Amor além do tempo ㅡ Cap 11

Um conto erótico de LuCley.
Categoria: Homossexual
Contém 7374 palavras
Data: 30/08/2018 23:02:39
Última revisão: 06/09/2018 15:23:40
Assuntos:

ㅡ Quero dedicar esse capítulo à MÃE da Aldiery. Muito obrigado pelo carinho e, do fundo do meu coração, te desejo tudo de bom e que seu sorriso se faça presente todos os dias. Nunca desista de sorrir!

Fico feliz que acompanha minhas estórias e que alegra seus dias. É uma honra escrever pra alguém que me parece ser tão maravilhosa. Um abraço bem apertado e um beijo carinhoso! 😊❤

*

*

*

*

*

Fomos na cidade comprar os presentes pra criançada e vi que o Ricardo estava mais animado. Talvez pela alegria em saber que os pirralhos iriam adoram abrir todas as caixas.

Antes de chegarmos na loja, perguntei o motivo de tanta felicidade e antes de me responder, estacionou e se virou de frente pra mim. Sua mão percorreu meu rosto, seus dedos se entrelaçaram em meu cabelo e me fez um chamego gostoso na nuca. Ele sorriu e me dando um beijo, disse:

ㅡ é porque estamos só nós dois. O pessoal lá de casa não desgruda. Não vi a hora se sumir com você daquela casa. ㅡ sorri, mas eu estava inseguro.

ㅡ me deixa feliz dizendo isso, mas sei que atrapalha e muito, o fato de eu ainda não ser assumido. Me desculpa?!

ㅡ ei, porque está me falando isso? Que ideia mais absurda é essa?

ㅡ é a nossa realidade. Por mais que você diga que não, sei que te incomoda. Me sinto mal por isso às vezes.

ㅡ alguma vez te cobrei alguma coisa? Eu vivi tantos anos com o Alexandre e o fato dele não ser assumido não fazia tanta diferença. Porque eu implicaria com isso agora? Me fala? E implicar logo contigo? Você é o amor da minha vida. Pela primeira vez falo isso pra alguém com tanta convicção. Construímos nosso amor com tanta paciência pra eu ter você aqui bem na minha frente e ficar te pressionando? Não! Lipo, eu sou maduro o suficiente pra entender seus medos e suas angustias, meu amor. E sempre que irmos em algum lugar onde eu não me sentir confortável o suficiente, vai me ver com essa cara de chuchu! Porque eu sou assim. Adoro meu apartamento, minhas coisas e a menos que a casa da fazenda não seja um lugar só meu, eu vou ficar com cara de incomodado.

ㅡ cara de chuchu, foi pra acabar heim? Kkkk

ㅡ mas é verdade! Kkkk

ㅡ acredito em você. Sei que estou inseguro demais. Tenho medo de te perder, Cado!

ㅡ não vai me perder! Sou teu homem! Vim de longe pra me jogar nos teus braços e não vai ser um detalhe bobo que vai me fazer desisitir de você. Agora pare de pensar bobagem. Me ama?

ㅡ demais!

ㅡ eu sei! Vejo nesses olhos de mar que você me ama. Não me canso de olhar pra eles. Sou feliz contigo! Não fica preocupado com coisa que não existe. Tudo bem?

ㅡ está certo! ㅡ demos um selinho e como sempre, ele ajeitou meu cabelo e descemos do carro.

Antes de comprar os brinquedos, aproveitei pra comprar algo pra minha rainha; nada que chamasse muito atenção, ela sempre gostou de coisas simples.

Foi então que me lembrei que uma vez ela havia dito que seu sonho era ter um pingente de menininho; algo que me representasse pra colocar em uma corrente.

Pedi ajuda do Ricardo, e comprei uma gargantilha lindíssima e bem discreta com o tal pingente.

Depois fomos até a loja de brinquedos e fizemos a festa. Já imaginei a pirralhada rasgando todos os pacotes felizes da vida.

Demos uma volta pela cidade e paramos para comer alguma coisa em uma lanchonete badaladíssima de Santo Amaro. Naquele horário tinha pouco movimento, por ser de manhã, mas à noite sempre lotava, serviam pizzas e o pessoal tomou aquele lugar como um templo e a cidade toda se reunia em peso.

Lanchamos, conversamos um pouco e ele sempre sorrindo e fazendo graça por eu ainda ter um paladar bem infantilizado. Minha alimentação só era mais regrada quando malhava direto, caso contrário, me entupia de bobagens.

Comprei algumas guloseimas para as crianças e ele se ria como nunca o vi antes. Fiquei feliz o vendo feliz. Me senti bem estando ao seu lado e com a certeza que ele me amava. Melhor sensação impossível.

Depois do lanche ele me chamou para irmos até uma pedreira que dava pra ver a cidade do alto.

Chegamos e não tinha ninguém. Sorte a nossa. A vista era incrível e o ar parecia tão puro. Me sentei no chão, encostado no carro e o fiz se sentar entre minhas pernas.

Ele relaxou o corpo sobre o meu e o abracei beijando seu pescoço.

ㅡ meu pai me pegou de surpresa. Eu queria abrir um negócio aqui em Santo Amaro e ele me aparece com essa fábrica de ração em Ercolano. Eita velho sabido.

ㅡ não vai trabalhar com ele?

ㅡ claro que vou, mas quero entrar de sócio.

ㅡ desculpa minha ignorância, mas quantos milhares de reais é preciso?

ㅡ alguns milhões!

ㅡ minha nossa! Eu deveria ter me tornado executivo! Kkkk

ㅡ kkkk, bobo. Você pode fazer muito dinheiro se quiser. Pode investir em algumas ações. É arriscado, mas começa com pouco. Quando for adquirindo experiência e conhecer bem o mercado, aí joga alto. Se quiser, um dia conversamos e te explico como funciona.

ㅡ ah, eu quero! Tenho planos de ajudar alguém, igual você me ajudou e, claro, ganhar uma grana legal pra mim também. Não sou bobo nem nada.

ㅡ você tem um coração de ouro. Sabia? Vou seguir teu exemplo e faremos isso juntos, topa?

