EU TE AMO 1 (Informação)

Um conto erótico de CARPE DIEM*
Categoria: Homossexual
Contém 7847 palavras
Data: 28/09/2018 18:58:26
Última revisão: 28/09/2018 21:41:06
Assuntos: Amigos, Amor, Gay, Homossexual

Quem acompanhou/leu um pouco mais sobre a minha história, sabem que tudo o que foi escrito/contado por aqui, me aconteceu em 2010, e postado no site em 2012. Em 2018, resolvi apenas revisar alguns trechos para que nenhuma situação descrita ficasse muito confusa. O tempo passou e, diversas coisas surgiram na minha vida durante todos esses anos...

Então, para concluir realmente minha jornada no site, decidi reunir os momentos mais importantes que vivi. Para contar um pouco mais sobre a minha vida, preciso falar sobre algumas pessoas que estiveram comigo por todo esse período, porque o meu caminho passa diretamente por elas. Claro que é impossível lembrar-se de tudo, porque já se passou muito tempo, mas acredito que consegui escrever tudo o que mais me marcou durante esses anos.

O conto está dividido em duas partes devido o tamanho. Lembrando que sobre o ano de 2011 e 2012 já mencionei anteriormente. Então, do ano de 2013 a 2015 estará na primeira parte e, o restante na segunda...

Sempre que abaixo de cada trecho/parágrafo/parte estiver acompanhado do sinal (***), significa que já estou falando de outro assunto ou outra pessoa... É isso! Ignorem os erros, o modo de escrever e, vamos em frente.

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2013*

Um novo ano começava no meu caminho. O meu coração permanecia repleto de pensamentos positivos. Portanto, ser feliz era o meu grande objetivo e, eu perseguiria essa meta até o fim. O meu relacionamento seguia muito bem, obrigado. Por isso, sem grandes preocupações na nossa vida. Dessa forma, nós planejamos todas as nossas possibilidades e, decidimos viajar para curtir o carnaval em outro estado, respirar novos ares... Enfim, aproveitar ao máximo cada momento. Sempre gostei desse clima de festa, especialmente em comemorar ao lado dos meus amigos, mas naquele instante seria apenas nós dois em qualquer canto do Brasil. Claro que poderíamos permanecer no RJ sem nenhum problema. Afinal, aqui sempre foi um lugar muito agitado (em todos os sentidos). Porém, dessa vez nós desejávamos está em outras cidades diferentes. Por fim, resolvemos seguir antes da folia para relaxar e, conhecer o ambiente sem qualquer ‘bagunça’ a nossa volta. Então, o tempo ‘voou’ rapidamente e, alguns dias depois, nós seguimos para MG.

Edu – Juro que está sendo difícil demais acreditar que finalmente estamos sozinhos. Tem certeza que isso não é um sonho? Estou com medo de olhar para trás, e ver todo mundo aqui.

Eu – Eita!!! Se quiser, posso te beliscar agora para você entender que tudo isso aqui é real. Relaxa Edu e, tenta curtir esse momento sem paranoias. Ok?

Edu – Engraçadinho! Nem pense nisso. Diga o que quiser, mas você sabe que estou falando a verdade. Isso é algo raro na nossa vida e, merece até uma comemoração.

Eu – Ok. Dessa vez serei obrigado a concordar contigo. Ás vezes, temos que preservar um tempo só para nós dois. Então, eu estou muito feliz por viver esse momento ao seu lado.

Edu – Ahá! Finalmente admitiu que estou certo!!! Agora sim, estamos evoluindo de verdade. Sabe? Eu deveria ter gravado você me confessando essas coisas, mas na próxima vez farei isso, pode apostar.

Eu – Nossa! Até parece que eu sou esse cara tão ‘frio’ assim. Sei que preciso tratá-lo melhor ás vezes, mas meu amor por você é sincero. Então, sem dramas. Ok?

Edu – Nem sei se mereço todo esse amor, mas ainda bem que eu tenho você ao meu lado. Não desiste de mim, ok? Prometo que vou tentar consertar todos esses erros e, fazê-lo muito feliz.

Eu - Acho que eu quem deveria gravá-lo dizendo todas essas coisas agora. Então, já que você deseja realmente me fazer feliz... Comece não tocando nunca mais nesse assunto, tudo bem? Nossa viagem deve ser inesquecível. Por isso, vamos esquecer tudo e, focar em nós dois apenas.

Pensar em todo o sofrimento que vivi quando estivemos separados, me deixava muito chateado. Aquela traição me machucou profundamente, mas eu queria esquecer essa história de uma vez por todas e, se quiséssemos realmente recomeçar uma nova fase, teríamos que seguir em frente sem a sombra dessa grande decepção. Enfim, chegamos ao nosso destino. Imaginem a diferença: Saímos da agitação do RJ para está na tranquilidade de MG. Inicialmente, a paz daquele lugar me conquistou, mas minha expectativa permanecia fixa no carnaval. Apesar de gostar desse clima de festa... Essa época do ano sempre era bem perigosa, porque frequentemente aconteciam várias ‘confusões’, às vezes, fatais. Então, não queria arriscar a nossa vida por demonstrar certos sentimentos excessivamente, principalmente por estarmos em território desconhecido. Portanto, seria muito importante agirmos discretamente para conseguirmos nos divertir sem grandes preocupações.

Então, aproveitamos todas as maravilhas daquela cidade histórica, repleta de belas paisagens, e de pessoas muito receptivas, especialmente a culinária que era algo divino... Realmente tudo delicioso rsrs. Todos os dias que passamos por ali foram muito divertidos e especiais. Momentos marcantes que nunca esqueceríamos. Por fim, o tempo seguiu e, rapidamente a folia começou. Claro que foi um carnaval muito diferente do qual estávamos habituados... Uma festa bem tradicional, mas também muito envolvente e alegre. Dessa forma, curtimos demais esse período tão festivo e, infelizmente a nossa pequena viagem já se aproximava do fim, porque dentro de poucos dias, retornaríamos para a nossa casa.

Eu – Se eu não estivesse tão acostumado com o clima do Rio... Juro que poderia ficar por aqui sem nenhum problema. Adorei conhecer esse lugar tão lindo, mas agora a nossa casa nos espera.

Edu – Então, nós podemos voltar quando você quiser, mas que tal aproveitar mais um pouco? Ainda temos algum tempo. Agora, confie em mim, tudo bem? Vem comigo... Tenho algo para te mostrar.

