Amor além do tempo ㅡ Cap 16

Um conto erótico de LuCley.
Categoria: Homossexual
Contém 5395 palavras
Data: 09/10/2018 02:39:53
Última revisão: 10/10/2018 22:51:43

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Durante a noite, ficamos acordados e esperando alguma notícia sobre o estado de saúde de minha mãe.

Apesar de estar estável, às cinco da manhã vieram nos informar que ela tinha acabado de sofrer uma parada cardíaca.

Me senti derrotado. Meu pai ajoelhou-se no meio do corredor, na tentativa de pedir ajuda a um ser inalcançável.

Fui até ele o levantando e o abracei. Tentei da forma mais terna possível acolhé-lho em meus braços enquanto ele desabava em um choro sem fim.

Pedi que fosse comigo até o estacionamento.

Lá ele gritou, surtou de uma forma que eu nunca havia visto e culpava meio mundo pelo estado de saúde de minha mãe.

Me senti impotente e esperava alguma intervensão não sei de onde nem de quem.

Me mantive forte da maneira que pude.

Segurei a vontade de chorar, pois eu precisava estar ali, ao lado de meu pai.

Primeira vez em minha vida que o vi tão mexido. Era como se suas forças tivessem sido sugadas.

Ele estava sentado ao lado do carro e vi o Ricardo vindo com seu Otaviano.

Ricardo me tomou em seus braços e seu pai se sentou ao lado do meu na tentaiva de fazê-lo se acalmar. E conseguiu.

ㅡ a Lúcia está bem! Eles disseram que o coração voltou a bater. ㅡ seu Otaviano disse e consegui respirar novamente.

Pedi abrigo em meu porto seguro e alí em seu abraço me ancorei.

Chorei feliz por minha mãe ter lutado tão bravamente.

Uma paz tomou conta do meu coração.

Em um gesto de extremo carinho, senti o Ricardo amarrando meu cabelo em um rabo de cavalo e secou meu rosto com a palma de sua mão.

ㅡ vai ficar tudo bem, você vai ver. Sei que está sofrendo, mas precisa acreditar que ela vai sair dessa. Sua mãe é forte.

ㅡ tenho medo, Cado. Queria estar com ela, agora.

ㅡ calma. O médico disse que vão prepará-la para a cirurgia daqui uma hora. Acho que vamos vê-la um pouquinho. Agora venha comigo. Come alguma coisa ou bebe pelo menos um copo de suco.

ㅡ eu não quero!

ㅡ só um pouquinho, por favor?!

Fomos os quatro até a lanchonete e meu pai disse que conversaria primeiro com o médico.

Pedi um sanduiche e suco. Fui praticamente obrigado pelo Ricardo a comer tudo que estava no prato.

Seu Otaviano disse que a Sabrina chegaria no final do dia pra ajudar. Fiquei emocionado com o gesto de carinho com minha família.

Senti meu celular tocando e era meu tio Paulo. Ele queria saber como estava minha mãe e avisou que pegariam um avião até Santo Amaro no final da tarde.

Conversamos por um bom tempo, mas pedi que não contasse ao meu avô sobre a parada cardíaca de minha mãe, pois o deixaria mais nervoso.

Assim que desliguei, vi meu pai se sentando conosco e disseram que minha mãe estava bem e que ja estavam preparando o centro cirurgico.

ㅡ eu quero vê-la! ㅡ disse e ele pediu pra eu não criar caso.

ㅡ acabei de falar com ela. Te mandou um beijo. Pediram pra ela falar pouco e não é bom que se emocione. Ela está tranquila, agora.

ㅡ não posso nem vê-la de longe?

O Ricardo me puxou pra si e me abraçou. Pediu que eu ficasse calmo e prometi não criar confusão, mas eu queria muito poder dizer que a amava, sentir seu cheiro e segurar sua mão.

ㅡ quer dar uma volta, amor? Pelo menos você se distrai um pouco.

ㅡ aqui por perto, pode ser?

ㅡ pode, claro! Não há nada que possamos fazer por agora. Saímos um pouco e depois voltamos.

Perguntei se meu pai queria ir, mas disse que ficaria por alí.

Saímos do hospital e pedi que fóssemos caminhar um pouco pela praça. Eu precisava de ar puro.

Era quase sete da manhã. As lojas ainda estavam todas fechadas. Vi que iria chover, estava refrescando e senti uma brisa fria.

Caminhávamos em silêncio. Senti ele segurando minha mão e beijando meu ombro, perguntou em quê eu estava pensando.

