Encontro duplo

Um conto erótico de Larissa S2
Categoria:
Contém 1443 palavras
Data: 03/09/2018 22:26:22
Assuntos: crossdresser

Gabriel e Mônica eram amigos de uma vida. Vizinhos, estudaram juntos desde o jardim de infância, passando por todo o ensino fundamental até o 2o ano do ensino médio, onde eram, como a vida toda, colegas. Mônica era uma menina linda, super vaidosa, que gastava tudo o que tinha - e não tinha - em roupas, maquiagens e produtos de beleza; Gabriel era um rapaz bonito, que sempre chamou a atenção da mulherada, embora tivesse um corpo esguio e um tanto magrelo. Muitos confundiam aquela amizade como namoro, porém o passar dos anos como amigos fez com que aquela cumplicidade entre os dois fosse algo muito mais próximo de parentesco do que qualquer romance. Compartilhavam histórias, frustrações, alegrias, absolutamente tudo, como se fossem dois irmãos - porém sem a parte da briga, que eram raríssimas, tamanho entrosamento entre eles.

Certa feita, em uma tarde chuvosa de sexta, Gabriel assistia TV na sala da casa de Mônica, que parecia extremamente entediada:

- Que filme chato é esse?

- Vingadores - respondeu ele, sem tirar os olhos da tela.

- Chato...

- Chata é você.

Após alguns segundos, Mônica voltou a conversa:

- Vamos ficar aqui a tarde toda vendo filme?

- Tem alguma sugestão melhor?

- A gente poderia ir ao shooping.

- Aff... prefiro meu filme.

Mônica revirou os olhos. Aquele filme definitivamente não era programa para ela. Bufou e começou a olhar para a sala, como que a procura de alguma coisa que a entretivesse. Viu então no chão de sua casa seu aparelho de fazer chapinha então decidiu aproveitar o ócio e cuidar do cabelo. Foi até o espelho decorativo e, em frente a ele, alisou todo o seu cabelo, com esmero. Mônica tinha um cabelo castanho, levemente ondulado, mas, após aquela sessão, estava com eles super lisos.

- Olha que lindo!

- O que?

- Meus cabelos.

- Hum...

- Olha, Gabriel!

Gabriel tirou os olhos da tela da TV dois segundos, olhou para a amiga e voltou a atenção ao filme;

- Tá bonito mesmo.

- Essa minha chapinha é mara...

- Acredito.

O tédio então voltou para Mônica, até que olhou para o aparelho em sua mão, olhou para o amigo e teve uma grande ideia: iria fazer chapinha no cabelo do amigo. Gabriel tinha deixado os cabelos crescerem na onda hipster, deixando eles sempre presos em um coque samurai o qual ele quase nunca desfazia. Mônica então foi, sorrateiramente, até onde estava o amigo, desatou o coque e começou a operação:

- O que você está fazendo? - perguntou ele, visivelmente sem paciência.

- Vou dar uma alisada nesse seu cabelo horrível.

- Se isso fizer com que você me deixe ver o resto do filme em paz, vá em frente.

Mônica soltou um gritinho de alegria e começou o alisamento. Em alguns minutos, os cabelos do amigo (que eram ruivos e levemente lisos) ficaram absurdamente lisos e brilhantes.

- Nossa! Ficou lindo! - falou ela exultante.

- Hum. Acabou? Posso ver o filme agora?

- Falta muito?

- Acho que uma hora ainda.

- Aff...

Mônica então viu também caído no chão de sua sala sua necessaire básica de maquiagens, que tinha sempre em sua bolsa para o dia-a-dia. Arregalou os olhos com a ideia que teve, foi até lá, pegou sua mico malinha de makes e se perfilou ao lado do amigo.

- Que foi agora, Mônica?

- Nossa, Gabriel... você está com uma cor horrível...

- Sério?

- Sim... peraí, deixa eu fazer uma coisa...

Começou então a espalhar base líquida no rosto do amigo com pincel.

- O que você está fazendo? - perguntou Gabriel, começando a se impacientar.

- Nada. só te deixando com uma cor mais saudável.

Terminada a base, pegou uma esponjinha e passou pó compacto, terminando de fazer a pele do amigo. Quando viu, segurou o riso.

- Qual a graça?

- Nenhuma.

Vendo que o amigo estava compenetrado no filme e que não apresentava resistência, decidiu continuar com a brincadeira que definitivamente tinha lhe acabado com o tédio. Olhou na necessaire e tirou sua caixinha de sombras da Naked.

- Nossa, que gostoso isso... - comentou Gabriel, enquanto tinha sua pálpebras acariciadas pelos pinceis de maquiagem da amiga.

- É uma massagem facial que aprendi. Gostoso, né?

Mônica era tinha feito diversos cursos de maquiagem ao longo da vida e sempre era solicitada pelas amigas quando elas queriam um make mais caprichado. Não tardou muito para que tivesse terminado o serviço, fazendo um sombreamento delicado e muito feminino nele. Finalizou pegando um lápis preto e corrigindo as sobrancelhas.