Infelizmente, o tempo passava rapidamente, mas decidimos ‘turistar’ por mais algumas horas. Que mal teria nisso? Não imaginava o que seria essa tal ‘surpresa’, pois o Edu estava tão misterioso, fazendo suspense a todo instante. Por isso, para não estragar o clima, resolvi acompanhá-lo sem muitos questionamentos. Está ao seu lado me fazia bem, me sentia completamente feliz perto dele. Mesmo diante de tantos problemas enfrentados, juntos nós éramos muito mais fortes. Rapidamente, chegamos num dos lugares mais fantásticos da nossa viagem: Uma cachoeira rodeada por belas paisagens. Para completar aquela vista encantadora, o pôr do sol surgia lindo e quente, rsrs. O que mais eu poderia querer? Sem dúvida nenhuma, vivi um momento inesquecível numa cidade totalmente incrível.

***

De volta ao Rio... A realidade nos aguardava. Naquele instante, o meu único desejo era que todas as coisas fluíssem perfeitamente no nosso caminho. Enfim, o nosso relacionamento nunca foi um segredo, mas também não divulgávamos a nossa intimidade para o mundo inteiro. Por mais que tentássemos preservar a nossa união... Vez ou outra algo acontecia para nos desestabilizar completamente. Num dia qualquer, fui convidado para passar um tempo com a família do Edu... Algo muito natural, já que nós seguíamos convivendo em harmonia. Desde o inicio da nossa relação, uma das primeiras pessoas que gostei de conhecer verdadeiramente naquela casa, foi o irmão dele, que na época, ainda era uma criança inteligente e comunicativa, mas um garoto sem nenhuma maldade no coração. Talvez por esse motivo, sempre evitávamos manter todo tipo de afeto na sua frente. Durante todos esses anos, nós conseguimos desenvolver um convívio muito bacana e sincero. Eu percebia a confiança em seu olhar e, por diversas vezes me sentia como o seu irmão mais velho, jogávamos futebol juntos, ensinava-o nas lições da escola... Enfim, a nossa convivência era maravilhosa.

As horas passavam rapidamente... Logo, anoiteceu. Então, contrariando o desejo do Edu, decidi ir para casa. Quando estávamos perto da sua família, nós tentávamos agir com descrição e respeito, mas às vezes acabávamos perdendo o controle de toda a situação, rsrs. Então, seguimos para o seu quarto para nos “despedirmos” corretamente, hahaha. Tudo terminaria dessa forma romântica, tranquila, com muitos beijos e caricias, mas a minha vida sempre foi muito complicada, infelizmente. O clima entre nós estava perfeito e fervendo, rsrs... As coisas aconteceram tão de repente... Que não houve tempo para evitar ou disfarçar aquela cena constrangedora... Em questão de segundos, o irmão dele entrou por aquela porta (que por falha nossa não nos lembramos de trancá-la como deveria ser feito). Resultado? Totalmente flagrados num momento de muita intimidade. Que vergonha! Como explicar aquele episódio para uma criança? Porque essas coisas só aconteciam comigo?

Ah! Se eu pudesse apagar definitivamente essas cenas lamentáveis da minha vida. Imaginem a confusão. Não sabíamos o que dizer naquele momento. Claro que não estávamos nus, mas permanecíamos juntos de uma forma bem sugestiva, muito intima. Enfim, não havia desculpas... Erramos feio por nunca ter mencionado nada sobre a nossa relação, mas já estava feito. Nossa intenção nunca foi magoá-lo, nem confundi-lo e, perceber que toda a confiança que ele sempre depositou em nós, foi terrivelmente quebrada... Porque tudo tão difícil? Que situação mais complicada. Então, seguindo os conselhos da sua família, decidimos ficar um tempo longe dali até que toda essa história fosse corretamente assimilada. Infelizmente, aquela seria a hora de sairmos de cena.

Edu – Você tem noção do que acabou de acontecer? Por um descuido... Olha só a confusão que a gente se meteu. E agora, como vamos sair dessa enrascada?

Eu – Sinceramente, eu não sei. Não estava preparado para enfrentar esse tipo de situação nesse momento. Ele tinha todo o direto de saber sobre a gente. Difícil ter que admitir, mas a culpa é toda nossa.

Edu – Cara... Estou me sentindo tão mal com essa história. Era o meu dever cuidar dele e, não decepcioná-lo dessa forma. Como vou consegui viver em paz sabendo que o meu próprio irmão me odeia?

Eu – Ei. Não fala bobagens. Ele te ama demais, e tem muito orgulho de você. Edu, o seu irmão é apenas uma criança. Logo ele vai esquecer essa história. Ok? Não fique se culpando mais.

Claro que eu acreditaria até o fim na resolução desse problema, mas contrariando todos os meus desejos, o irmão dele não queria mais nenhuma aproximação conosco. Infelizmente, nós permanecemos bem distantes um do outro por um bom tempo, mas os dias seguiam rapidamente... Logo, não poderíamos ficar estacionados no mesmo lugar, lamentando tudo o que foi perdido, porque a vida continuava. Mesmo chateados com essa situação... Agora, era a hora de ir em frente, sem olhar para trás. Dessa forma, para evitar mais atritos desnecessários, eu recusava todo e qualquer convite para está junto da família dele. Nem sempre a realidade seria tranquila para todo mundo.

***

Por fim, o Edu e a Clara já caminhavam para a reta final na faculdade. Enquanto ela demonstrava está muito ansiosa e feliz, pois seria a oradora da sua turma, ele permanecia aliviado por conseguir completar sua graduação, mas um pouco apático por tantos problemas surgindo a todo instante nas nossas vidas. Apesar dessas dificuldades, nós deveríamos comemorar incansavelmente, porque uma fase muito complicada estava chegando ao seu fim.

***

Aquele ano seguiu tão rápido, que às vezes mal sobrava um tempo para curtir todas as coisas boas da nossa cidade maravilhosa. Por isso, nós combinamos de dar umas voltas por qualquer canto, enfim, nos reunir como sempre fazíamos. Depois, ficaram apenas eu a Clara e o Ricardo naquele animado bate papo. Enfim, nós três juntos possuíamos muitas afinidades e, o nosso convívio sempre foi muito agradável. Então, com o ambiente muito mais intimo, ele nos confessou que estava se relacionando com uma garota muito especial. O único problema era que os pais dela pareciam ser bem autoritários. Porém, vê-lo tão contente comentando sobre esse novo lance, me alegrou também, porque perceber que os meus amigos estavam bem, seja por qualquer motivo, me deixava muito feliz.