ㅡ em tudo! A vida é muito curta, Ricardo. Às vezes deixamos de fazer muitas coisas por medo. Ficamos na dúvida se o outro quer o mesmo e, perdemos a chance de ser felizes.

ㅡ é que às vezes o melhor é esperar pra ter certeza que o outro realmente quer...

ㅡ as pessoas tem essa mania de querer tomar decisões pelo outro, ao invéz de perguntar.

ㅡ você está certo!

ㅡ a vida é muito estranha. Uma hora estamos bem e parecemos estar bem, e depois tudo começa a se desmoronar diante de nossos olhos. Fico com medo de deixar coisas mal resolvidas antes de partir desse mundo e lá no final, perceber que poderia ter feito algo e não fiz, por medo ou, porque não tive chance. Será que minha mãe está pensando isso também? Ela deve estar com medo. Deve estar achando que não vai suportar tudo isso e não ter a chance de se despedir...

ㅡ ei, calma! Não pensa no pior. Ela está bem. Essa cirugia vai ser um sucesso. Você vai ver. ㅡ ele me abraçou forte.

ㅡ eu sofri quando sua mãe se foi. Eu sofri duas vezes; por ela e por você. Não quero sofrer novamente. Não agora, é cedo demais, Cado.

ㅡ vem aqui! Deixa eu te abraçar, meu amor!

Fiquei em seus braços e estávamos cercados por lindas flores. Olhei pro lado e vi uma única rosa vermelha desabrochando. Me lembrei da Yoiô e de como ela e minha mãe amavam aquele roseiral e cuidavam dele como se fosse um filho. Tive a certeza que eu não suportaria novamente uma perda e por mais calmo que eu tentava parecer estar, meu coração estava despedaçado.

Me sentei no chão, ao lado da rosa e fui acolhido pelo Ricardo que se sentou ao meu lado. Ele segurou minha mão, beijou meu rosto e meu celular tocou.

Atendi e era seu Otaviano. Disse que estavam preparando minha mãe para levá-la pro centro cirurgico.

Voltamos pro hospital e vi o médico trazendo minha mãe pelo corredor.

Ela estava acordada. Segurei sua mão e perguntei se estava se sentindo bem e vi uma lágrima escorrer de seus olhos quando disse que sim.

Pedi que se acalmasse e meu pai se abaixou a beijando na boca. Um selinho terno e cheio do amor que ele sentia por ela.

Seu Otaviano com seu jeito bobo, pediu pra ela ficar boa logo e que estava proibida de se demorar no hospital. Afinal, quem mais faria os pães que ele amava comer?

Ela sorriu, disse pra ele não se preocupar e o velho desabou a chorar ao lado de meu pai.

Me vendo de mãos dadas com o Ricardo, ela pediu que ele chegasse mais perto e disse para cuidarmos um do outro e nos tratássemos com respeito.

Ele segurou sua mão pequenina e a beijou dizendo que a amava e respeitava como se fosse sua mãe.

Pedindo para nos afastarmos, o cirurgião disse que estava na hora de levá-la.

Entraram pela grande porta e avisei meu tio que ela acabara de entrar em cirurgia.

Ricardo se sentou ao meu lado e me aconcheguei em seu corpo.

Vi que ele estava impaciente e perguntei se estava tudo bem.

Ele se virou de frente pra mim, segurou meu rosto e me deu um beijo carinhoso na boca. Em seguida, disse que iria dar tudo certo.

O beijo não durou muito, mas foi o suficiente pra saber o quanto aquele homem me amava.

Sorri e disse a ele baixinho que meu pai estava bem atrás de nós e ele quase começou a gargalhar.

ㅡ eu sei, mas não resisti. Ele que me desculpe, mas te amo demais.

ㅡ também te amo!

ㅡ está mais calmo?

ㅡ estou! Você é meu porto seguro, cara!

ㅡ ancora seu barco em mim.

ㅡ aham, vou ancorar bem gostoso em você.

ㅡ caramba, não era nesse sentido. Nem aqui você deixa de ser safado? Minha nossa!

ㅡ rsrs, me deixa...está me distraindo.

ㅡ sou só uma distração pra você?

ㅡ não faz me rir, man! Você entendeu!

ㅡ você só me usa, mesmo!

ㅡ claro que não! Não na maioria das vezes...

ㅡ mas...que descarado! ㅡ rimos e ele fez carinho no meu rosto.

