Eu e os três, A.B.O. que eu não sabia - pt24-B

Um conto erótico de Hubrow
Categoria: Homossexual
Contém 3637 palavras
Data: 18/09/2018 21:52:39

Retornei ao quarto de Otávio e Rodrigo. Ficamos os três sem ação, olhando-nos uns aos outros por alguns longos segundos. Eu ainda estava um pouco trêmulo, mas a saída de Marcelo sem que ninguém tivesse partido para a agressão física e seu tom ameno para comigo haviam me dado um alívio. E não posso negar que, bem mais tarde, depois que tudo havia passado, deitei a cabeça ao travesseiro absolutamente deslumbrado por um homem como aquele ter me escolhido como seu companheiro.

Foi Otávio quem quebrou o gelo, levantando-se da cama.

– Bom, já que o chefe mandou, bora fuder!

Pareceu-me subitamente animado, estranhamente disposto.

– Vamo lá. Se ele gosta de ser corno, vamos cornear o babaca – resmungou Rodrigo, sacando o cacete e os testículos de touro. – Anda, Zeca.

O verbo “cornear” não me passou despercebido. Confirmava que Marcelo tinha conseguido deixar claro que não apenas me fudia, tal como eles, mas que estávamos efetivamente tendo uma relação. O príncipe acabara de assumi-la frente a eles, selando-a com beijinhos, abraços carinhosos e, como provavelmente ambos deviam ter reparado, a exposição explícita de sua ascendência sobre mim. Marcelo, o mais hétero dos homens, o mais comedido de nós, o mais lacônico e bom moço, acabara de se apresentar como o macho dotado que tomara o passivo para si e, sem gritos nem esperneios, evidenciara sua autoridade.

– Vamo pro trampo! – brincou Otávio, já vindo com a mão ao elástico do meu short e ajudando a me desnudar para que me usassem.

Eu não entendia o que se passava com eles, e eles, surpreendentemente, pareciam não entender o que efetivamente havia se passado. Como se algo os impedisse de captar no que Marcelo os havia transformado. E transformado não só a partir daquele momento, mas já ao longo das últimas semanas. Era como se não enxergassem o que estava estampado na frente de seus narizes e que, cada um ao seu modo, aceitassem e mesmo concordassem com o lugar no qual o príncipe lhes havia posto.

Ambos me fuderam, e muito bem. Otávio foi o primeiro, e devia estar tão excitado que em pouco tempo iria atingir o orgasmo. Mas era tal seu empenho em prol de uma boa produção de porra que estancou assim que o pressentiu. Manteve-se imóvel.

– Fica quietinho, Zeca. Não mexe muito, senão eu gozo – me disse, enquanto eu continuava a mamar Rodrigo.

Só retomou após assegurar que a esporrada havia sido detida. Lançava mão da técnica tantas vezes usada quando o mamava, represando sucessivamente as ejaculações para aumentar a quantidade e engrossar a consistência do esperma. Mas, se antes era para saborear por mais tempo a minha boca ou comprovar para si mesmo que ele era um macho capaz de produzir uma gala grossa e farta, o que parecia querer agora não visava nem a mim nem a ele: era para Marcelo. Queria sua porra à altura da tarefa que lhe tinha sido determinada.

Sem ainda gozar, passou-me para Rodrigo e se apossou da minha boca. Estava tão endiabrado que, sem se dar conta da impropriedade da coisa, tentou imitar o touro. Rodrigo a tinha usado tal como se me enrabasse, já que suas dimensões, mesmo que com alguma dificuldade, o autorizavam a tal. O cacete maciço era suficientemente longo para alcançar minha goela mas também suficientemente curto para permitir o movimento de ir e vir sem impedir tanto minha respiração. No caso de Otávio, e naquela posição, era impossível. Até que se lembrasse disso, me fez engasgar algumas vezes. Há muito ele não ficava tão empolgado numa foda conjunta com Rodrigo.