ㅡ poxa, Cado...seria incrível! Pode atender um desejo meu? ㅡ fiz cara de coitado e ele ria.

ㅡ quero só ver. Pede logo! Kkkk

ㅡ me leva em um motel? Preciso trepar contigo, man! Estou falando sério! Mas quero fazer isso de um jeito bem confortável. Delícia você assim, nos meus braços, mas minha pica não está feliz. A bichinha está querendo entrar em algum lugar. O quê acha, Cadão?

ㅡ kkkkkk! Duas horas no máximo. Ou vamos chamar muita atenção. Caramba, você não existe!

ㅡ existo! Fui feito especialmente pra você. Ainda não percebeu? Sou seu Cara!Te amo desde moleque e te esperei com toda a paciência do mundo. Sou tarado em você. Fazer o quê? Ninguém mandou você ser tão gostoso! Kkkk

ㅡ vamos logo! Já sinto que vai me arrancar os couros. Kkkk

ㅡ me desculpa, mas vou mesmo! Kkkk

Pra não dar muito na cara, entramos no concorrente ao lado.

Tomamos um bom banho na hidromassagem e batemos punheta um no outro. Gozamos e rimos. Parecíamos dois moleques.

Gemi por ele em um beijo apaixonado e minutos depois ele ria da minha ereção novamente. Deixei ele se servir de mim o quanto quisesse e, mamando minha pica, o prendi em minhas coxas. Lhe fodi a boca do jeito que ele gostava, lhe chupei o cu como ele queria e implorou por minha pica sorrindo. Abri sua bunda e brinquei com meu cacete ali. Levei meu dedo indicador até sua boca e pedi que deixasse bem molhado. Penetrei meu dedo em seu cu que piscava querendo pica. Massageei sua próstata e quase gozei somente por vê-lo rebolar e gemendo com meus dedos nele.

Ele gemia de tesão, me encapei e entrei nele massagenado suas costas e lhe dando beijinhos no ombro. Segurei sua pica e o masturbei lhe dando o máximo de prazer possível. Ele gozou e abafei sua boca com um beijo o trazendo pra mim. Gozei em seguida e lhe mordi os lábios.

Caimos na cama suados e dormimos como se não houvesse amanhã.

Despertei e haviámos passado do horário. O acordei com um beijo e me olhou sorrindo.

ㅡ passamos do horário, Cadão! ㅡ disse e ele puxou a camisinha da minha pica e quase estrangulou a pobrezinha. ㅡ ele se ria e me beijava.

ㅡ não tem problema, nós já vamos! Caramba, esse caralho nem gozando duas vezes abaixa! Porra, moleque! Está meia-bomba e doidinho pra ficar duro de novo. Como pode isso?

ㅡ tesão demais! De manhã é pior. Acordo com tesão de mijo, bato uma pra aliviar e, mesmo mijando e gozando, ele não abaixa. Kkkk

ㅡ já percebi. Sinto ele duro na minha bunda mesmo depois que você volta do banheiro. O bichinho é todo taradinho, minha nossa!

ㅡ ele sente teu cheiro e fica doido kkkk.

ㅡ kkkk, devo ser muito cheiroso. Está de pau duro o tempo todo.

ㅡ hahaha, treinei bem o Júnior pra te reconhecer há quilômetros.

ㅡ kkkk, bobo! Caramba, você me esfolou hoje!

ㅡ to pronto pra outra!

ㅡ kkkkk, sossega esse facho! Garoto tarado!

ㅡ poxa, Cadão! Vai negar mais uma rodada pro teu amor?

ㅡ vou! Me sinto assado. Juro, não sei como aguento você me trepando por tanto tempo, mas é bom demais!

ㅡ me da um tesão do caralho quando meto em você. Deve ser porque você é mais velho. Me excita demais!

ㅡ já que tocou nesse assunto, posso dizer que sinto o mesmo, só que por você ser mais jovem. Não sei explicar, mas quando voltei eu só pensava em subir e descer nessa pica. Até esqueci que te amava tanto. Kkkkk

ㅡ filho da mãe! Só me usa pra sexo! Kkkk

ㅡ eu? É você que não sai de cima de mim. Não pode me ver que já vem atacando. Eu só aproveito o momento. Kkkkk

ㅡ que safado! Mas pode me usar! Eu não ligo! Quer me usar de novo, não? Já sinto falta. Kkkk

ㅡ é melhor a gente voltar logo. Não subestime as pessoas, elas só se fazem de bobas. Seu pai me fez um interrogatório ontem. Perguntou se você estava namorando, se eu conhecia alguma namoradinha sua...essas coisas.

ㅡ hum...meu pai!

ㅡ está chateado com ele, não está?

ㅡ estou, mas não quero falar disso não!

Tomamos banho e fomos direto pra fazenda.

Assim que chegamos levei uma bronca do meu pai que reclamou por eu não ter saído com ele e seu Otaviano.

Perguntei se foram em algum lugar especial, mas só foram até a cidade e depois ele disse que foi resolver um problema. Perguntei o quê era e desconversou dizendo que não era nada importante, mas desconfiei ser o tal assunto que ele conversava com não sei quem lá no galpão.

Ele disse que o Ricardo estava me chamando e seu Otaviando o levou até os pastos pra verem uma cerca que estava no chão.

Ajudei o Ricardo guardar os presentes da pirralhada e já estavam arrumando tudo pra ceia de Natal.

Fiquei matando tempo conversando com o marido da Sabrina e sempre prestando atenção no Cado que também não tirava os olhos de mim. Fofo, ele!

Passamos à tarde toda na casa grande organizando tudo e brincando com a pirralhada que não me deixava em paz. A noitinha desci até em casa pra tomar banho.

Vi minha mãe descendo com meu avô e ele disse que iria descansar um pouco.

Vi que era uma ótima oportunidade pra contar a ela sobre meu namoro com o Ricardo e a chamei até meu quarto. Perguntou se eu estava bem e, sorri dizendo que sim, mas que se sentasse.