ㅡ obrigado por estar aqui!

ㅡ você é meu ma...namorado! ㅡ quase tive um ataque de riso com a confusão que ele fez com as palavras.

ㅡ sou o quê? Me fala!

ㅡ você é chato!

ㅡ sou teu o quê? Kkkk ㅡ meu pai me chamou pra ir até a lanchonete com ele e, disse ao Ricardo que eu já voltava.

Pedimos um capuccino, nos sentamos em uma mesa e ele disse que seu Otaviano estava indo pra fazenda. Pedi que ele fosse também. Ele precisava tomar banho e descansar um pouco.

ㅡ mas e vocês?

ㅡ fazemos o seguinte: o senhor vai, toma um banho, dorme um pouco e quando voltar, o Ricardo e eu vamos. Tudo bem?

ㅡ tudo bem. Sei que vocês estão cansados.

ㅡ estamos, mas o senhor está aqui há mais tempo que a gente. Vou chamar o Ricardo pra ir até o estacionamento e ficamos um pouco no carro.

ㅡ tudo bem. Ah, eu vi aquele beijo, viu?

ㅡ hum...está bravo?

ㅡ não! Estou feliz em saber que ele te ama. Os olhos dele chegam a brilhar quando olham pra você. Sabe, eu só quero que você seja feliz e que sua mãe esteja aqui pra viver cada momento contigo.

ㅡ ela estará! É o quê eu mais quero também!

Seu Otaviano disse que estava indo e meu pai o acompanhou até a fazenda.

Deixei avisado na recepção que o Ricardo e eu estaríamos descansando no estacionamento e a recepcionista pediu o número do meu celular. Fiquei mais tranquilo.

Antes de sairmos, vi a enfermeira vindo no corredor e disse que até o momento, estava tudo bem no centro cirurgico.

Entramos no carro e fomos para o banco de trás. Ele trancou as portas e tirei minha camisa.

Peguei um pacote de lenço umedecido na minha mochila e limpei meu rosto, tórax e braços. Fechei meus olhos, relaxando um pouco. Senti a ponta de uma língua safada em meus lábios e sorri o trazendo pra mim. Seus braços envolveram minha cintura e o abracei.

ㅡ estou precisando de um banho. ㅡ ele disse e beijeo seu pescoço.

ㅡ está precisando que seu homem te dê um banho. Assim que meu pai voltar, vamos pra fazenda dormir um pouco.

ㅡ tudo bem. Lipo?

ㅡ o quê foi? ㅡ seja lá o quê tinha pra me dizer, hesitou.

ㅡ não...nada! Só me abraça!

Pegamos no sono e quando acordei. Ouvi o celular do Ricardo tocando e tirei do seu bolso atendendo.

Era a Sabrina. Fiquei feliz quando ela disse que estava embarcando e que meu tio e avô estavam com ela. Se encontraram no aeroporto.

Pedi que me avisasse quando chegassem, mas ela disse pra não me preocupar, pois pediriam um táxi até o hospital.

Uma hora e meia depois, eles chegaram.

Guardei suas malas no carro do Ricardo e entramos pra ver se havia alguma notícia da minha mãe e disseram que estavam tudo bem.

Ficamos na sala de espera e meu avô estava preocupado e impaciente. O confortei e ele disse que ficaria para fazer companhia à minha mãe durante sua recuperação. Seria ótimo minha mãe ter com quem conversar.

A cirurugia durou sete horas. Meu pai e seu Otaviano voltaram antes da cirurgia acabar e uma hora depois, vimos o médico vindo em nossa direção com um sorriso no rosto. A cirurgia foi um sucesso e minha mãe já estava na UTI. Ainda respirava com a ajuda de aparelhos, mas os batimentos cardíacos estavam controlados.

Uma energia boa parecia correr pelo meu corpo. Era como se tudo estivesse voltando de novo ao normal.

Todo aquele pesadelo estava passado e perguntei se poderíamos vê-la, mas disse que só no dia seguinte.

A enfermeira nos aconselhou irmos pra casa e descansar. Disse que me ligaria caso surgisse alguma eventualidade.

Seu Otaviano estava abraçado com meu pai e era uma cena pra lá de bonita.

Fomos todos para a fazenda.

Seu Otaviano pediu que todos ficássemos na casa grande e também disse que já havia contratado a Bernadete pra ficar com minha mãe em casa e a ajudasse no que fosse preciso.

Agradeci meu sogro pelo apoio que estava nos dando e pediu que eu o acompanhasse até o escritório.

