Em casa minha mãe me enche de perguntas, querendo saber o que tinha acontecido e quem tinha feito aquilo comigo, eu sempre falava que não sabia, que tinha sido tudo rápido demais. Meu pai também ficou preocupado, falou de ir até ao colégio tirar satisfação e saber quem tinha feito aquilo.
- Pai não precisa disso, alguém deve ter esbarrado em mim, e nem foi tão grave assim! Tento fazer ele mudar de idéia.
Ele não fala nada, me entrega gelo pra mim colocar em cima pra não inchar muito. Pego o gelo e vou para meu quarto, me jogo na cama com um pouco de dor pelo tombo, mas o que mais me doia era não saber porque aquele garoto me odiava tanto assim, e porque isso me afetava tanto.
Aquela noite Tamara me ligou, conversamos por algum tempo, ela estava super animada com a viagem, depois nos despedimos e fomos dormir.
No sábado quando acordei, logo vou até o espelho ver como estava meu olho, até que não tinha ficado tão ruim, estava um pouco inchado e roxo, mas acho que até segunda na viagem já estaria muito melhor. Faço minha higiene pessoal e desço.
- Meu filho, como está? Pergunta minha mãe vindo até mim pra ver como estava meu olho.
- Tô bem mãe, até que não ficou tão feio... Falo com ela já me consultando com as próprias mãos.
- Pra mim tá horrível, aliás você esquece da excursão do colégio viu... Fala virando as costas e indo terminar o que devia estar fazendo.
- Ah não mãe! Eu vou sim, é a melhor coisa que me aconteceu desde que cheguei...
- Eu não vou deixar você ir pra uma viagem com alguém que te fez isso e nem sei quem foi!
- Já falei que foi um acidente, eu mesmo devo ter trombado sem querer em alguém...
Ela me encara tentando ver se eu estava mentindo.
- É sério mãe, além do que vou ficar no mesmo quarto e vou passar o dia todo com a Tamara.
- Tamara? Aquela menina que estava com você?
- É mãe, pulfavor deixa eu ir!
- Você me promete que vai se cuidar? Ela fala vindo até mim.
- Prometo! Se quiser te ligo todo dia. Falo pegando uma maçã na mesa e rindo baixo.
- Acho ótimo, se não ligar eu ligo pra sua professora.
- Não dúvido... Saio rindo.
O resto do fim de semana passou comigo colocando muito gelo no olho, que ajudou muito, na segunda de manhã já não estava inchado e o roxo tinha quase sumido por inteiro.
Na segunda no colégio a aula também ocorreu normalmente, alguns alunos da sala veio até mim querer saber como eu estava e sempre perguntando o que tinha acontecido, eu sempre falava que não sabia, que tinha sido tudo rápido demais.
Bruno não tinha aparecido dinovo no colégio, achei até melhor porque não queria ver aquele olhar de desprezo e raiva em mim, já que ele não tinha aparecido, imaginei que também não iria na viajem, o que me tranquilizou.
Quando anoiteceu e chegou a hora de irmos para a viagem, meus pais me deram dezenas de lições pra ter cuidado, escutei tudo é só concordava. Já no colégio, com Tamara ao meu lado, quase já na hora do ônibus sair, tenho uma grande surpresa, vejo Bruno com uma mochila nas costas e outra na mão, ele estava de óculos escuros, em certo momento ele olhou em minha direção, mais logo abaixou a cabeça e passou por mim, eu estava angustiado de ver ele ali, mais também estava feliz, por saber que ele iria com nois, mais não sei porque isso, porque ele só me maltratava.
A viagem foi tranquila, o hotel que iríamos ficar era lindo, como já sabíamos que iriamos ficar dois alunos por quarto, eu claro iria ficar no mesmo quarto que Tamara, mas quando pegamos as chaves dos quartos, tivemos uma surpresa.
- Léo não iríamos ficar no mesmo quarto? Tamara percebe que nossos quartos são diferentes.
- Sim uai, foi o que tínhamos combinado com a professora...
Fomos até nossa professora tirar satisfação, nada virou, segundo ela o próprio hotel dividiu os alunos nos quartos, então ela não poderia fazer nada. O jeito foi aceitarmos, além do que nossos quartos eram no mesmo andar, pelo menos isso. Subimos para nossos quartos, o meu era o 108, como cada pessoa do quarto tinha sua própria chave, eu logo entro com minha chave.
Quando entro, vejo que tinha algumas malas abertas em uma das camas, então meu colega de quarto já estava ali. Já colocando minhas malas em cima da cama que seria a minha, vejo Bruno saindo do banheiro e entrando no meio do quarto, fico pasmo que seria ele meu colega de quarto, com tanta gente nessa fala e tinha que ser logo ele...
- Não acredito... Falo sem querer.
- Você aqui? Tá de zoa né?! Bruno ironiza olhando pra mim.
- Te garanto que se eu pudesse escolher, tenha a certeza que eu não queria ficar aqui nesse quarto. Falo super seco.
Ele me encara meio sem graça, acho que até um pouco desapontado, passa por mim, pega sua carteira e seus o óculos em cima da cama e sai do quarto.
- Tanto faz... Fala saindo.
Só me restou eu arrumar minhas coisas, deixei tudo arrumado enquanto as coisas de Bruno ficaram todas jogadas ali.
A noite iria ter um lual no hotel, eu e Tamara decidimos ir, eu me arrumo, quase saindo já, entra Bruno no quarto, horas depois de ter saído, ele me olha e meio que para na hora, fica meio surpreso não sei porquê.
- Onde você vai? Ele me questiona.
- No lual que vai ter aqui, vou com Tamara. Falo nem ligando pra ele.
- Ah tá... Falou com um tom de esnobe.
Nem ligo, termino de me arrumar e saio, ele ficou me olhando pra mim até sair.
O lual estava lindo, muita gente bonita, música boa, eu e Tamara tomamos uns drinks ótimos, acredito que tinha álcool neles, porque ficamos um pouco animado de mais.
Animados mais continuamos bebendo, horas depois, Tamara já nem queria mais, porém eu continuo, digamos que eu não sou bom com bebidas de álcool.
- Migo, acho melhor nois irmos, tô meio zonza. Fala Tamara.
Concordo com ela, estávamos indo embora, mais aí eu vejo Bruno ali, pra váriar estava me olhando de longe, aí como eu já estava com um pouco com álcool na cabeça, decido ir até ele falar algumas coisas.
- Vai subindo, que só vou ali dar um oi a uma pessoa e já subo.
Ela não entende nada, mais estava tão cansada que decide subir sozinha mesmo.
Espero ver ela sumir e vou até ele.
- Porque fica me encarando tanto em? Eu te fiz algo??! Fico um pouco descontrolado rsrs
Ele se assusta e tenta se explicar.
- Que foi garoto? Tá doido ou bebeu demais?! Ele ri um sorriso amarelo, meio constrangido e me encarando nos olhos.
Essa viagem promete demais, e não acham que essa conversa ficará só nisso... Próximo capítulo tem grandes surpresas. Bjs