ㅡ o quê aconteceu? Está preocupado com alguma coisa? ㅡ ela perguntou e eu não sabia por onde começar.

ㅡ preciso te contar algo importante.

ㅡ pois fale!

ㅡ eu estou ficando com alguém!

ㅡ está namorando?

ㅡ estou! Só não me olha desse jeito! Por favor!

ㅡ estou esperando você me contar quem é.

ㅡ senhor! É o Ricardo! ㅡ ela ficou meio confusa e se levantou.

ㅡ santa Maria! Como assim, o Ricardo? Pensei que ele fosse homem! ㅡ comecei a rir e ela também.

ㅡ ele é! Assim como eu também sou.

ㅡ sim, eu sei...eu só não me expressei direito. Me desculpa?!

ㅡ a senhora pensou que ele fosse hétero, é isso?

ㅡ isso! Agora entendo o porquê dele ficar te olhando tanto e todo o cuidado que ele tem contigo. E aquela brincadeira na hora do café? Achei tão engraçado e ele te olhava tão bonito. Lipo, eu não posso me meter na sua vida, mas você faz ideia do reboliço que isso vai dar? Ainda mais depois que seu pai ficar sabendo?

ㅡ mãe, eu estive pensando muito e, sabe? Se eu tiver seu apoio, já é o suficiente. Meu pai precisa entender que eu tenho o direito de ser feliz com quem escolhi. Quero resolver esse assunto o mais rápido possível. Só esperar o dia da minha colação. Já te expliquei!

ㅡ eu sempre vou te apoiar. Só estou meio chocada com esse seu namoro com o filho do patrão. Seu Otaviano já sabe?

ㅡ já! Os irmãos do Cado, também. Eu só não te falei antes porque fiquei com medo, mas estou cansado disso. Eu não estou fazendo nada de errado, só estou...amando! Ele é carinhoso comigo e me ama. Poxa, eu mereço ser feliz.

ㅡ claro que merece. Todos nós merecemos. Agora me fala uma coisa: ele te ama mesmo? De verdade?

ㅡ de verdade! Fica tranquila! ㅡ sorri e ela me abraçou.

ㅡ bom, eu quero te ver feliz e se está, eu também estou.

ㅡ não poderia esperar menos da senhora.

ㅡ ora...ora...você é o único filho que tenho e ainda vou virar as costas pra você? Jamais! Te amo do jeito que você é.

ㅡ a senhora me surpreende a cada dia. Muito obrigado por entender tudo que sinto. Sei que não é fácil pra senhora compreender tudo isso, mas o quê eu posso fazer?

ㅡ você é um bom filho e nunca se meteu com coisas erradas. Isso sim me preocupava. O fato de você amar outro homem é assunto seu. Eu só quero te ver feliz e sei que está. Seus olhos brilham quando está com ele e agora entendo o porquê. Vamos subir? Os meninos estão doidos pra abrir os presentes que vocês compraram.

ㅡ a senhora e incrível! Melhor mãe do mundo!

Ela bagunçou meu cabelo e disse que eu precisava cortar um pouco.

Quando chegamos na casa grande, meu pai queria saber o porquê de tanta demora e se não bastasse, disse que eu estava passando muito tempo com o Ricardo.

Perguntei o motivo de tanto ciúmes e me olhando, disse que quase não nos falamos desde que cheguei.

Não chegamos à discutir, mas por um segundo deixei claro que ele estava me aborrecendo e também me deixou claro que eu não era mais o mesmo de antes. Frisou que eu estava diferente e que não me reconhecia mais. Fiquei indignado e quase ali mesmo, na varanda, iniciei uma briga, mas seu Otaviano chegou bem na hora e me vendo nervoso, disse que o Ricardo estava me chamando no quarto pois queria minha ajuda com os brinquedos.

Subi, entrei no banheiro e lavei meu rosto. Me sequei e me alcalmei. Fiquei o mais relaxado possível e quando saí, vi o Ricardo me procurando.

ㅡ estou aqui, Cadão! ㅡ disse e ele se virou, vindo na minha direção e me pegando no colo, me levou até o quarto.

ㅡ pensei que não viria mais.

ㅡ kkkk até parece. Precisa de mim?

ㅡ sim! Mas também quero te dar algo.

ㅡ você trouxe uma mala cheia de roupas só pra mim, e quer me dar mais o quê? Pare com isso, homem!

ㅡ mas é seu presente de Natal. Vai recusar um presente meu?

Entrei, tranquei a porta e ele me fez sentar na cama. Foi até o closet e revirando não sei o quê, voltou com uma caixa de tamanho médio e se ajoelhou me entregando. Pensei: ai que amor!

ㅡ posso abrir?

ㅡ claro! É sua! ㅡ fiz um suspense e ele mandou eu abrir logo. Morri de rir.

Era um cordão lindíssimo.

ㅡ caramba! Você não tem limites! Não consigo comprar nada pra você desse valor senão eu fico pobre.

ㅡ kkkkk, larga de ser besta!

ㅡ muito obrigado! Mereço tanto?

ㅡ merece muito mais. Gostou?

ㅡ muito! É lindo demais! Coloca em mim?

ㅡ coloco. Você é um homem maravilhoso, Lipo. Te amo tanto que transborda!

ㅡ poxa, meu amor...fala desse jeito não! Sou desse tamanho, mas choro feito um menino quando você se declara pra mim.

ㅡ é por isso que te amo! É meu amigo, amor e companheiro. Na cama é meu dono, meu safado e sabe o quê eu quero e quando quero. Mas você é bondoso, generoso e humilde. Me dá um beijo?

ㅡ e precisa pedir? Depois de tudo isso que disse, merece muito mais que um beijo!

Ele me tomou em seus braços e ficamos namorando um pouco. Engraçado, mas fora da cama me sentia apenas um garoto que precisava de carinho como todo mundo. Ele me namorava e eu ficava totalmente submisso aos seus cuidados e carinhos. Na cama eu era seu dono, dono do seu desejo e ele adorava. Apesar de sua versarilidade, comigo adorava ser exclusivamente passivo.

