Coração Ferido - Capítulo XLII

Um conto erótico de William28
Categoria: Homossexual
Contém 3772 palavras
Data: 07/12/2018 15:51:25

Arrependimento não era uma palavra que existia em meu vocabulário, muito menos em minhas ações. Apesar de algumas vezes ter desejado que algumas coisas não tivessem acontecido em minha vida eu relevava e preferia pensar que para tudo se havia um aprendizado, uma lição, até das coisas mais ruins, como o meu caso com João.

- No que tanto pensa Fabrício? – Perguntou Sergei acariciando meu braço.

- Em se eu me arrependo ou não de ter passado a noite com você – respondi seguido de um suspiro.

- Foi tão ruim assim? – Perguntou ele me fazendo encarar seus grandes olhos.

- Não, você foi maravilhoso, me deu uma noite de sexo e carinho que fazia meses que eu precisava, mas algo está faltando... – Ele então segurou minha mão e acariciou.

Eu estava sentado na cama, Sergei estava deitado ao meu lado e acariciava minhas costas me fazendo arrepiar ao mesmo tempo que me relaxava. Seu olhar era frio, mas não de uma maneira ruim, era frio de uma maneira eslava, ele parecia aqueles gângsteres do leste europeu, aqueles de filme de ação, mas muito pelo contrário ele parecia ser muito carinhoso, pelo menos na nossa noite juntos ele tinha sido, e representou muito bem os bears, bruto, mas carinhoso.

Podia ouvir sua respiração calma, ele parecia chateado, nosso tempo estava acabando. Encarei ele, o lençol o cobria até a cintura deixando seu peito nu e sarado a mostra, destacando seus mamilos rosados e os pelos lisinhos que cobriam todo seu peito. O lençol quase transparente fazia um volume em sua virilha, me arrepiei, tinha aguentado 22 cm na madrugada.

- Você foi ótimo na cama Sergei, um verdadeiro macho, ou melhor, um gentleman – ele corou, mas sorriu.

- Obrigado – respondeu envergonhado – mas não é só eu que mereço elogios, você foi sensacional – sorri, tenho certeza que corei – dos poucos homens com quem fiquei com certeza você foi o melhor de todos – sorri e revirei os olhos.

- Aposto que você diz isso para todos – ele fechou a cara.

- Não digo não... – Percebi pela cara que fez e pelo seu semblante de confusão que Sergei provavelmente era daqueles poucos homens em que realmente valia a pena conhecer em um restaurante e partir para um segundo round, ele parecia ser verdadeiro, desde o primeiro momento não enrolamos e seguimos direto ao finalmente.

- Não tem problema, se te serve de consolo eu também fiquei com poucos homens – ele me olhou sem entender.

- Você me disse que era gay... – Ele não entendeu.

- Sim, mas o fato de eu ser gay não me faz sair por aí caçando homem – ele então pareceu entender – Sergei, não sou do tipo que abre as penas e a boca para a primeira pica que vê, muito menos me deixo levar por aparências – ele pareceu ficar envergonhado.

- Me desculpe, não quis ser tão superficial, é que você se posicionou de um jeito que deu a entender que você não saia só com homens... – por um instante ele ficou fofo fazendo uma carinha de cachorrinho pidão.

- Tudo bem, você não será o primeiro e nem o último que pensará assim – fitei ele que parecia apreensivo – está desculpado – ele então respirou aliviado.

- Já tinha saído com alguém que conheceu no mesmo dia? – Perguntou ele curioso.

- Não, foi a primeira vez que transei com alguém que conheci no mesmo dia – confessei envergonhado.

- Não se envergonhe, na verdade você é o terceiro carinha com quem transo, o primeiro que me fez tomar uma iniciativa – olhei para ele surpreso - da próxima vez terei mais cuidado com minhas palavras – ele então se aproximou, roçou a barba em meu ombro e foi me beijando até a curva do pescoço me causando arrepios.

