Amor além do tempo ㅡ Cap 14

Um conto erótico de LuCley.
Categoria: Homossexual
Contém 5409 palavras
Data: 28/09/2018 17:44:59
Última revisão: 29/09/2018 02:56:21

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Havia dezenas de caixas empilhadas pelo apartamento. Todas enumeradas e etiquetadas.

Eu estava na sacada sentado no pequeno banco de madeira quando senti a mão gelada do Ricardo em meu ombro direito.

Ofereci minhas pernas como assento e se sentou de frente pra mim. Segurei sua bunda em um gesto despretencioso e ele se inclinou, repousando a cabeça em meu peito, me fazendo encostar na seteira da porta.

Alí ele ficou por alguns segundos. O silêncio rodeava nosso planetinha como se querendo dizer algo e, eu sabia que ele queria.

Envolvi meu homem em um abraço e senti seu nariz roçando no meu peito e em seguida, me olhou dizendo:

ㅡ Maurício avisou que está vindo buscar nossas coisas. Tem certeza que não está esquecendo de nada?

ㅡ absoluta! Na verdade, eu não imaginava ter tanta coisa minha aqui no seu apartamento. Estou até com vergonha. Praticamente tomei posse da sua casa.

ㅡ ofereci que ficasse aqui e que se sentisse em casa. É seu lar também! Nosso lar! Está com fome?

ㅡ estou de boa. Se quiser tomar banho, pode ir. Eu recebo o pessoal da transportadora. Depois eu vou.

ㅡ tudo bem.

Levei algumas malas de mão com documentos e objetos pessoais pro carro e organizei tudo no banco de trás e no porta malas.

Pra quem disse que nunca mais viajaria de carro novamente, teríamos que pegar mais de nove horas de estrada até Erculano. Durante a semana liguei na imobiliária e deixei avisado que meus pais passariam pra pegar minhas chaves e as do Ricardo.

Seu Otaviano disse que iria nos ver no fim de semana. Estava viajando pelas fazendas e contratando funcionários com a ajuda do Ricardo. Sempre enviava os curriculos pro Cado analizar.

Eu terminava de arrumar minha mochila e não encontrava uma camisa que eu adorava. Ouvi que o Ricardo havia acabado de sair do banho e chamei por ele.

ㅡ Caaaaaaado?! ㅡ ele veio correndo só com a toalha amarrada na cintura.

ㅡ por Deus, está pegando fogo no apartamento?

ㅡ você viu aquela minha camisa azul de gola V? Deixei por aqui, mas sumiu.

ㅡ hum...aquela que é minha?

ㅡ sim, mas sou eu quem usa! Sabe onde está?

ㅡ lavei ontem. Estava caída no chão. Deixei secando na lavanderia. Aonde vai? Não sei se você sabe, mas estamos indo embora daqui a pouco?!

ㅡ oh minha vida, só quero a camisa pra vestir.

ㅡ ah, se for assim, tudo bem. Pode ficar com ela pra você. Quer meu closet inteiro?

ㅡ jura que está tirando sarro da minha cara?

ㅡ você usa todas as minhas roupas, Lipo.

ㅡ algumas de suas camisas são bem legais. Sinal que tenho bom gosto! Deveria dar valor nisso!

ㅡ cara de pau! Kkkk

ㅡ caramba, será que vai caber tudo isso no caminhão?

ㅡ vai, sim. Fica tranquilo. E por falar em caminhão, o pessoal da transportadora está demorando.

ㅡ devem estar parados no trânsito. Não esquece que precisa acertar com a diarista. Ela disse pra você deixar o dinheiro com o porteiro. Meus pais já devem estar em Erculano. Pedi pro meu pai instalar a tv e minha mãe vai dar uma ajeitada em tudo.

ㅡ minha sogra merece um prêmio. Seu pai me ligou ontem.

ㅡ ligou? O quê ele queria contigo?

ㅡ perguntou se tinha churrasqueira na cobertura. Está levando carne pra assar. ㅡ ele disse sorrindo e veio me abraçar.

ㅡ fico tão feliz por estarem se dando bem.

ㅡ ele está feliz por nós dois. Me disse com tanta sinceridade que quase chorei, mas fiz o macho alfa, segurei o choro e agradeci pelo apoio.

ㅡ macho alfa? Só nos teus sonhos, né Cadão? Kkkkk

ㅡ ah, me erra! Agora termima de arrumar suas coisas. Será que não estamos esquecendo de nada?

ㅡ acho que não. Ah, posso levar aquele quadro do seu quarto?

ㅡ pega pra você! Me quer pra você?