***

Finalmente, a grande semana já se aproximava. A Clara fez questão de vir pessoalmente convidar-me para a sua cerimônia de formatura. Observando detalhadamente aquele convite, algo me chamou atenção rapidamente. Precisei reler novamente para me certificar realmente sobre tudo o que estava diante dos meus olhos... Inacreditável! Ela mencionou o meu nome na mensagem inicial, dedicou um espaço especialmente para falar e agradecer a minha amizade, a nossa convivência... Enfim, nós éramos muito amigos, mas receber um reconhecimento daquela forma... Me deixou muito desconcertado.

Eu – Clara... Porque você fez isso? Esse é o seu momento especial, não precisava mencionar o meu nome aqui.

Clara – Qual o problema de citar aqui alguém muito importante na minha vida? Eu quero compartilhar esse momento contigo. Ok? Te conheço muito bem e, sei que você gostou.

Eu – Nem sei o que te dizer, mas eu gostei sim. Não posso negar. Você também é super importante na minha vida, mas ainda acho que não havia necessidade de incluir meu nome.

Clara – Está feito. Ok? Então, resolvi vir aqui te mostrar o meu convite e, também comunicar algo muito importante: Decidi viajar por um tempo e, não sei quando volto. Por isso, precisava te falar tudo isso pessoalmente. Você acredita que eu já estou sentindo saudade de todos os nossos momentos juntos?

Aquele momento tão feliz transformou-se rapidamente numa situação muito difícil. Diante daquela noticia ruim, seria impossível não ficar abalado. Por mais que eu tentasse disfarçar, meus olhos já indicavam que essa conversa havia me incomodado demais. Então era assim? Seria obrigado a me acostumar sem presença dela ao meu lado? Por que essas coisas só aconteciam comigo? Infelizmente, os nossos caminhos seguiriam rumos totalmente diferentes. Por isso, todas as minhas tentativas em fazê-la desistir dessa ideia tão absurda falharam com sucesso.

Clara - Minhas malas já estão todas prontas. Sinto muito, mas eu preciso me afastar... Organizar a minha vida, conhecer novas pessoas... Tentei de todas as formas enxergá-lo como um bom amigo, mas não vai rolar Diego. Não consigo! Me desculpa, por favor!

#TRISTE.

Clara – Ei. Isso não é um adeus cara. Não pense que você vai se livrar de mim tão facilmente. Quando eu voltar, quero uma festa de boas vindas do jeitinho que eu mereço.

Os meus sentimentos permaneciam bem claros na minha mente: Jamais seriamos algo além de amigos e, sempre a alertei sobre esse fato. Por isso, a minha consciência estava tranquila. Eu adorava tê-la por perto, mas se esse era o seu desejo... Não havia mais nada a ser feito. Por fim, no dia tão aguardado, a Clara esteve radiante, encantando a todos os presentes com o seu discurso, especialmente a sua beleza. No final daquele ano, ela se formou e, seguiu em busca do seu destino. Como prometido, a acompanhei ao aeroporto. Contrariando todas as minhas vontades, fui ‘obrigado’ a me despedir dela. Alguns dias depois, o Edu também concluiu a sua graduação. Porém, a sua grande noite possuiu um clima mais melancólico, porque faltava alguém por ali para completar aquela família. Porém, ele merecia todos os aplausos e reconhecimento por encerrar um período tão intenso e complicado na sua vida. Impossível não perceber a sensação de alivio e alegria no seu olhar, especialmente ao notar que os seus pais estavam tão orgulhosos por vê-lo realizando o seu grande sonho.

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2014*

Um novo ano surgia no nosso caminho. Meu coração permanecia repleto de pensamentos positivos para esse ciclo que se iniciava... Enfim, já estávamos em 2014. Infelizmente, eu não teria a presença da Clara por um bom tempo e, com alguns dos meus amigos estando bem distantes... Meus dias tornaram-se bem solitários e entediantes, mas o lado bom de toda essa história era a companhia desse cara muito especial, que sempre estava ao meu lado, alegrando e apoiando-me em diversas ocasiões. Por enquanto, o nosso maior problema era o irmão do Edu que continuava decepcionado conosco. Conforme as horas, dias e meses passavam, mais ‘revoltado’ ele encontrava-se. Não era uma situação nada fácil, porque a sua mente deveria está totalmente ‘embaralhada’... Não queria me sentir culpado por tanta confusão e, enfrentar tanta rejeição por parte dele, nos deixava muito chateados, mas o que poderíamos fazer? Diante de tantos obstáculos, os pais dele resolveram recorrer ao auxilio de um profissional especializado para ajudá-lo a compreender certas questões da vida. Talvez, depois de ouvir e conversar com alguém totalmente diferente do seu convívio, toda essa dificuldade em nos perdoar pudesse desaparecer. Quem sabe?

***

Ás vezes, os meses seguiam tão ligeiros, que mal sobrava tempo para realizar certas coisas que sempre fizeram parte da minha rotina. Nesse caso, minhas visitas a minha cidade (Angra) tornavam-se cada vez mais raras. Claro que esse nunca foi o meu desejo, mas algumas situações transformavam-se rapidamente e, sem percebermos. Porém, eu me esforçava demais para está presente em diversas ocasiões importantes. Dessa forma, minha família se reuniu para comemorar mais um ano de vida do meu sobrinho. Vê-lo feliz era a nossa alegria. Por isso, desde o ventre ele recebia todo o amor, cuidado e sentimentos bons por todos os lados. Mais tarde, o Edu retornou com os seus pais, enquanto eu permaneceria mais alguns dias por ali. Dessa forma, esse período também seria muito favorável para está com os meus amigos, pois eles eram muito especiais no meu caminho. No outro dia, o André convidou-me para um bate papo, um encontro normal entre duas pessoas que se respeitavam... Aceitei, pois já não existia nenhuma mágoa entre nós. Por sorte, a nossa amizade resistiu a todos os contratempos do destino. Por fim, poderíamos continuar a nossa conversa de uma forma bem amigável e divertida, mas infelizmente essas ‘surpresas’ desagradáveis só aconteciam comigo.

Eu - Que brincadeira de péssimo gosto é essa? Primeiro a Clara, agora você? Nossa! Eu devo ser uma pessoa muito insuportável mesmo, pois todo mundo está querendo me abandonar. Ah! que pesadelo!

André - Você é um cara incrível Diego, mas o problema é comigo. Por mais que o tempo passe... Acho que nunca vou conseguir esquecer esse terrível acidente. Por enquanto, vai ser melhor ficar longe dessa cidade.

