Rei do tráfico -Cap 14 - cárcere

Um conto erótico de Michel Ress
Categoria: Homossexual
Contém 2325 palavras
Data: 10/11/2018 10:33:45

Narrado pelo Gabriel (Príncipe)

Qual era a sensação? Isso que eu perguntava toda vez que olhava nos olhos perfeitos do Michel, qual era sensação de ser amado? De ser desejado? Isso que eu insistia em saber. Dês quê eu comecei a seguir o doutorzinho eu tinha essa pergunta em mente.

Eu a muito tempo não sabia o que era isso. Quando criança minha mãe com certeza tinha dado seu amor para mim, sempre fazia meus gosto, me fazendo cafuné na cabeça e colocava para dormir com todo o carinho que uma mãe poderia dar ao seu filho.

Quando descobrir que uma ia ter um irmãozinho ou irmãzinha, fiquei com ciúmes, não queria dividir minha mãe com mais ninguém, mas de tanto ela falar dessa nova criaturinha que iria nascer, comecei a sentir um pequeno afeto. Na real nunca cheguei a ver o rosto do meu irmão, me privaram dessa oportunidade.

Já meu pai, também atencioso comigo, às vezes me pegava no colo, me contava histórias divertida e brincava me jogando para cima e me pegando em seguida. Eu era muito feliz nessa época, me sentia amado e mimado. Mas com a partida da minha mãe, as coisas mudaram. Seu Marcos, o rei, estava cada dias mais distante da sua humanidade, começou a ser rude comigo, a desmotivar minhas brincadeira infantis e com o passar do tempo vieram os castigos, uns que a cada dia se tornaram piores.

Quem me socorria e atendia minhas necessidade infantis era a Dona Maria, ela foi a minha babá depois que minha mãe partiu.

Mas de babá ela virou minha segunda mãe, fazia tudo por mim, só que não tinha coragem de encarar meu pai.

O motivo de minha mãe ter indo embora foi por causa do seu marido, meu pai. Lembro que tinha 8 anos, estava eufórico em saber que ia ganhar um irmão, não queria uma irmã, achava as meninas estranhas naquela época.

Fui correndo avisar meu pai.

-Papai, é menino, eu tenho um irmão menino. -Eu dava pulos de felicidade e dava gargalhadas.

Meu pai me olhou sério, passou a mão na minha cabeça e saiu.

Logo de noite eu ouvia os gritos vindo da sala de nossa casa, eram meus pais discutindo, aquilo estava virando rotina, só que hoje as discursões estavam piores.

-Eu não quero meus filhos nessa vida Marcos, eles não merecem crescer como bandidos.

-Alice, eu to criando um império, as coisas estão melhorando a cada dia.

-Desiste disso pelo bem da nossa família, daqui uns dias vai nascer seu segundo filho, não deixa eles crescerem sabendo que o pai é um traficante de drogas.

-CHEGA ALICE! Não quero mais essa discursão, vai ser assim e pronto.

-ENTÃO EU NÃO VOU MAIS FICAR COM VOCÊ, vou pegar minhas coisas e ir embora.

-Não, você não vai embora!

-Eu vou, não vou permitir que meus filhos tenham essa vida.

Eu ouvia isso tudo sentando na escada, meu coraçãozinho estava disparado, sentir vontade de chorar, odiava ver meus pais brigando.

-VEM AQUI AGORA! -Ele gritou mais alto possível com sua voz grossa, me levando a tornar um susto com essa atitude.

Mas minha mãe não voltou, ela estava subindo as escadas e eu rapidamente entrei no meu quarto e me escondi embaixo das cobertas.

Do outro dia não foi diferente, mais discursões e eu sempre temia pela minha mãe, a cada dia meu pai ficava mais agressivo e distante de nós.

Um dia depois de uma briga pesada entre meus pais, ouvi a porta da frente de casa bater, minutos depois a do quarto da minha mãe também, tentei dormir e não sei quanto tempo se passava, mas sentir alguém dar um beijo calmo e carinhoso na minha testa me despertado do meu sono.

-Meu anjinho, eu quero que você saiba que a mamãe te ama muito e em breve eu vou vim te buscar. -Ela estava sentada na minha cama, lembro da expressão dela até hoje, era de tristeza e preocupação, mas com um sorriso forçado no seu lindo rosto, a barriga de grávida estava cada dia maior, o que a deixava ainda mais bela.

Eu não disse nada, somente fechei meus olhos e voltei a dormir, me arrependi por isso, não saberia que essa era a última vez que veria minha mãe.

Fiquei sabendo do outro dia que ela tinha indo embora, meu pai estava furioso, toda a alegria e compaixão que existia nele também tinha indo embora com minha mãe. Cada dia ele se tornava mais frio e calculista, descontado toda sua frustração nas pessoas que estavam ao seu lado e em mim.