ㅡ kkkkk, você já é meu! Mas aceito o quadro, obrigado!

ㅡ sorte ser uma reprodução, porque se fosse original, eu nunca te daria. Kkkkk

ㅡ até parece! ㅡ ele foi se vestir e me deixou terminando de organizar o quê faltava.

Me senti nostaugico, queria que o tempo parasse pra eu poder reviver cada momemto bom que o Ricardo e eu tivemos entre aquelas paredes. Senti toda a espera por ele, lembrei de nossas conversar por video chamada e de como nossa intimidade cresceu durante os anos.

Não pude conter a emoção ao lembrar de tê-lo visto no corredor com a mochila nas mãos, esperamdo que eu abrisse a porta.

Sequei meu rosto e o interfone tocou. Atendi. Era o pessoal da mudança.

Ele saiu do quarto todo arrumado e cheirando à perfume importado.

Secou os cabelos da forma mais despretenciosa possível, mas quando o olhei, me atiçou na hora.

Fui até ele e, com minhas mãos em sua cintura, o trouxe pra mim.

Lhe dei um beijo apaixonado, sarrei meu corpo no dele,o prendi em minhas pernas ali ficamos em um amasso gostoso, até que fomos interrompidos.

ㅡ a campainha... ㅡ ele disse e enfiou a mão dentro da minha calça.

ㅡ já vou atender. Me espera na academia. Vou fazer amor com você.

ㅡ pode ser o pessoal da transportadora...

ㅡ eu sei. O porteiro me ligou avisando. Agora vai, me espera que já te encontro lá.

ㅡ rapaz...você me enlouquece!

Apertei sua bunda e abri a porta pro pessoal entrar. Mostrei tudo que seria carregado primeiro e servi a mesa da cozinha com café, suco e pães.

Pedi licença aos meninos e fui até a academia.

Assim que abri a porta, o vi olhando a rua pela janela.

Me coloquei atrás dele, o abracei e, mordendo sua nuca do jeito que ele gostava, comecei a sentir sua pica crescendo no jeans.

ㅡ diz pra mim quem é o homem que me faz feliz! ㅡ perguntei em seu ouvido e senti seu corpo tremer em meus braços.

ㅡ sou eu! Te faço muito feliz?

ㅡ muito! Você é meu homem desde sempre. É o dono do meu coração.

ㅡ você é o homem da minha vida, Fillipo. Ah...meu amor, faz amor comigo como sempre fez. Daquele jeito que eu gosto...

ㅡ lento e forte...

ㅡ isso! E quero assim, em pé!

Nos amamos de uma maneira deliciosa e descomplicada. Seu corpo suava e tocava o meu, me lambusando, me deixando excitado e querendo mais daquele homem que me deixava duro com um simples secar de cabelos.

Entrei nele sem pressa. Ele se entregava sem medo, pois sabia que eu seria carinhoso. Sempre fui.

Alcancei sua pica que balançava acompanhando nosso rítmo lento, mas de estocadas profundas. Ele sempre gostou desse jeito. Segurei forte seu cacete e o masturbei enquanto seu corpo subia e descia em mim.

ㅡ vou me sentar no colchonete e te quero no meu colo, de frente pra mim. ㅡ disse e sem sair dele, o levando comigo até onde estava o colchãozinho.

ㅡ você sempre gostou assim...

ㅡ é porque gosto de olhar pra você. Gosto de te ver com tesão enquanto estou em você. Que graça teria fazer amor sem olhar pro outro? Você fica lindo sentindo prazer e te vendo com tesão, me dá mais tesão ainda. Gosto de saber que te faço sentir tudo isso. Te acho sexy! ㅡ ele sorriu com uma timidez que eu desconhecia até então.

ㅡ ah, que isso!

ㅡ não acredita em mim? Fiquei de fogo só por te ver secando o cabelo. Seu jeito...sua forma de caminhar até mim; tudo em você me atrai.

ㅡ caramba...que delícia! Gostoso... ㅡ fiz um movimento e ele relaxou o corpo em mim.

ㅡ achei que tinha te machucado...

ㅡ não, só entrou tudo! Isso...assim...agora...ah!

ㅡ isso meu amor, geme pra mim...geme gostoso!

Ele me abraçou e senti seu corpo se contraindo em espasmos. Seu cu apertava meu cacete tão gostoso que gozamos juntos.

Senti minha barriga melada por sua porra e como era quente.

Ele descansou em meu ombro e ficamos abraçados por alguns minutos.

Me beijando o pescoço, perguntou se eu realmente o achava um homem sexy e sorri lhe dando um beijo.