Eu – Eu me sinto exatamente igual a você. Toda vez que coloco os pés nessa cidade, milhares de lembranças ruins surgem no meu coração, mas não posso fugir, porque a minha família, meus amigos estão todos aqui.

André – Eu preciso desse tempo cara. Meus pais já acertaram tudo, eles também não querem mais ficar. Me desculpe por não permanecer por aqui ajudando a sua família.

Eu – Claro. Eu só quero o seu bem, mas se a sua felicidade está bem longe daqui... O que posso fazer? Apenas tenho que te desejar muita sorte nessa vida, mas, por favor, cara, não desapareça daqui. Dê noticia, se quiser conversar, pode sempre me ligar... Enfim, nós somos amigos. Nunca se esqueça disso.

André – Claro. Nunca esquecerei a nossa amizade. De vez em quando, estarei em Angra e, espero te encontrar por aqui. Ok? Tenho certeza que tudo isso vai passar. Agora, vamos olhar para frente.

Realmente, o destino era muito traiçoeiro. Mesmo morando no Rio, quando eu decidia vir para Angra, lá estava o André para me fazer companhia. Nosso convívio sempre foi muito especial, independente de certos obstáculos surgidos pelo caminho. Seria muito ruim chegar à minha cidade novamente e, não vê-lo mais por ali, mas essa era a vida. Nós éramos parceiros de um longo tempo. Porém, não adiantaria mais lamentar-se diante daquele fato. Portanto, esse era o momento de respeitar e apoiar a sua decisão, ainda que isso significasse o nosso ‘afastamento’. Nossos amigos resolveram realizar uma festa de despedida, mas quis evitar esse clima melancólico, e voltei para o Rio rapidamente. Porque tudo teria que terminar dessa forma?

***

Por mais incrível que possa parecer, o nosso relacionamento caminhava muito bem, obrigado. O clima entre a gente era muito agradável e tranquilo, mas de vez em quando era necessário apimentar, dar um gás na nossa convivência para não permanecermos na velha rotina. Enquanto o Edu especializava-se na sua área de graduação, eu caminhava para o ultimo ano na faculdade. Logo, o nosso tempo tornava-se muito curto, mas sempre encontrávamos uma forma de ficarmos juntos, planejar o nosso futuro, porque ainda possuíamos muitos sonhos para realizar. Infelizmente, o irmão dele não contribuía adequadamente para que continuássemos vivendo aquele ‘mar de rosas’ tão intensamente, pois a quantidade de problemas que ele causava, afetava (mesmo que indiretamente) a nossa relação. Como conseguiríamos ser realmente felizes, presenciando alguém que gostávamos passando por tantas dificuldades? Impossível!!! Aquela família enfrentava um verdadeiro caos. Então, a coisa mais sensata que poderíamos fazer naquele momento, seria nos afastar definitivamente. Quem sabe assim, todos esses conflitos pudessem desaparecer, já que muitos consideravam que nós éramos os verdadeiros culpados por aquela situação tão delicada.

Edu – Você acompanhou todo o meu esforço para mudar o clima naquela casa, mas não dá para continuar morando por lá. Parece que eu estou num local totalmente estranho. Por isso, preciso saber a sua decisão: Vai me deixar ficar aqui contigo?

Eu – Claro que eu adoraria tê-lo aqui comigo para sempre, mas é melhor você pensar com muito cuidado Edu. Só em imaginar o tamanho do problema que a sua mãe vai me causar por conta dessa decisão... Minha cabeça já começa a doer.

Edu – Ei. Relaxa cara! Já estou bem crescidinho para pedir permissão aos meus pais para qualquer coisa que eu for fazer. Ninguém vai nos incomodar, confia em mim, tudo bem? E então, quando posso me mudar?

Seria impossível negar esse pedido diante de tanta insistência. Agora, seria a hora de prepara-me para todas as consequências, porque os pais dele (principalmente a mãe) não aceitariam tão facilmente aquela situação, mas incrivelmente, eles não criaram nenhuma oposição por conta dessa história... Ao contrário. Recebemos os mais diversos desejos positivos para aquela nova fase que começaríamos a vivenciar juntos. Acho que a preocupação deles naquele momento era outra, ou seja, o seu irmão. Inicialmente, enfrentamos várias dificuldades nessa convivência tão próxima um do outro, mas aos poucos conseguíamos vencer todos esses empecilhos.

***

Havia uma ideia fixa no meu pensamento que eu queria muito concretizar. Nesse caso, o Edu também compartilhava do mesmo desejo. Então, resolvemos fazer uma tatuagem juntos. Claro que não seria algo sobre o nosso amor, nem que lembrasse a nossa relação. Nada contra quem faz esse tipo de tatoo, mas o futuro sempre foi muito incerto e, ninguém sabe até quando durará um relacionamento. Por isso, decidimos tatuar (nada exagerado) o nome da nossa saudade, ou seja, dos nossos irmãos, que por uma acaso do destino nos deixaram tão precocemente. Nunca foi fácil lidar com a ausência deles na nossa vida.

***

Depois de inúmeras tentativas frustradas de tentar incluir-se no mercado de trabalho. Inclusive sempre se aperfeiçoando e tudo mais... Finalmente, o Edu conseguiu a sua primeira oportunidade profissional. Não era algo semelhante a sua área de especialização, tampouco bem remunerado, mas claramente traria grandes transformações para todos os envolvidos. Enfim, tratava-se de um projeto social (com um prazo determinado), em que ele planejaria e desenvolveria atividades esportivas á crianças de uma comunidade aqui da cidade, na intenção de direcioná-las ao caminho certo. Sem dúvida nenhuma, um baita desafio estava em suas mãos e, totalmente diferente da sua realidade, mas que o ajudaria a adquirir as mais diversas experiências. Então, a proposta foi aceita e, naquele momento tudo seria questão de adaptação.

Por sorte, o Edu demonstrava muito entusiasmo diante desse desafio. Às vezes, a empolgação era tão grande, que seria necessário “freá-lo” cuidadosamente, porque ansiedade excessiva poderia causar certas frustrações no seu caminho. O local das suas aulas localizava-se num ambiente muito distante da nossa casa, mas de vez em quando eu o acompanhava na intenção de incentivá-lo a não desistir. Ele possuía muita paciência e se dedicava tanto nos exercícios com aquelas crianças. Que orgulho! Presenciar a alegria em cada olhar, e receber o carinho daqueles pequenos fazia todo e qualquer sacrifício valer a pena.

