TARADOS - Parte 03

Um conto erótico de Ehros Tomasini
Categoria: Heterossexual
Contém 2128 palavras
Data: 13/12/2018 01:49:23
Última revisão: 13/12/2018 15:57:59
Assuntos: Anal, Heterossexual, Oral

Estavam almoçando num boteco. Lázaro insistia em dizer que não abrira a caixa da pizza, por isso não viu o estrago. O pior era que havia pago pela comida e pela entrega. Ainda em seu apê, Bianca ligou para o telefone que viu na embalagem. Recebeu a mensagem de que aquele número não existia. Ainda tentou ligar umas três vezes, mas sempre a mesma ladainha. Então, desistiu e foram para o barzinho mais perto.

Depois que terminaram de almoçar, ela disse:

- Olha, o casarão pertence à família Cavalcanti. Foi herdado por duas irmãs. Uma foi assassinada há uns sete anos. Pelo visto, é ela que está te assombrando. Ainda não sei o nome dela. Preciso verificar nos arquivos da Polícia. Mas a lógica reza que o corpo que encontramos é o da sua irmã. Teremos a certeza quando ligarmos pro IML, depois que a Perícia liberar o cadáver.

- Bem, isso é com você. Vou tirar a tarde de folga. Estou destruído. Apesar de que ainda estou com vontade de transar. Porra, devo ter morrido novamente e nem percebi.

- Sabe, vou te confessar uma coisa: eu não acredito que você morra e ressuscite, como tem me dito esse tempo todo. Acho que tem só um desmaio.

- Apenas um desmaio não me traria tanta dor depois. Nem me daria essa vontade louca de foder.

- Então, vou te confessar outra coisa: toda vez que você fala em trepar, eu sinto vontade de me atirar em teus braços. Caralho, devo estar muito carente. Se aquele filho da puta do meu marido correr da minha boceta hoje, juro que o mando pastar.

- Não vá fazer besteira, Bianca. Vocês devem estar vivendo uma má fase de casal. Isso é natural.

- Má fase o cacete. O que me dá é a impressão de que o fresco tem mulher fora. Por isso não se preocupa em me foder.

- Você é detetive, caralho. Investigue.

Ela esteve um tempo calada, de cabeça baixa. Depois, confessou:

- Eu... não tenho coragem de fazer isso. Na verdade, continuo lhe amando. Seria capaz de fechar os olhos a esse deslize dele, contanto que continuássemos juntos.

- Entendo. Eu também pensava assim, antes de criar coragem para dar um fim à minha vida, anos atrás.

- Vira essa boca pra lá! Não pretendo me suicidar, porra. Mais fácil seria matar aquele filho de rapariga.

- Bem, vou pagar o rango e vou-me embora dormir.

- Deixa eu ir contigo?

Ele olhou para a detetive, espantado. Nunca haviam tido intimidades, em quase cinco anos trabalhando juntos. Respeitava-a por sabe-la casada, apesar de acha-la uma morena bonita. Ela devia estar, mesmo, muito carente para lhe fazer uma proposta daquelas. Por isso, retrucou:

- Olha, Bianca, é melhor você refletir um pouco mais sobre esse passo da tua vida. Façamos o seguinte: eu me vou sozinho. Você sabe onde moro. Se depois que você largar ainda estiver afim, meu caralho é todo teu. Mas daqui pra lá você terá tempo pra pensar. Lembre-se que isso não tem volta.

- É por isso que gosto de você - confessou ela - pois outro já estaria fungando meu cangote ao ouvir o que te disse. Obrigada, amigo. Por via das dúvidas, não trepe com mais ninguém antes que eu me decida, tá?

Lázaro sabia que não seria fácil cumprir essa promessa. As coisas aconteciam fora do seu controle. Poderia até acontecer de ele chegar ao apartamento e ter alguém lhe esperando para transar. Quando ele menos esperava, tinha uma oportunidade de foda. Isso só parava quando ele chegava ao esgotamento. Aí, passava um tempão sem a fome de sexo, até morrer novamente. Porém, dormiu tranquilo, depois de um banho frio pra baixar o fogo.

Levantou-se bem disposto e com fome. Já anoitecera. Olhou para o relógio de pulso e conferiu as horas: já passavam das dez da noite. Não ouvira Bianca tocando a campainha. Preferiu acreditar que ela desistira. Melhor assim. Temia que, depois que trepassem, o relacionamento entre os dois mudasse. Achava-a uma morena bonitinha e gostosinha, mas sem exageros. Gostava dela, mas não a amava. Quando isso acontece, o love tende a durar pouco. Aí é quando acontecem as rusgas entre casais. Depois de sua primeira morte, evitava se apaixonar novamente. É que não confiava mais nas mulheres.