ㅡ você é o homem mais sexy que eu já conheci em toda a minha vida. Sempre te elogiei e te elogio quando fazemos amor. Como hoje.

ㅡ isso é verdade. Adoro isso que fazemos; esse papo gostoso na hora do sexo. Adoro quando nos olhamos e vejo em teus olhos teu amor por mim. É lindo demais!

ㅡ então não me deixa! Fica aqui! Daqui a pouco iremos embora. Vou sentir falta desse nosso cantinho, Cadão. Gosto tanto daqui. ㅡ ele saiu de mim devagar e joguei minha camisinha no lixo.

ㅡ passamos bons momentos aqui, mas teremos bons momentos em Erculano também. Vou tomar banho, me deixou todo suado de novo. Da uma olhada no pessoal e vem comigo?

ㅡ claro! Vai indo que já chego. Vou limpar a sua melca na minha barriga.

ㅡ kkkk, te esporrei todo. ㅡ ele saiu gargalhando e fui até o lavabo me limpar.

Faltava apenas cinco caixas. Disse ao Maurício que assim que descessem todas as caixas, eles poderiam ir. Também disse que meus pais estariam esperando por eles em Erculano, caso não conseguíssemos acompanhá-los na estrada; talvez o Ricardo pararia em algum lugar pra descansar. Nos despedimos, lhe desejei boa viajem e fui tomar banho.

Ricardo me esperava, ele estava se ensaboando e entrei na ducha com ele.

ㅡ sei que vamos cansar, mas quero ir direto. Não estou afim de parar pra dormir em motel. Quero chegar logo em Erculano. Acha que aguenta revezar o volante comigo à cada duas horas? ㅡ ele disse e ensaboava minhas costas.

ㅡ consigo! Com sorte chegaremos antes das 22:00hrs.

ㅡ é o quê eu espero. Paramos pro almoço e descansamos no carro mesmo.

ㅡ tudo bem, man. Tranquilo. ㅡ senti seus lábios tocando minha nuca. Ele me abraçou com força e sarrou seu corpo no meu do mesmo jeito que eu fazia com ele e, de uma forma gostosa, senti seus dedos em meu ânus. Fiquei estático. Ele viu que contraí e mordeu minha orelha.

ㅡ relaxa!

Relaxei, deixei ele brincar com meu corpo novamente e aproveitei cada momento. Gozei sem me tocar. Meu corpo pegava fogo e ele me virou de frente pra ele e disse:

ㅡ precisa ver tua cara de tesão quando está gozando. Coisa mais linda do mundo.

ㅡ gozei meu amor por você! Simples assim!

ㅡ simples, mas que diz muita coisa...

ㅡ e diz mesmo! Caramba, estamos atrasados.

ㅡ eu sei. Já lavei tua bunda, vamos? Kkkk

ㅡ kkkk, vamos.

Saímos do apartamento era quase onze e meia.

Passamos no supermercado, comprei algumas bobagens pra comer durante a viagem que seria longa demais pro Ricardo.

Mesmo adorado os momentos que passamos viajando até Santo Amaro, eu sabia que ele aceitou ir de carro só pra me agradar. Ele não gostava de dirigir por muito tempo.

Foram longas horas revezando a direção até que paramos em um restaurante de beira de estrada, que por sorte, ainda estava servindo o almoço.

Votamos pra estrada e recebi uma ligação de meu pai dizendo que estava instalando a tv na sala. Minha mãe já teria organizado tudo que eu havia pedido pra ela levar da fazenda. Agradeci a ajuda, ele queria saber se havia problema de fazer em um jantar para nos receber lá na cobertura. Como eu estava no viva voz, o Ricardo ouviu toda a conversa e disse:

ㅡ problema algum! Não vejo a hora de chegarmos. A casa é de vocês.

ㅡ maravilha! Trouxe a carne que te falei e vou colocar a ceveja pra gelar.

ㅡ opa! Ai sim!

Ficaram conversando como se eu nem estivesse ali. Deixei meu celular ligado e coloquei no suporte pra que o Ricardo pudesse usar e me acomodei na poltrona.

Acabei dormindo.

Senti a mãos do Ricardo no meu rosto e perguntou se eu queria comer alguma coisa. Vi que adormece por uma hora.

ㅡ não estou com fome, mas é melhor você descansar um pouco, eu dirijo agora. ㅡ disse.

ㅡ tem certeza? Fiquei conversando com seu pai e quando te olhei, você estava roncando.

ㅡ claro, me excluiram da conversa.

ㅡ kkkk, desculpa.

