Amor além do tempo ㅡ Cap 07

Um conto erótico de LuCley.
Categoria: Homossexual
Contém 6544 palavras
Data: 14/08/2018 02:12:08
Última revisão: 14/08/2018 02:25:06

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Pela manhã acordei nos braços do Ricardo. Me levantei, me vesti e saí do quarto pé por pé para não acordá-lo.

Meu pai e seu Otaviano se arrumavam pra ir até a cidade e perguntaram se eu não queria acompanhá-los.

Agradeci o convite, mas eu tinha outros planos e, era óbvio o descontentamento de meu pai. Notei que ficou chateado e perguntei o quê iriam fazer de tão interessante.

Vendo meu interesse, meu pai veio até mim e, colocando a mão em meu ombro, disse que buscariam umas vitaminas pro gado e depois iriam em um leilão de cavalos.

ㅡ eu bem que queria ir, mas quero aproveitar pra andar por aí com o Texas. Queria ir até a cachoeira e dar um mergulho antes de voltar pra Capital.

ㅡ bom, você é quem sabe. Sei que está chateado comigo, mas não quero que fiquemos de cara virado pro outro.

ㅡ pai, eu não estou de cara virada contigo. Só não gosto que se intrometa na minha vida. Já conversamos sobre isso.

ㅡ é que tem certas coisas que eu não entendo. Você é um rapaz bonito e deveria estar namorando, paquerando tudo que é moça por aí, mas prefere ficar o dia todo aqui.

ㅡ ah pai, eu é que não entendo tanta preocupação. Sou assim! Cada um tem um jeito. Ninguém é igual à ninguém. O senhor só precisa saber que eu sou feliz sendo apenas, eu.

ㅡ tudo bem! Vem, da um abraço aqui no seu velho pai. ㅡ ele me abraçou e era como nos velhos tempos. Eu sentia falta do pai que sempre me carregava no colo e que não implicava comigo por qualquer bobagem.

Seu Otaviano perguntou se o Ricardo ainda dormia e disse que sim.

Meu pai entrou na caminhonete e os dois se foram.

Fiquei pelo quintal e senti um cheiro delicioso vindo da cozinha.

Vi minha mãe fechando o formo e perguntei o quê ela estava assando. Ela lavava a louça na pia e se virou sorrindo dizendo que era bolo de milho verde. Abri um sorriso gigante; era meu bolo preferido. Adorava quando era menino e ela me acordava logo cedinho com dois pedaços servidos em um prato e chá bem quente. Sempre que fazia levava na cama pra eu comer e meu pai dizia que ela me mimava demais. Ele morria de ciúmes.

ㅡ oba! Será que vai demorar pra ficar pronto?

ㅡ só mais uns dez minutos. Eu levaria pra você na cama, mas está com convidado no quarto.

ㅡ ah, não tem problema. Se o pai visse, ia ficar todo enciumado. Kkkk

ㅡ ele só começou a reclamar de eu levar café na cama pra você, depois que você fez quinze anos. Ele diz que à partir dos quinze todo menino começa a virar homem e precisa ser tratado como tal. Coisas da cabeça do seu pai.

ㅡ agora entendo certas atitudes dele.

ㅡ filho, sei que seu pai está sendo incoveniente. Tive uma conversa séria com ele ontem. Só quero que não retruque tudo que ele te falar. Sei que é difícil, mas releve. Por mim!

ㅡ eu vou tentar. Ele sempre foi assim? Porque o pai sempre me tratou com tanto carinho. Se bem que depois dos meus quinze, começou a mudar um pouco, mas agora, ele está passando dos limites.

ㅡ às vezes as pessoas mudam. Mas nem sempre ele foi tão rabugento. Quer saber? Deixa seu pai pra lá.

ㅡ a gente meio que se entendeu lá fora agora pouco. Ele me pediu um abraço.

ㅡ isso é bom. Uma hora ele para de te incomodar. Vou tirar o bolo do forno. Será que o Ricardo fica bravo se você acordá-lo pra comer o bolo ainda quente?

ㅡ imagina! Cadão é super de boa! ㅡ fingi que não o chamei com tanta intimidade e ela fingiu não perceber meu constrangimento. Pois vi que ficou me olhando de uma forma estranha e disfarcei me levantando.

ㅡ bom, pergunta se ele quer comer pelo menos.

ㅡ eu vou ver se ele já acordou.

Nunca tive segredos com minha mãe e sempre me senti à vontade ao seu lado, mas dessa vez acabei me atrapalhando.

Torci pra ela não levar em consideração o modo como o chamei e esquecer o assunto. Pelo menos ela não chamou minha atenção. Sempre me puxava a orelha quando eu me referia aos patrões com certa intimidade.

Fui ver se o Ricardo já tinha acordado e quando abri a porta, ele estava penteando o cabelo.

Perguntei se tomaria café comigo e me puxando pela manga da camisa, me pediu um beijo.

ㅡ mas só quer um beijo?

ㅡ quero vários, mas por enquanto só um está bom. ㅡ colou sua boca na minha e senti um arrepio gostoso na espinha.

ㅡ acho que dei bandeira com minha mãe agora pouco.

ㅡ sobre?

ㅡ te chamei de Cadão! Quase morri de vergonha.

ㅡ precisa tomar mais cuidado. Ela pode estranhar tanta intimidade. Nem meu pai me chama assim. Na verdade, só você que me chama de Cado, Cadão! Meu gostoso tesudão! Meu homem! Meu macho gostoso! Kkkkk

ㅡ misericórdia! Porque você não fala mais alto? Ta doido?