O vigor dos dois me impressionava, ainda que no caso de Rodrigo fosse aparentemente eivado de uma revolta inútil, visto que ela não o impedia de fazer exatamente o que Marcelo havia mandado. Meteu-me a pica de uma vez só. Dei um pinote involuntário pela estocada bruta e ele imediatamente segurou firme em minhas cadeiras. O caralho de Otávio resvalou de minha boca, mas ele ignorou tanto aminha dor quanto o prejuízo que causou ao parceiro, metendo forte e ininterruptamente e, pela reação de Otávio, com uma agressividade que devia estar estampada em seu rosto.

– Caralho, fera, cê tá com raiva dele?

Rodrigo não respondeu. Seu ritmo era tão exaltado que ele quase me fez perder o equilíbrio. Então, para me manter firme, abraçou-me todo por trás e me fez curvar mais um pouco, mantendo seu torso grudado às minhas costas enquanto maltratava meu canal. Eu gemia, mais de prazer do que de dor.

– Mete o cacete de novo na boca dele, Otávio!

Tanta energia contrastava com que havíamos vivido menos de uma hora antes, quando passei pelo quarto deles como uma parada antes da foda que realmente queria, com Marcelo. Rodrigo havia preguiçosamente me enfiado o cacete na boca creio que mais por um capricho do que propriamente por tesão. Estava visivelmente cansado, limitando-se a acariciar meus cabelos enquanto eu me deliciava com seu membro, embora em alguns momentos tivesse chegado a segurar minha cabeça com as duas mãos para forçar o ritmo ou investidas mais profundas. Deu uma bela gozada, mas ao fim apenas aprovou meu serviço com um sorriso simpático, que estendeu ao movimento de deitar-se e virar para o outro lado, me dispensando.

Otávio havia se mantido praticamente alheio, satisfeito pelo sexo finalmente completo que havíamos feito pela manhã. Permanecera em sua cama, provavelmente volta e meia me assistindo sugar o amigo de joelhos e ocasionalmente trocando algum olhar divertido com ele, mas sem maior interesse. Tinha preferido abster-se, consciente de que o clima da manhã não se repetiria com a presença de Rodrigo. Tomei essa atitude como um gesto de carinho, uma deferência que ele poderia ter dispensado se não me prezasse tanto.

Era Marcelo quem eu realmente queria, mas aquele clima havia me deixado meio incomodado. Havia passado por lá apenas para cumprir o compromisso assumido com Rodrigo e fazer como Marcelo havia mandado. Não tinha real interesse. Mas me senti desapontado, mesmo que essa sensação tenha sido deixada de lado logo ao abrir a porta do quarto de Marcelo. Talvez tivesse sido por mera vaidade. Mas o fato é que para mim era impossível, como é até hoje, fazer sexo sem entrega. Mesmo que sem grande tesão, basta eu me sentir envolvido pelo corpo do homem para que tudo em volta suma e o mais importante se torne agradá-lo, ver o brilho de seus olhos diante de meu desempenho, acompanhar sua respiração se tornar pesada até que ele goze.

Uma vez, bem mais tarde, falei sobre isso com Marcelo e perguntei como ele se sentia nas transas quando era puto. Descobri que tínhamos esta semelhança: também com ele, o tesão aflorava involuntariamente, mesmo que ele nem estivesse tão a fim de sexo minutos antes. Nunca havia tido uma trepada que não acabasse o excitando, o envolvendo.

– Nunca. Mesmo quando o cliente não era atraente, fisicamente falando. Eu não fui michê de rua. Era principalmente por telefone, e nessa época os aplicativos para este tipo de coisa não eram muito usados; não eram conhecidos. Só tinha como avaliar o passivo quando ele já estava na minha frente.

– Deve ter tido surpresas bem ruinzinhas – eu disse, risonho.

– Algumas. Nem tantas. Talvez porque eu fosse muito profissional. Ou justamente pelo contrário. Não sei se uma coisa ou outra.

– Não entendi.

– Meu trabalho era ser macho pra esses caras. Era pago pra isso. Um puto ou uma puta que trabalha mesmo na pista tem como escolher...

– Escolher? – interrompi, rindo.

– É. Escolher. É uma fantasia vitimista a ideia de que quem se prostitui não tem direito a escolha. Depende de como está trabalhando.

– Mas aí, como fazia quando o cara não dava tesão? E como é essa história de não ser profissional? Eu não entendi isso.

– O que eu dizia é que eu não tinha como escolher, então o desafio era maior.