ㅡ ah, estou brincando! Vai, deixa eu dirigir agora. Sua cara está péssima. Ainda temos umas cinco horas.

ㅡ ainda! Minha nossa, juro que nunca mais pego estrada de novo. Nem se você me implorar.

ㅡ eu é que não quero mais. Vou de avião, com medo, mas vou. Kkkk

ㅡ eu te protejo! Kkkk

Ele parou o carro no acostamento e trocamos de lugar.

Quinze minutos depois, ele já estava dormindo.

Parei em um posto de gasolina, desci, comprei dois energéticos e quando entrei no carro, ele acordou.

Ficou possesso por eu ter dirigido uma hora há mais que o combinado. Ofereci a bebida a ele, que aceitou e assumiu a direção novamente.

Faltava duas horas pra chegar em Erculano. Eu estava literalmente destruído.

Recebi uma ligação do Maurício da transportadora dizendo que já estavam no prédio descarregando tudo.

ㅡ está tudo bem por aí? ㅡ perguntei.

ㅡ tudo certo! Tem um quadro aqui que não está etiquetado...

ㅡ ah, sim...deixa o Kandinsky no meu apartamento. Resolvi levar de última hora.

ㅡ beleza, então. Boa viajem pra vocês!

Tirei um cochilo até que fui acordado pelo Ricardo dizendo que estávamos na entrada de Erculano.

Me sentei no banco, abri aquele sorriso de felicidade e ele se ria por me ver tão feliz.

Chegamos no prédio e ele brincava dizendo que eu parecia um zumbi. Como se ele estivesse menos cansado do que eu.

ㅡ eu só quero dormir. ㅡ disse e ele me abraçou, me levando pro elevador.

ㅡ espero que seja na minha cama.

ㅡ onde mais eu descansaria?

ㅡ hum, adoro te ouvir falando assim. E as malas que estão no carro?

ㅡ ah meu amor, amanhã subimos com elas. Estou morto de cansado.

ㅡ tudo bem! Vou cumprimentar seus pais e subir pra tomar banho.

Saímos do elevador e quando apertei a campainha, minha mãe abriu a porta toda feliz. Seu sorriso espontâneo e sincero parecia ter renovado todas as minhas energias. Meu pai também estava animado; foi muito simpático com o Ricardo teve a coragem de dizer que havia uma caixa de cerveja nos esperando na cobertura.

Perguntei onde estavam minhas caixas e meu pai disse que pediu pro pessol deixar tudo no quarto que estava vazio.

ㅡ arrumei o quarto de vocês. Tomei a liberdade de trocar os forros de cama quando a mudança chegou. ㅡ minha mãe disse e o Ricardo a agradeceu.

Convidei o Ricardo pra vir até minha suíte comigo e meio sem jeito me acompanhou.

Quando entramos, perguntou o quê eu queria e lhe dei um beijo. Namoramos por alguns minutos. Ele adorou a decoração do quarto, os móveis e se sentou em uma poltrona que ficava de frente pra tv.

ㅡ senta aqui, vem! ㅡ ele disse e fui até ele me sentando em seu colo.

ㅡ está pensando besteira, não está?

ㅡ kkkkk, eu? Capaz! Só achei essa poltrona bem confortável. Muito boa pra namorar.

ㅡ kkkkk, eu que sou tarado, né?

ㅡ deixa eu ser também! Kkkk

ㅡ safado!

ㅡ bobo! Caramba, gostei muito do seu ap. Olhando agora, com mais calma, é muito bonito, sofisticado e moderno. Excelente escolha.

ㅡ muito obrigado!

ㅡ amor, vou subir pra tomar banho. Te espero pra jantar.

ㅡ então vai. Está cansado.

Estávamos nos beijando na poltrona, ele disse que me amava e nos abraçamos.

Ouvi meu pai me chamando e fiquei sem graça quando ele me viu no colo do Ricardo. Nos levantamos e ele disse que o jantar estava quase pronto.

Ricardo disse que subiria pra tomar banho e peguei minha toalha indo ao banheiro.

ㅡ só entrei porque a porta estava aberta. Não imaginei que estivessem se beijando. Me desculpa. ㅡ meu pai disse e fiquei super sem graça.

ㅡ relaxa! Como o senhor viu, foi só um beijo e um abraço. Nada de mais.

ㅡ ele gosta muito de você.

ㅡ quer mesmo falar sobre isso, pai? ㅡ entrei no box e ele continuou conversando comigo.

ㅡ só estou dizendo. É que ouvi ele dizendo que te ama.

ㅡ está chocado?