ㅡ não esquenta. Ela nem vai se lembrar.

ㅡ enfim, bora lá comer e dar uma volta pela fazenda à cavalo?

ㅡ faz tanto tempo que não monto.

ㅡ poxa, eu quero tanto andar por aí.

ㅡ eu não disse que não vou contigo. Só disse que faz tempo que não monto. Acha que vou largar você à cavalo com tanto homem bonito pela fazenda?

ㅡ caramba! Acha que sou tão devasso assim? Kkkk

ㅡ depois da noite de ontem? Eu não espero nada comportado vindo de você.

ㅡ kkkkk. Vou meter em você nos pastos!

ㅡ mas nem que a vaca tussa! Está doido? Imagina se nos pegam trepando no meio das búfalas? Seu pai me mata, me bota no espeto e me assa na churrasqueira.

ㅡ credo, fala isso não! Te quero bem vivo pra trepar contigo lá no teu apartamento.

ㅡ então não inventa moda. To sentindo cheiro de bolo de milho verde?

ㅡ a mãe acabou de tirar do forno. Gosta?

ㅡ claro! Bora lá comer, to azul de fome.

Tomamos café e o Ricardo elogiou os dotes culinários de minha mãe. Se lembrou que a Yoiô sempre dizia o quanto minha mãe era um boa amiga. Senti saudades em ouvi-lo falar e vi minha mãe emocionada.

Agradecemos o delicioso café da manhã e fui até a dispensa. Peguei dois pares de botas e quando voltei à cozinha, ele conversava com minha mãe e os dois estavam animados.

ㅡ pronto! Pode calçar essas botas se quiser.

ㅡ obrigado! Sua mãe estava dizendo que você bate altos papos com o Texas.

ㅡ rsrs, por isso estão rindo? Mas é verdade. Ele é um cavalo muito esperto e reconhece minha voz de longe. Se eu chegar perto das cocheiras e chamar por ele, fica todo ouriçado e começa a bufar.

ㅡ quem está cuidando dele enquanto está na Capital?

ㅡ o Diogo. É ele quem cuida dos cavalos. Sempre dá banho, cuida dos cascos, aplica as vacinas e limpa as cocheiras. ㅡ minha mãe foi pro quarto e o Ricardo aproveitou pra tirar onda comigo.

ㅡ e rouba sua gata!

ㅡ kkkkk, nem me fale! Quando vi ele com a Clotilde me senti aliviado, isso sim! Vamos?

ㅡ vamos! Topa um banho na cachoeira?

ㅡ com certeza! Tirou as palavras da minha boca.

Nos despedimos de minha mãe e fomos até as cocheiras selar os cavalos.

Fui cantarolando durante o trajeto e ouvimos barulho vindo de dentro das cocheiras. Era o Texas. Chamei por ele que logo relinchou e bufou. Quando nos viu, ficou todo feliz. Peguei tudo que precisava pra selar os cavalos e o Cado foi montado na Aurora, uma Manga Larga Pampa, igual o Texas.

Fiz um carinho nele e o Cado perguntou se eu sempre o montava.

ㅡ todos os dias. Por isso ele gosta tanto de mim. Durante esse tempo que fiquei na Capital estudando eu vinha pra cá nos feriados e festas de fim de ano. Ele nunca me esqueceu. E quando eu queria me lembrar de você, saia pra cavalgar com ele por aí.

ㅡ você sabe me colocar no bolso direitinho, meu menino. Sempre carinhoso...

ㅡ mas é verdade, Cado. Nunca me esqueci de você, cara. Sempre acreditei que um dia a gente ainda iria dividir alguma coisa juntos. Nem que fosse uma barra de chocolate. Kkkkk ㅡ ele me deu um selinho e terminamos de arrumar os cavalos.

ㅡ prefeiro dividir uns beijos contigo! Kkkkk

Saímos logo dalí e ele pediu que fóssemos primeiro na cachoeira.

Assim que chegamos deixamos os cavalos na sombra perto da água e nos sentamos debaixo de uma árvore. Fiquei entre suas pernas e senti seus braços em volta do meu peito. Seus lábios dançavam no meu pescoço e ombros. Fiquei quietinho, só sentindo seus carinhos.

Namoramos naquele pedacinho de paraiso escondido do resto do mundo.

Eu estava completamente apaixonado pelo homem que eu amava e era impossível não sentir nada de bom por ele.

Acabei cochilando em seus braços e fui acordado com sua língua serpenteando meu pescoço. Senti um leve chupão no ombro e me expreguicei.

ㅡ não acredito que dormiu, jura? ㅡ ele disse e comecei a rir.

ㅡ kkkkk, dormi. Mas é porque teu colo é bom demais.

ㅡ imagina se fosse ruim? Kkkk

ㅡ ah, mas eu durmo porque me sinto protegido por você. Eu sinto teu cheiro e é bom pra caralho. Você me passa uma paz...

ㅡ fico feliz que se sinta assim comigo. Tive medo de chegar em você, sabia? Sei lá. Fiquei com medo de ser um pessoa sem graça pra você.

ㅡ você está muito longe de ser sem graça. Te acho mais comportado no jeito de se vestir, só isso. O Diogo tem a minha idade e acho ele um gato, mas não ficaria com ele porque parece mais novo que eu.