– Que desafio?

– Deixar o passivo tão deslumbrado que no final me implorasse por um outro programa.

Fiquei calado, olhando.

– Que foi?

– Você é muito cara de pau, Marcelo.

– Não, não sou. To apenas sendo sincero contigo. Me dava tesão ser puto. É uma coisa que me dá muito tesão. Tenho saudades, inclusive.

– Sério?

Sorriu daquele jeito dele, mais enigmático do que nunca.

– Quando eu entro numa foda, Zeca, é pra fuder.

Usou a ponta do dedo para brincar com meu pau, sorrindo.

– Não importa que o passivo seja magro, gordo, alto ou baixo. Só tem que ser limpo e não ter mau hálito. E ser realmente passivo, lógico.

– Basta?

– Pra eu pegar, não. Mas se já for pra fuder, se não tem saída, basta. Me dá tesão.

– Dá tesão o que?

– Vergar o sujeito.

– Vergar?

– Vergar.

Silenciou.

– Eu era caro. Não fazia mais de um programa no mesmo dia. E pôr esse bicho duro não é problema; ele fica sozinho, não dá trabalho. Daí, o jogo estava pronto pra começar.

– O jogo que você diz é fuder...?

– Não. Vergar.

Semicerrou os olhos e depois me olhou.

– Por isso eu não era tão profissional. Eu fudia por tesão. Pra vergar mesmo o cliente. Deixar de quatro, doido, querendo mais, me pedindo. Esfregar o caralho na cara dele. Ver que ele quase goza só por eu fazer isso. Eu só sei fuder assim, Zeca: fudendo de verdade. Posso nem estar com vontade, mas quando chega na hora o tesão vem. A gana vem. Eu quero arrebentar.

– Vergar o cara.

– Isso. Vergar.

Dava-lhe prazer vergar, e ele sabia que tinha o poder de vergar mesmo fora de uma foda. Mas não o fazia, tanto que nunca o fizera no apê. Exceto aquela noite, quando efetivamente quis fazer porque achava que tinha razões para fazê-lo. Vergara Otávio e Rodrigo, e eu via esse processo se desenrolar no meu próprio corpo.

Eu não estava entendendo bem o que se passava, mas atribuía a alguma coisa como uma típica disputa entre machos. Era como se os dois estivessem querendo caprichar ao máximo para provar a um outro macho que estavam à sua altura. Ou que podiam vencer um desafio que ele os propusera. Mas Marcelo não havia proposto desafio algum. Muito pelo contrário: em nenhum momento pôs em dúvida que eles seriam capazes de me amaciar e galar tal como ele estava mandando. Mostrou ter a absoluta certeza de que os dois cumpririam muito bem a missão; ou seja: que eles seriam obedientes a ele.

Portanto, se minha percepção estivesse certa, embora eu não tivesse prática em disputas por virilidade, exceto para perder, a hipótese mais viável era a primeira: que eles queriam provar que estavam à altura da masculinidade de Marcelo. Queriam mostrar a ele que eram machos, e estavam se esforçando com aquela intensidade justamente porque tinham de fazê-lo em alto nível, num nível acima do que consideravam o seu próprio nível.

Donde se deduz que punham Marcelo na conta deste alto nível, mas não a si mesmos, já que precisavam provar a ele que eram capazes de atingir este nível mediante um maior esforço, um esforço que o empenho de ambos, ali comigo, se mostrava excepcional. Conclusão arrasadora: sem que se dessem conta, estavam se curvando à superioridade de Marcelo para servi-lo, e servi-lo adequadamente, achando que com isso se valorizavam para si mesmos. Vergados por ele. Incrível.

Aquela atitude de ambos me espantava, mas tinha outra razão para estar quase que atordoado nas mãos dos dois: Marcelo. Era compreender o objetivo de Marcelo naquilo tudo, que certamente não era o de simplesmente vergar. Se o fosse, teria ocorrido antes; desde sempre. E, no entanto, sequer deixou de lado suas cuecas justas para mostrar ao orgulhoso Otávio quem realmente era o caralhudo do apê. Deixou-o desfilar vaidoso nas idas e vindas em busca de café na cozinha, iludindo-se de uma superioridade que Marcelo não fazia a menor questão de impor. Ela se impunha pela sua própria natureza; não precisava andar sem cuecas para isso.