ㅡ não muito! É meio estranho, mas sinto que ele fala a verdade. Ou não teria assumido esse namoro de vocês. Ele poderia muito bem ficar namorando contigo escondido, mas não.

ㅡ imagina, ele nunca me esconderia. Um dia, se o senhor quiser saber a estória toda, te conto com mais calma. A única coisa que precisa saber, é que a gente se ama. Apesar da diferença de idade, nos damos muito bem.

ㅡ é, percebi! Um dia você me conta a estória toda. Andei convesando com seu Otaviano sobre vocês. Ele está me ajudando a entender certas coisas. Afinal, ele tem mais experiência do eu.

Saí do banho e quando entrei no quarto, ele estava sentado na minha cama.

Troquei de roupa e me sentei ao seu lado.

Conversamos mais um pouco, ressaltei o fato de estarmos mais próximos e agradeci de verdade, por ele estar interessado em minha vida, só que agora, de uma forma mais natural e, não me forçando a fazer coisas as quais eu não queria.

Minha mãe veio nos chamar pra ir até a cobertura. Mandei um SMS pro Ricardo e perguntei se já estava pronto e disse que sim.

Quando ele abriu a porta e entramos, vi o dedo de minha mãe em tudo. Comentei que estava tudo arrumado e, pedindo licença ao meu pai, agradeceu minha mãe pela ajuda e a abraçou.

Fomos pra sacada. Ajudei minha mãe a colocar a mesa e, enquanto estávamos conversando, ela disse que havia gostado muito do apartamento, mas que esperava algo mais simples.

ㅡ eu estava mesmo pensando em algo menor, mas agora que estamos morando perto, vocês poderão vir com mais frequência me visitar. Além do mais, vou pagar com a renda do Ap que a Yoiô me deu.

ㅡ promete que se precisar de ajuda, vai me liga?

ㅡ prometo sim, fica tranquila.

ㅡ ah, eu estava levando o lixo lá em baixo pra reciclar e encontrei com uma mulher que faz a faxina aqui no prédio. Perguntou se vocês não estariam interessados. Peguei o número de contato dela, depois te passo.

ㅡ obrigado. Acho que o Cado vai querer. Eu vou ver o quê fazer. Caramba, é tanta coisa. Daqui a pouco seu Otaviano vai chegar por aquela porta e acabou nosso sossego.

ㅡ hahaha, ele está cheio de planos. Está animado e tão feliz. Você precisa ver.

ㅡ eu imagino. Estou preocupado, mãe.

ㅡ com o quê?

ㅡ comigo e o Ricardo tralhando juntos, com os comentários maldosos que provavelmente existirão.

ㅡ e desde quando precisou de aluém pra ser o dono da sua vida? Desde quando se importou com o quê os outros pensam? Começou a namorar o Ricardo antes mesmo de nos contar que era gay. Eu sou sua mãe, te conheço antes de você ser grandão assim e, sei o homem de caráter que se tornou. É por ele ser mais velho?Por ele ter dinheiro? Você não ama o dinheiro que ele ou a família dele tem. É ele quem você ama. Você pode ser a melhor pessoa da mundo, mas a sociedade vai te julgar da mesma forma. Não se sinta obrigado em agradar todo mundo.

ㅡ a senhora está certa! Nem sei porquê fico pensando certas coisas. Acho que já podemos servir o jantar.

ㅡ ja sim, vou pedir pro seu pai trazer a carne pra dentro.

ㅡ pode deixar que vou lá pedir pros dois virem jantar.

A porta da sacada estava fechada pra fumaça não entrar no apartamento, mas dava pra ouvi-los conversando.

Antes de eu abrir as cortinas, ouvi meu pai perguntando ao Ricardo se ele realmente tinha voltado ao Brasil em definitivo, pois não queria que eu sofresse com um retorno súbito dele para os EUA.

Pensei em abrir a porta, mas resolvi ouvir conversa alheia e esperei o Ricardo responder.

ㅡ antes da minha mãe morrer, eu já estava me preparando pra voltar. Eu só não havia comunicado à empresa. Voltei, cumpri os cinco anos de contrato e aqui estou eu. Mas não voltei somente pelo pai. Voltei pelo seu filho, voltei pelo Fillipo. Ficamos durante cinco anos mantendo contato e o resto da estória o senhor ja conhece.

ㅡ conheço! Eu só não consigo entender o quê um homem como você, vê em um rapaz da idade dele. Ele é meu filho, é um menino maravilhoso e melhor que eu em muitos aspéctos, mas ele só tem vinte e três anos.