***

Conforme o tempo passava, mais a minha mente amadurecia novas alternativas para o meu caminho. Todas as coisas que determinavam o meu comportamento há alguns anos atrás... Naquele instante já não complementavam mais o meu estilo. Nesse caso, resolvi abandonar o meu velho tom de ‘rebelde sem causa’, ou seja, decidi desfazer-me dos piercings existentes pelo meu corpo, mas também não seria tão radical assim. Por isso, deixei apenas o brinco na orelha, porque era bem discreto e bonito. Por sorte, em alguns dias as pequenas ‘marcas’ desapareceram da minha pele. Claro que o Edu e os meus amigos estranharam demais essa minha atitude, mas fiz tudo aquilo pensando no meu bem estar, pois dentro de alguns meses aconteceria a minha formatura. Portanto, eu deveria demonstrar maturidade na minha aparência, principalmente nos meus atos.

***

Por fim, nós conseguimos viver algumas semanas bem distantes da sua família, mas depois de muita insistência deles, decidimos ir visitá-los, mesmo que isso significasse ter que passar por alguns desconfortos. Porém, ao chegarmos naquela casa, percebemos que o pai dele estava um pouco indisposto. Depois de muita resistência, conseguimos convencê-lo a ir ao médico, realizar alguns exames rotineiros... Enfim, o importante seria procurar ajuda, pois não poderíamos deixá-lo conviver com certos incômodos. Portanto, aquele momento que passaríamos todos juntos, acabou transformando-se numa longa e cansativa consulta médica.

***

Realmente, nós precisávamos de um momento para nós dois. Por isso, conseguimos organizar um tempo para ir ao cinema. Estávamos no verão, aquele típico clima carioca de muita agitação. Por isso, curtimos tudo o que aquela linda noite nos proporcionava e, as coisas poderiam terminar dessa forma bem descontraídas, mas quando decidimos ir para casa, nos deparamos com a irmã dele muito bem acompanhada. Ela sempre foi tão discreta e, vê-la dessa maneira bem intima com alguém em público nos surpreendeu completamente. Claro que o Edu ficou muito irritado com aquela situação. Portanto, a ideia de seguirmos o nosso rumo foi modificada rapidamente, pois o Edu preferiu ficar por lá para ver até onde acabaria toda aquela história. Resultado? Nos juntamos á eles, ou seja, ‘atrapalhamos’ a continuação do encontro dela. Que situação mais constrangedora.

***

Agora restava pouco tempo para alcançar um dos meus grandes sonhos. Já estávamos a poucos meses da minha formatura e, a expectativa era muito grande por vivenciar essa ocasião tão especial. Por isso, minha turma vivia reunindo-se para planejar alguns detalhes desse dia tão aguardado. Foi uma tarde bem longa e cansativa, mas conseguimos acertar vários itens importantes para esse momento inesquecível. Logo, anoiteceu. Quando cheguei em casa, me deparei com uma situação muito estranha. O Edu estava completamente abalado, triste... Por fim, precisei de um certo tempo para conseguir acalmá-lo corretamente. Mais tarde, pude descobrir realmente a razão de tanto desequilíbrio. Definitivamente, uma verdadeira tempestade chegava à nossa vida. Por quê? Era o que eu me perguntava.

Eu - Eu sinto muito por vocês Edu. Sei que não é uma situação fácil, mas não podemos perder as esperanças. Vamos confiar.

Edu - Amor... Minha família está sofrendo demais com essa noticia e, eu não tenho ideia do que fazer. E agora, o que vai ser de nós?

Infelizmente, o pai dele foi diagnosticado com câncer. Demorei longos minutos para assimilar essa informação tão devastadora. Como lidar com tantos acontecimentos difíceis pelo caminho? Enfim, ele já sentia esses incômodos por vários meses, mas nunca comentou nada a respeito na intenção de não preocupar ninguém. De repente, o nosso mundo virou de cabeça para baixo. Rapidamente, foi necessário iniciar aquele triste processo do tratamento. Seria um momento muito difícil, mas eu estaria ao lado do Edu para ajudá-lo em tudo o que fosse preciso.

Edu - Essa noticia acabou com o meu dia, mas fiquei pensando muito nessa história por todo esse tempo. Então, vou precisar muito do seu apoio nesse momento, porque decidi seguir o caminho que ele sempre desejou: Eu vou fazer faculdade de Direito.

Eu – Existem várias formas de ajudá-lo nesse momento, mas não acho certo você sacrificar-se desse jeito. Pensa bem Edu, esse nunca foi o seu sonho.

Edu – Sei que não vai ser fácil, mas vou dar essa alegria para ele. Eu vou conseguir. Por favor, Diego, fica do meu lado.

Eu – Eu estou do seu lado sempre, mas não é necessário se prender em algo que você nunca quis. Edu, isso não deve ser uma obrigação e, sim o seu desejo.

Edu – Era para o Thiago está aqui nesse momento controlando toda essa situação, mas infelizmente agora é o meu dever dar esse orgulho para eles. Confia em mim, por favor.

Eu - Você já é orgulho para todo mundo Edu e, tenho certeza que o Thiago ficaria muito feliz em vê-lo assim tão responsável e determinado, mas se esse é o seu desejo, pode contar comigo.

O que poderíamos fazer naquele momento era acreditar que tudo daria certo. Então, o Edu não desistiu do seu propósito e, providenciou tudo o que precisaria para no ano seguinte ingressar novamente na faculdade. Mesmo achando um verdadeiro ‘erro’ essa ideia, eu o apoiava e, assim seguíamos. Apesar de demonstrar confiança diante daquela situação tão difícil... Seria impossível não notar o quanto aquele tratamento deixava o pai dele muito desgastado, mas em meio a tantos obstáculos, ele reunia todas as forças que possuía para permanecer trabalhando bem levemente, conforme a sua nova rotina médica. Claro que compreendíamos essa atitude. Afinal, aquela empresa sempre foi a sua vida.

***

Por fim, a minha tão sonhada cerimônia de formatura chegou. Mesmo sendo uma semana muito intensa entre toda a solenidade que acompanhava aquela ocasião... Agora, seria a hora apenas de agradecer. Graças aos céus, foi um momento único e especial vivenciado ao lado do Edu, da minha família, dos meus amigos... Especialmente do Breno, porque seguimos juntos desde o começo da minha história ali naquela cidade, naquela faculdade... A primeira pessoa que me estendeu a mão... Enfim, um grande parceiro na minha vida. Uma sensação de alegria e ansiedade envolvia o meu coração naquele instante. Finalmente, consegui vencer aquele ciclo tão longo e turbulento no meu caminho.