Antes que eu começasse a ficar duro, o ajudei a colocar a roupa do Noel. Fiquei olhando pra ele como um predador atrás de sua presa, mas de um jeito divertido. Eu não queria meter nele com aquela roupa horrível. Queria apenas descontrair, mas acabou me expulsando do quarto.

ㅡ nem me olha desse jeito, seu taradinho! Nem fodendo que vai trepar comigo com essa roupa escrota! ㅡ ele disse e comecei a rir mais ainda.

ㅡ acha que eu sou tão tarado assim?

ㅡ kkkkk, acho!

ㅡ bem que eu queria, mas aqui não vai rolar! Casa cheia demais e essa roupa é horrível! Mas meu fogo não abaixa. Se tirar essa roupa agora, te pego de jeito.

ㅡ kkkkk, some com esse fogo!

ㅡ chato! Kkkkk

Ele me deu um selinho, abriu a porta e desci as escadas.

Senti os olhos do meu pai em mim e por instantes não o encarei. Caminhei indo em sua direção e me perguntou se o Ricardo estava bem. Disse que sim e que só queria ajuda com a roupa do Noel.

Nem deu tempo de conversarmos mais nada e o Ricardo veio no topo da escada gritando Feliz Natal e trazia um saco imenso de brinquedos.

As crianças correram até ele e ríamos de como ele estava engraçado e todo desengonçado. Distribuiu presentes para as crianças, fez a festa com elas e depois de toda aquela animação, subiu e desceu com a roupa que lhe dei de presente.

A calça marcava seu corpo me proporcionando a mais bela das visões.

Estavam todos felizes, me peguei com a Yoiô em pensamentos e imaginando se ela estaria feliz me vendo de onde estivesse, namorando seu filho.

Suspirei saudoso pela minha querida amiga e fui despertado de um transe profundo pelo meu pai.

ㅡ está pensando em quê? ㅡ ele disse com as mãos em meus ombros.

ㅡ na Yoiô.

ㅡ já faz quase seis anos.

ㅡ pois é...o tempo passa e a gente fica só na saudade.

ㅡ verdade! Seu avô bebeu duas taças de vinho e está cochilando lá na varanda.

ㅡ sempre foi assim. Quando ia visitar ele e o tio Paulo, era a gente parar de conversar que ele dormia feito um anjo no sofá.

ㅡ o quê é isso? ㅡ ele colocou a mão no meu pescoço e tirou a corrente por dentro da minha camisa.

ㅡ é um cordão!

ㅡ eu sei que é um cordã! Isso é coisa cara. Você fica gastando o dinheiro que a Yoiô te deu com bobagens, daqui uns dias não tem mais nada.

ㅡ exagero! Não é nada de mais!

ㅡ como não é nada demais? Quanto pagou?

ㅡ eu não me lembro. Comprei uma pra dar pra mamãe também.

ㅡ Lipo, sei que o dinheiro é seu, mas não gaste com coisas caras. E esse relógio? Está doido, moleque?

ㅡ eu não paguei por ele. Foi presente do Ricardo. Ele comprou antes de voltar pro Brasil.

ㅡ é muito bonito.

ㅡ também acho. Vou alí dar o presente da mamãe.

Saí logo de perto dele antes que me especulasse ainda mais e fui entregar o presente que comprei pra minha mãe.

Ela estava sorridente e conversava com a Sabrina. A chamei e fomos até os jardins.

A surpreendi quando a peguei no colo e girei com ela. Vi seu sorriso e olhos emocionados. Lhe dei um beijo no rosto e dei a caixinha com a gargantilha que estava no meu bolso.

Quando ela viu, me abraçou agradecendo e chorava feito criança.

ㅡ não precisava, filho! Muito obrigada!

ㅡ gostou?

ㅡ gostei, é tão linda. Sempre quis ter um pingente de menininho pra por em uma corrente.

ㅡ eu sei disso, por isso comprei.

Coloquei em seu pescoço e vi o Ricardo chegando. Muito educadamente, ele deu feliz natal pra minha mãe e ela o abraçou com um carinho que só uma mãe sabe ter. Pedindo licença e nos deixando a sós, foi até meu pai e vi os dois se beijando com o mesmo carinho de sempre.

Vi que o Cado estava estranho e perguntei se estava tudo bem.

ㅡ você contou pra ela?! ㅡ ele disse e sorri. Lembrei que ainda não havia contado pra ele que minha mãe já sabia sobre nós.

ㅡ contei! Como sabe?

ㅡ quando a abracei, ela disse: que vocês sejam muito felizes, filho!

ㅡ hahaha, sério?

ㅡ sério! Nem me falou nada, pra eu poder me preparar.

ㅡ esqueci! Kkkk

ㅡ minha nossa! Quase morri do coração!

ㅡ ela ja sabe e me sinto mais aliviado. Sabe, pra te deixar bem feliz, eu tive a brilhante ideia de passarmos o Ano Novo na praia de São Leopoldo, o quê acha? Lá é tão maravilhoso!

Ele concordou de imediato. Eu sabia que ele não ia conseguir ficar até o fim de ano na fazenda com meu pai nos cercando à toda hora, mesmo não sabendo de nada, mas só por puro ciúmes. Além de sua família que não nos davam trégua.

A ceia foi servida um pouco mais cedo. As crianças estavam com fome e nos reunimos todos na grande mesa.

Não tinha como não se lembrar da Yoiô e vendo o Cado tão saudoso, me deu um aperto no peito. Quera lhe dar um beijo e dizer que estava tudo bem, mas naquele momento seria impossível qualquer aproximação com ele.

Estava tudo maravilhoso, nunca me senti tão bem ao lado de pessoas que eu amava tanto.

Logo pela manhã comentei com meu pai que ficaríamos na fazenda até dia 29 e ficou possesso por eu não ficar até minha colação de grau e me fez milhares de perguntas.

Tentando me desviar de algumas delas, quase perdi a paciência.

ㅡ não entendo o motivo de não ficar aqui até sua colação de grau?