ㅡ Erasmo, eu sou sincero quando digo que o amo. Até porque, se não amasse, nem me preocuparia se ele te contasse ou não. Continuaria namorando com ele escondido e cairia fora se ele resolvesse se assumir. Mas como eu te disse, voltei por ele. Entrei sim em conflito comigo mesmo por causa da diferença de idade, mas esperei por ele tempo suficiente pra levar esse relacionamento à sério, sem ninguém se machucar. E com todo o respeito, se você não tivesse aceitado o fato dele ser gay e de estarmos namorando, eu o levaria embora comigo. Minha alegria é ver ver seu filho feliz. Isso pra mim já basta.

ㅡ eu te respeito, Ricardo. E não é só pelo fato de estar namorando meu filho, mas porque é um homem de caráter. Nem acredito que estou dizendo isso, mas o Lipo não poderia ter encontrado homem melhor. Eu só quero que ele seja feliz e, se ele é feliz contigo, também me deixa feliz.

ㅡ se depender de mim, ele será feliz sempre.

ㅡ assim espero. Quer mais cerveja? Vou pegar.

ㅡ quero sim! Acho que essa carne já está boa, heim?!

Botei um sorriso no rosto depois de tudo que havia ouvido e, antes que meu pai abrisse a porta, eu a abri primeiro os chamando pra jantar.

Vi o sorriso do Cado quando me viu e pediu que eu me sentasse ao seu lado.

Disse que a mesa estava posta e meu pai levou a carne pra dentro.

Encostei minha cabeça em seu ombro e senti sua mão por debaixo da minha camiseta. Me ascendi na hora com o toque suave de sua mão.

ㅡ tira a mão daí. Vai me deixar de pau duro.

ㅡ caramba! Não posso nem encostar que já fica de fogo?

ㅡ fico! Tira logo. Como quer que eu entre pra jantar com uma ereção?

ㅡ rsrs, já tirei. Se acalme!

ㅡ estou calmo, mas olha aí! Pau duro!

ㅡ ajeita essa pica pro lado. Kkkk

ㅡ não da, man! A bichinha ficou doidinha com teu carinho.

ㅡ que pica safada! Esquece o tesão que ela abaixa.

ㅡ sim, vai levar uns cinco minutos. Kkkkk

Esperei minha ereção passar e fomos jantar.

Como sempre, estava tudo delicioso.

Depois do jantar, tomamos cafe na varanda e conversamos um pouco com meus pais.

Vi minha mãe olhando o relógio e chamou meu pai pra descer.

Fechei a porta com a chave assim que eles desceram e o Ricardo estava sentado no sofá assistindo um filme antiguíssimo na tv.

Tirei a camisa e me sentei em seu colo de frente pra ele com as pernas dobradas.

Suas mãos percorreram minhas costas e as senti dentro da minha calça.

ㅡ vai dormir comigo, não vai? ㅡ ele me perguntou e segurei seu rosto lhe dando um beijo.

ㅡ claro que vou!

ㅡ vou arrumar a cama. Vou por você dormir. E nem me olha com essa cara. Só quero desmaiar nos teus braços. Sem sexo!

ㅡ kkkkk, fazer o quê? Te respeito, Cadão! Só que vou dormir com meu cacete na sua bunda. Só pra você sentir ele quentinho.

ㅡ kkkkkk, safado! Pode dormir.

ㅡ oxi, meu bem...é bem delícia! Eu gosto!

ㅡ me diz algo que não goste?

ㅡ hum, sei não! Vindo de você, gosto de tudo; até quando mete os dedos em mim e faz aquela massagem gostosa.

ㅡ gosta mesmo?

ㅡ gosto! Certeza que não vai rolar nada?

ㅡ kkkkk, vou pensar. Talvez!

ㅡ já é alguma coisa! Kkkk

Dorminos feito dois anjos inocentes. Eu estava cansado demais, mas ele acabou me superando. Não demorou nem dois minutos, quando percebi, ele havia caído no sono.

Pela manhã acordei antes do Ricardo e desci até meu Ap.

Abri a porta da sala devagar pra não acordar meus pais e quando estava passando pela sala, ouvi meu pai falando comigo.

ㅡ você está na sua casa, não precisa entrar como se fosse um ladrão. ㅡ ele estava na cozinha e fiquei sem graça.

ㅡ pensei que ainda estivessem dormindo. Não queria fazer barulho.

ㅡ já são dez da manhã! Senta aí! Quer café?

ㅡ quero, obrigado! Onde está a mãe?

ㅡ desceu pra comprar algumas frutas. Daqui a pouco vamos pra casa.

ㅡ mas já? Pensei que iriam almoçar comigo?