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2015*

Então, aqui já estávamos em 2015. Nosso ano começou de um modo muito preocupante, porque alguns problemas permaneciam impossibilitando a nossa felicidade. Nós tentávamos a todo instante manter as esperanças, mas por diversas vezes, a sensação era de que tudo caminharia para um triste final. Presenciar alguém do seu convívio enfrentando esse tipo de situação era terrível. Porém, aquele seria o momento correto de demonstrar muita confiança, mesmo diante de tanto pessimismo. Logo, seria muito importante continuarmos sempre unidos. Por isso, depois de inúmeras tentativas frustradas de reconciliação com o irmão do Edu... Uma luz no fim do túnel surgiu. Finalmente, ele nos perdoou. Aquela família já sofria demais. Nesse caso, era fundamental estarmos bem, e próximos um do outro para encarar seja qual fosse à situação. Claro que não vivíamos declarando juras de amor eterno, mas devagar nos aproximávamos novamente. Enfim, algo realmente bom em meio a tantas adversidades. Agora, a nossa principal dificuldade seria ajudar o pai dele a ultrapassar essa barreira tão árdua que se complicava dia após dia.

***

Ao contrário do Edu que se empenhava ao máximo para cumprir suas responsabilidades no trabalho e na faculdade, o meu tempo permanecia livre. Mesmo realizando certas especializações na minha área de formação, sempre restavam algumas horas que poderiam ser utilizadas com diversas coisas interessantes. Nesse caso, frequentemente eu seguia para a casa dos meus pais em Angra e, agora sem o incômodo de preocupar-me tanto com os meus estudos. A novidade por lá era que a minha irmã estava se relacionando com alguém. Era algo muito recente e sem muitas expectativas, mas eu não poderia deixar que ninguém brincasse com os seus sentimentos, porque ela era uma garota maravilhosa, e, não merecia ter ao seu lado um cara que quisesse apenas magoar o seu coração. Isso não era ciúme de irmão, mas um cuidado mais que necessário, pois seria o meu dever protegê-la de todo e qualquer perigo. Afinal, nós possuíamos um elo muito especial. Portanto, os meus olhos ficariam completamente atentos nessa história, rsrs. Enfim, está com a minha família e os meus amigos era muito importante, pois eles me alegravam e ajudavam-me a retirar toda a carga emocional existente no meu caminho. Às vezes, quando era permitido, o Edu me acompanhava, porque ele era quem mais precisaria ocupar a mente com tudo o que fosse realmente produtivo, principalmente que lhe fizesse esquecer todas essas preocupações.

***

Devido a sua fragilidade, o pai do Edu precisou interromper todas as suas atividades profissionais. Não foi uma situação fácil de ser compreendida. Às vezes, o seu humor alterava-se de repente... Ora tranquilo, outras muito nervoso. Uma verdadeira instabilidade emocional. Confesso que eu sentia muito medo do futuro, principalmente desse amontoado de acontecimentos difíceis pelo caminho. Presenciar o Edu tão abalado diante desse fato partia o meu coração, porque não poderíamos fazer absolutamente nada para transformar aquele cenário tão triste. A sensação era de que todas as pessoas daquela família já não acreditavam numa noticia boa. Porém, existia alguém que conseguia acalmar aquele ambiente muito delicado. Então, essa pessoa era o meu sobrinho (seu neto). Realmente, uma criança tem o ‘poder’ de alegrar qualquer lugar. Havia luz em meio a tanta escuridão. A convivência entre os dois era algo muito bonito e emocionante de se ver. Acho que essa relação, o ajudou demais, lhe transmitiu toda a confiança e força necessária para seguir adiante.

***

Por sorte, a vida não era conduzida apenas por momentos ruins. De vez em quando acontecia algo bom para modificar o ambiente. Então, perceber que os meus amigos estavam felizes, naturalmente me deixava muito contente. Enfim, o Breno também possuía os seus motivos para sorrir e, toda essa alegria resumia-se numa garota que havia surgido no seu caminho. Ele demonstrava está tão apaixonado, comentando mil e uma maravilhas dela. Impressionante como esse sentimento possuía o poder de transformar até mesmo os corações mais ‘difíceis’. Digo por experiência... Porque eu não era uma pessoa muito fácil de conviver, rsrsrs. Alguns dias depois, pude conhecer a tal mulher especial que havia conquistado o meu amigo. Naquele momento toda a antipatia que existia dentro de mim desabrochou rapidamente. As suas atitudes, demonstrações de carinhos excessivas... Enfim, não simpatizei com o seu jeito, infelizmente. Por isso, fiquei muito incomodado, mas me esforcei ao máximo para ser agradável com ela. Não conseguia compreender o motivo de tantas desconfianças e, sabia que era totalmente errado tirar conclusões precipitadas sobre alguém. Talvez, tudo pudesse ser paranoia da minha mente. Quem sabe? Eu não queria deixá-lo chateado, ou ser o cara que nunca apoia os outros... Portanto, omiti e, menti sobre a minha opinião, ou seja, lhe disse que adorei conhecê-la. Por fim, criei qualquer desculpa para desaparecer imediatamente dali, e segui o meu rumo tentando esquecer essas maluquices. Num instante cheguei em casa, mas a mente permanecia repleta de pensamentos desnecessários. Enquanto o Edu não chegava, o meu tempo permanecia vago. Quanto tédio! Acho que de tanto o meu coração desejar uma boa companhia... Todas as minhas preces foram devidamente atendidas. Mais tarde, alguém tocava a campainha insistentemente. Demorei certo tempo para recuperar-me do choque, porque estávamos á muito tempo separados. Realmente, diante de tantos acontecimentos ruins, tê-la ao meu lado outra vez, seria maravilhoso. Graças aos céus, a Clara estava de volta, bem ali na minha frente.

#FELIZ.

***

Por diversas vezes, nós tentávamos manter aquela velha rotina, ou seja, nos reunirmos para bater papo, curtir qualquer coisa... Enfim, estarmos juntos. Porém, diferente de outras ocasiões, agora o nosso grupo possuía mais integrantes, porque tínhamos a presença das companheiras dos nossos amigos conosco. Ao menos a conversa fluía naturalmente naquele encontro, mas vez ou outra, eu percebia alguns olhares indiscretos que a namorada do Breno lançava para o Ricardo. Juro que não era implicância minha e, jamais estragaria aquele clima tão agradável, pois toda essa situação poderia ser outra bobagem da minha cabeça. Talvez, tudo poderia ser um grande mal entendido. Que situação! Mais tarde, cada um seguiu o seu caminho. No momento em que consegui está sozinho, liguei para o Ricardo para esclarecer toda essa história. Infelizmente, ele não hesitou em me confirmar todas as minhas suspeitas. Por hora, essas informações ficariam guardadas comigo, mas eu não deixaria ninguém brincar com os sentimentos do meu amigo.