Gosto de homens experientes e não falo do sexo, mas com uma boa conversa que me ensine a enchergar o mundo por outras perspectivas. A maioria dos jovens são egoistas, só pensam em si. Gosto de ter ao meu lado pessoas que me façam pensam e que fazem a diferença na vida de alguém.

ㅡ eu entendo o quê quer dizer. Só que pra mim, ficar contigo está sendo algo inédito na minha vida. Nunca namorei ninguém da tua idade. Tive que trabalhar muito a minha cabeça. Você diz que tem uma alma velha e acho que isso ajudou de uma certa forma. Você tem uma visão de mundo completamente diferente dos garotos da tua idade. Sabe? Me lembro até hoje quando me disse que seu sonho era poder comprar de volta o sítio que foi de seu avô. Você só tinha catorze anos e eu achei incrível sua atitude naquela época.

Acho que no nosso caso, um complementa o outro. Ah, mas eu gosto do teu jeito moleque. Do modo que se veste e me atiça. É delicioso ter você aqui, agora, tão entregue em meus braços, mas na cama, é você quem manda. Adorei demais.

ㅡ acho que amadureci antes do tempo pra certos assuntos. Deve ser isso. E falando em quem manda na cama...nunca senti prazer na penetração. Eu até tentaria contigo, mas sentiria prazer em te ver sentindo prazer em me trepar, mas no ato em si, não!!

ㅡ de qualquer forma, prefiro como estamos. Pretendo mudar, não. Gostei demais sendo dominado por você. Adoro seu jeito safado e moleque misturados. ㅡ senti suas mãos entrando em minha boxer por debaixo do short e abri mais as minhas pernas.

ㅡ o quê vai fazer? ㅡ disse e me esfreguei nele.

ㅡ vou te fazer gozar!

Ele segurou forte meu cacete e botou ele pra fora. Passei o dedo na minha baba e lambi. Ouvi ele gemendo no meu ouvido enquanto me masturbava e pedi seu cacete na minha boca. Ele se levantou, tirou seu cacete pra fora e me ofereceu.

Encoli até a base e se inclinou pra me beijar. Botei na boca e engoli novamente, mas ele se deitou no chão e ficamos de lado em um 69 pra la de gostoso.

Gozamos e ele gargalhava com o banho de porra que dei nele. Sempre gozei uma boa quantidade. Rimos juntos e caínos na àgua.

Tive mais cuidado dessa vez pra não pisar em nenhum espinho.

Nadamos pelados. Ficamos tomando sol completamente nus e ele deitou com a cabeça no meu peito.

Cochilamos por alguns minutos e achei melhor sairmos logo dali antes que alguém nos visse e demos mais uma volta à cavalo pela fazenda.

Deixamos os cavalos nas cocheiras e vi que meu pai já estava de volta com seu Otaviano. Pelo jeito o leilão havia sido cancelado, pois voltaram mais cedo.

Vi pela janela o patrão assistindo tv.

Assim que entramos meu pai chamou minha mãe até o quarto e seu Otaviano pediu que eu me sentasse ao seu lado, pois tinha algo importante pra me dizer.

ㅡ é sobre aquele assunto que me disse na caminhonete?

ㅡ sim, seus pais foram pegar alguns documentos e os convenci que seria melhor antecipar essa conversa. Confia em mim, vai entender o que faço e é pro seu bem. Vai te ajudar naquela questão de assumir sua vida. ㅡ ele deu uma piscadinha e fiquei nervoso, de fato.

Meus pais voltaram com uma pasta cheia de documentos e o Cado se sentou ao meu lado. Perguntei se ele sabia de alguma coisa, mas foi sincero dizendo que não fazia a menor ideia.

Abriram a pasta e me entregaram.

Eu li atenciosamente os documentos e fiquei em choque e comovido quando vi a assinatura da dona Yolanda em vários deles e também dos irmãos do Cado e a do seu Otaviano, como testemunhas.

Fechei a pasta entregando pro Ricardo e ele a abriu. Comecei a chorar e me levantei indo até o quintal.

Mirei um céu azul anil, sem nenhuma nuvem e agradeci meu anjo por sempre cuidar de mim, mesmo eu nunca ter pedido, pois sabia que ela precisava de mais atenção naquele momento do que eu.

Fiquei alguns minutos sozinho e o Cado veio até mim com os olhos rasos d'água.

ㅡ eu queria tanto te dar um beijo, agora. ㅡ ele disse e colocou a mão no meu ombro.

ㅡ você não sabia mesmo?

ㅡ não! Ela sabia que não daria tempo de me mandar a papelada e você olhou a data? Foi um mês antes dela morrer.

ㅡ ela não se preocupou em te mandar nada pra assinar, porque sabia que você não seria contra. Acho que foi isso.

ㅡ e não seria mesmo. Imagina! Aquele apartamento deve estar alugado até hoje. E foi muito bonito da parte dos meus manos abrirem mão daquele imóvel pra ela poder te dar de presente.

ㅡ cara, eles são incríveis. Sua mãe me deixou um apartamento e uma poupança. Você faz ideia do que isso significa pra mim? Cado, eu nunca pedi nada pra Yoiô. Te juro! Não pense que me aproveitei dela, pelo amor de tudo que você acredita nessa vida.

ㅡ ei, calma. Você acha que eu seria capaz de pensar isso de você? Por favor, meu amor...nunca mais diga isso.

Eu o abracei. Não me importei de todos estarem nos vendo da varanda. Apenas queria abraçar o Cado e olhar pra ele era o mesmo que o olhar nos olhos da Yoiô.

