavam aos fins de ano. Sobre o colégio novo, me adaptei e estaria indo pro segundo ano nesse novo ano de 2002.

Via Kevin no ônibus algumas vezes e ele finalmente fingia que não me conhecia. Fiz amigos novos, uma nova melhor amiga e estava bem. Só não me sentia bem na aparência. Ter 108kg não estava me ajudando em nada, eu vivia cansado o tempo todo, não tinha vontade de fazer nada, só estudar, comer e dormir. Foi quando resolvi mudar meus hábitos e tudo mais que eu poderia.”

(Dias atuais, 16 de Julho de 2005)

Eu já estava com meus dezenove anos, iria completar vinte dia dois de agosto. Bastante coisa havia mudado na minha vida, como a academia, que foquei e perdi todo o peso que possuía antes. Terminei o ensino médio, entrei na faculdade, entre outras coisas... Foi um ano bom. Porém, desde que minha bisavó havia falecido há cinco meses atrás, minha vida parece que parou no tempo. Eu estava mal na faculdade, mal no emprego, mal em tudo pra se resumir.

* Telefone tocando.

- Oi Isis? Tudo bom? - Isis era a filha dos donos da loja onde eu trabalhava. A família dela possuía mais de 30 lojas de mesmo nome. A conheci na faculdade e por coincidência, comecei a trabalhar na semana em que entrei na faculdade e descobri sobre isso.

- Estou bem e você? Deixa eu perguntar! - riu - Você tá de rolo com o Kevin?

E eu fiquei quieto. O que responderia pra ela?

——————

(Narracao de Isis no próximo capítulo)

Isso foi só um prólogo pequeno para vocês serem apresentados a história. Estamos tentando melhorar cada vez mais pra vocês terem a melhor experiência da nossa ficção.

Obrigado a todos e não esqueçam de avaliar e comentar esse prólogo.

O nome da história se chama “Incógnita”, foi um nome aleatório que demos a ela.

Agradecemos sua avaliação e comentário!

Att, Gabriel e Nycole.

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