Minhas amizades sempre foram muito importantes no meu caminho. Meu convívio com o Breno era fantástico e, em tantos anos de convivência, jamais presenciei ele tão envolvido com alguém como naquele momento. Vê-lo feliz, comentando sobre o seu relacionamento me enchia de culpa e, viver ocultando a “verdade” me incomodava demais. Porque essas coisas só aconteciam comigo? Às vezes, eu tentava esquecer esse assunto, mas a Clara me ajudava a ‘alimentar’ essas paranoias, porque ela também não acreditava nem um pouco na inocência daquela garota. Por isso, contei ao Edu todas as nossas desconfianças, mas fui orientado a não me intrometer naquela situação, pois poderíamos provocar muitas confusões desnecessárias. O que fazer? Que espécie de amigo eu seria se o deixasse ser enganado daquela forma tão cruel?

****

A família do Edu vivia um período muito delicado. A sensação era que estávamos nadando num mar de espinhos. Agora, o destino cuidaria de cada detalhe e, não poderíamos fazer absolutamente nada. Às vezes, o seu pai necessitava de ficar hospitalizado, intensificar o tratamento, cada vez mais fragilizado... Os dias seguiam intensamente. Por isso, a mãe dele não possuía equilíbrio necessário para vivenciar aquela situação e, o Edu caminhava numa rotina muito ‘louca’, sem hora para realizar diversas coisas importantes. Por isso, me comprometi em ajudar, pois o meu tempo se ajustava perfeitamente as etapas da sua terapia médica. Não era uma situação fácil e, vê-lo tão debilitado me deixava triste, mas a realidade não era tranquila para todo mundo. Cada um enfrentava uma batalha diferente e, assim seguíamos, tentando permanecer fortes diante de tantas dificuldades. Então, a partir daquela dolorosa doença, nós dois conseguimos melhorar (não que fosse muito ruim) a nossa convivência, tornando-a mais harmoniosa.

***

Ainda bem que a Clara estava por aqui novamente. Dessa vez, eu queria que ela ficasse o mais perto possível, não desgrudasse nunca mais da minha vida, rsrs. Num dia qualquer, ela convidou-me para darmos umas voltas pela cidade. Graças aos céus, a sorte (se é que se pode chamar isso de sorte) estava ao nosso lado. Mais tarde, quando seguíamos o caminho de casa, presenciamos uma cena completamente desagradável. Flagramos a namorada do Breno aos beijos e amasso com outro cara na maior empolgação. Eles não se incomodavam nem um pouco com os olhares e comentários indiscretos que recebiam. Logicamente, tudo aquilo não terminaria apenas em beijo. Rapidamente, ‘corremos’ dali antes que percebessem que nós estávamos os observando. Ah! Que raiva daquela garota. Diante daquele episódio lamentável, eu me senti muito aliviado por saber que nunca estive enganado sobre o caráter dela. O único problema era que não nos lembramos de fotografar ou gravá-los, conseguir qualquer prova... Enfim, agora seria a nossa palavra e, apenas isso bastaria.

Então, apenas eu e a Clara compartilhávamos desse segredo, mas nos comprometemos em destruir de uma vez por todas aquele joguinho duplo. Às vezes, quando estávamos todos reunidos, nós tentávamos dar dicas sobre essa farsa, mas todas as nossas tentativas falharam com sucesso, porque o Breno parecia ‘enfeitiçado’ por aquela garota e, conforme o tempo passava... Mais essa paixão aumentava. Realmente, as nossas mãos estavam atadas e, assim seguíamos presenciando toda aquela falsidade. Que situação mais complicada! Num instante, o final de semana chegou. Logo, o Edu decidiu realizar algumas atividades ao ar livre, correr pela praia... Enfim, dispensei aquele convite tentador, rsrs e, permaneci relaxando em casa, porque me exercitar nunca fez parte do meu hobby. Mais tarde, ele retornou um tanto quanto inquieto... Preocupado, talvez. A gente se conhecia tão bem e, conseguíamos decifrar rapidamente quando alguma coisa incomodava o outro.

Edu – Você estava certo o tempo todo, mas como eu poderia adivinhar que essa garota não prestava? O Breno é meu amigo cara. Não posso deixá-lo fazer papel de trouxa.

Eu – É isso que estou tentando fazê-lo enxergar, mas está tão difícil. Não quero vê-lo sofrer. Afinal, eu sei muito bem o quanto ser enganado por alguém que você ama pode machucar profundamente.

Edu – Acho que eu não tenho moral para dizer essas coisas, mas você sabe o quanto me arrependo por tudo que lhe causei. Sinceramente, não dá para acreditar nessa história, porque ela parecia gostar muito dele.

Eu – Claro que sei. Por isso, aos poucos nós estamos superando essa fase, mas pela forma que você me descreveu esse cara... Deve ser a mesma pessoa que eu e a Clara vimos ontem à noite. Vou precisar muito da sua ajuda para contar toda essa história para o Breno.

Edu – Nem precisa pedir. Você já sabe que pode sempre contar comigo, mas acho que não vai ser tão fácil assim, porque o Breno está muito apaixonado por ela. Talvez, ele nem acredite nessa história.

Eu – Não é possível que o Breno jogue tantos anos de amizade no lixo por causa dessa p*#@. Ele precisa saber logo que tipo de pessoa está ao seu lado.

Não seria justo vê-lo ser ridicularizado desse jeito. Que espécie de amigo eu seria se vendasse os meus olhos para essa situação? Enfim, durante as atividades do Edu pela praia, ele encontrou a namorada do Breno acompanhada por um cara. Ela não se importou em explicar, já que foi flagrada com outra pessoa... Fingiu que nada estava acontecendo. Na verdade, acho que aquela garota estava enganando os dois ao mesmo tempo. Totalmente dissimulada.