Tomou novo banho e trocou-se de roupas. Estava disposto a tomar umas doses de Campari. Gostava da bebida vermelha, quando estava sem fazer nada. Bebia cervejas só quando a farra era curta. Lembrou-se de um bar que fora apenas uma vez. Este tinha um nome bem peculiar. Chamava-se "O Túmulo da Fossa" e tinha uma ambientação bem fúnebre. Era como estava o seu espírito naquela noite. Foi para lá.

O local estava lotado. Duas garçonetes vestidas de preto atendiam à clientela masculina. Apenas um garçom negro atendia as mulheres, quando chamado. A frequência maior era de marmanjos. Ele foi atendido por uma loira simpática que lhe trouxe a dose de Campari. Lázaro agradeceu e esteve olhando em volta. Ninguém lhe dava atenção. E, aos poucos, o bar foi se esvaziando. Em menos de duas horas, só restava ele no bar. Procurou com o olhar uma das garçonetes para pagar o consumo e não viu ninguém. Quando já ia se levantar para ir lá dentro chamar alguém, eis que chegou ao local uma ruiva elegantíssima, toda vestida de branco. Sentou-se numa mesa ao lado da sua, porém de costas para ele. Esteve olhando em volta, depois virou-se para Lázaro. Perguntou-lhe:

- Quem atende aqui?

O rapaz a reconheceu. Tratava-se da ruiva que o vivia assombrando, se é que podia dizer assim. Era a jovem que o havia chupado até que ejaculou, lá no casarão. A mesma que o havia levado para lá, nos seus devaneios. Chamou-a para a sua mesa. Ela sentou-se ao seu lado, bem charmosa. Ele perguntou-lhe:

- Como é teu nome?

- Aline. Aline Cavalcanti. Tua parceira já deve ter descoberto isso.

- Talvez. Você é a primeira das herdeiras do casarão a ser assassinada. Quem te matou, Aline?

- Eu quero primeiro uma cerveja. Depois te conto tudo.

Ele pediu licença, levantou-se e caminhou em direção ao balcão do bar. Não havia ninguém para atendê-lo. Olhou para fora. Não havia nenhum movimento nas ruas. Nada de carros, nada de pessoas, nada de nada. Pegou uma cerveja numa geladeira dessas que é vitrine de bebidas e trouxe para ela. Aline pediu:

- Abra-a, por favor. Não consigo fazer isso sem abridor.

- Ele abriu a garrafa com os dentes. Ela o beijou no nariz. Seu hálito era perfumado a lavanda. Ou seria alfazema? Lázaro não conseguiu definir o perfume. Disse para ela:

- Sou todo ouvidos.

- Não tenho muito a te contar. Apesar de ter herdado uma fortuna, eu não cheguei a receber sequer um centavo. Eu era prostituta, por isso meus pais não me deixaram nenhum dinheiro. Tinham vergonha de mim e não queriam me ver nem de longe. Minha irmã era totalmente diferente de mim e viveu o tempo todo com meus pais. Infelizmente, eles morreram antes dos meus avós. Ambos em situações suspeitas. Meus bisavós dividiram a fortuna deles entre minha irmã e eu. Fui assasinada por um cliente assíduo que sabia da minha história e da minha fortuna recém adquirida. Levei-o para conhecer o casarão herdado, depois de nos encontrarmos num bar e acertarmos um programa. Ele disse...

- Ele disse que tinha pouco dinheiro. Você me fez reviver o momento, hoje. Ele te matou?

- Sim. E também matou a minha irmã pelo mesmo motivo: ficar com a nossa herança. Fez-lhe assinar um documento passando o imóvel para ele, antes de assassiná-la.

- Quem é ele, Aline?

- Não posso pronunciar o seu nome. Foi o pacto que fiz para estar aqui pois precisava falar contigo. Você vai descobrir quem nos matou sem que eu precise te dizer.

- Não sou detetive, garota.

- Eu sei. Mas tua parceira é.

- Você a conhece?

- Sim. Tenho tentado juntar vocês dois, mas ela resiste.

- Nos juntar? Ela é casada, Aline.

- E daí? Mulheres casadas não traem? E ela tem motivos pra isso.

- Por que abduzí-la? Não poderia ser outra, senão uma mulher já comprometida?

- Não é fácil abduzir alguém. Você tem mais condições de fazer isso do que eu.

- Eu?? Nunca nem pensei em tomar o corpo de quem quer que seja. Por que o faria?

- Para saciar essa fome de sexo! Sei que é como eu. Mas eu não consegui ressuscitar como você.

- Você está me dizendo que...

- Sim. Você pode assumir o corpo de uma pessoa e usá-lo para fazer sexo com outra. Mas nem todo mundo te permitirá lhe possuir o corpo. Por isso, dói tanto.