ㅡ te adoro demais, meu menino! ㅡ ele disse baixinho.

ㅡ só me abraça. Só assim pra eu acrecritar nessa loucura boa da sua mãe.

Vi seu Otaviano vindo em nossa direção e me abraçou. Me entregou os documentos dizendo que voltaria conosco pra Capital e que faria a transferência do dinheiro em uma conta que seria aberta em meu nome.

ㅡ o apartamento em questão está alugado e o depósito dos últimos cinco anos foram feitos pela imobiliária nessa conta que está em meu nome, mas vou transferir pra sua, junto com o dinheiro que ela começou a depositar quando você fez quinze anos e que me prometeu continuar até você se formar. Ah, vamos ao cartório passar o apartamento pro seu nome também!

ㅡ eu preciso absorver tudo isso...sério! Porque ela fez isso? Minha nossa!

ㅡ porque minha mãe te amava...só por isso.

ㅡ eu nem sei o quê dizer. E só vou aceitar porque sei que foi de coração. Minha nossa...um dia ela me disse que tinha uma coisa pra me dar depois que eu me formasse e nunca disse o quê era. Mas eu nunca pensei que seria isso. Eu nem sei se mereço tanto.

ㅡ se ela fez questão de te deixar o quê deixou, é porque você merece. ㅡ o patrão disse me abraçando e me deu um beijo na testa.

ㅡ pai, tem como anexar minha assinatura nesse documento? ㅡ o Cado perguntou e o patrão disse que sim.

ㅡ bom, volto com vocês pra Capital e resolvemos tudo isso.

ㅡ muito obrigado por cuidarem de mim. Caramba, vou morrer agradecendo. Não tem jeito.

Os dois riam e eu sabia o quão importante era aquele presente. Peguei os documentos e fui até o quarto guardar na minha mochila. A porta se abriu e era meu pai.

Ele se sentou na cama e perguntou se eu estava bem. Disse que sim e perguntei porque nunca ninguém havia me contado antes.

ㅡ foi dona Yolanda que pediu pra esperarmos até você se formar, mas o patrão insistiu dizendo que ela não se importaria se falássemos um mês antes. Porque na verdade, ela só estava garantindo que você estivesse mais maduro e responsável.

ㅡ rsrs, entendi. Que danada!

ㅡ o quê você pretende fazer?

ㅡ eu ainda não sei. E nem quero pensar nisso agora.

ㅡ bom, agora você já sabe. Daqui a pouco sua mãe vai servir o jantar. Ah, está muito ruim dividir a cama com o Ricardo?

ㅡ não, ele nem incomoda. A gente deita, conversa um pouco e ele apaga de uma hora pra outra.

ㅡ hahaha, esse é bom de cama!

ㅡ bem isso! ㅡ eu quase comecei a rir. Imagina se ele soubesse que estávamos dividindo a cama como um casal? Me mataria!

Troquei de roupa e o Cado entrou. Pedi que trancasse a porta e fechasse a janela.

Me deitei na cama somente de short e ele se enfiou entre minhas pernas me abraçando. Selou sua boca na minha e tentou se levantar, mas não deixei.

ㅡ fica!

ㅡ não quero ficar muito tempo trancado contigo aqui, Lipo. Seu pai está em casa.

ㅡ vem aqui, meu amor! Dá só um amassinho no Lipinho!

ㅡ rsrs, me chama de meu amor de novo?

ㅡ meu amor! Você disse lá fora e eu não te mandei repetir.

ㅡ é pra ter certeza que você disse, mesmo. kkkk

ㅡ kkkkk, besta!

ㅡ vamos lá pra sala? Não quero confusão!

ㅡ vamos, sim!

Meu pai e seu Otaviano conversávam e minha mãe me pediu ajuda com o jantar. Ela estava me olhando demais de canto de olho e perguntou se eu poderia ir com ela até o quarto. Disse que sim e fiquei curioso em saber o porquê de tanto mistério.

Entramos e ela trancou a porta. Pegou uma caixa toda decorada e abrindo, havia várias fotos da minha infância e adolescência, perguntei o porquê de estar me mostrando tudo aquilo e me olhou melancólica.

ㅡ pra você nunca se esquecer de quem você é, e de onde veio... ㅡ ela começou a chorar e me deu um aperto no coração.

ㅡ oh, mãe...porque está assim? A senhora acha que eu vou ser capaz de negar minhas origens só porque tenho um apartamento em um lugar bacana na Capital?

ㅡ me perdoe, mas fico com medo que esqueça de tudo que te ensinei.

ㅡ nunca! Eu sou o mesmo Fillipo de antes, mãe. O mesmo garoto que ajudava o pai a arar a terra no sítio e vivia com as mãos calejadas tão novinho. Eu só não sou mais criança. Nunca vou me esquecer de nada que me ensinou...isso eu te juro!

ㅡ será mesmo? Porque você parece ter se esquecido de sempre confiar em mim.

ㅡ mas eu confio na senhora. Nunca tivemos segredos.

ㅡ será? Certeza que não existe nada aí nesse seu corção que ainda não tenha me contado? Talvez por medo?!

ㅡ eu não estou entendendo... ㅡ eu queria sair correndo temendo o quê viria a seguir.

ㅡ Lipo, você é um filho maravilhoso. Eu só quero que continue confiando em mim como sempre fez. Acha mesmo que vou te culpar por ser quem é? Acha que vou virar as costas só porque você não gosta de mulheres?