- Sergei, eu preciso ir – ele então me encarou, me puxou pela cabeça e me deu um beijo de língua.

- Fica mais um pouco, por favor... – Era sério isso, ele queria que eu ficasse.

- Não posso, daqui a pouco meu grupo vem doido atrás de mim, e além do mais logo a tarde iremos para Verona, então não posso ficar mesmo – justifiquei deixando ele visivelmente triste.

- Quero te ver de novo! – Exclamou vindo para cima de mim – anote meu contato – disse ele se levantando nu e indo até a cômoda pegar seu smartphone.

- Não sei se é uma boa ideia, mas por que não – ele então me fitou e sorri – me passe seu contato, vou salvar e te mando um oi – entreguei meu aparelho para ele e ele inseriu seu contato, salvando logo em seguida.

- Pronto, agora não a desculpa para pelo menos batermos um papo de vez em quando, não acha? – Assenti.

- Cara, como queria ter te conhecido antes – ele sorri, veio até mim, me puxou da cama e me beijou, seguimos nu para o banheiro e finalizamos o nosso encontro com uma transa incrível debaixo do chuveiro.

- Até mais Fabrício – Sergei então me abraçou – foi um prazer te conhecer.

- O prazer foi meu, Sergei Kovac – dei as costas e sai deixando aquele ursão com um olhar triste para trás, mas antes de ir até meu grupo eu virei e gritei – quando estiver se sentindo só me chama, vou adorar ouvir o que você tem a falar, até logo meu amigo – ele então sorriu e acenou, eu dei as costas e segui até a minivanFabrício, você pode me explicar o que foi tudo aquilo? – Perguntou Pablo sentando ao meu lado, eu tomava um cappuccino, havíamos parado em uma cafeteria a beira da estrada, os outros ainda decidiam o que comer.

- Aquilo o que Pablo? – Me fiz de desentendido, mas já esperava que ele ou Marcelo e até mesmo mama Enola viessem me perguntar, mas ele foi mais rápido.

- Me explica por que você decidiu sair com aquele cara do restaurante ontem e só apareceu hoje na hora de deixarmos o hotel? Todo mundo ficou preocupado – Ele pareceu não entender o que havia acontecido, ou então queria ouvir da minha boca.

- Não tem nada ver... – Tentei desenrolar.

- Todo mundo ficou preocupado contigo... – Ele quis voltar ao assunto.

- Não tinha por vocês ficarem preocupados, eu agradeço mas sei me cuidar. Eu aceitei o convite para beber com ele e acabamos passando a noite no hotel que ele estava hospedado...resumindo, eu transei com o cara grande e gostoso Pablo, foi isso, só isso, uma transa – respondi como se fosse nada demais.

- Só isso! – Exclamou ele – você ficou doido Fabrício, e o Luciano?! – Ele perguntou dando a entender que meu lado não era importante, mas sim apenas o do Luciano.

- É... – Fui interrompido, aparentemente mais alguém estava ouvindo a conversa.

- Então você transou mesmo com aquele cara lá que te levou até o nosso ponto de encontro Fabrício? – Rick me perguntou de cara fechada e braços cruzados como se eu devesse alguma explicação a ele.

- Sim – Respondi deixando ele horrorizado.

- E o Luciano?! – Exclamou ele – o cara não merece isso, ele é gente boa e... – Interrompi a defesa de Luciano, Rick não sabia o que tinha acontecido, mas mesmo assim não estávamos falando de nenhum santo.

- Ele foi tão gente boa que não pensou duas vezes em me trair, é tão gente boa que não me avisou que havia transado sem camisinha uma noite antes de transar comigo – meu tom de voz saiu com raiva, machucado, mas logo baixei a cabeça envergonhado, doía dizer aos meus amigos, mas no fim era um alívio – ele foi tão gente boa que só veio para Turim para foder comigo... – encarei os dois, eles estavam surpresos, Pablo foi o primeiro a me abraçar.