Lembro de outro episódio onde eu tinha uma cadelinha que ganhei do amigo da família, o Alex, ele sempre foi muito gentil comigo e quando meu pai fazia alguma coisa contra mim, sendo colocar me de castigo ou me batendo eu ia para o colo do Alex, que me acolhia como um pai carinhoso que eu não tinha mais, eu tinha um carinho enorme por aquele homem.

Mas minha cadela fugiu, procurei por todo o bairro com a ajuda da Dona Maria e do Alex, mas não a achava, chorei muito aquela noite, e no outro dia ouço o grito da Dona Maria e logo fui ver o que era, minha cadela estava no gramado do quintal morta, o seu corpinho estava sem vida e saia sangue da sua boca, aquilo me doeu tanto que me desesperei e fui abraçando pela dona Maria, no mesmo momento chegou meu pai e me tirou dos seus braços e segurou meus ombros me dando um tapa forte da cara.

-Isso foi para ela aprender que não pode fugir, isso é a lição que ela mereceu e você seja homem e aguente isso, sua cachorra teve o que merecia. -seus olhos estavam diferente, fervia de raiva e fúria, hoje compreendi que ele não se referia a minha cachorra e sim da minha mãe, que devia ter tido o mesmo destino.

Já na minha adolescência às coisas só pioravam, a cada dia eu era atacado pelos gestos egoístas e sádicos do meu pai, já compreendia qual era seu trabalho e a cada momento tinha mais nojo do demônio que ele estava se tornando.

Ele insistia em me colocar em aulas de lutas, defensa pessoas e a cada dia eu me distanciava de ser um adolescente comum.

A escola a maioria dos alunos tinha medo de mim, eu não conseguia fazer amigos e com isso me isolava cada mais.

O rei nunca deixou de aceitar o Alex em casa, não sei que relação que eles tinham, mas meu pai o ouvia pelo menos.

Quanto ao meu tio Guto, ele sempre me tratava bem, brincava comigo e trazia minha prima Priscila para me fazer companhia, mas devido as brigas que tiveram ente meu pai, ele foi proibido a vim em casa.

*****

Estava no meu quarto em um dia chuvoso, ouvi musica no meu MP3, quando meu pai adentrou o quarto me fazendo levantar e mandando eu descer, por que iria me levar para dar uma volta. Ele parecia calmo, uma atitude muito diferente do que o habitual.

Fui de carro com ele até o galpão, lá ficava a distribuição de drogas, na infância ele me levava muito lá e os rapazes que trabalhava para ele brincava comigo para me distrair, com o tempo parei de ir, mas estava de volta agora.

Meu pai me levou até uma área embaixo do galpão, tipo um porão, nunca tinha indo lá. Era escuro e rústico, existia várias celas que parecia de prisão, tinha uma mesa de aço no centro e vários instrumentos que nunca tinha visto antes, era assustador lá embaixo, depois descobri que se tratava de uma espécie de sala de tortura.

-Hoje você vai aprender a ser homem. -Meu pai estava em pé me olhando fixo, eu me assustei com aquela frase.

-Prego, trago-os aqui. -Prego era um capanga mais antigo do meu pai, nunca me faltou com respeito, mas sempre fazia tudo que meu pai mandava.

Prego chegou empurrando dois caras os jogando no chão daquela sala, eles estavam com os rostos cheio de hematomas e sangue, mas permaneciam calados.

-Gabriel, esses inúteis me traíram, e a penalidade para traição aqui é morte. Mas quem vai dar essa lição a eles é você, pois sendo meu filho eles também te traíram. -Ele falava alto, seu tom era de um juiz em um tribunal, autoritário e sem nenhum vacilo entre as palavras.

O Prego me entregou uma arma, e indicou o que eu tinha que fazer.

Não, eu não iria matar eles, não podia tirar a vida de ninguém, meu pai estava enganado achando que eu iria fazer isso, sentir repúdio por está segurando essa arma nas mãos.

-Você me ouviu Gabriel, agora mate eles. -Meu pai estava começando a ficar nervoso com minha paralisação diante aquela cena.

-N..não...-Eu forcei uma resposta.

-O QUÊ? -Meu pai soltou um grito alto e grosso, fazendo um eco naquele lugar, meu corpo tremeu com aquele barulho, minhas pernas ficaram moles e meu coração acelerado.

-Não pai, não vou matar ninguém. -Falei jogando a arma no chão, mas não conseguia encarar os olhos do meu pai.

-Não vai? Tá bom então. -Não tive tempo de processar as cenas seguintes, levei um soco na rosto e cair para trás. Prego me puxou para umas das celas e me trancou lá, depois levou os "traidores" pra uma das celas do lado.

Meu pai se aproximou da grade que me prendia e disse.

-Se você também vai querer me trair, então vai se tratado como um inimigo, a única maneira de provar que você merece a liberdade é matar aquelas pragas. Se não sofra até não aguentar mais e morrer aí.