Não, ele não me “deixava” transar com os dois. Tampouco queria que eles me comessem por algum fetiche. Não era nada disso. Ele era prático, como vivia dizendo, e encontrara uma solução eficaz, para usar um termo que também gostava, para seu objetivo de moldar-me às suas proporções: pôr os paus de Otávio e de Rodrigo para trabalharem para ele.

Era uma conclusão inesperada, mas agora evidente. E que, em realidade, apontava para uma solução nada surpreendente para um freqüentador de surubas. Afinal, o cacete de outro homem que havia penetrado o cu que agora seria usado era nada mais do que isso: um cacete que havia penetrado antes o cu que seria saboreado agora por outro. Nada mais. Essa é a lógica de uma suruba, e Marcelo era íntimo dessa lógica.

Ora, se não era nada mais do que isso, por que não aproveitar os benefícios que poderia trazer? Fazendo com que Otávio e Rodrigo usassem seus cacetes em mim, Marcelo me submetia a um processo de dilatação contínua que lhe facilitava a plena exploração do meu canal. E suficientemente demorado para garantir que essa dilatação, após obtida, se tornasse duradoura, porque não tinha como agente apenas um pau durante um coito, mas por dois paus e em, pelo menos, dois coitos. Prático e eficaz.

Eu tinha que concordar, por mais bizarro que tudo parecesse, que fazia todo sentido ele ter providenciado as coisas daquela forma. Muitas vezes, após sentir seu cacete pender de dentro de mim, eu o olhava e ficava admirado por tê-lo aguentado sem vergonhosamente desistir nem ter tido fissuras e hemorragias. Não era um cacete anormal, no sentido de um hiperdesenvolvimento patológico e grotesco. Era bonito, inclusive. Mas, caramba, não era algo que se costuma ver por aí, que qualquer um aguente sem sofrer; não mesmo. E que me impressionava especialmente pelas metidas fortes que, ao menos comigo, Marcelo dava quando bem queria, sem fazer qualquer questão de economizá-las.

Eu tentava refazer o raciocínio que ele devia ter tido, metódico e meticuloso como sempre se percebia nos textos de seus trabalhos acadêmicos. Ao mesmo tempo em que atuavam para garantir uma dilatação adequada, os genitais dos dois também contribuíam para que a penetração posterior, que era a do próprio Marcelo e a que efetivamente lhe interessava em todo o processo, não viesse a ferir o reto. Afinal, encerrado o trabalho, deixavam o canal excelentemente lubrificado.

O esperma dos dois, geralmente abundante, completava o preparo para que Marcelo me saboreasse sem receios. Era essa a função; era para isso que servia. Atuava como um eficiente agente para que ele me arrombasse sem causar problemas posteriores. Como o próprio Marcelo havia me dito uma vez, “esperma é o melhor lubrificante que existe”. E eu havia concordado, porque realmente era muito, muitíssimo, muito gostoso sentir um cacete deslizando dentro de mim quando eu estava encharcado de porra. Eu havia comprovado sua afirmação na prática; não era fetiche, era sensibilidade física. Enfim, a solução que ele pusera em prática era completa.

Com o peculiar tom didático que assumia nessas ocasiões, o próprio Marcelo me explicou, alguns dias depois:

– O volume de cada um deles dilata o teu reto. As cópulas sucessivas e imediatas umas às outras impedem o movimento oposto dos tecidos, assegurando que a dilatação obtida seja mais duradoura. E o esperma depositado ao fim de cada cópula conduz eficientemente o pau que se aproveitará de todo o trabalho feito anteriormente. Principalmente, quando são os dois que te galam, porque a quantidade é maior, abundante.

Completou, com toda desfaçatez:

– Quando eu entro, minha ação é melhor suportada por você e tenho mais jogo pra agir.

Sorriu.

