Carnaval das Amigas - parte 5

Um conto erótico de Larissa S2
Categoria:
Contém 1554 palavras
Data: 15/07/2018 06:47:24
Assuntos: crossdresser

- Oi, meninas! E aí, qual vai ser o make de vocês? - perguntou a maquiadora, gentilmente.

- Bafônico!!! Por favor! - falou exultante Bárbara.

- Huuum... casamento?

- Não! Carnaval mesmo! Mas vamos a uma festa à fantasia e seremos Princesas, logo não pode ser qualquer maquiagem.

- Princesas? - perguntou Mauro, assustado. - Como assim, Bárbara? Nem vimos as fantasias ainda!

- Você não viu: quando estávamos chegando aqui no táxi, vi ali na esquina uma loja de aluguel de fantasias mara! Na vitrine tinha duas fantasias de princesa que eram uma graça! Ali eu decidi.

- Puxa... obrigado por me comunicar... amiga... - falou Mauro, num misto de desânimo e indignação.

- Hahahahaha... não fica chateadinha, amiga. Achei que se falasse aquela hora estragaria a surpresa. Além do mais, você tinha alguma outra ideia?

- Tinha pensado em algo... menos... frufru... sei lá, tipo... jogadoras de futebol. Ou advogadas. Sei lá.

- Ah, sim, amor, claro: venho pro Carnaval na Bahia pra me fantasiar de coisas sem graça como essas. Nem morta! Vou de princesa! Aliás, vamos!

- Jogadoras de vôlei também seria divertido - tentou Mauro, sem muita esperança.

- Seria. Mas menos do que princesas certamente.

A maquiadora apenas observava a cena, parecendo se divertir:

- Então, decidiram meninas? Porque o make jogadora de vôlei é um, mas de princesa é outro. Posso fazer um desses em cada uma de vocês, sem problema.

- NÃO! - bradou Bárbara. - Até parece! Somos amigas de Carnaval e amigas de Carnaval vão com fantasias iguais! Ou ao menos do mesmo tema. Não quer ir de Princesa, pode ir de Rainha. Pronto.

- Ou de bobo da côrte... - tentou Mauro.

Bárbara fuzilou Mauro com os olhos, parecendo querer estrangulá-lo ali mesmo.

- Olha, eu até posso fazer maquiagem de bobo da côrte, mas acho que nesse calor não vai durar muito devido o calor. Logo vai ficar toda desmanchada e com certeza não vai fazer sucesso com os homens, se me permitem dizer.

Mauro olhou cheio de esperança para Bárbara: era justamente esse seu objetivo, não parecer bonita para não ter os caras à sua volta.

- Negativo! Temos um combinado e se você insistir nessa de fantasias ridículas como estás fazendo, Andrí, eu ficarei muito, mas muito decepcionada com você.

Bárbara parecia ainda muito irritada, porém passou no fim da frase para um tom levemente choroso, como se sentisse que aquela promessa de uma noite super divertida estivesse em xeque devido a tentativa de Mauro em ser 'menos mulherzinha' naquela noite.

Mauro então lembrou de tudo o que a amiga já havia feito por ele: mesmo depois de acabado o namoro, anos atrás, ela lhe ajudou em diversos momentos, quando como ele perdeu o emprego de anos na empresa, quando seu cachorrinho Astolfo morreu meses atrás, quando ele levou o fora da namorada que ele tanto amava semanas atrás - fato inclusive que lhe fez ter a ideia de ir à aquele Carnaval. Mauro então olhou para o chão, como que fugindo dos olhos da amiga e da maquiadora, envergonhado, e sentiu que aquela sua atitude não estaria sendo a mais adequada: ele sabia o quanto a amiga estava exultante com a ideia daquele Carnaval como amigas e o quanto ela queria que elas fossem 'divas' para tornar a brincadeira ainda mais legal.

- Ok... você venceu, Barbie: vamos de Princesas então.

- Sério? SÉRIO? Você aceita, amiga?

- Claro! Por que não?

- Te amo!

Bárbara sem se conter deu um selinho estaladíssimo 'na amiga'. A maquiadora arregalou os olhos e riu. Pensou 'É Carnaval. Vale de tudo'.

Mauro olhou para Bárbara meio assustado: mesmo tendo sido namorados no passado e tivessem uma ótima relação, dar selinho não era uma prática recorrente quando da nova relação de amizade que tinham. Bárbara deu uma risada meio sem graça, mas não pareceu se arrepender; aliás, meio que mordeu o lábio inferior e parecia querer até mais. Mauro olhou nos olhos dela e, sem perceber foi indo em direção ao rosto de Bárbara: ambos queriam mais. Quando estava a centímetros da boca da amiga, ouviram um limpar de garganta, constrangido:

- Uh-huuum... olha... eu tenho horário em seguida com outras clientes. Se quiserem ficar a sós vocês duas aqui, sem problema, não quero atrapalhar. Só não poderei maquiar vocês depois.