Eles saíram me deixando ali, a cela tinha somente uma privada e com o chão batido de terra, fedia muito, uma mistura de fezes com urina e mofo. Aquele cheiro me deu ânsia de vômito e vomitei.

Tinha uma pequena janela que entrava luz, quando não existia mais claridade naquele local percebia que era noite, dormir ali no chão mesmo e depois fui acordado com um balde de água fria.

Um dos capangas do meu pai, era o Turco, ele era responsável por ser meu carcereiro.

-Esse é seu banho diário, mas tarde te trago sua lavagem. -Eu estava em choque, meu corpo tremia de medo por toda aquela situação.

E foi se passando os dias, semanas e a coisas só pioravam, sentia meus ossos aparecem se destacando na minha pele, o turco todo vez que me dava o "banho" diário, perguntava que eu estava pronto para matar os caras, eu dizia que não, não podia fazer aquilo e assim continuou a tortura.

Mas os caras que eu tinha que matar estavam em uma situação bem pior, a comida e água que era oferecidos à ele eram muito em menos quantidade que a minha e tinham ferimentos grave em seus corpos e ouvia um falar que estava infeccionado.

Uma certa madrugada um deles me chamou.

-Mano, por favor, acabe com nosso sofrimento, meu parceiro aqui está morrendo de dor, sei que você ouve os gritos dele, ele grita tanto que desmaia, eu não aguento mais de fome, sede, eles batem em nós todo dia, o inferno é assim, tira esse sofrimento de nós, por favor.

Comecei a chorar, chorei muito, os gritos do cara ecoava toda madrugada nos meus ouvidos, eu estava ficando doido, não sabia mais o que era real, minha loucura estava cada dia Maia aumentando, precisava escapar dali, pensei em implorar para meu pai me soltar, mas saberia que não iria adiantar.

Um dia o Prego veio até minha cela e mandou eu chegar mais perto, eu estava fraco, não conseguia me levantar e fui engatinhando até ele.

-Nossa chefinho, olha sua situação, não acredito que o rei tá fazendo isso com você. - Ele tinha um rosto triste.

-Cara você precisa fazer o que ele tá te pedindo, olha aqueles dois ali, estão morrendo e em breve você vai também. A cada dia seu pai fica mais furioso com sua teimosinha, estamos tentando convencer ele de desistir disso, mas não vai adiantar. Por favor, mate eles.

Nisso ele me trouxe um pedaço de pão e uma garrafinha de água e saiu correndo dali, dividir o pão no meu e joguei junto com minha água para os meus colegas de cárcere.

-Obrigado meu irmão. -Ele comeu com uma fúria enorme e depois fez o amigo dele comer e beber a água. Eu queria dar a última refeição para eles.

Eu estava à beira da insanidade e me entreguei, fui no meu limite. Eu iria jogar o jogo do rei, se ele quisesse que eu matasse isso que iria acontecer.

Me tornei um assassino aquela mesma manhã, conheci o meu lado obscuro, me tornei o que meu pai me obrigou a me tornar.

Achava que ficaria mais fácil a cada dia, mas não, a tortura não tinha acabado, agora o mal vivia dentro de mim e sempre estava em briga com meu lado humano, acordava de manhã com as cenas de todas as crueldades que fazia em nome do meu pai. Com o tempo me tornei um monstro, aquelas semanas, ou meses, não sabia quanto tempo tinha se passado naquele inferno, tinham me destruído, mudado minha cabeça, tinha pesadelos todos dias e sempre com as mesmas cenas.

Então me tornei o príncipe das drogas ou príncipe do Sul como me chamavam. Eu era respeitado pelos homens que trabalhava com meu pai e às pessoas que conhecia minha fama tinham medo de mim, a cada dia me tornava uma cópia do meu carrasco, até que um dia me tornaria igual ao meu pai.

*****

Continua...

Vamos conhecer um pouco da história do nosso príncipe?

Só eu que tive dózinha dele?

Vou colocar ele no meu colo e o consolar! Rsrs

Bom gente esse capítulo tem continuação, então se preparem para novas emoções.

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Comentários

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Imaginei que Gabriel tivesse sofrido muito para se tornar o príncipe mas não imaginei que fosse tanto... Esse rei se tornou um maníaco e precisa estar internado, preso ou morto. Será que a mãe de Gabriel sobreviveu? E seu irmão? Agora me veio um lampejo que talvez seja pura viagem, mas será que Gabriel e Walace são irmãos? Será que Walace entrou nesta vida para conhecer a sua família?? Ele disse que tinha uma história mas não contou qual era...

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Não demora a postar, todo dia abro esse site pra vê se já tem capítulo novo dessa história que eu sou apaixonado ❤️. Fiquei encucado, vc tem um irmao? 😱😱😱, Gnt quem será, espero que vc faça um capítulo falando sobre ele. E a sua mãe será que ela está viva?

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Um ranço grande do seu pai. Coitado do Gabriel

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