Nessa hora um arrepio me percorreu a espinha e eu não sabia o quê fazer, falar ou pensar. Na verdade eu sabia! Eu queria o Ricardo. Queria ele segurando minha mão e me dando forças.

Por um átimo de segundo, eu me vi fora do meu próprio corpo e era como se eu me materializasse em qualquer outro lugar, tentando fugir de minha mãe que me encarava com um olhar temeroso.

Voltei a mim e me levantei. Cobri meu rosto de vergonha, tentado esconder o quê ela já sabia, mas desabei em um choro abafado. Meu coração estava acelerado e,

me vendo em desespero, ela se levantou e me abraçou, me sufocou em seu peito, me dizendo baixinho pra eu me acalmar e então senti seu abraço.

ㅡ não precisa chorar, Fillipo... ㅡ ela disse e fez um carinho em meu rosto.

ㅡ a senhora tem vergonha de mim?

ㅡ não...filho...não! Não repita uma coisa dessas. Eu só não entendo porque nunca me disse nada, mas eu não sinto vergonha de você por isso. Você é meu filho, independende de quem você escolheu amar. Não me importo. É coisa sua!

ㅡ ah, mãe...me perdoa!

ㅡ Fillipo...eu não tenho que te perdoar, não fale isso. Vem aqui... ㅡ me abraçou e fiquei em seu colo. Suas mãos pequeninas limpavam minhas lágrimas e me senti protegido por ela.

ㅡ desde quando a senhora sabe?

ㅡ rsrs, desde quando te peguei sonhando com o Bernardinho.

ㅡ Santa Maria! Era um namoradinho meu da escola. Como que foi isso?

ㅡ eu acordei de madrugada e ouvi você chamando por ele. Bem...acho que seu sonho estava animado, porque você levantou o cobertor e sorriu.

ㅡ kkkkkk, que vergonha! Deixa pra lá!

ㅡ pior não foi isso. Um dia eu cheguei da cooperativa, fui arrumar sua cama e achei uma revista cheia de homens pelados. Quase morri do coração. Eu não sabia se rasgava ou botava de volta no lugar, mas eu guardei de novo debaixo do colchão.

ㅡ eu não sei se choro ou se dou risada...

ㅡ olha, sorte sua seu pai dormir como uma rocha a noite toda. Porque não foi só o nome do Bernardo que você chamou...

ㅡ não? De quem mais? ㅡ fiquei com medo dela dizer o nome do Cado e eu teria que inventar alguma estória.

ㅡ ah, não me lembro...mas não foi só o Bernardo. Filho, você já? Sei que é um rapaz responsável, mas me culpo por nunca ter conversado contigo.

ㅡ já! E fique tranquila dona Lúcia. Sempre me cuidei. Caramba, muito estranho a senhora saber tudo isso e nunca ter me contado que sabia e estar aqui, agora, conversando sobre, com a maior naturalidade.

ㅡ eu não sabia chegar em você. Tinha medo de você se sentir ofendido, caso não fosse e, sei lá...ficar bravo comigo. Além do mais, eu nunca pensei que isso pudesse acontecer tão perto de mim. Só que com as novelas sempre mostrando o quanto homossexuais sofrem, eu comecei a entender que a culpa não é de ninguém por você ser quem é. Não existe um cardápio pra gente escolher que tipo de filho queremos ter. Eles nascem e aceitamos como são, simples assim! Custei muito entender, mas hoje com a internet se acha muita coisa e aprendi a usar o computador. Até você me ensinou. Quando comecei a suspeitar, eu não fiquei brava. Só fiquei preocupada. Eu queria ter conversado contigo antes de ir pra capital, mas seu pai não desgrudava de você. Durante esses anos você vinha pra cá nos feriados, mas seu pai sempre colado em você e acabei deixando pra lá. Na verdade, eu estava esperando você vir até mim, mas isso nunca aconteceu. Só que seu pai fica te pressioando e queria muito que você soubesse que te amo e que te apoio. Está sendo difícil lidar com ele, eu sei.

ㅡ a senhora é minha rainha! O quê mais posso te dizer pra não ficar preocupada comigo?

ㅡ acho que estou mais tranquila. Só que tem seu pai. Sempre fazendo piada de tudo e querendo arrumar namoradas pra você...não gosto disso. Estou cansada de certas coisas.

ㅡ meu pai parece não ser mais o mesmo. Fala cada bobagem às vezes. Fico com medo...

ㅡ você tem a mim. Não se esqueça disso, Lipo. Por isso estou tendo essa conversa contigo. Tem alguma coisa que queira me dizer?

ㅡ tenho, mas não agora. Quando eu tiver certeza, aí conversamos. Mas não precisa se desesperar...não é nada de errado.

ㅡ tem certeza? Posso dormir em paz?

ㅡ pode! Mãe?

ㅡ fala filho!

ㅡ eu te amo demais.

ㅡ eu também! Me desculpa por ter te obrigado a se abrir comigo...

ㅡ ah, mãe...foi um alívio! De verdade...agora sei que a senhora me ama independente de qualquer coisa.

ㅡ sempre será assim. Agora escute, se seu pai perguntar o porquê de estarmos aqui...diz que eu queria te dar as fotos e ficamos lembrando da sua infância.

ㅡ tudo bem, pode deixar!

Saí do quarto com a caixa nas mãos e meu pai sempre curioso, já me perguntou de cara o porque de eu estar chorando. Mostrei a caixa com minhas fotos e o Cado se sentou pra ver. Seu Otaviano também se aproximou e pegando uma, disse que se lembrava do dia que foi tirada.