– Eu podia mandar você usar consolos, mais gordura vegetal... Mas, se o Otávio e o Rodrigo estão aqui à disposição, se você gosta de dar pra eles e eles gostam de te comer, pra que apelar pra soluções artificiais, Zeca? O pênis é um dilatador natural. Mais macio e mais tesudo pra você do que um pau de borracha. E os dois têm grossos, não é isso? Então, são perfeitos pra te deixar amaciado pra mim. E ainda mais: o esperma também é natural. A gordura vegetal não é; é hidrogenada, produzida por um processo artificial. O pau e o esperma do Otávio são recursos naturais. Do Rodrigo também. Não é melhor assim?

Marcelo havia decidido me moldar para me usar sem limite, e o faria de qualquer jeito. Já tinha me posto a par tanto de uma coisa quanto de outra, e me acalmou com um beijo quando esbocei uma leve expressão de medo por aquelas palavras.

– Todo macho molda seu passivo à medida que as fodas se tornam constantes. A não ser quando é mulher, porque não precisa ser moldada porque já nasce pronta. Ou quando o ativo tem o pau pequeno, porque nesse caso não é necessário moldar; a dilatação necessária é menor, mais simples e rápida para ser obtida. Pode ser refeita a cada trepada, sem grandes dificuldades. Mas quando o macho tem maior volume, ele naturalmente vai deformando o reto do passivo, vai expandindo a capacidade dele de se dilatar. Depois, relaxado após algum tempo após a trepada, o reto se contrai, naturalmente. Mas vai ficando com essa capacidade mais desenvolvida, entende? O problema é que pode ser um período de adaptação doloroso para o passivo. E, às vezes, longo. Você não tem experiência disso porque seus dois namorados não eram dotados. Mas, mesmo assim, deve ter percebido que, depois de um tempo, eles entravam mais facilmente em você.

Antes de aproximar-se para um novo beijo, acrescentou:

– Eu quero o melhor pra você. Sei como fazer. Não se preocupe.

Claro que sabia. Tinha implantado o processo desde que tinha começado a me comer, mantendo Otávio e Rodrigo trabalhando ao não me proibir de dar para eles. Agora, que eu estava a par da artimanha, espantava-me com seu pragmatismo:

– Se podemos facilitar e abreviar o processo, por que não fazê-lo? Melhor pra você e melhor pra mim. E pros dois também, porque passivo igual a você não é fácil de se ter.

Enfim, com os paus de Otávio e Rodrigo a seu serviço, encontrara uma forma de fazer com que o processo fosse menos doloroso para mim e mais prazeroso para ele. Não era uma solução indispensável, mas era prática; mais eficaz. E, sendo também simples, decidiu que nós três a aplicaríamos sem necessidade de nos consultar a respeito de seus objetivos. Obedecemos sem saber. E agora, mesmo após ter revelado para os três que nossas fodas tinham uma função prática para ele, embora sem esclarecer qual, Otávio e Rodrigo continuavam a obedecer, como se ainda não soubessem que estavam trabalhando para ele!

Depois de eu ter sido galado por Rodrigo, Otávio pegou-me novamente. Veio com tudo e, quando provavelmente percebeu que o esperma do “parça” começava a vazar pelas minhas bordas, retirou cuidadosamente o membro e foi como que empurrando os corrimentos de porra de volta ao meu botão. Nas metidas seguintes, pareceu ater-se para que não ocorressem novos vazamentos, embora não tenha conseguido completamente. Notei, como ele faria outras vezes depois, que aproveitava o ritmo mais comedido para, discretamente, acariciar meu mamilo.

– Porque você gosta – sussurrou em meu ouvido.

Em meio a toda turbulência na minha cabeça, ele me encantou com aquele sussurro. Essa lembrança era de uma doçura sem par. Ele queria manter presente a descoberta que havíamos feito juntos e que simbolizava os momentos de maior comunhão que já havíamos vivido. Mostrava para mim que, em meio àquele seu estranho trabalho de macho para servir outro macho, havia espaço para delicadeza. E que, fazia agora questão de ressaltar, eu não era apenas um cu para compensar uma buceta ausente. Como em realidade eu praticamente nunca fora, sem que o soubesse.

Voltei para Marcelo tão amaciado e galado como ele queria, e provavelmente mais até do que ele esperava. Não quis fuder logo de cara. Perguntou como eu estava me sentindo, se punha em dúvida o quanto ele me queria, se entendia todo o ocorrido. Não pediu desculpas, mas lamentou que ele tivesse me causado medo. Assegurou-me que jamais me faria mal, por mais que a ira viesse a dominá-lo. Cuidava de mim.