- Como é que é?

- Você sente muitas dores no corpo quando abduz alguém e depois retorna para o teu próprio corpo.

- Quer me dizer que ando possuindo corpos de outras pessoas?

- Sim. Mas você não se lembra, não é?

- Caralho. Claro que não me lembro. Sequer acredito nisso...

- Quer tentar?

- Agora?

- Sim.

- Como fazer isso?

- No momento, você está em meu mundo. Aguarde um momento e eu virei ao teu...

O branco do vestido que Aline usava ficou tão reluzente que o rapaz quase não conseguia mais olhar para ela. Aí, o ambiente que estava vazio ficou lotado de novo, como num passe de mágica. A loira vestida de preto, que o atendeu trazendo a dose de Campari, estava sentada ao lado dele. Sorria. Disse ao rapaz:

- Viu? Já abduzi a garçonete. Quem você gostaria de ser, para me foder?

Ele estava impressionado com o que estava lhe acontecendo. Olhou em volta. Ninguém parecia prestar atenção a eles. Perguntou à loira:

- Quem você gostaria que te fodesse hoje?

- Você. Mas para tomar o corpo de alguém, você terá de deixar o teu próprio corpo. Então, gostaria que você fosse aquele negro ali, o garçom.

- Gosta de negros?

- Você, não?

- Nunca penso nas pessoas pela cor. Para mim, tanto faz. Está me pedindo que eu possua o cara?

- Tente. Faça isso de forma consciente. Acredito que assim irá se lembrar da experiência, depois.

Lázaro olhou para o garçom. O cara era alto, talvez com quase dois metros de altura, e era bonitão. Tinha mãos grandes, como dizem que tem os bons fodões. Concentrou-se em transferir seu espírito para o corpo dele, mas não aconteceu nada. Aliás, só lhe deu sono. Atribuiu o torpor ao efeito do Campari agindo em sua mente e corpo. De repente, caiu de cara na mesa. Pouco depois, o garçom se aproximou do casal e perguntou à loira:

- O jovem está bem? Precisam de alguma coisa?

A loira ficou feliz. Exclamou:

- Você conseguiu!!!

- Como sabe que sou eu?

- Você emana uma tênue aura. Depois, irá aprender a lidar com isso. Vamos?

- Vamos para onde?

- Qualquer lugar onde possamos fazer amor. Mas temos que voltar antes que o bar feche.

O negrão garçom meteu a mão no bolso do escrivão e tirou de lá as chaves do seu apartamento, além de todo o dinheiro e documentos que ele tinha nos bolsos. A outra garçonete o interpelou:

- Ei, o que pensam que estão fazendo? Roubando o cliente?

- Não. Ele nos emprestou a casa dele para transarmos. Voltamos já. - Disse ela.

- Pra vocês transarem? Você é casada, puta safada.

- Por isso, voltamos já - disse a loira.

A outra ficou com cara de tacho, olhando os dois saírem às pressas.

Foi uma das melhores trepadas que Lázaro já deu, se bem que ele não tivera muitas parceiras sexuais. No início, tentou perscrutar os pensamentos da loira, para saber o que ela gostaria que ele fizesse consigo, mas não conseguiu a telepatia. Ela, no entanto, já lhe dava um banho de língua. Chupou-o com a mesma perícia que havia feito antes, da primeira vez que ele a viu ruiva. Mas não deixou que ela o fizesse gozar. Estavam no apartamento de Lázaro. Se houvesse alguém por perto, iria ver o negrão de quase dois metros de altura virar a loira de costas e lambuzar o cu dela com cuspe. Ela perguntou:

- Gosta mais assim, amor?

- Não sei. Nunca fodi um rabo e sempre tive a curiosidade.

- Eu adoro. Pena que o caralho do negrão é pequeno, nada proporcional à altura dele. Preferia foder o teu, que é enorme.

- Por que não disse antes?

- Eu te disse. Até prometi que, se tivesse um caralho grande, eu não te cobraria. Lembra?

- Não. Não lembro...

- É que ainda não adquiriu a tua própria consciência. É a mente do negrão garçom que não te deixa se lembrar de mim hoje, pela manhã.

- Não importa. Eu quero mais é foder um cu.

- Pois foda o da loira, amor. Depois, vou querer que foda o meu.

- Como assim?

- Ah, deixa de falar e fode!

E ele a fodeu. Fodeu até gozar dentro do cuzinho dela duas vezes. Aí, ela o alertou:

- Ei, precisamos voltar para o bar, antes que feche.

FIM DA TERCEIRA PARTE

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Comentários

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Eita Lázaro! Muito bem. Apesar de já ter visto esse personagem por aqui, mas em outra série.

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Muito bom este capítulo, e que continue assim com o Chico Xavier dos pobres comendo todas.

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