ㅡ hoje não vai dar. Seu Otaviano está chegando no final da tarde e tenho que ajudá-lo com a cooperativa. Ele ja me ligou e pediu pra avisar que vai vir na semana que vem. Pediu pra vocês irem conhecer a fábrica.

ㅡ chamo o Cado pra dar uma volta por aí e passamos por lá. Dormiram bem?

ㅡ dormimos! E você?

ㅡ rsrs, dormi.

ㅡ estou vendo! Lipo, sei que já é um homem, mas pra mim, sempre será o menino que eu carregava em meus braços. Me preocupo contigo! Então, não hesite em me pedir colo, quando precisar.

ㅡ não hesitarei. Achei muito bacana a preocupação que tem comigo. Te ouvi conversando com o Ricardo e querendo saber se ele havia voltado pra ficar em definitivo.

ㅡ desde quando ouve atrás da porta?

ㅡ não foi por querer, mas me interessou. Sei que me acha novo demais, mas quando o Ricardo e eu começamos a ficar, eu disse a ele que nunca me iludiria com ele. Sempre o amei, mas mantive meus pés no chão. Por isso nunca disse pra ele que o amava, até ter certeza que ele sentisse o mesmo por mim. Eu não queria que ele se visse obrigado a ter algo comigo. Tanto que foi ele quem tirou de mim uma declaração de amor que ha tanto tempo estava guardado em meu peito. E nesse mesmo dia, ele também disse que me amava e que havia voltado por mim. ㅡ contei a ele sobre o dia que nos declaramos um pro outro na praia e quase vi uma lágrima cair de seus olhos.

ㅡ vejo que é mais maduro do que eu pensava.

ㅡ ah pai, eu só quero viver esse amor. Esperei tanto tempo por ele.

Ele se levantou e veio ate onde eu estava. Me abraçou e disse que estaria sempre ao meu lado.

Conversamos abertamente sobre minha relação com o Ricardo e nunca imaginei que ele me ouviria com tanta atenção.

Fiquei impressionado com sua preocupação. Me senti novamente conectado com ele, só que dessa vez, foi mais especial.

Batemos um bom papo até que ouvimos minha mãe chegando com as compras.

Quando nos viu emocionados, perguntou se haviamos brigado e do nada, meu pai e eu começamos a rir.

Ela simplesmente deu de ombros e nos deixou na cozinha.

Meu celular tocou e era o Ricardo. Atendi.

ㅡ onde está, Lipo?

ㅡ aqui em casa. Desce e toma café comigo.

ㅡ já estou indo, quer sair depois? Podemos dar uma volta por aí. O quê acha?

ㅡ acho ótimo! Te espero.

Antes de eu pedir licença e ir pro meu quarto, meu pai apontou pro anel que estava no meu dedo e expliquei a ele o tal compromisso que Ricardo me propós.

Óbvio que ele disse que eu estava noivo e ficou bravo por eu não ter dito nada nem pra ele, nem pra minha mãe.

Se não bastasse, ele ainda a chamou e mostrou meu dedo. Ela ficou super feliz, mas pedi que se sentasse pra eu poder explicar melhor.

ㅡ vocês dois precisam parar com isso de noivado. É só um anel de compromisso. Se continuarem com isso e o Ricardo entrar por aquela porta e ver vocês dois assim, vai achar o quê? Não quero que ele pense que o estou pressionando. É um anel só pra simbolizar o amor que temos um pelo outro. Só isso! Será que eu posso confiar em vocês?

ㅡ tudo bem, não vamos insistir no assunto, mas pra mim é noivado e pronto! ㅡ minha mãe disse e foi pra cozinha!

ㅡ mãe?! Volta aqui! Está vendo? Culpa do senhor! Pra quê foi mostrar o anel pra ela? Agora ela vai contar pra todo mundo que estou noivo, sendo que não estou.

ㅡ está fazendo tempestade em um copo d'água. Deixa de ser bobo. Ela está feliz...deixa ela. Até eu estou! ㅡ quase não acreditei quando ele disse.

ㅡ minha nossa! Eu deveria estar sorrindo, mas vocês vão acabar me constrangendo. Será que da pra não comentar sobre esse assunto com ele?

ㅡ okay! Não vamos falar nada. Acho que é ele! ㅡ a campainha tocou e fui atender.

Abri a porta e ele estava estupidamente bonito.

Segurei sua cintura e lhe dei um selinho.

Ele entrou e pedi que fosse comigo até a cozinha.

Servi o café a ele e eu via o sorriso besta de minha mãe.

Meu pai a chamou até o quarto e dei graças aos céus.