ㅡ o Ricardo acabou de comprar o carro e quer aproveitar as férias que está se dando pra viajar um pouco. Ele me convidou e eu aceitei. Qual o problema eu não passar um único fim de ano em família?

ㅡ está certo. Ando exagerando contigo. Me desculpa! Ele fez tantas coisa por você. Não custa acompanhá-lo. Sei que ele te gosta muito. Acho que é por isso que estou implicando. Já não basta o patrão te tratar como filho dele...

ㅡ ah, pai...fala sério que é por isso toda essa implicância?

ㅡ lógico! Seu Otaviano vive te mimando e te pondo no colo. Aí o Ricardo chega e quer te levar pra passar o Ano Novo com ele. E eu? Fico como? Sem meu filho! O patrão te ama demais e agora me aparece esse aí também pra roubar você de mim?

Comecei a rir ele ficou sem graça. Mal sabia ele que o Ricardo me amava, mas não do mesmo modo que seu Otaviano e, isso sim me preocupava.

ㅡ vai curtir sua vida. Já é um homem feito e precisa se divertir. Além do mais, praia sempre tem um monte de mulher bonita. Quem sabe não conhece alguma? ㅡ estava demorando e dei um sorriso amarelo.

ㅡ aham! Vai saber?!

Estávamos a sós e senti uma necessidade imensa de saber o assunto que tanto estava deixando meu pai preocupado e decidi confrontá-lo antes de ir embora.

O convidei pra darmos uma volta pela fazenda e ele ficou mais animado.

Calçei minhas botas e fomos caminhando pelo riacho.

Certo momento me sentei e me abri com ele dizendo o quê eu havia ouvido no galpão.

Senti que ele ficou sem reação, mas me encarava tentando se explicar e perguntei:

ㅡ está saindo com outra mulher? ㅡ ele franziu a testa e me levantei o encarando.

ㅡ de onde você tirou essa idéia absurda?

ㅡ a mãe me disse que perdoou uma traição sua no passado. Só que de uns tempos pra cá o senhor demora demais na cidade e está irritado demais...

ㅡ eu errei com sua mãe, mas me arrependi e ela me perdoou. Eu amo sua mãe demais e o quê fiz, ficou pra trás. Não faria isso com ela novamente. Minha nossa!

ㅡ então me fala o quê está acontecendo...

ㅡ Lipo, você não precisa saber de tudo. Só digo e afirmo que não estou traindo sua mãe. Fui desonesto com ela uma vez e quase a perdi. Por um momento de fraqueza fiz bobagem, mas aprendi com meu erro.

ㅡ tudo bem. Seja lá o quê esteja acontecendo, conversa com ela e diz que está tudo bem entre vocês. Eu não disse sobre essa tal conversa misteriosa, mas ela está achando que o senhor voltou pra àquela vida de antes.

ㅡ eu sei que ando passando muito tempo na cidade, mas não é nada do que ela está pensando. Caramba!

ㅡ está jogando, igual o vovô? ㅡ falei por falar e ele ficou pálido! Era isso!

ㅡ hum? Não...quê isso...

ㅡ está, sim! Aposto que está devendo também! ㅡ ele quis desconversar, mas não teve jeito.

ㅡ olha, isso é um problema meu. Não quero você preocupado com meus rolos. E já estou resolvendo tudo.

ㅡ caramba, pai...porque entrou nessa furada?

ㅡ cacete! Joguei só pra brincar e ganhei um bom dinheiro de início, mas me empolguei. Foi isso!

ㅡ quanto está devendo? E não adianta vir com papo que não me interessa porque eu não quero ver minha mãe aqui na fazenda agoniada por causa de uma bobagem sua.

ㅡ dez mil!

ㅡ caralho! A gente vai até a cidade e vamos quitar essa dívida.

ㅡ nem pensar! Não quero que se preocupe comigo por causa disso.

ㅡ estou fazendo mais pela minha mãe do que pelo senhor. E me desculpa dizer isso, mas não é justo com ela. Faço um cheque e pagamos essa dívida. E por favor, fica longe disso.

ㅡ vai me dar lição de moral agora?

ㅡ se for preciso sim! Pai, eu te amo. Mesmo o senhor pegando no meu pé. Não vou te virar as costas nesse momento. Se arruma e vamos lá, agora.

ㅡ tudo bem.

ㅡ e quando chegarmos, vai contar tudo pra mãe. Está me ouvindo?

ㅡ tudo bem, eu falo! Ela vai me arrancar o couro!

ㅡ e reza pra ela não te botar pra dormir no galpão! Bem que está merecendo.

ㅡ só não te dou umas chineladas porque você está certo!

Por instantes rimos da situação e meu coração estava em paz novamente.

Eu estava tirando a caminhonete da garagem quando o Ricardo apareceu e perguntou aonde eu iria.

ㅡ vou até a cidade com meu pai resolver um problema. Prometo não demorar.

ㅡ tudo bem. Só achei estranho. Está tudo bem?

ㅡ vai ficar! Depois eu te explico.

ㅡ okay! Vou levar as crianças pra brincar ali no riacho. Estão me deixando doido. Vou lá chamar os pirralhos.

ㅡ kkkk, xau tio!

ㅡ caraca! Que deboche!

Ele saiu todo irritado e eu me acabando de rir.

Meu pai entrou na caminhonete e disse que já havia ligado pro tal cara e que ele nos esperaria na lanchonete do centro.

Chegamos e sem muito o quê conversar, fiz o cheque e ele pegou com receio me perguntando se realmente havia fundos e dizendo que sim, ele tirou um recibo do bolso e entregou ao meu pai.

ㅡ meu pai não te deve mais nada. Espero que isso acabe por aqui. ㅡ disse e meu pai ficou meio sem graça.

O cara apertou minha mão e foi embora.

Pedi uma porção de batata frita e uma cerveja. Nos sentamos e ficamos conversando. Dado momento ele me encarou e disse que não tinha como me pagar tão logo.

ㅡ não precisa me pagar. Acha que vou cobrar o senhor? Sempre cuidou de mim e fez tudo quê pode pra me manter na Capital?

ㅡ obrigado!