Primeiramente, convidamos o Breno para um bate papo entre amigos na minha casa. Mesmo com o passar dos anos, a nossa convivência nunca mudou. Sempre quando estávamos reunidos, nós conseguíamos nos divertir e conviver bem tranquilamente, mas no momento em que explicamos os motivos daquela conversa, tudo se transformou de repente. Ele não compreendeu as nossas justificativas, além de criticar e acusar-nos de tentar destruir a reputação da sua namorada. Que situação! Resultado: Perdemos um grande e verdadeiro amigo.

***

Impressionante como os problemas insistiam em nos perseguir. Seguir todo esse tempo sem o Breno por perto foi bem complicado, principalmente para o Edu que o conhecia desde pequeno, porque nós estávamos sempre perto um do outro, mas essa era a sua decisão. Então, o que poderíamos fazer? Por sorte, às vezes surgia algo bom para esquecer essas turbulências no meu caminho. Naquele ano de 2015, meus pais resolveram ‘tirar’ um período para descansarem por qualquer canto do Brasil. Afinal, todos nós merecíamos um minuto de paz. Por isso, a minha irmã se hospedou por alguns dias na minha casa junto com o meu sobrinho. Ao menos, essa situação ajudou a animar todas as coisas por aqui, especialmente à família do Edu que enfrentava tantos problemas difíceis.

***

Por fim, eu estava sozinho em casa totalmente entediado. Logo, uma das minhas melhores companhias chegou para me animar, ou seja, a Clara. Novamente, estávamos juntos, como nos velhos tempos, mas ela demonstrava está muito assustada, dizendo que havia feito algo muito grave. Porém... Se tratando daquela garota tão dramática... Logicamente, essa noticia seria uma verdadeira tempestade num copo d’água, rsrs.

Eu – Deixa eu tentar adivinhar: Estourou o limite do cartão, quebrou a unha, engordou? Não se desespere, pois vou tentar lhe ajudar nesse grande ‘problema’, mas, por favor, não faça drama Clara. Ok?

Clara – Nossa!!! Tão engraçadinho rsrs. Não estou brincando Diego. Acho que eu fiz uma grande bobagem. Por favor, não fique chateado comigo, mas é melhor te mostrar de uma vez, porque nem sei como te falar tudo isso.

Sinceramente, todo esse suspense estava começando a me irritar e apavorar também, porque eu não fazia a mínima ideia sobre o que seria esse tal assunto tão grave. Então, ela colocou em minhas mãos vários fios de cabelo. Por quê? Era o que a minha mente pensava naquele instante. Porém, depois de acalmá-la, consegui descobrir o motivo de tanta aflição. Enfim, a sua atitude não foi muito sensata, mas se existia alguém que poderia fazer qualquer coisa... Essa pessoa era a Clara, que além de ser mulher, poderia lidar com esse fato corretamente. Resumindo: Literalmente, ela e namorada do Breno rolaram no chão, rsrsrs.

Clara – Juro que tentei ignorá-la, mas nos encontramos e, não consegui segurar. Joguei na cara dela tudo o que nós descobrimos. Eu sei que deveríamos esperar para resolvermos essa situação juntos, mas não aguentei Diego. E então, fiz muito mal?

Eu – Clara... O que aconteceu contigo? Onde está aquela garota doce e comportada que conheci? Isso que vou dizer agora é muito errado, mas... EU ADOREI. Você fez o que ninguém poderia fazer... Mandou bem demais.

Clara – Humm. Agora sim, estou mais aliviada, rsrs. Se ninguém interferisse no entre a gente... Te juro que acabaria com ela, mas eu terei outra oportunidade. Não aguentava mais olhar para cara daquela garota. Olha só o meu prêmio (ela disse exibindo os fios de cabelo).

Se ela não me contasse detalhadamente toda essa ‘confusão’, juro que eu nunca acreditaria. Realmente, a convivência da Clara com as minhas amigas de Angra, a transformaram completamente, porque ela sempre foi tão tranquila, mas as pessoas da minha cidade gostavam de resolver os seus problemas de um jeito mais rígido (digamos assim), rsrs.

Realmente, o Breno não aprovou nem um pouco a atitude da Clara. Então, ele percebeu que estávamos todos reunidos á noite, num bate papo bem descontraído e, conseguiu estragar completamente aquele clima tão bacana, nos questionando e ofendendo por conta da sua ‘inocente’ namorada.

Óbvio que o alvo do Breno era eu, pois a sua mente estava totalmente envenenada de que a culpa de todos esses transtornos era minha. Ouvir tantos absurdos da sua boca contra a minha pessoa foi terrível e, me machucou profundamente, porque na verdade eu possuía muitas esperanças de que a nossa relação voltasse a ser como era antes. Puro engano! Por fim, o Edu não aceitou muito bem todas essas acusações e, o enfrentou firmemente. Por sorte, o Ricardo também estava presente, e me ajudou a separá-los antes que consequências ainda mais graves surgissem por ali. Realmente, havia chegado ao fim a nossa amizade.

***

Por diversas vezes, eu me sentia muito entediado, sem algo produtivo para fazer. Por isso, já estava na hora de encontrar um bom emprego. Afinal, não seria adequado permanecer o tempo todo sustentado pelos meus pais, mesmo adorando toda essa mordomia, hahaha. Porém, não foram períodos muito fáceis. Receber inúmeras respostas negativas me deixava um pouco decepcionado, mas não poderia desistir agora. O Edu trabalhava no seu projeto social. A família da Clara possuía bons contatos, além de serem muito influentes na cidade. Logo, ela também encontraria algo interessante para se ocupar. Mesmo estando chateados conosco, pude descobrir que o Breno já seguia a sua vida profissional. Apesar do nosso afastamento, fiquei feliz em saber que os seus objetivos estavam sendo alcançados.

Então, depois dessa longa fase de frustrações na minha vida profissional... Eis que finalmente surgia a luz no fim do túnel. Entre todos os meus amigos, o Ricardo era o mais experiente em todos os sentidos. Ele era sócio numa microempresa aqui na cidade. Depois de algumas tentativas, recebi a oportunidade de poder fazer parte daquela equipe. Claro que aceitei. Não era algo relacionado à minha formação, mas tudo seria questão de adaptação. Naquele momento, um novo ciclo começaria no meu caminho e, só dependeria da minha capacidade fazer tudo dar certo.

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... Continua na próxima parte...

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Comentários

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Cadê a continuação?será que ainda estão juntos?

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que bom que apareceu lembrei de toda a historia de vcs nao demora pra postar sequencia

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que bom que apareceu lembrei de toda a historia de vcs nao demora pra postar sequencia

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Saudades!!!!!! Que bom que voltou, só terei que ler tudo do início para me achar nesse fim kkkj continuaaa

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