ㅡ o senhor é um homem muito bom, patrão. ㅡ disse e ele pediu que eu me sentasse.

ㅡ vou morrer e você vai continuar me chamando de patrão. Onde já se viu isso?!

ㅡ desculpa, é o costune. O senhor quer me falar alguma coisa inportante?

ㅡ quero, sim. Eu estava conversando com o Guto e meio jogando no verde, disse que esperava chegar em Erculano e ver você e o Ricardo casados...

ㅡ e o quê ele disse?

ㅡ que teve uma conversa com o Ricardo sobre você e, o besta do seu namorado ainda só não te pediu pra ir morar com ele, porque tem medo de que você assuma um compromisso tão jovem e se arrependa com o tempo. Por ele ser mais velho. Ele acha que vocês devem namorar mais um pouco...

Fiquei em silêncio por alguns minutos. Ele se levantou de sua cadeira e veio se sentar ao meu lado. Pra mim, tudo parecia tão simples e descomplicado, mas na cabeça do Ricardo, eu era novo demais. Eu até entendia o quê na verdade ele sentia. Na cabeça dele, era como se ele estivesse tirando minha juventude. Ele sempre seria catorze anos mais velho, mas e daí?

Respirei fundo e seu Otaviano segurou minha mão.

ㅡ só estou te dizendo isso, pra você não ficar pensando coisa que não deve, filho.

ㅡ obrigado. Ele não percebe que está praticamente morando comigo? Porque só falta ele levar os móveis lá pra casa. Meu armário está cheio de roupas dele. Tem de tudo um pouco.

ㅡ é, eu vi.

ㅡ droga! Que cabeça dura! Não sei o quê fazer por agora. Ainda mais com tudo isso que está acontecendo com a minha mãe...

ㅡ espera essa tempestade passar e conversa com ele.

ㅡ ele já tinha me falado que quando a Yoiô se foi, só não ficou comigo porque me achava novo demais e pensava ser errado. Só que não imaginei que ele levasse essa nossa diferença de idade, tão em consideração. Caramba! Gosto dele, seu Otaviano. Demais! Gosto tanto que em uma conversa com a Yoiô no dia do meu aniversário de dezoito anos, contei a ela. Porque eu não aguentava mais.

ㅡ ela nunca me disse...

ㅡ era tão maravilhosa que não contou nem pro Ricardo. Em respeito ao que eu sentia e sinto por ele. Me desculpa o jeito de falar, mas nunca fui nenhum santo. Fiquei com muitos homens enquanto morei na Capital, mas era seu filho quem fazia meu coração bater mais rápido. Eu não via a hora dele me ligar pra gente conversar. Esperei por ele. Respeitei o amor que sentia por ele e nunca entreguei meu coração a quem quer que fosse.

ㅡ é um amor além do tempo! Foram nove anos de espera da sua parte. Sei bem disso!

ㅡ e ele ainda acha que sou novo demais pra morarmos juntos? Se uma coisa que tenho certeza mais que absoluta nessa vida, é que amo seu filho!

ㅡ fala isso pra ele! Não hoje e nem agora. Mas quando tudo isso passar, conversa melhor com ele.

ㅡ eu vou. Ele precisa entender que não pode tomar decisões por mim. Sei que faz com as melhores das intensões, mas não cabe a ele decidir. Bom, eu vou aproveitar que estão todos aqui e que meu pai está com meu avô, pra descer com o Ricardo lá em casa. Quero tomar banho e tirar essa roupa de hospital.

ㅡ vou mandar fazer um jantar pra gente. Coisa simples.

ㅡ obrigado por ter me falado. Eu realmente cheguei a pensar que ele não queria mais ficar comigo. O quê é muito contraditório, já que praticamente está vivendo lá em casa. Tanto que sugeri contratarmos uma cozinheira pra nós dois. Ele faz todas as refeições no meu apartamento. Enfim, preciso resolver isso logo. Dei até umas indiretas pra ver se ele se toca.

Antes de eu sair do escritório, seu Otaviano disse pra eu ficar na fazenda o tempo que precisasse. Agradeci a compreensão, mas deixei avisado que voltaria para Erculano assim que minha mãe voltasse pra casa.

Voltamos pra sala e vi que o Ricardo estava conversando com meu pai.

Perguntei se ele não queria descer até em casa pra tomarmos banho e conversarmos um pouco.

Assim que chegamos, deixei minha mala no quarto e comecei a tirar minha roupa.