ㅡ você tinha acabado de dar banho no Texas e seu pai correu atrás de você pra tirar a foto. Olha suas botas, cobertas de serragem das cocheiras. Lembro que a Yoiô e sua mãe brigaram conosco e pediram pra gente te deixar em paz ㅡ ele disse e eu me lembrei direitinho de cada detalhe daquele dia. Eu já estava com dezoito.

Rimos com algumas que foram tiradas antes da mãe do Cado morrer e ela estava em muitas daquelas fotos comigo. Vi o sorriso do patrão e ele assanhou meu cabelo dizendo que eu sempre serei seu caçulinha. Meu pai ficou com ciúmes e os dois começaram a discutir. Um querendo ser mais pai que o outro e começaram a rir.

Jantamos e notei a urgência do Ricardo em ir deitar. Não porque ele estivesse com sono, mas em querer saber o quê minha mãe queria de fato e, claro, ficar a sós comigo.

Ele deu boa noite a todos e meu pai se desculpou por ele ter que dividir a cama comigo. Ele disse não ter problema. Até porquê, ele estava adorando.

Fiz hora na sala, tomei café, lavei a louça da janta e disse que ia me deitar.

Quando entrei no quarto e tranquei a porta, ele se virou e abriu os braços pra que eu pudesse me encaixar nele.

Liguei o ar condicionado e me afundei em seu peito.

Suas mãos massageavam minhas costas e seus lábios quentes me beijavam a face. Me senti querido, acolhido e alheio à qualquer preoucupação.

Quebrando o silêncio que era então meu amigo, ele perguntou o quê minha mãe queria. Fiz um mini suspense e ele todo preocupado.

ㅡ fala logo! Quer me matar?

ㅡ ela simplesmente me tirou do armário!

ㅡ ai meu Jesus! ㅡ morri de rir com o jeito dele.

ㅡ ela sabe? Desde quando?

ㅡ sempre soube. Enfim, está tudo bem.

ㅡ contou sobre a gente?

ㅡ não, muito cedo! E ela vai ficar maluca quando souber que estamos juntos.

ㅡ do que você tem medo? E não estou perguntando pela sua mãe, mas sim por você, por nós?!

ㅡ não estou te entendendo...

ㅡ oh meu amor, acha que nasci ontem? Você está com os dois pés atrás com a gente. Seja sincero comigo!

ㅡ estou! É isso que você quer ouvir? Porque eu te gosto desde sempre, mas nunca me iludi contigo. Já conversamos sobre isso, Cado.

ㅡ eu atravesso meio mundo, te faço uma surpresa e você ainda não tem certeza de nada? Caramba...

ㅡ não! Kkkkk

ㅡ tudo bem, teimoso! Nossa, fico doido com essa barriga sarada...

ㅡ rsrs, só com minha barriga?

ㅡ não...tem essas coxas deliciosas, grossas e gostosas de morder. Dormiu? ㅡ eu estava de olhos fechados, sentindo ele morder minhas pernas, mas acordado.

ㅡ kkkk, não! Continua esse carinho que está bom demais.

Fiquei em seus braços, até que adormeci.

Os dias que ficamos na fazenda, tomamos mais cuidado, mesmo às vezes ele me fazendo carinhos discretos. Era engraçado, e de certa forma, eu o provocava de propósito.

No domingo à noite voltamos para a Capital. Seu Otaviano não conseguiu passagem tão em cima da hora e deixou pra ir outro dia com mais calma.

Me despedi dos meus pais e minha mãe estava mais serena e feliz. Talvez fosse pela conversa que tivemos.

Fizemos check-in e meu pai me abraçou, e disse que nos veríamos no Natal.

Seu Otaviano se despedia do Ricardo quando passei por eles pra entrar na sala de embarque e ouvi o patrão me chamando.

ㅡ ei, garoto...não vai me dar um abraço?

ㅡ rsrs, desculpa. Eu queria agradecer o senhor por tudo...

ㅡ eita, não precisa me agradecer por nada, filho. Você é um bom garoto, sempre foi. Essa semana eu dou as caras por lá e resolvemos a papelada.

ㅡ tudo bem. Eu entendi que o senhor antecipou o pedido da Yoiô por causa do meu pai e... bem...do meu lance com o Cado.

ㅡ eu fiz o quê pensei ser certo. Vai saber quê o seu pai vai fazer depois que você se assumir. Além do mais, não poderia correr o risco caso ele descubra toda essa estória antes de você contar. Não quero ele dificultando as coisas. E o quê é seu, é seu!

ㅡ muito obrigado!

ㅡ me dá um abraço? Eu fico feliz de vocês estarem juntos... ㅡ lhe dei um abraço e o Cado sorriu me chamando.

ㅡ gosto muito do seu filho, patrão. Pode ter certeza disso.

ㅡ eu sei. Agora vai, senão vai perder seu voo.

Assim que entramos no avião, me acomodei na poltrona e o Cado segurou minha mão. Descansei em seu peito e senti seus lábios acariciando meu pescoço.E era bom, de verdade, estar com ele; sentir seu cheiro de banho tomado, a força do seu abraço e o sabor do beijo que sempre sonhei.

Colocamos o cinto e a aeronave levantou voo. Uma hora e meia depois, chegamos à capital.

Pegamos o carro que ele havia deixado no estacionamento e fomos direto pro apartamento.

