Uma geração de mulheres alfa através da História. Parte 8: Iracema

Um conto erótico de Astrogildo Kabeça
Categoria: Grupal
Contém 1485 palavras
Data: 17/07/2018 09:32:05
Última revisão: 17/07/2018 14:22:56

Iracema andava vários bairros levando quentinhas encomendadas com o espanhol, que cozinhava bem, desde que chegou no Brasil. Ele ainda explorava ela. Varria a casa e lavava suas roupas. O cortiço era um nojo. Todo sujo e com um banheiro único e coletivo para todos os ocupantes.

E não era só isso. Iracema era abusada sexualmente pelo gringo. Quase todo dia, ela tinha que se deitar e deixar o homem saciar usando seu corpo. E ela tinha apenas 14 anos. Ela odiava isso mais do que tudo. Mas não via meios de fugir disso.

Iracema passou os anos servindo de todas as maneiras aquele asqueroso. O cortiço, porém, ficou animado com a chegada de um grupo de pessoas, vindas de um local ao norte do Rio. Toda noite era a maior festança. O cortiço foi tomado por aquela turma, que ia a forra. O espanhol reclamava, mas tudo que ele ouvia era “vá tomar no cu, viado! Volte pra sua terra!”. Iracema também não dormia direito com aquela barulhada. Mas aos poucos, se aproximava daquele povo. Convidada por uma nova amiga, foi na casa de uma negra gorda, que ficava sentada numa cadeira quase o tempo todo. Todo mundo que entrava se ajoelhava, beijava as mãos dela e pedia a benção

- A benção, Mainha.

Iracema passou a frequentar aquelas festas e se entrosar com os vizinhos. O espanhol ficava fulo, tentava proibi-la, mas quando alguém mal-encarado gritava “deixa a moça” ele se calava.

E a batucada era boa. Pandeiro, viola, e muitas palmas. Cachaça era consumida que nem agua. Tinha uma mulher que rodava com uma saia imensa e dançava muito. Era Benedita “Chamosa”, uma mulata farta que se acabava de dançar, rodopiando pra lá e pra cá que nem pião. Pouco a pouco, Iracema era convidada para entrar na roda. No inicio ela evitava, mas com o corpo doido pra dar uma balançada, ela pegava bem o jeito da coisa.

E o tempo passava e aquele grupo percorria todo o bairro de Cidade Nova e a Praça Onze, sempre dançando muito lundu. Mas esse lundu era diferente. Era mais agitado. As noitadas passaram a reunir muitos compositores. Parecia que a história se repetiria, quando a mãe de Iracema caiu na esbornia sem fim. Mas ela era mais esperta, nesse sentido. Ela não bebia. Conheceu muitos homens, entre eles, um continuo com quem teve Bartira.

Iracema passou a fazer par com Benedita “Chamosa”. As duas se acabavam de quebrar na roda de lundu. Iracema ganhou o apelido de “ancas de aço”. Remexia que era uma beleza. O grupo voltava quase de manhã pra casa. Bartira cresceu com a mãe quase ausente. Ela era cuidada pela negra gorda e outras vizinhas. O espanhol, já se aproximando da meia idade, não podia reclamar. Afinal, Iracema assumiu o controle da cozinha e vendia doces, salgados e outras receitas de extremo sucesso.

Um dia, O espanhol resolveu xeretar o que Iracema fazia quase toda noite lá. Olhando pela janela, viu sua enteada - ou ex-enteada- se requebrando até o chão e os homens tocando instrumentos e batendo palmas. No centro, também Benedita “Chamosa”, rodopiando e dando “umbigadas” para Iracema tomar o lugar no rodopio. Até que alguém percebeu que o homem olhava pela fresta. Ele tentou sair sorrateiro, mas foi chamado por Iracema.

- Vem cá, homem. Vai correr por que?

Ficou sem ação e foi até a casa.

- Entra. Aqui ninguém morde não. Há tantos anos eles estão aqui e você não dá nem bom dia a ninguém

Ele deu um sorriso amarelo, acenando a mão direita, mas ninguém lhe respondeu.

- Olhe sem segredo eu dançar. Senta aí

O gringo acabou um tanto acanhado sentando em um cantinho. A batucada recomeçou e Iracema sacolejava pra valer. Ficou admirado como os quadris dela eram de mola. Que molejo! Até que ela chamou ele pra roda.

- Vem dançar

Ele balançou a cabeça negativamente. Ela olhou bem fixo e falou

- Homem nenhum rejeita um esfrega-esfrega aqui. Se não é homem pra isso, assista!

Ela chamou um negro alto que se prostrou atrás dela. Os dois passaram a remexer até o chão. As palmas aumentaram. Gritos.

- Vai devagar... Vai devagar...Vai devagar...

Benedita “Chamosa” foi pra frente dela, colou o corpo e acompanhou o casal. A dança era bem lasciva. O espanhol começou a se excitar. As duas esfregavam o corpo naquele homem. Um outro se aproximou. Os quatro bailavam juntos, desciam até o chão, rebolavam. Iracema pediu pro negão deitar. Ela foi pra cima dele e colocou o pau pra fora. O espanhol ficou abismado.