- Como assim Fabrício? – Ele então segurou em minha mão.

- Explica para gente – pediu Rick com cara de quem não estava acreditando.

- É isso mesmo que vocês acabaram de ouvir – suspirei e me acalmei, era mais fácil desabafar.

- Fabrício, se abra com a gente – Pablo alisava minha mão me dando a confiança que eu precisava, você não precisa sofrer sozinho – ele sorriu.

- Ok – assenti – Vocês lembram que há mais ou menos três meses atrás quando o Luciano aqui? – Eles se entreolharam.

- Sim – afirmou Pablo.

- Então – respirei fundo - quando eu fui acompanhar o Luciano até o aeroporto eu fiquei sabendo que ele tinha dormido com uma das advogadas que participaram da reunião, e pior, isso tudo um dia antes – Rick me encarou e logo desviou o olhar.

- Isso foi muita sacanagem dele – disse Pablo chateado.

- Há dois dias atrás antes de viajarmos o Luciano me confessou que realmente tinha dormido com ela, o pior é que ele só confessou que transou sem camisinha com ela como também tem passado o rodo em Belo Horizonte, resumindo, ele já estava me traindo bem antes, Luciano sempre gostou de foder e eu sempre soube disso, então não o tomem por santo, pois isso ele não é, muito menos eu – minhas palavras saiam amargas, ou só saiam assim por causa do meu café.

- Mas... – Rick então sentou do meu lado, parecia que ele havia entendido – o cara é o maior vacilão, por que ele fez isso? – Pablo olhou para ele e fez sinal para se calar.

- Não Pablo, está tudo bem – olhei para Rick e para Pablo.

- Nossa amigo, é tão triste isso – suspirou ele, Rick então segurou firme em sua mão.

- Sabe, eu nunca assumi nada com Luciano, eu estava com medo, queria resolver minha vida – comecei a dar satisfação – o foda é que antes de tudo ele é meu melhor amigo e deveria ter me avisado que tinha feito bareback, ele podia botar a saúde dele em risco e a minha também, não é por que sou gay que eu não me cuido, que quero pegar uma DST, vocês entendem? – os dois me olharam e concordaram.

- Então você fez isso – olhei para Rick que parecia sério - transou com o cara do restaurante para se vingar do Luciano? – Perguntou, ele não tinha entendido e parecia estar me julgando.

- Não! Claro que não – Exclamei ofendido, mas acabei rindo – eu nunca transaria com outra pessoa com a finalidade de atingir ou dar o troco em Luciano– ele coçou a barba sem entender – isso seria imaturo demais, eu transei com a outra pessoa por que não estava aguentando mais e após descobrir que meu futuro companheiro estava se divertindo sem mim eu tinha por que não fazer o mesmo já que na prática não ouve traição de nenhuma das partes – completei deixando os dois surpresos.

- Então por que você fez isso? – Ele perguntou, mas antes de eu responder Pablo veio me salvar.

- Não dá ideia para o que o grandão fala Fabrício, não estamos aqui para te julgar, não mesmo! – Disse Pablo coçando a cabeça dele, um evidente sinal de carinho que Rick gostava – você quer dizer que você foi para cama com o cara por que quis? – Perguntou agora com entendimento.

- Sim... – ele parecia entender.

- Então o Luciano não tem nada a ver com isso? – Perguntou pensativo - ele tinha que ser fiel a você – Rick disse chateado, então me veio na cabeça, Rick seria um ótimo companheiro para Pablo.

- Sabe a que conclusão cheguei? – Eles negaram - nós não temos nenhum relacionamento, quer dizer, eu não quis ter, ele estava me cobrando, mas a minha vida está uma bagunça, eu não posso cobrar fidelidade do Luciano, mas posso cobrar sinceridade, já que sempre fomos sinceros um com outro – eles assentiram, era isso que eu queria entendimento.