Exultante com seu amigo como uma boneca Barbie gigante ao seu dispor, seguiu. Pegou então o delineador líquido e pediu para que Gabriel fechasse um olho de cada vez, enquanto ela fazia o que mais gostava com aquele cosmético: olhos de gatinha, bem puxadinhos nas pontas. Como Gabriel seguia totalmente focado no filme, nem reparou quando ela aplicou generosamente rímel em seus cílios.

- Mais massagem. Agora nas bochechas...

- Hummm... bom.

Estava aplicado o blush. Faltava o gran finale: o batom.

- Sua boca está meio ressecada... - falou ela, já pegando o batom.

- Uhum... é...

- Deixa eu passar uma manteiga de cacau...

E aplicou cuidadosamente o batom nele. Vermelho, afinal, batom vermelho fica lindo em 'ruivas'.

Quando terminou, Mônica quase teve um surto de tanto rir. Gabriel, maravilhosamente maquiado, seguia vendo o filme.

- Tá rindo de que?

- Nada... nada não.

Mônica percebeu que o filme estava no fim e deitou-se no sofá, contando os minutos para ver a reação do amigo diante daquela transformação. Pegou uma revista e começou a folheá-la.

Filme terminado. Gabriel se levantou, se espreguiçou e olhou a amiga, que tentava esconder o riso atrás da revista.

- O que foi, Mônica?

- Nada... nada mesmo...

- Vou no banheiro. Já venho.

- Tá bom...

Um minuto depois, Mônica ouviu o amigo gritar do banheiro:

- MÔNICAAAAAAAA!!!

Em seguida ele veio correndo até ela na sala.

- Posso saber que palhaçada é essa que você fez em mim?

- O que? - tentou fazer-se de desentendida, rindo.

Gabriel pareceu ficar ainda mais indignado.

- O QUE??? Você me maquiou!

- É? Nem percebi.

- Posso saber por que isso?

- Ai, Gaby, eu tava super entediada. Comecei fazendo chapinha em você, aí uma coisa foi levando à outra e aí...

- E aí você brincou de Barbie comigo!

- Não. Porque a Barbie é loira. E você é ruiva. Seria mais Suzy...

Gabriel fuzilou a amiga com os olhos.

- Não, francamente.... como que tira isso?

- Nãooooo... não tira ainda. Fica um pouco assim. Deu tanto trabalho... - falou em tom de pidona a amiga.

- Mônica... como tira isso?

- Ai, Gaby, fica só um pouquinho. Ficou um amor...

E realmente havia ficado. Gabriel não tinha traços muito másculos; aliando o fato de estar com o cabelo alisado e muito bem maquiado, não havia como não dizer que ele parecia uma menina. E bonita.

Gabriel então, quase batendo os pés, foi até o espelho da sala e voltou a se olhar.

- Não, olhas as ideias - disse já um pouco menos brabo.

- Mas ficou uma graça, né?

- Não, não ficou!

A verdade é que tinha ficado sim e Gabriel sabia disso. Mas não podia admitir.

- Ficou parecendo a Marina Ruy Barbosa... - falou ela, irônica, mas não sem um quê de sinceridade, pois dava os ares dela sim.

- Pior que... parece mesmo... - concordou ele se analisando bem.

- Vem, Marina, vamos conversar aqui um pouco.

Gabriel olhou com olhar de impaciência para ela, voltou a mirar-se no espelho e então foi sentar ao seu lado no sofá.

- Nossa, Gaby, você ficou uma gatinha...

- Mônica...

- É sério! Não achou?

Ele nada respondeu, mas seu silêncio era um claro 'sim': havia ficado uma gatinha.

- Só 15 minutos. Quinze minutos assim e você vai me ajudar a tirar isso da minha cara.

- Combinado.

Sentaram então para verem algo na TV. Alguns minutos depois, Mônica pegou sua necessaire e começou a se maquiar.

- Ué? Vai sair?

- Não, mas deu inveja desse teu make. Me deu vontade de ficar gata também.

Gabriel só revirou os olhos.

Como num passe de mágica em alguns minutos a amiga estava pronta, com uma maquiagem idêntica à da amiga.

- Voilá! Somos sisters de make.

- Emocionante.

- Vamos fazer uma selfie? - disse Mônica, pegando o celular e esticando já se preparando pra foto.

- Ha ha ha... nem a pau.

- Ai, só uma... vai, faz um biquinho bem lindo, amiga.

- Mônica! Tudo o que eu preciso: tirar uma foto assim pra vazar e acabarem com minha vida.

- Tá bom, deixa.

Mônica oficialmente havia desistido da ideia, porém, num lapso de distração do amigo, havia feito uma captação de imagem no silencioso. E o melhor: pegou um momento bem no qual o amigo estava falando, porém a imagem parada era, ironicamente, a de ele fazendo biquinho, praticamente idêntico ao dela. Olhou a imagem um tempo, riu e logo escondeu o celular pra não correr o risco de o amigo ver e mandar apagar.

CONTINUA...

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