Ele me viu nu e veio até mim. Me encostou na parede segurando meus braços abertos e beijava minha boca com uma vontade que até então, eu desconhecia.

ㅡ porque você me faz perder a cabeça desse jeito, heim? ㅡ ele disse enquanto mordia meu pescoço e sarrava seu corpo no meu.

ㅡ porque eu sou o homem da tua vida. O único que te amou por nove anos e que foi leal a esse sentimento. Sou o único que despertou em você um amor tão foda, que te fez voltar só pra estar aqui e agora.

ㅡ convencido! Mas é a mais pura verdade!

ㅡ sou o Cara! Seu Cara!

ㅡ só meu! Tesão demais te ver assim. Adoro teu corpo, teu jeito sexy de caminhar quando está nu e, quando você tira a roupa e me olha, parece dançar pra mim. Fico doido pra sentir você entrando em mim. ㅡ virei ele de costas e contemplei seus músculos se containdo a cada toque meu.

ㅡ na correria de vir pra cá, eu não trouxe camisinha. ㅡ disse e ele começou a rir.

ㅡ kkkkk, não acredito! Nadinha?

ㅡ nadinha, Cadão! Mas vamos pro banho, vou fazer uma massagem bem gostosa em você, vai gostar. E quero uma também, daquele jeito que você sabe fazer. Bem gostosinho...

Guiei ele até o banheiro. Estávamos abraçados. Tomamos banho e iniciamos uma brincadeirinha gostosa em baixo do chuveiro e terminamos na cama.

Ele deitou de brussos e pedi que empinasse bem a bunda. Abri suas nádegas e vi piscando um cuzinho rosado, lindo e convidativo. Entrei nele com a língua. Alí fui bem recebido e caí de boca naquele pedacinho delicioso de carne. Nos amávamos conforme nossos corpos pediam e vindo sobre mim, me virou de brussos na cama e com a língua invadiu minhas pregas sem pena. Delirei com a ousadia. Gemi alto por ele, que meteu dedos em mim; me deixando todo excitado.

ㅡ quem é meu ativo que gosta de gozar pelo cu? ㅡ ele peguntou ao pé do meu ouvido e senti um tesão do caralho.

ㅡ eu! Continua que ta gostoso, meu macho! Me faz seu puto, Cadão! Me fode gostoso! Assim! AHH! Que delícia!

ㅡ safado! Não vou tirar os dedos de você, mas vou bater e gozar na sua bunda.

ㅡ faz o quê quiser comigo, cara! Sou teu brinquedinho, hoje e sempre!

ㅡ está fodido! Kkkk

ㅡ nem ligo, ta bom pra caralho! Kkkkk

Caímos exaustos. Outro banho rápido e estávamos no meu quarto, deitados e vendo tv, quando meu pai entrou e perguntou ainda no corredor, se poderia entrar. Disse a ele que sim e o vi botando a cara na porta todo sem graça.

Perguntei se estava tudo bem e me sorriu dizendo que haviam ligado do hospital dizendo que minha mãe já estava respirando sem a ajuda dos aparelhos; estava somente com uma máscara de oxigênio.

Pulei da cama e o abracei. Ricardo se levantou e me virei lhe dando um abraço apertado. Ele me olhou nos olhos e disse:

ㅡ eu disse que ia ficar tudo bem, não disse? Pode voltar a sorrir de novo!

ㅡ melhor presente de aniversário do mundo, Cadão!

Meu pai estava radiante e contou que a sedaram. Ela só acordaria no dia seguinte.

Fiquei emocionado em saber que a teria em meus braços novamente.

ㅡ eu não vim atrapalhar o sossego de vocês, mas o jantar já está servido.

ㅡ obrigado, pai. Já vamos subir.

Ele se foi e me lembrei das obrigações do Ricardo com a fábrica. Seria incrível ficarmos na fazenda, mas os negócios o esperavam em Erculano.

Conversamos e, depois de visitar minha mãe no hospital, ele voltari e retornaria no sábado.

Logo pela manhã, fomos todos para o hospital.

Minha mãe ainda dormia, mas acordou antes do almoço.

Conversei com a enfermeira e perguntei se o Ricardo poderia vê-la, pois precisava voltar para casa.

Ela conversou com o médico e pediu que não demorasse mais de dez minutos e ele entrou.

Esperamos por ele e quando o vi no corredor, vi que limpava os olhos.