- Então você foi com o rapaz por vontade... – ele botou a mão na boca.

- Sim, eu não tinha nada que me impedia, fora que eu estava trepando as paredes de tanto tesão, naquela hora e aquele cara caíram como uma luva – olhei para os dois, Pablo agora estava sentado no colo dele – e confesso que gostei muito, o Sergei foi muito carinhoso, atencioso, mas não foi com amor, foi tesão, desejo, foi algo carnal e nem um pouco bonito de se ver, então nunca vai ser o máximo... – ambos se olharam e então vi algo que até então não tinha visto eles fazerem, Rick puxou Pablo e deu um beijo firme, apaixonado, atraindo a atenção de algumas pessoas ao redor.

- Rick, as pessoas vão olhar... – Pablo ficou envergonhado.

- Foda-se, há tempos que eu queria fazer isso, assim a gente também tira a dúvida de todos, nós estamos namorando sim – Rick surpreendeu a mim e Pablo e aos outros que se aproximavam.

- Estamos... – ele olhou para Rick confuso – e aquele de papo de não se expor? – Olhei para Rick e esperei sua resposta.

- Foda-se, deu de se esconder, se você ainda quiser um babacão grande e peludo, um pouco confuso como eu então eu serei o cara mais feliz desse lado do país... – Pablo sorriu, o beijo e o abraço apertado que ele deu em Rick foram a resposta que eles queriam.

- Eu desejo sorte a vocês dois – sorri e os abracei, ambos olharam para mim.

- O Luciano é brother, mas foi deu esse vacilo feio contigo, vou conversar com ele e depois... – interrompi Rick.

- Não! – Exclamei assustando ele e Pablo – ele não pode saber, isso é assunto meu, o fato de ele sair transando e me contar não me obriga a fazer o mesmo, espero que esse assunto morra aqui, eu só desabafei com vocês por que vocês me enquadraram e senão eu iria explodir, fora a confiança, só por isso, vamos dar o assunto por encerrado e vamos até os outros por que senão até a noite não chegaremos em Verona – me levantei e fui seguido pelos dois.

4 dias depois...

A viagem havia acabado. Meu tempo na Itália também, pelo menos dessa vez. Despedidas nunca foram meu forte, na verdade sempre odiei elas ao ponto de evita-las até com os mais próximos. Deixar todos para trás enquanto o táxi se distanciava foi doloroso. Ver mama Enola chorando abraçada a Marcelo me fez sentir algo ruim no estomago e então quando viramos a esquina me permiti a chorar, não de tristeza, mas de alegria. Os últimos dias aqui foram os melhores que passei, um flash back, ou melhor, uma retrospectiva passava em frente aos meus olhos enquanto o táxi percorria a região central seguindo sentido aeroporto de onde meu voo partira para Roma e de lá para São Paulo me levando para terras tupiniquins, uma maneira mais poética de se referir ao Brasil.

Na noite antes decidi atender as chamadas de Luciano e percebi uma certa frieza e distancia em sua voz, o que me deixou extremamente preocupado. Esse era um assunto que devia ser resolvido o mais rápido possível, por isso mesmo havia combinado com meus pais que chegando em São Paulo eu embarcaria direto para Belo Horizonte onde encontraria ele e dois dias depois embarcaria para Caxias do Sul de onde eu decidiria o próximo passo da minha vida já que Marcelo tinha me feito uma proposta interessante, onde ele me empregaria por mais um tempo e em outro contrato, trabalhando diretamente com ele e dessa vez no sul da Itália, na região de Catanrazo, na Calabria.