- Vai começar...Vai começar... Vai começar...

As palmas aumentaram. Gritos. Iracema passou a rebolar na cabeça do pau. “Chamosa” já mamava gulosamente o outro homem. A senhora da casa, a negra gorda, não estava presente.

Iracema dançou pacas em cima do pau do homem até que deu um grito e encaixou. Gritos.

- Pula na marreta...Pula na marreta...pula na marreta...

Iracema subia e descia naquele mastro de respeito. Martelava em golpes de buceta certeiros. Chamosa era chupada pelo outro comparsa.

O espanhol não sabia onde enfiar a cara. Iracema gozou pulando como doida no pau do homem, olhou pro espanhol e gritou.

- Isso aqui é uma foda! É assim que se fode, seu broxa!

Chamosa gargalhou e o pandeiro batia pesado.

Logo Iracema era comida com gosto, línguas pra fora dançando naquela meteção. Chamosa estava levando de quatro. A roda girava e as duas fodiam muito. O espanhol suava que nem cuscuz. Iracema pulou e o homem a carregou pra comê-la em pé. Ele metia e ela com cara de depravada balançando os quadris na rola do homem. Chamosa estava com a perna levantada, de ladinho, com a sua buceta sendo dilacerada.

Até que Iracema rebolou com as mãos no joelho no membro do homem. Ele meteu e fodeu com ela rebolando inclinada no pau dele. Chamosa se aproximou, pegou o rosto dela e tascou um beijaço!!! Gritos e palmas. A batucada parecia estar dentro dos ouvidos de cada um

- Beija, meu bem, requebra na viola...na viola...na violaaaaa

Agora as duas cavalgavam seus homens uma de frente pra outra. As duas gozavam aos berros e se linguavam. Aceleravam os movimentos, remexiam com o pau socando forte as bucetas. O espanhol tava todo esporrado. Iracema provocava.

- Olha a marca de homem, pessoal! Todo murchinho... Tá com peninha de mim, tá...hummmmmm.....

E Iracema fazia cara de pena enquanto rebolava no cacete.

- Tá com pena de mim, tô não... tô não....tô não....

O espanhol se sentia humilhado. Iracema levantou e ficou na frente do espanhol se remexendo com o corpaço reluzente. Chamosa ficou do lado dela. As duas se esfregando e olhando pra ele.

- Sabe, gente... Quer saber o tamanho do pintinho dele?

Gritaria, em ritmo de lundu.

- Queremos.... Geme, viola...viola...violaaaaaaaaaaa

- É assim ó.....nem pra cosquinha serve..

Ela havia juntado os dedos polegar e médio, querendo dizer que era minúsculo. Chamosa provocou mostrando descaradamente a xota arrombada pra ele.

- Dá pra comer essa pamonha?

Pronto. O homem estava sem forças pra sair dali. Iracema juntou os dois homens que fuderam as duas e mamou pra valer. Engolia e boqueteava, punhetava, cuspia, linguava. Os homens não aguentaram e descarregaram porra pra tudo quanto é lado. Cabelos, rostos e peitos escorriam suor e porra. Chamosa lambia a porra no corpo da amiga e tudo se acabou com um beijo absurdamente pornográfico.

O espanhol nem esperou o dia amanhecer. Deu no pé e nunca mais foi visto.

Iracema e seu grupo passou a acompanhar músicos que gravavam os primeiros LP’s.. Iracema compôs alguns lundus com jovens compositores cariocas. Se bem que aquele lundu estava cada vez mais ligeirinho. Ficou tão famosa quanto a mãe. Anos depois, aquele ritmo que tanto dançaram, passou a ser chamado de samba.

Veio então um surto de uma doença que aterrorizou o Rio. Matou até o presidente da República! A Gripe espanhola chegou e levou muitas pessoas. Iracema foi uma das primeiras. Antes de se tornar uma epidemia, aquela dançarina espevitada não resistiu a doença. Dois anos depois, Benedita Chamosa também sucumbiu à virose. Assim, aquele grupo do cortiço resolveu retornar pra casa, antes que a tragédia fosse maior. Já não tinha mais sentido permanecer ali depois de tantas perdas consideráveis.

Bartira se viu sem destino. Já chegando na idade adulta, ela foi convidada a ir com eles para a terra que aquele grupo tanto cantava em suas músicas: a Bahia.

Embarcaram no cais e seguiram viagem marítima que durou mais de duas semanas. O navio atravessou a barra da Baía de Todos os Santos e dezenas de saveiros embelezavam a paisagem, se aproximando de uma cidade dividida em alta e baixa.

- Que prédio é aquele?

- Prédio? Ahahahahah...aquilo é um elevador, menina!

- Elevador? No meio da cidade?

- é sim, hahahahah

Na rampa do Mercado Modelo, Bartira desembarcou e pisou na sua nova cidade: Salvador, a Cidade da Bahia.

(continua)

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Comentários

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Excelente Astrogildo! Notei uma influência de Aloisio de Azevedo no começo do texto, além dos nomes de personagens de vários outros autores. Ficou muito bom!

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Nossa, que delícia de cena! mais deliciosa ainda a humilhação contra o espanhol, eu não faria melhor! adorei, como todos os seus contos.

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