Perguntei se estava tudo bem e ele disse que ela estava ótima.

ㅡ nem parece aquela pessoa que vimos ontem. Está corada e sorridente. Eu disse a ela que você vai ficar até domingo. Ela ficou tão feliz.

ㅡ não vejo a hora de vê-la. Está chorando, Cadão...

ㅡ bobagem! Lembrei da Yoiô e não queria te ver sofrendo, como sofri, só isso! Mas agora ela está bem.

ㅡ espero que permaneça assim por muitos anos. Cado, cuidado com a estrada. Se sentir que está pegando no sono, pare o carro. Está me ouvindo?

ㅡ não se preocupe! A viagem é rápida. Volto pra te buscar. Preciso da chave do seu Ap.

ㅡ claro! Se puder deixar as janelas abertas durante o dia, te agradeço.

ㅡ pode deixar. Bom, vou me despedir de todos e pegar estrada. Vou sentir tua falta.

ㅡ também vou sentir tua falta, man!

Ele se despediu de todos e fui com ele até o estacionamento. Entrei no carro, me sentei no banco do carona e ele segurou minha mão. Disse que logo chegaria sábado e confesso que preferia que ele ficasse comigo.

ㅡ não faz essa cara, como se eu estivesse voltando para os Estados Unidos.

ㅡ rsrs, só estou chateado.

ㅡ não fique! Volto no sábado pra te dar os parabéns!

ㅡ rsrs, vinte e quarto anos. Agora ja sou um homem adulto. Uau!

ㅡ kkkk, bobo. Precisa de dinheiro?

ㅡ não, meu amor. Obrigado! Vai, antes que eu te amarre aqui.

ㅡ te amo, meu Gigante!

ㅡ te amo mais!

Me senti estranho quando me vi sem o Ricardo ao meu lado.

Entrei no hospital e estavam esperando por mim.

Meu pai disse que minha mãe queria falar comigo e a enfermeira veio me vestir.

Entrei na UTI e ela estava deitada. A máscara de oxigênio cobria sua boa e nariz. Segurei sua mão e a vi sorrindo.

Perguntei se estava sentindo dor e com a mão, fez um gesto de "mais ou menos."

Ela levou a mão até sua boca e tirou o oxigênio e, me olhando nos olhos, disse:

ㅡ pensei que nunca mais veria esses olhos azuis novamente. ㅡ me segurei pra não chorar. Não queria que ela ficasse nervosa, mas não consegui.

ㅡ nunca mais nos dê outro susto desse! É uma ordem dona Lúcia!

ㅡ chora não! A mãe está bem! Se eu te falar que ouvi eles serrando meu peito, você acredita?

ㅡ cruzes! Sério?

ㅡ sério! Como você diz: foi bem doido!

ㅡ kkkkk, sempre falo isso! Que estranho, mãe.

ㅡ é! Seu pai está bem?

ㅡ está! Agora, ele está.

ㅡ o Ricardo já foi?

ㅡ acabou de sair. Eu estava no estacionamento me despedindo dele.

ㅡ é saudade que eu vejo aí, em seus olhos?

ㅡ rsrs, pode ser! É como se me faltasse o chão. O pai surtou quando a senhora teve aquela parada cardíaca. Juro que nunca o vi tão desesperado.

ㅡ fala pra ele que estou bem. Se tudo der certo, vão me transferir pro quarto amanhã. Acho que até sábado recebo alta. Comprei seu presente de aniversário, está no meu armário, caso querira saber o quê é, pode abrir.

ㅡ muito obrigado! Nem precisava. Meu presente é a senhora estar bem.

Minutos depois, ela adormeceu enquanto conversávamos. Chamei a enfermeira e, vi aplicando no acesso, um remédio pra dor.

Dei um beijo em sua testa e fui ficar com meu pai. Perguntaram se ela estava bem e ficaram todos felizes quando eu disse que conversamos bastante sem ela se cansar, mas que acabou adormecendo.

Durante a semana revesei as visitas com meu pai, seu Otaviano e a Sabrina. Sempre íamos os quatro pra cidade.

Finalmente a levaram para o quarto e conversando com o médico, fui informado de que ela teria que fazer repouso por noventa dias.

A parte mais engraçada, é que quando o médico chamou meu pai pra dizer que eles não poderiam "namorar" durante esse tempo, vi a cara de frustração do meu coroa.

Assim que o médico saiu, fui conversar com ele.

ㅡ relaxa, coroa! Noventa dias passam rápido! ㅡ disse e ele ficou me encarando.