Eu não queria o Ricardo achando que eu estava dando corda pra um noivado que não existia.

ㅡ está tudo bem? ㅡ ele perguntou.

ㅡ sim! Daqui a pouco meus pais voltam pra fazenda...

ㅡ já? Pensei que iriam amanhã.

ㅡ vão hoje. Vai me levar aonde?

ㅡ então, eu estava pensando de almoçarmos em algum lugar tranquilo e depois, irmos até a fábrica.

ㅡ maravilha! Come esse pãozinho, está uma delícia!

ㅡ rsrs, você está estranho!

ㅡ eu? Não, to suave!

ㅡ hum...parece que está nervoso...

ㅡ não é nada. Bobagem! Meu pai e eu tivemos uma conversa emocionante agora pouco, só isso.

ㅡ eu fico feliz por você. Sei o quanto significa o fato dele estar mais envolvido com a gente...

Mudei rapidamente de assunto e ouvi meus pais na sala. Eles já estavam se preparando pra voltar. Nos despedimos e minha mãe esqueceu completamente o assunto do noivado. Ainda bem!

Assim que eles se foram fui surpreendido pelo Ricardo com um abraço.

Me virei de frente pra ele e pulei em seu colo. Ele me levou até o sofá. Me deitou e veio sobre mim. Suas mãos levantaram minha camisa e meu mamilos sentiram a força de seus lábios e língua.

Fechei meus olhos por instantes, relaxei meu corpo e uma mão boba segurou meu cacete já duro dentro do moletom.

ㅡ o quê você quer aí? ㅡ perguntei e, ele, com um sorriso no rosto, se afundou em meu corpo.

ㅡ nada! Kkkk

ㅡ pilantra! Vou tomar banho pra gente sair.

ㅡ vou dar banho em você!

ㅡ hum, está animado!

ㅡ estou descansado! Quero sair por aí. Dar uma volta. Te levar pra almoçar e depois vamos à fábrica. Quero conhecer a vida noturna de Erculano. Estou sentindo boas vibrações. Acho que vou gostar daqui.

ㅡ caramba, está ligado na tomada, man? Kkkk

ㅡ aham! Agora vem! Toma se banho, fica bem gato pra mim e vamos sai logo dessas paredes!

Me levantei mais que depressa e corri tomar banho. Ele me acompanhou, me banhou, escolheu minha roupa e me pegou no colo, me levando até a sala.

Seus olhos brilhavam. Ele se ria e me abraça com alegria.

Era bom vê-lo feliz. Embarquei em sua felicidade e quando chegamos no carro, vimos todas aquelas malas.

Colocamos tudo no elevador e deixamos no meu apartamento, na sala mesmo.

Fiquei contagiado por seu bom humor e saímos por Erculano.

Era um nosso começo, pelo menos pra mim. Acho que pra ele também!

*

*

*

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Continua...

Espero que tenham gostado! Muito obrigado pelos comentários. Fico feliz que a cada dia aparece alguém novo por aí.

Obrigado pelo carinho de sempre. Agradeço a todos que lêem e sempre estão comigo desde o início. Valeu mesmo! Demorou um cadinho, mas saiu. Desculpe! Se cuidem! 😉✌

Happy Pride!! 🌈

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Comentários

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Esse amor deles é contagiante... Dá até vontade de sair por aí procurando um amor assim... kkkkk Acho que o Cado ficou constrangido em pedir o Lipo em casamento e inventou essa história de anel de compromisso quando no fundo a ideia era casar... Essa insegurança deles na relação é a única parte que ainda está falta acertar mas já está muito lindo assim... E isso, acredito eu, eles vão contornar com uma bela conversa e depois vão rir da bobagem deles. Seu Erasmo virou meu ídolo, mas estou sentindo falta do seu Otaviano.

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QUANTA FELICIDADE DESSES DOIS. ESPERO QUE CONTIUE ASSIM. QUAL O MOTIVO PRA NÃO ESTAREM NOIVOS OU SE CASAREM? OU MESMO MORAREM JUNTOS???

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Muito feliz vendo que o pai do Lipo está mais presente na sua vida e trocando bons papos.....

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Percebi aqui um erro que cometi no meu namoro, disse que amava sem saber se ele me amava tmb. Não estamos mais juntos ele não me ama

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A cada capítulo a história fica melhor

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Atualmente, esta é a minha narrativa predileta. Anseio pelos capítulos, todos os dias. E quando vejo uma nova parte postada, invade-me uma felicidade boa, gostosa, calma como a história contada aqui. Cheiros nas asas...

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