ㅡ imagina. Sei que o senhor faria o mesmo se fosse o contrário. Só não embarca de novo nesse barco, por favor!

ㅡ pode ficar tranquilo! Acho que aquela garota está olhando pra você. ㅡ nem me dei ao trabalho de ver quem era e ele viu que eu dei muita bola.

ㅡ já vai começar?

ㅡ tudo bem! Não está mais aqui quem falou. Vamos pra fazenda? Preciso ajudar o patrão com umas notas e mandar pra contabilidade amanhã.

ㅡ vamos. O Ricardo falou que levaria as crianças pra brincarem lá no riacho e vou aproveitar pra dar um mergulho.

ㅡ ele já foi casado, não foi? O patrão não fala muito dele, mas uma vez ouvi seu Otaviano dizendo que " sabia que esse casamento não iria durar muito".

ㅡ ele morou com uma pessoa por um tempo, mas não de papel passado. Por quê?

ㅡ por nada. É que conversamos e ele disse ter passado por uma desilusão um tempo atrás e me perguntei se era a mesma pessoa.

ㅡ deve ser. Ele só foi casado uma vez. Pai, quero que o senhor resolva esse assunto com a mãe ainda hoje. Pode ser?

ㅡ então vamos pra casa. Não quero minha baixinha pensando bobagens. E sobre aquilo que ela te disse: nunca mais aconteceu.

ㅡ está certo!

Assim que chegamos, ouvi as crianças brincando atrás de casa e estavam todos no riacho.

Na cozinha vi a Sabrina ajudando minha mãe e meu pai a chamou pra conversar.

Minha cunhada preparava uma deliciosa salada de frutas e disse que o Ricardo adorava. Sorri dizendo que ele estava maluco com as crianças e começamos a rir quando ouvimos ele reclamando de dor nas costas de tanto bancar o cavalinho.

ㅡ ele adora crianças. Reclama, mas sempre foi apaixonado por elas. ㅡ ela disse e provei a salada. Estava divina.

ㅡ eu também gosto! São seres inocentes que só querem atenção.

ㅡ são tão puros que não enchergam maldade em nada.

ㅡ isso é verdade!

ㅡ não vai entrar na água?

ㅡ vou vestir um short e já vou.

Me troquei e vi aquele sorriso se abrindo pra mim quando cheguei e saindo da água, veio até mim, me levantou do chão me jogando em seu ombro e caiu comigo na água.

Mergulhei e quando voltei a superfície, estavam todos rindo e bem que tentei escapar, mas preferi sentir suas mãos me segurando e me deixei levar por ele.

Saí da água e lhe servi a tal salada de frutas e ficamos conversando.

Contei o quê fui resolver com meu pai em Santo Amaro e num gesto automático, acariciou meu rosto dizendo que estava feliz por tudo estar resolvido.

Ouvimos a Sabrina pigarreando e quando olhei pra trás, vimos de longe meus pais vindo e ele se sentou um pouco mais afastado de mim, mas não muito.

Meu pai deu um beijo na minha mãe e saiu com seu Otaviano. Pedi que ela se sentasse ao meu lado e o Ricardo se levantou nos deixando à sós.

ㅡ seu pai me contou algumas coisas.

ㅡ que bom! A senhora esta bem?

ㅡ agora estou! Obrigada! Foi um gesto muito lindo de sua parte pagar a dívida do seu pai.

ㅡ ele é meu pai...mesmo com todos os seus defeitos.

ㅡ ele é!

ㅡ fiz o quê achei ser certo. Não podia deixar a senhora pensando bobagem e nem que ele se afundasse em mais dívidas. Só quero que vocês fiquem bem.

ㅡ eu sei. Agora só falta você! Tenho medo!

ㅡ não se preocupa comigo. Eu vou ficar bem. Pode ter certeza!

Ficamos na fazenda até dia 29 e o Ricardo não se cabia em si quando pegamos estrada novamente.

Passamos dia de Ano Novo na praia de São Leopoldo e ficamos cinco deliciosos dias em São Gerônimo.

Foram dias incríveis e munca estivemos tão felizes.

Chegamos na Capital e fomos direto pro banho. Eu estava cansado. Mesmo alternando a direção, fiquei com o corpo moído e era como se um trator tivesse passado por cima de mim. Ricardo estava pior.

ㅡ Lipo, enche a banheira pra gente. Estou me sentindo todo quebrado. Que dor no corpo dos infernos!

ㅡ culpa minha!

ㅡ mas é a culpa mais deliciosa que você vai carregar. Porque adorei esses dias que viajamos juntos.

ㅡ não vejo a hora de pegarmos estrada de novo...

ㅡ mas nem que a vaca tussa!

ㅡ kkkkk, falso!

ㅡ sério, foi maravilhoso, mas é cansativo demais.

ㅡ eu sei. Entra, vou me sentar atrás de você.

Ele estava entre minhas pernas enquanto eu beijava suas costas. Lhe dei banho, lavei sua pica e ele estava realmente cansado. Por mais que eu mexesse em seu cacete, não subia de jeito nenhum.

Foi então que ele abriu os olhos e começou a rir de minha tentativa frustrada de fazê-lo ficar duro.

ㅡ eu avisei que estou quebrado, meu taradinho!

ㅡ poxa, eu queria ter certeza.

ㅡ kkkkk, pior é essa tua pica me cutucando as costas.

ㅡ ah, esse aqui está sempre disposto e presente, mas vai te deixar paz.

ㅡ não quero que me deixe em paz, gosto quando você me toca. É bom demais!

ㅡ oh meu Cado, teu corpo pra mim é um templo sagrado. Te toco com amor e carinho que sinto. Gosto de cuidar de você!

Ficamos na banheira até a água esfriar e o sequei com todo cuidado. Ele se deitou e perguntei se queria alguma coisa pra beber ou comer e me pediu um suco.

Fiz o suco, bebi um pouco e quando cheguei no quarto, o vi dormindo. Ri com a situação e o cobri com um lençol.

Meu celular tocou, era seu Otaviano querendo saber se chegamos bem. Conversamos um pouco e tive a impressão que ele estava chateado.