ㅡ estou relaxado, seu moleque!

ㅡ kkkkk, sei!

ㅡ relaxa, você também!

ㅡ nossa, vai tirar da minha cara agora?

ㅡ pela sua cara, deve estar quebrando parede!

ㅡ kkkkkk! Pelo menos vou tirar o atraso no sábado. Ja o senhor? Só ano que vem, se abusar!

ㅡ nunca te bati, quer saber como é?

ㅡ kkkkkk, desculpa!

ㅡ vai rindo...vai! Como ele está?

ㅡ Ricardo?

ㅡ sim, quem mais seria?

ㅡ está bem. Está dormindo no meu apartamento.

ㅡ está com saudades?

ㅡ bastante! Ele é meu porto seguro, minha âncora...

ㅡ sua mãe é tudo isso na minha vida.

ㅡ e por quê falhou com ela anos atrás? ㅡ ele me olhou de um jeito triste e pensei que iria brigar comigo, mas não.

ㅡ porque brigamos. Mas fui imaturo e babaca. Eu não aceitei o fato dela querer trabalhar e ela bateu de frente comigo. Me senti ofendido. Vim pra cidade, bebi e fiz besteira. Me arrependi, contei pra ela e recebi o maior sermão da minha vida. Na verdade, o segundo maior...

ㅡ qual foi o primeiro?

ㅡ quando você se assumiu pra mim e desabafei com ela dizendo que não queria te imaginar se deitando com um homem.

ㅡ isso é coisa minha e de quem está se deitando comigo.

ㅡ foi o quê ela me disse; entre outras coisas. E agradeço à ela por isso, ou hoje eu não olharia pra vocês com esse orgulho que sinto por se amarem tanto.

ㅡ obrigado! Significa muito pra mim! De verdade!

ㅡ te amo, grandão! Vem tomar um café com meu velho pai...

Meu pai realmente estava se tornando uma pessoa melhor. Suas atitudes faziam com quê eu me sentisse mais amado, acolhido e aceito.

Tudo que eu mais queria, era poder olhar em seus olhos e ter uma conversa franca com ele sobre tudo relacionado à minha vida e, estava tando tudo certo.

Minha mãe teve alta no sábado de manhã. Ela estava ótima. Era como se não tivesse acontecido absolutamente nada.

Eu estava no quarto com a Sabrina e enquanto minha cunhada ajudava minha mãe se vestir, aproveitei pra mandar mensagem pro Ricardo.

Dei bom dia. Perguntei se ele estava bem e que me avisasse quando saísse de Erculano, mas ele não me respondeu de imediato.

Meia-hora depois, ele me mandou uma mensagem dizendo que estava ocupado com uma papelada e que a Jordanna estava ajudando a separar tudo pra ele poder pegar estrada assim que a fábrica fechasse. Disse também que estava com saudades e que só pensava em mim.

Sorri quanto terminei de ler e me vendo com cara se bobo, a Sabrina veio até mim e disse que ele logo chegaria.

ㅡ é tão óbvio que sinto a falta dele? ㅡ perguntei e ela ria feito uma boba.

ㅡ muito! Já ajudei sua mãe a se vestir.

ㅡ e a cicatriz?

ㅡ está bem cicatrizado. Ela não se incomodou. Pensei que ficaria chateada.

ㅡ ainda bem que não. Tudo que ela não precisa nesse momento é sentir vergonha do seu corpo. Vamos? Meu pai deve estar doido lá em casa.

ㅡ porque ele não veio?

ㅡ porque ela vai ficar no meu quarto. Ele ficou pra trocar as camas de lugar. Meu quarto é mais ventilado e iluminado.

ㅡ entendi. Podemos ir!

Ajudei minha mãe a entrar no carro e perguntei se ela queria comprar alguma coisa pela cidade, mas disse que não.

A Sabrina foi com ela no banco de trás. Fomos conversando e eu dirigia devagar por causa da estrada que dava acesso à fazenda; as pedras eram de basalto e dava muito solavanco.

De longe vi a porteira aberta. Entrei com o carro na garagem e só então percebi que havia um Jeep preto estacionado logo à frente, debaixo de uma àrvore.

Fiquei confuso. A Sabrina viu que eu estava encarando o carro e sorriu dizendo que era o Ricardo.

Olhei em direção à casa e vi meu pai e o Ricardo subindo para nos encontrar.

ㅡ vai, filho! Seu pai e a Sabrina me ajudam.