Assim que ele abriu a porta, deixamos as mochilas no chão e caímos no sofá. Ele ligou a tv, ficamos assistindo um pouco e perguntei se ele queria comer aluma coisa.

ㅡ não precisa se procupar com o jantar. Saímos e comemos no centro. O quê acha?

ㅡ ótimo! Só não dá pra demorar muito. Amanhã tenho aula cedo e é meu último dia de estádio. Nem acredito que vou ficar livre.

ㅡ então passo no final do dia pra te pegar...

ㅡ tudo bem! Vou guardar esses documentos e já volto.

Me levantei e ele me viu indo pro quarto de hóspedes. Quando voltei, me chamou e se levantou vindo até mim.

ㅡ fica na minha suíte, comigo?

ㅡ rsrs, claro que fico!

ㅡ vem deitar um pouco, ou precisa fazer alguma coisa?

ㅡ porra! Preciso digitar a última parte do meu TCC e entregar ainda essa semana. Já era nosso jantar.

ㅡ não tem problema. Eu peço alguma coisa pra gente. Se importa em fazer isso lá na cama?

ㅡ rsrs, não. Vou pegar meu notebook e já vou lá.

Peguei minha mochila e, quando abri a porta da suíte, ele estava deitado na cama somente de cueca boxer. Sacanagem!

Me arrumei na cama, abri meus livros e liguei o notebook, mas estava sem bateria.

Peguei meu carregador e, mesmo conectando, não ligou.

Fiquei possesso e comecei a reclamar. Ele me ouviu xingando e de soslaio, perguntou o quê estava acontecendo.

ㅡ a bateria do notebook pifou. Acredita nisso? Meu notebook não liga.

ㅡ é o notebook que te dei cinco anos atrás? Kkkk

ㅡ sim...

ㅡ e está tão bem conservado desse jeito? Caramba!

ㅡ rsrs, eu cuido muito bem das minhas coisas. Só que agora não consigo fazer nada.

ㅡ perdeu tudo?

ㅡ não, está tudo salvo na nuvem.

ㅡ usa o meu. Amanhã você compra outro. Esse já está pra lá de ultrapassado.

ㅡ vou ver se ainda tem conserto...

ㅡ pega meu notebook na mala vermelha. Pode usar, sem problemas.

Antes de me levantar, lhe dei um beijo na boca e me prendeu em suas pernas. Comecei a rir e seu celular tocou. Pedi que atendesse, poderia ser o pai dele e lhe entreguei o aparelho que estava no criado-mudo.

No visor apareceu o nome do Alexandre, seu ex-marido. Confesso que fiquei meio chateado. Nunca imaginei que o cara ligaria pra ele.

ㅡ é seu ex-marido.

ㅡ quem?

ㅡ quando terminar de falar com ele, me chama. Vou na cozinha fazer um suco pra gente.

Ele me puxou de volta pra cama e desligou o celular.

ㅡ ele nem deveria estar me ligando. Nossa relação nem é mais de amizade.

ㅡ nunca houve uma recaída?

ㅡ não! Isso nunca aconteceu. Ele está namorando...talvez me ligou porque eu vim sem avisar ninguém. Meu contrato acabou e não disse pra quase ninguém que voltaria ao Brasil. Só meus amigos mais chegados, esses da viajem, que sabiam do meu retorno.

ㅡ rsrs, tudo bem.

Resolvi esquecer o assunto e fui até a cozinha. Fiz o suco e levei pra ele tomar.

Peguei o notebook do Cado e quando conectei o wifi, apareceu notificação de email recebido. Vi que era do Alexandre e comecei a rir. Ele esticou o pescoço pra ver o quê estava acontecendo e mostrei a ele.

ㅡ o Alexandre acabou de te mandar um email, man! Estou com ciúmes!

ㅡ está mesmo? Estão pode ficar despreocupado. ㅡ ele pegou o celular e desligou. Caso o ex tentasse ligar novamente.

ㅡ estou, mas sou mais eu! Sou O Cara! Acho melhor você ler e ver logo o quê ele quer. Relaxa, estou numa nice!

ㅡ me passa esse notebook, por favor!

Ele começou a ler e de repente começou a rir. Fiquei curioso, confesso. Quando terminou, me passou o notebook e pediu pra eu ler duas mensagens que o cara tinha mandado e fiquei intrigado.

[...como você está? Como assim você voltou pro Brasil e nem me disse nada? Falta de consideração, cara. Eu errei contigo, mas pensei que ainda fossémos amigos. Tudo bem que você andou me dando gelo, mas não precisava sair correndo...]

[...eu estava conversando com o Drew e ele disse que você conheceu um cara e que estava querendo voltar logo pra encontrar com ele. Eu conheço? Ele é gente boa? O Drew disse que você está com cara de apaixonado. Ou seja, com cara de gente besta. Está? Bem, eu te desejo sorte e que você seja muito feliz. Espero que ele te dê o valor que eu não soube te dar. That's all, man! Good Luck!...]

E eu achando que o cara queria reatar o relacionamento. Pelo menos ele foi sincero e gentil. Só eu estava em alerta. Fechei o notebook e o Cado me perguntou se eu não iria terminar meu TCC. Então disse que ficaria com ele um pouco e que depois terminaria.

Me deitei sobre seu corpo e ele ligou novamente o celular e disse que pediria algo para comermos. Alisei seu cabelo, lhe beijei o rosto todo e ele gargalhava como um menino. Ele estava feliz e eu mais ainda. Senti ele tirando meu short e apertando minhas coxas.