Perguntei se estava com algum problema e o velho começou a desabafar comigo.

Ele sentia falta da Yoiô. Me senti completamente impotente e sem saber o quê dizer, mas fui atencioso, deixei ele desabafar e entre risos e lamentações, ficamos quarenta minutos tentando descobrir uma forma de abrandar a saudade que àquela pessoa maravilhosa nos deixou. Mesmo eu, não tendo nenhum laço sanguíneo com a Yoiô, sentia a falta que ela me fazia.

Antes de desligar, ele perguntou como estávamos.

ㅡ estamos bem. Chegamos e seu filho estava bem cansado. Me pediu um suco, mas quando cheguei no quarto, ele já estava dormindo. Me deixou no vácuo kkkk.

ㅡ hahaha, esse é meu filho!

ㅡ patrão...acha que eu sou bom o suficiente pra ele?

ㅡ que pergunta mais besta é essa, agora?

ㅡ ah, sei lá. Ele já foi casado, tem mais experiência e tenho medo dele acabar enjoando de mim com o tempo. Além do mais, tem a tal posição social. Não quero que ele passe vergonha comigo. Me criei na roça, o senhor sabe como sou simples...

ㅡ Fillipo, meu filho, está com medo de não dar certo por causa de posição social? Pois te digo que conheço e convivo com o auto escalão de várias áreas e a grande maioria deles não tem o caráter que você tem. Pessoas que podem ter o dinheiro que for, mas nem de longe chega perto da pessoa que você é. Ele te ama. Esquece esse papo de dinheiro e que você é simples demais...você é inteligente, Fillipo. E sei que ama meu filho de verdade. Te conheço desde menino.

ㅡ insegurança da minha parte, eu sei. E me desculpe estar chateando o senhor com isso.

ㅡ não me chateia, estou aqui sempre que precisar conversar. Você me ouviu com toda paciência do mundo, filho...muito obrigado.

ㅡ ah, que isso...não precisa agradecer.

ㅡ Lipo, quando o Pedro acordar, pede pra ele me ligar. Preciso conversar com ele sobre nossa sociedade nas fábricas. Tenho que encaminhar rápido os papeis antes do carnaval.

ㅡ pode deixar que aviso. Tenha um bom dia!

ㅡ você também!

Desliguei o celular e quando me virei, vi o Ricardo sentado em uma cadeira perto da porta da cozinha. Fiquei sem graça. Larguei o celular sobre a mesa e fui até ele.

ㅡ senta aqui! ㅡ ele disse e me ofereceu sua perna como assento.

ㅡ faz tempo que acordou?

ㅡ agora pouco. ㅡ ajeitei seu cabelo e lhe dei um beijo no rosto. Ele me abraçou, cheirou meu pescoço e me levou até o sofá.

ㅡ deita aqui comigo!

ㅡ qual parte da conversa você ouviu?

ㅡ a parte que você pergunta se é bom o suficiente pra mim...

ㅡ ahhh, essa parte...

ㅡ quando você disse que só o fato de eu ser rico te preocupava, pensei que estava brincando. Realmente se preocupa com isso?

ㅡ me preocupo! Nesse meio tem muita gente maldosa. Sou catorze anos mais novo que você e, claro, sempre haverá comentários quando a gente se assumir.

ㅡ deixem que falem. Eu sei o quê sente por mim e sei o valor que você tem. Te conheci menino e minha nossa, como você era incrível. E quando nos falávamos por chamada de vídeo? Que alegria me dava em te ver sorrindo e sempre bem humorado. Você me fazia rir, me animava nos meus piores dias e como eu queria estar contigo pra poder te abraçar como estou agora. É bom demais. Te amo!

Ele calou minha boca com um beijo doce, sem pressa e cheio de carinho. Me envolveu em seus braços e me tomou pra si com uma vontade que eu ainda desconhecia.

ㅡ me desculpa... ㅡ disse e ele roçou a barba por fazer em mim.

ㅡ você é meu tesouro, Lipo. Adoro quando namoramos, você fica assim, todo bobinho pra mim. Mas quando me leva pra cama, vira meu dono. Bom demais!

ㅡ coisa boa a gente juntos...prometo não pensar mais bobagem.

ㅡ que bom, porque a menos que não me ame, eu nunca vou deixar de ser pra você o quê sou hoje...

ㅡ meu putinho safado?

ㅡ kkkkk, isso! Seu puto safado que gosta dessa pica aqui!

ㅡ fala que gosta, mas não sentou nela antes de dormir. Fiquei chateadão!

ㅡ kkkkk, porra! Eu estava cansado!

ㅡ eu sei meu amor, estou brincando contigo. Quer me levar pra jantar? Não tem nada nessa casa pra comer.

ㅡ hahaha, vai se vestir que eu te levo.

Botei um jeans skinny, camiseta preta e tênis. Passei um bom perfume, botei meu bonê com a aba pra trás e quando cheguei na sala, ele veio de encontro a mim e segurou meu rosto com as duas mãos me dando um beijo na boca.

Me desarmei na hora em seus braços e me levou até o sofá me fazendo deitar sobre ele.

ㅡ é disso que você gosta? Do teu macho por cima?

ㅡ é disso que eu gosto! Desde o dia que me mandou aquela foto que sou fissurado nesse corpão. Se você tivesse com outro, eu te roubaria de quem quer que fosse.

ㅡ eu iria contigo pra qualquer lugar. Era só abrir esse sorrisão lindo!

ㅡ seja essa garoto pra mim a vida toda? Esse jeito despojado e informal muito lhe cai bem.

ㅡ vou ser, pelo menos em casa kkkk.

ㅡ agora, antes de eu te levar pra jantar, faz amor comigo aqui? Da pra ver nos teus olhos que quer entrar em mim. ㅡ ele disse tirando minha calça e fiquei duro na hora.

ㅡ vem meu delicioso...fazer amor com o Lipinho! Bem que estou doidinho mesmo pra te rangar! kkkkk.

Nada me dava mais alegria do que vê-lo feliz em meus braços.

