Um Clichê Não Tão Clichê - Cap. 1

Um conto erótico de BADLANDS
Categoria: Homossexual
Contém 1299 palavras
Data: 31/01/2019 02:11:41

Abri meus olhos lentamente, enquanto minha vista se acostumava com a luz eu acordava aos poucos, já me estressando com o despertador de Bianca, quem que gosta de acordar ao som de música pop? Quero dizer, ela mesmo não acordou, continuou desmaiada na minha cama, minha vontade era de acordar ela aos gritos por ter me feito dormir tão tarde na véspera de volta as aulas.

Fui ao banheiro, fiz minha higiene básica e me olhei no espelho, as olheiras eram profundas e eu estava todo descabelado, tomei um banho, usei uma base da Bianca pra esconder as olheiras e ajeitei meu cabelo. Meus pais eram liberais, então ela tinha total liberdade pra dormir em casa, logo ela praticamente se mudou pra cá, metade do meu guarda-roupa é constituído por roupas dela.

Voltei ao quarto e a acordei de maneira carinhosa, ela sempre estava bonita, mesmo babando em todo meu travesseiro, ela logo acordou e me viu com a farda do colégio.

-Já tá na hora? - perguntou sonolenta

-Sim

-Ai que infernooo..

-Eu sei que é difícil, mas é necessário, - respondi enquanto ela se espreguiçava. - só mais esse ano.

-Vou tomar um banho, quer me acompanhar?

-Jesus mulher eu ainda nem me recuperei de ontem, acalma esse fogo.

-Meu fogo vivo não apaga meu bem, mas já que tu não quer eu vou sozinha, – disse fazendo uma voz manhosa – eu não demoro.

-Bom mesmo, se não a gente vai se atrasar logo pro primeiro dia.

Acompanhei com os olhos ela indo em direção ao banheiro, ainda pelada, não dava pra negar que o corpo dela era escultural, suas costas bronzeadas tinham um belo contraste com o cabelo preto ondulado. Eu nunca fui do tipo que se preocupa com relacionamentos e etc, mas a dois anos nós ficamos em uma festa de 15 anos de uma menina aqui da cidade e logo ela me pediu em namoro, eu realmente não tinha vontade de entrar em um relacionamento, mas aceitei pra saber como seria a experiência e acabou dando certo, juntos desde então.

Fiquei esperando por ela deitado na cama, conversando com um amigo sobre quando os treinos de futebol iriam voltar, esse seria meu ultimo ano no time escolar e eu iria aproveitar. Logo ela saiu do banheiro vestida e com o reboco na cara, eu admirava a habilidade dela de se preparar tão rápido.

-Tô pronta, vamo?

-E o material?

-Arrumei ontem a noite pra poupar tempo

-Tu sabe que eu te amo né? - falei abraçando ela e dando um selinho de gratidão.

-Eu sei, eu sou foda.

-Besta.

Soltei ela e descemos pro primeiro andar da casa, onde meus pais me esperavam pro café da manhã mas o tempo tava apertado, só demos “Bom Dia”, eu peguei um pão e a Bianca saiu sem comer mesmo. O Colégio nem era tão longe de casa, porém era rígido com o horário, ainda iria demorar um pouco para o sinal tocar, porém o portão fechava cedo. Nos apressamos pra chegar mais rápido, logo ao chegar dei um beijo nela e nos separamos, ela gostava de ficar conversando com as amigas antes de bater o sinal para entrar na sala, já eu estava cansado e fui direto pra sala, me sentei em uma carteira qualquer e encostei minha cabeça na mesa, fechei os olhos e descansei um pouco. Não passou muito tempo e já senti alguém me cutucando, levantei a cabeça e dei de cara com Luca, meu melhor amigo.

-Cara não é nem o primeiro dia de aula e tu já tá acabado assim?

-A Bianca que não me deixou dormir, 3 vezes seguidas de madrugada, dormi muito tarde.

-Sei kkk – deu uma risada sem graça. - Mas então, sabe a Luna?

-A loirinha amiga da Bianca? Que reprovou?

-Sim

-Oque que tem?