ㅡ andou falando de mim pro seu amigo?

ㅡ rsrs, eu disse que estava conhecendo um rapaz de vinte e três anos. Aí ele me olhou e disse: oh man, are you insane?

ㅡ kkkkk, por causa da diferença de idade?

ㅡ sim, mas falei que estava tentando absorver essa questão e que precisava ver se teria chances contigo.

ㅡ oh, meu Cado...eu te dou essa chance. kkkkk

ㅡ kkkkk valeu! Bem, foi isso. Eu não saí corredo, mas queria voltar logo pra te ver. Antecipei algumas palestras e ceminários Agora estamos juntos e acabei de me lembrar que te vi secando minha bunda quando cheguei. Adorei! Kkkkk

ㅡ kkkkkk, eu? Te secando? Até parece!

ㅡ ah, Lipo! Vai mentir que não olhou pra minha bunda as várias vezes que ficamos nús pelo apartamento?

ㅡ rsrs, olhei!

ㅡ kkkk, viu só! Quando você deu aquela olhada pra minha bunda eu já me imaginei rebolando nessa pica.

ㅡ eita, até nisso combinamos! Porque eu imaginei metendo minha pica nela. Kkkkk

ㅡ kkkkk, safado! Vamos? Estou morrendo de fome!

ㅡ muita fome? ㅡ disse e mordi seu lábio inferior. Ele se ria e rolava comigo na cama.

ㅡ kkkkk sim! procuramos uma pizzaria, damos uma volta...o quê acha?

ㅡ vou me trocar. Você precisa comprar um carro.

ㅡ preciso mesmo.

Saímos pelo centro, demos uma volta na orla. Conversamos, bebemos água de coco e namoramos em uma praça debaixo de um gigante caramachão, envolto de trepadeiras e muito pouco iluminado. Alí ficamos por um tempo, sentados em um banco de madeira onde só conseguíamos ver a direção que estava o carro. Depois fomos comer pizza. Ele ficou doido quando me viu comendo sozinho uma grande.

ㅡ minha nossa! Como não engorda?

ㅡ gasto rapidinho malhando! Esqueceu?

ㅡ isso é verdade.

ㅡ e metendo em você! Queimo uma caloria do caralho. Kkkkkk

ㅡ tarado! Kkkk

Já estava ficando tarde. Eu tinha aula na faculdade e acordaria bem cedo.

Assim que chegamos no apartamento tomamos banho e ficamos vendo tv no quarto. Fiquei de frente pra ele e me enrosquei em seu corpo. Encostei minha cabeça em seu peito e recebi da forma mais apaixomante seu beijo de boa noite na minha boca. Adormeci sentindo suas mãos acariciando minhas costas e era mágico, poder ouvir as batidas de seu coração...

*

*

Continua...

Nem vou pedir desculpas porque estava trampando e cheguei agora pouco.

Aí tomei um banho pra tirar o cheiro da vida noturna (kkkkkk) e corri pra cama revisar esse capítulo que estava quase pronto. Estou mega cansado. Muito obrigado por tudo e estou feliz demais em estar agradando. Obrigado por lerem! Adoro vcs! Grande abraço! 😉✌

Happy Pride!! 🌈

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Comentários

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Nossa o pai do Cado é um paizão e tanto....

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Dia Yolanda era uma mulher incrível, e afinal Lúcia não fica atrás, oh mulherada extraordinária, hein?

Em compensação o pai do Lipo aparentemente será um problemão. Uma pena que ele nao consiga aceitar o Lipo como ele é.

O pai do Ricardo é um homem sensacional, gosto demais dele. Será que os irmãos do Ricardo irão aceitar numa boa o relacionamento? Pelo menos eles já gostam do Lipo.

A história só melhora a cada capítulo. Sua escrita é fluída, delicada e apaixonante.

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Nunca chorei tanto lendo um conto... Que maravilhosa é a mãe do Lipo, compreensiva, amorosa, preocupada, enfim, uma mãe de verdade... O pai do Cado também é um homem extremamente amoroso e gentil, suas atitudes são todas em prol de ver os filhos felizes (incluindo o Lipo)... O ramance dos dois está cada vez mais lindo, quanto amor, quanto carinho, quanta cumplicidade, acho que esse é o sonho de todos nós... Agora só falta o pai do Lipo abrir a mente e ver que o amor do filho é mais importante do que tudo.

Faço minhas as palavras do Lebrunn.

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Menino, estou apaixonada por essa história!!! Conheci-a ontem, a paixão pintou desde o primeiro capítulo. Ansiosa pelo próximo capítulo!

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O que mais me enternece na narrativa é essa possibilidade de carinho, chamegos, querer estar juntinho sem necessariamente ter sexo sempre. Ah, isso é amor, é amor com certeza. Feliz por vocês...

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QUE MÃE MARAVILHOSA TEM O LIPPO. SE TODAS FOSSEM ASSIM!!! DE FATO IMAGINEI ALEXANDRE INFERNIZANDO A VIDA DOS DOIS. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSS MAS LIPPO TEM A MÃE E O SOGRO A SEU FAVOR E ALÉM DO QUE TINHA A YO YO QUE LÁ DE ONDE ESTIVER DEVE ESTAR PROTGENDO LIPPO. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS ISSO É BOM DEMAIS. CHOREI UM BOCADO. MAS VALE A PENA.

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Que venha o próximo, cada dia melhor

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