- Fabrício, vou aguardar você decidir se vai aceitar essa proposta ou não, aproveite um tempo com a sua família e depois me contate – Quando o avião decolou de Roma lembrei do que Marcelo havia feito um dia antes de eu embarcar e confesso que fiquei tentado, mas agora era hora de voltar e resolver minha vida, eu tinha que enfrentar a situaçãoApós 2 conexões e quase 30 horas em voo eu finalmente desembarcava no Aeroporto Internacional de Confins e confesso que estava mais nervoso do que ansioso. Desembarquei cheios de malas e segui para o saguão, sorri quando vi que duas pessoas me esperavam com sorriso estampados na cara. Valmir e Carmem não haviam mudado nada, ela ainda estava gostosona, e com os cabelos mais vermelhos do que nunca, mas agora usavam pontas roxas, já Valmir estava mais sarado e com os cabelos tonalizados no melhor estilo tiozão.

- Carmem, Valmir! – Exclamei animado e cheio de saudades.

- Meu Deus do céu... – disse ela correndo me abraçar – eu achei que você não ia chegar nunca... – deixei algumas lágrimas cair.

- Calma tia...eu cheguei e cheguei bem... – ela sorriu e limpou uma lágrima que escorria em meu rosto, então me encheu de beijos.

- Carmem, deixa o rapaz respirar... – Valmir se aproximou e me deu um abraço de urso me apertando todo, senti meus ossos estralar – como vai Fabrício? Nós sentimos sua falta rapaz... – Valmir estava com os olhos vermelhos, ele estava emocionado.

- Eu estou bem melhor agora vendo que fui recebido de volta com tanto carinho - os dois sorriram e mais uma vez me abraçaram, então com ajuda de Valmir que carregou uma parte da bagagem seguimos até sua caminhonete para irmos para casa, no fim eu estava feliz de ter voltado.

- E então rapaz, como foi sua estadia na casa do Marcelo? – Perguntou Valmir dividindo a atenção entre a estrada e eu.

- Está tudo bem, foi muito legal essa estadia, mas... – então os dois se calaram e olharam para mim, quer dizer, Carmem virou para trás e olhou para mim, Valmir me encarou pelo retrovisor, parece que ele sabia do que se tratava.

- Mas o que? – Perguntou ele.

- Marcelo me fez uma proposta legal, a de voltar para a Itália e trabalhar mais alguns meses com ele e... – Fui interrompido por Carmem.

- Meu Deus, se o Luciano souber ele surta – disse ela preocupada – ele está digno de dó Fabrício, nem comeu direito esses dias, muito menos dormiu esperando você chegar, ele está muito ansioso querendo te ver, está carentinho e nem eu e o Valmir conseguimos acalmar a fera – ela passou as mãos no cabelo e me encarou novamente, será mesmo que Luciano estava ansioso para me ver, alguma coisa me dizia que não, ou melhor, que nosso reencontro não seria a base troca de carinho.

- O que você decidiu? – Perguntou curiosa e preocupada.

- Ainda não decidi, tenho até semana que vem para dizer a ele minha decisão – respondi aos dois.

- Fabrício... – Valmir se calou, respirou e me encarou pelo espelho, mas logo voltou a atenção a estrada – eu gostaria de ter você na minha equipe novamente e... – Encarei ele.

- Valmir, eu não disse que aceitei a proposta dele, apenas disse que iria pensar – suspirei, mas me mantive firme – além do mais dependendo do que ocorrer nos próximos dias eu terei que tomar um rumo na minha vida, eu gosto muito do que faço, não quero viver pulando de emprego em emprego – ele pareceu entender.

- Eu sei, mas é que realmente quero você em minha equipe de novo... – ele e Carmem se entreolharam e sorriram – Fabrício, eu e Carmem temos uma novidade – então prestei atenção aos dois.

- O que foi? – Perguntei.

- Você está olhando para o dono da empresa que vai prestar consultoria na construção do novo terminal de passageiros do aeroporto de Porto Alegre... – ele e Carmem sorriram e se deram as mãos, eu devia estar de boca aberta de tão surpreso e feliz que fiquei.