-Aniversário dela é hoje, e ela vai aproveitar que os pais estão fora pra dar uma festa naquela mansão que ela chama de casa, todo mundo da escola tá convidado, até os novatos.

-E?

-”E?” oque? Tu vai sim.

-Cara tu sabe que eu não gosto de lugar com muita gente.

-Mas eu vou estar lá, pronto, agora você tem motivo pra ir, tem coisa mais importante que eu na tua vida?

-Tá cara, eu vou, só pra tu não ficar sozinho – falei dando risada – vou ver se vou junto com a Bianca. - por um breve momento seu sorriso quase sumiu, mas ele manteve a expressão e continuou a conversa.

-E como vai o namoro?

-Normal.

-Legal… - falou com a mesma expressão desinteressada que fazia sempre que falava sobre a Bianca.

-Mas sabe, – Continuei e ele retomou o foco – nesses meses de férias ela ficou mais distante, a frequência com que ela dormia lá em casa diminuiu, ela demorava pra me responder minhas mensagens, acho q a coisa tá secando depois desse tempo juntos, mas, tipo, eu gosto muito dela e não quero acabar.

-Olha cara, eu vou ser sincero contigo, tu sabe a fama que essa menina tem aqui né, todo mundo sabe que a Bianca não é flor que se cheire.

-Cara isso é tudo rumor, eu conheço ela de verdade e ela não é assim.

-Olha, se você diz, eu não vou tentar discutir, mas tu sabe que eu me preocupo muito contigo e não quero que tu quebre a cara por causa dela.

-Eu sei, eu vou pensar mais sobre isso.

O sinal bateu e a sala começou a encher de alunos aos poucos, alguns que eu não conhecia e outros com que eu estudei por anos, infelizmente Bianca estava em outra classe. Logo o professor entrou e já começou com as apresentações, mesmo que 90% dos alunos já conhecessem ele e se conhecessem, aquele clichê de primeiro dia, Luca estava na minha frente e logo quando ele levantou já se ouvia os suspiros pela sala, a pele dele queimada do sol reluzia, os longos cabelos loiros que combinavam perfeitamente com seus olhos azuis chamavam atenção e rosto perfeitamente moldado era chamativo, mesmo sendo bonito, não namorava, ficava com várias meninas, mas nunca uma fixa, acho que ele acaba sendo muito exigente.

Logo após Luca era a minha apresentação, quando eu peguei ar pra falar meu nome a porta se abriu.

-É aqui a sala 3A?

-Garoto você esta um pouco atrasado não, como conseguiu entrar? - perguntou o professor.

-Desculpa, é que sou novo aqui e aqui me confundindo com os horários, então me deixaram entrar – disse o aluno novo.

-Ah sim, pode entrar, mas saiba que a escola não tolera muito bem atrasos, tem uma carteira vaga ali no fundo, pode se sentar lá.

O “garoto” não se parecia muito com um adolescente, cheio de tatuagens, alguns piercings, alargador uma barba um pouco grande para alguém do terceiro ano. Todos encaravam enquanto ele passava entre as carteiras, logo ele se sentou e o professor limpou a garganta, tomando novamente a atenção dos alunos.

-Pode continuar Leonardo.

Eu terminei minha apresentação e me sentei, os alunos continuaram até chegar a vez do cara tatuado, nesse momento, todos estavam curiosos, inclusive eu, que virei para trás pra ouvir.

-Bom, meu nome é Enrico, tenho 19 anos, me mudei pra cá recentemente… - parou por um segundo, pensando – acho que só isso.

-Mas então Enrico, você tem algum objetivo? Alguma ideia de faculdade – o professor perguntou, tentando estender.

-Não. - Ele deu de ombros e se sentou novamente.

No momento que ele se sentou eu acabei, sem querer, fazendo contato visual com ele, e não sei por quanto tempo fiquei hipnotizado, segundos que pareceram minutos talvez, os olhos dele eram ambos verdes, mas em tons diferentes que se destacavam em sua pele pálida, eu não sei oque foi aquilo, eu estava fascinado? Intrigado? Talvez curioso, mas era algo que eu nunca havia sentido só de olhar para alguém.

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