Chegamos de mãos dadas e sorridentes no restaurante que eu havia escolhido. Ele dissertava a conversa que teve com o pai antes de sairmos de casa e tive a certeza que seu Otaviano havia pensado em mim com muito carinho quando conseguiu aquele estágio. No decorrer da conversa ouvi o Cado planejar todo um futuro e traçando metas com o objetivo de se estabilizar de vez no Brasil; me incluindo em cada pequeno detalhe. Fiquei mais que feliz.

Janeiro passou rápido e minha colação de grau estava chegando.

Meus pais viriam para a Capital com seu Otaviano e, por educação, o Cado pediu que ficassem no apartamento conosco.

Chegaram de manhã e os acomodei no quarto de hóspedes. Seu Otaviano ficou no quarto ao lado dos meus pais e eu arrastei um colchão até a academia. Vi o descontentamento do Ricardo me vendo arrumar o colchão ao lado da esteira e sorri dizendo que seria por pouco tempo.

ㅡ porque não dorme lá na sala, Lipo?

ㅡ porque gosto de dormir pelado. Não iria cair bem me verem de bunda de fora logo cedo.

ㅡ meu pai já viu! ㅡ rimos e ele estava mais relaxado.

ㅡ e não superei isso até hoje! Kkkkk

ㅡ tudo bem! Vou lá, tomar banho sem você! Adeus!

ㅡ que dramático! Kkkk

ㅡ estou convivendo muito contigo! Eu não era assim! Kkkk

ㅡ ah, ta! Saí daqui! Palhaço!

Ele saiu gargalhando e meu pai entrou. Perguntou qual era o motivo da graça e mudei rápido de assunto o convidando pra beber alguma coisa comigo na varanda.

Seu Otaviano se adiantou e serviu whiski ao meu pai e foram pra sacada.

Chamei minha mãe que estava na cozinha e perguntei se meu pai ainda chegava tarde em casa, mas disse que não.

ㅡ certeza que não está mentindo pra mim? ㅡ perguntei e ela fazia um carinho em meu rosto.

ㅡcerteza! Se quiser, pergunte ao patrão. Ele mesmo comentou que seu pai não está mais saindo.

ㅡ tudo bem.

ㅡ e vocês, como estão?

ㅡ estamos bem. O Ricardo entrou de sócio com o pai nas fábricas; está bem feliz.

ㅡ me preocupo contigo, sabe disso, não sabe? Pelo que vejo, vocês estão vivendo como um casal. Ele me mostrou o apartamento e vi que tem roupa sua no quarto dele.

ㅡ eu ainda moro aqui e namoramos.

ㅡ sim, mas não acha que estão indo rápido demais? Ele nem bem chegou e já se envolveu contigo.

ㅡ sinal que ele tinha urgência em ficar comigo. Antecipou a viajem por mim. Sei que te soa estranho, mas esse homem morou em meu coração por tanto tempo que não consigo mais ficar sem ele por perto.

ㅡ o quê dizer depois de ouvir isso? Vai ser feliz, meu filho! Você merece!

ㅡ vem aqui, me da um abraço. A senhora é incrível e sou feliz com ele. Fique tranquila.

A abracei e meu pai chegou bem na hora. Reclamou que estávamos muito grudados e o puxei para junto de nós e beijei seu rosto.

ㅡ eita menino grande do pai... ㅡ ele disse e por alguns segundos me recordei daquele meu pai herói de sempre, mesmo com todos seus defeitos e erros.

Embora aquele momento fosse de felicidade, eu estava preparado pra enfrentar a tempestade que estava por vir.

Eu tinha plena noção do que viria assim que me assumisse e meu coração preparava um escudo pra me proteger de tudo que me seria dito.

Estava chegando o momento de encerrar mais um ciclo e me libertar de uma vez por todas de todas as amarras de minha vida...

*

*

Continua...

Muito obrigado à todos os leitores e pelo carinho! 😊

Continuem comentando, isso muito me ajuda pois sei que estão gostando e, é de grande incentivo. Até o próximo! 😉✌

Happy Pride!! 🌈

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 9 estrelas.
Incentive LuCley. a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Maravilhoso esse capítulo e esse amor de Lipo e Cado... Estou ansioso para ver a revelação de Lipo para o pai e saber qual será a reação dele... Minha cabeça gera tantas formas que estou me sentindo o Lipo... kkkkkkkk

0 0
Foto de perfil genérica

Ainda acho que o pai do Lipo esconde algo.

0 0
Foto de perfil genérica

CREIO QUE O SEU PAI AINDA NÃO CONTOU TUDO. MAS VEREMOS. ÊITA COLOÇÃO DEMORADA.

0 0
Foto de perfil genérica

É a narrativa mais esperada por mim. Um amor tão tranquilo, tão amor. Ansioso por mais ...

0 0
Foto de perfil genérica

Até o próximo!

Ansioso por cada linha do próximo capítulo.

0 0
Foto de perfil genérica

Caramba! Eu já li todos os relatos aqui na casa, e sempre consegue me prender em todos!!! Impossível não se apaixonar com a forma que você escreve e descreve tudo. Parabéns ❤

0 0
Foto de perfil genérica

Minha mãe te agradece pela gentileza ,ela não os lê mais conto tudo pra ela e vc fez ela sorrir com sua dedicatória ,ela chora quando estou triste com a história ai falo oque ouve ai ela diz vai da certo pros dois eles se amam e isso que conta ,mais uma vez muito obrigada por sua historia maravilhosa .

1 0
Foto de perfil genérica

Lipo não se prive da sua felicidade

0 0
Foto de perfil genérica

O lipo pode ter uma surpresa. Talvez seu pai aceite o filho do jeito que ele é.

0 0
Foto de perfil genérica

o amor é um sentimento capaz de mudar o mundo, pois com ele pode-se chegar a harmonia e solidariedade humanas.

0 0
Foto de perfil genérica

Capítulo maravilhoso esse de hoje. To muito ansioso pelo próximo. Abração.

0 0
Foto de perfil genérica

Está chegando a hora!!! Aí meu coraco Ótimo

0 0