E fui! Desci do carro e tentando me controlar, fui até ele. Vi meu homem sorrindo da maneira mais fofa possível.

Não resisti quando o vi de braços abertos e me joguei neles.

ㅡ puto de minha vida! ㅡ disse e ele se ria, me segurando pela cintura.

ㅡ sentiu saudades do seu homem? ㅡ ri demais dele falando baixinho no meu ouvido, com medo de meu pai escutar.

ㅡ senti! Não vi a hora de beijar essa boca de novo.

ㅡ então me beija!

Segurei seu rosto e tomei conta dos lábios que eram meus por direito.

Disse que o amava, que senti saudade e que estava morrendo de vontade de trepar com ele.

Quando abri os olhos, vi os outros funcionários saindo do galpão. Certamente haviam presenciado nosso beijo, mas fingiram que não viram.

Rimos da situação e ele me levantou do chão.

ㅡ te amo, danado! Trouxe roupa pra você. Comprei umas camisas novas, moletons estilo swag. Vai gostar. ㅡ ele disse e entrelacei seus dedos nos meus.

ㅡ muito obrigado!

ㅡ feliz aniversário! Te amo mais que tudo. Não sabe a felicidade que sinto quando te olho nos olhos.

ㅡ poxa, man...não me faz chorar.

Meu pai, minha mãe e a Sabrina passaram por nós e se riam com meu jeito.

Fomos todos até em casa. Seu Otaviano esperava minha mãe na varanda com um buquê de flores e, claro, nos emocionamos com sua gentileza.

Havia flores pela casa toda. Minha mãe adorou. Lhe dei um beijo de boas-vindas e me olhando, disse que estava feliz por estar novamente em casa.

O Ricardo a abraçou, disse estar feliz por sua recuperação e se olharam de uma forma carinhosa.

ㅡ a senhora quer alguma coisa? ㅡ perguntei.

ㅡ nada, obrigada! Vai ficar com o Ricardo. Ele deve estar com saudade.

ㅡ rsrs, valeu!

Ele estava na varanda me esperando. Estiquei meu braço o levantando e pedi que déssemos uma volta pela fazenda.

De mãos dadas, fizemos uma caminhada pelos pastos, fomos até o parreiral e depois, encontramos o pessoal trabalhando e nos olhavam surpresos.

Cumprimentamos o pessoal e agradeci a surpresa por ele ter voltado mais cedo.

ㅡ pensei que você chegaria só no início da noite. Bom te ver aqui. ㅡ disse e, me pegando pela cintura, me virou de costas e me abraçou.

ㅡ eu estava pensando em vir depois do almoço, mas você não imagina a saudade que estou. Senti falta do teu cheiro, do teu beijo, do teu corpo colado no meu e senti falta de fazer amor contigo. Vou te levar na cidade depois do almoço. Quer?

ㅡ quero! Preciso mesmo dar uma relaxada nas ideias...

Voltamos pra casa e almoçamos.

Tudo estava em seu devido lugar novamente. Era maravilhoso ver que meus pais estavam tão unidos e felizes.

Agradeci à vida por ter deixado minha mãe mais tempo conosco e, fui na varanda matar a saudade nos braços do meu amor...

*

*

*

Continua...

Muito obrigado por lerem e pelos comentários! Adoro vocês! Desculpa ser breve, mas estou realmente exausto. Até o próximo e abraços! 😉✌

Happy Pride!! 🌈

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Comentários

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Capítulo incrível. Que bom que Tudo deu Certo. 🌷💜😘

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Capítulo digno de aplausos. Você é um escritor nato. Avancemos...

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O amor serve como abrigo, força e perseverança.

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Nossa que emocionante, Dona Lúcia e uma Guerreira, como maravilhoso seus contos 💙💙💙💙

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Não aguento mais chorar !!!! Que capítulo!!!!! A felicidade que senti quando vi a notícia de dona Lucia bem foi tão intensa que parecia que ela era minha mãe... Fiquei maravilhado com este capítulo!!!! Agora espero que Cado pea logo o Lipo em casamento... kkkkkk

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Nossa muitas emoções nesse cap. e que bom que tudo correu bem na cirurgia...

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Fiquei feliz ,pela mãe do lipo mesmo me acabando de chora ,minha mãe também ficou feliz e te agradece pela sua linda história .

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SIMPLESMENTE EMOCIONANTE. SEM MAIORES COMENTÁRIOS SE NÃO EU CHORO.

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