- Sério Valmir?! Parabéns – apertei seu ombro, ele sorriu e assentiu.

- Gostaríamos que você participasse dessa empreitada com a gente – Disparou Carmem antes de Valmir falar qualquer coisa.

- Sério?! – Era a oportunidade perfeita, eu ficaria perto da minha casa e faria o que eu gostava sem estar longe de quem eu amo.

- Sim, muito sério, você é um excelente profissional e eu não vou esconder, quero muito você na minha equipe Fabrício, não só eu como a Carmem e principalmente o Luciano, ele está extremamente empenhado nisso – Valmir parecia nervosos ao dizer a última parte.

- Falando nele, por que ele não veio me buscar? Tentei ligar em seu celular, mas só deu caixa postal – Carmem virou para trás e sorriu.

- Luciano teve uma reunião no escritório agora a tarde e pediu a gente para vim te buscar, vamos direto para casa e lá vocês matam a saudade – disse Carmem com malícia, mas eu estranhei, Luciano não perderia a minha chegada, tinha alguma coisa errada.

- Valmir, você me deixa no escritório, quero fazer uma surpresa para ele – Valmir me olhou pelo retrovisor e sorriu.

- Deixo sim – Ele então pegou a saída que seguia para o centro e 20 minutos depois estávamos estacionando na frente do banco.

- Obrigado, depois eu volto com ele ou pego um Uber – eles então acenaram e foram embora, eu virei, olhei para portaria, respirei fundo e entrei seguindo até o hall onde entrei no elevador a apertei no 12° andar. O elevador subiu rapidamente, mas para mim foi uma eternidade, eu sabia que havia algo errado, eu sabia desde a última vez que falei com ele, sabia também que Luciano não estava em reunião nenhuma, isso era pretexto para não me encarar.

Quando a porta abriu vi que as portas do escritório estavam fechadas, mas não estavam trancadas. Entrei de soslaio e não ouvi barulho nenhum, aparentemente não havia ninguém, mas ao me aproximar da sala de Luciano ouvi gemidos, eu sabia o que isso significava, ele estava em “reunião”, um frio subiu pela minha espinha e minhas pernas quase fraquejaram, mas eu já estava ali, iria até o final.

- Vai safado, mete fundo, me fode gostoso...vai meu macho... me vira do avesso seu gostoso – à medida que os gemidos e putaria aumentava eu reconhecia aquela voz, reconheceria em qualquer lugar, um ódio me subiu.

- É assim que você gosta vagabunda... – Então a voz de Luciano surgiu e eu não consegui me segurar.

- Sim meu macho, mete na sua putinha, vai meu engenheiro - de uma vez só abri a porta e a cena que vi me chocou. Luciano estava de pé, estava de roupa, só seu pênis estava de fora e ainda assim ele fazia movimentos de vai e vem em André que estava de quatro em cima da mesa gemendo feito uma cadela de rua, uma bichinha pão com ovo. Luciano dava estocadas em André que estava de quatro em cima de sua mesa o penetrando forte, com raiva, ali não tinha amor, pelo menos era o que eu achava, ele segurava pela cintura e puxava os cabelos do seu parceiro, ambos gemiam e faziam caretas.

- Que porra é essa Luciano?! – Com o meu grito eles se assustaram, André me olhou como se fosse um fantasma assim como Luciano que perdeu a cor, no desespero de Luciano em se livrar do André e da situação ele saiu de dentro dele e o empurrou fazendo com que meu rival caísse de cima da mesa no chão, nu e todo atrapalhado recolhendo seus pertences e se escondendo atrás de mesma.

- Fabrício?! – Então ainda atordoado e tomando a real gravidade da situação ele veio em minha direção, mas sem se tocar que estava com o pênis todo melado de fora - eu posso explicar- me afastei e ainda sem saber o que fazer fechei os olhos por uns uns instantes Isso não estava acontecendo.

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