Inicialmente eu estava refratário, embora tentasse disfarçar. Mas meus disfarces dificilmente davam certo com ele. Rimos juntos das brincadeiras que fez por conta disso, o que me ajudou a relaxar. Fez-me muitos carinhos enquanto conversávamos. Era amoroso, incrivelmente amoroso. Só depois que se certificou que eu havia realmente me acalmado e que estava bem é que me tomou nos braços para a posse que ansiávamos tanto e que havia sido tão adiada.

Não me conferiu antes. Sabia que agora eu estava pronto para ele, pois tinha certeza que nós três o havíamos obedecido. Deixou que o caralho deslizasse dentro de mim sem dificuldade, fora a dor inevitável que sempre causava no início e que eu sabia ser passageira. Foi até o fim de uma só vez, me abrindo mais, porém num movimento to leve quanto contínuo. Antes que a testosterona fizesse vir à tona a ferocidade que antecedia suas esporradas, e à qual eu já tinha me acostumado, meteu com parcimônia durante um bom tempo, carinhoso com todo o meu corpo, como apenas ele sabia fazer.

Aqueles carinhos, aquele amor todo que ele me dava, a ternura com a qual quis me comer, talvez fossem mais um modo de compensar a cólera da qual era capaz e que eu tinha pela primeira vez testemunhado. Ou talvez naqueles momentos ele também saboreasse a fluidez que, com sua atitude, havia conquistado para meu canal; talvez saboreasse a derrota que impusera aos outros dois e da qual eles pareciam não ter se dado conta. Pode ter sido tudo isso, ou apenas uma coisa ou outra. Mas, com certeza, ele saboreava os primeiros momentos de uma nova fase na qual todos nós entrávamos.

...

[continua]

[PS: A parte 25 será publicada na noite de amanhã, quarta-feira]

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Comentários

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Fazia tempo que eu procurava pela continuidade da estória, foi muito legal você voltar a escrever. Abração!!

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como é que alguém pode dar nota zero nesse conto???? só por inveja só pode ser. gente que não presta mesmo

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AINDA CREIO QUE MARCELO USA DESCARADAMENTE TODO MUNDO PARA SEU BEL PRAZER. MAS O CONTO É MARAVILHOSO.

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Tá legal, mas não custava dar uma revisadinha... Creio que seja coisa do corretor automático do celular ou computador. Às vezes complica um pouco. Ok, deu pra entender que não era To apenas sendo sincero contigo, mas sim “Tô” apenas sendo sincero contigo. Mas gostei; parabéns! E colocar a boca no saco, na linguagem popular, significa: calar a boca, fechar a matraca, etc ...

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Cara vc tá vivo??? Nunca voltou pra terminar... Espero que esteja bem...

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Muito boa esta série! Pena que está há tanto tempo sem atualização! Hubrow, espero que você esteja bem e que volte a postar suas narrativas incríveis para nós!

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Muito boa esta série! Pena que esta há tanto tempo sem atualização! Hubrow, espero que você esteja bem e que volte a postar suas narrativas incríveis para nós!

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Muito triste de não ter o desfecho do conto... Vc criou tanta expectativa e de repente sumiu completamente! Espero que não tenha acontecido nada de grave e até hj na esperança de ver o final!

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Ainda esperando vc aparecer rsrsNão faço ideia do que aconteceu, mas espero que vc esteja bem.

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Cara, já tem mais de um mês... O que houve contigo???

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Gente, mas KD a continuação do conto??? Não nos abandone por favor!!!

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Esse a.b.o se refere a alpha, beta e omega?Eu gosto desse conto mas ficaria ainda melhor se Zeca tivesse algo único dele, além de ser broxa.Sei lá, talvez uma beleza única, que faça ele ter seu devido valor como Homem passivo

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Cara, estou mal e preocupado com vc. Eu só entrava na casa por causa dos 3 ABO. Manda algum sinal de vida caso leia essa mensagem.

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Preocupado com a demora! Dê algum sinal de vida, sinto falta de sua magnifica estória... Fica bem <3

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O que aconteceu meu contista? Onde está o conto?

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