Mauro e Bárbara olharam para ela, depois se olharam, como que estivessem saindo de um transe: o que diabos quase acontecera ali? Bárbara ficou confusa pensando que nunca mais havia nutrido sentimentos ou mesmo desejo com Mauro, porém ver ele daquele jeito, delicado e feminino, havia lhe causado uma estranhíssima atração - mesmo ela jamais tendo tido qualquer experiência com mulheres. Já Mauro esqueceu-se completamente da personagem e, vendo a amiga, e ex-namorada, linda daquele jeito acabou não se contendo; ele não poderia negar para si mesmo: ficar com a Bárbara naquele Carnaval estava longe de ser uma coisa impensável e ele com certeza lidava com entusiasmo com essa possibilidade:

- Er... não! Claro que não, moça. Vem, Andrí, senta aqui: hora de ficar linda! - falou Bárbara, completamente sem graça, mas tentando aparentar naturalidade.

A maquiadora ficou ainda uns 3 segundos analisando aquele cenário. Então bateu uma palma e decretou:

- Então: vamos à maquiagem... princesas.

- YES! - completou Bárbara, já menos sem graça.

Começaram então a transformação em Bárbara: base, corretivo, blush, sombra, cílios postiços (enormes), delineador, iluminador, batom: todo aquele processo - cuidadosamente feito pela profissional - era acompanhado por Mauro, que começou a ficar ainda mais apavorado. Ele jamais imaginou que as mulheres usassem tanta coisa.

- Jesus! Quanta coisa - pensou alto.

- Quem disse que é fácil ficar uma princesa, né? - riu a maquiadora. - Calma que no seu vou caprichar também.

Bárbara deu uma risadinha: ficou imaginando a cena de o ex-namorado sendo maquiado como uma princesa. Não havia como não achar aquilo divertidíssimo.

- Não precisa caprichar taaanto... - falou Mauro, desesperançado.

- Ah, precisa sim! - falaram Bárbara e a maquiadora, juntas, o que provocou risos em todos, até em Mauro.

- Tcharaaaaam... tá prontíssima, milady! - falou entusiasmada a maquiadora.

Mauro olhou para Bárbara e ficou sem chão: ela estava linda demais!

- Meu Deus! Que gata! - exclamou, esquecendo-se da personagem e falando com sua voz normal.

Maquiadora e Bárbara arregalaram os olhos: Bárbara em repreensão ao amigo pelo deslize, a maquiadora assustada mesmo. Mauro riu sem graça e tentou consertar, falando com a voz mais suave que conseguiu:

- É o que vão falar os caras hoje quando te virem.

Novas risadas. A contornada não havia sido boa, mas pareceu funcionar.

- Obrigada! Sua vez, amiga!

A maquiadora então, ironicamente, em tom de reverência apontou a cadeira de maquiagem para Mauro que, titubeante, sentou, após travar por alguns segundos.

- Maquiagem igual?

- Não, não! Quase igual: em vez de sombra azul como a minha a dela pode ser rosa. Combina com os vestidos que vi na vitrine.

- Rosa... claro - falou resignadamente Mauro, como que prevendo aquilo: era óbvio que o vestido que Bárbara idealizou para ele seria rosa.

- Claro, amiga: você adora rosa.

- Se me permitem dizer, acho que uma sombra rosa bem noite vai ficar lindo em você, Andrielly.

Bárbara olhou com um sorriso de vitória para Mauro, que respondeu com um outro sem graça, de derrota. Também diante de todo aquele cenário que diferença faria usar vestidos e sombra rosa, amarelo ou verde, não é mesmo?

Logo a maquiadora começou o serviço, primeiramente tirando o resto daquela maquiagem leve com que Mauro havia ido até lá. Mauro nunca teve praticamente nada de barba e ainda havia raspado ao máximo antes de sair de casa, ou seja, não havia qualquer resquício de pelos no corpo, exceto no buço:

- Vou dar uma carregada aqui no buço pra não parecer esse restinho de bigode, querida. Nem se preocupa.

Mauro achou que tinha tido seu disfarce descoberto. Bárbara percebeu e tratou de ajudar, para tranquilizar o amigo:

- Afff... por que nós mulheres temos que ter buço? Cadê a evolução pra nos deixar sem pêlos?

- Ai, nem me fala, amiga! Eu tenho que fazer o meu quase toda semana, acredita? - completou a maquiadora, ludibriada. Esse da Andrielly é nada perto do meu. Que saco!

Mauro então suspirou aliviado: o disfarce continuava de pé.

Logo a maquiadora começou seu trabalho, sempre sob o olhar - e comentários - de Bárbara, que comentava cada ação da maquiadora com 'nossa', 'tá lindo', 'amei', entre outros. Realmente ela parecia estar se deliciando com aquela brincadeira de ver o amigo cada vez mais 'amiga'. Cerca de uma hora depois, o serviço estava terminado:

- Voilá! Prontíssima! O que achou, Andrielly?

Mauro voltou a si então. Aquele maquiar, com gostosas pinceladas nas bochechas e no rosto, haviam quase lhe feito dormir. Levantou-se da cadeira e, ao olhar-se no espelho, gritou apavorado:

- MEU DEUS!

- Lindo, né? Achei que ficou ótimo! - disse a maquiadora, cheia de orgulho do seu trabalho.

- MEU DEUS!!! - repetiu Mauro.

Mauro estava LINDA! A maquiagem havia afinado seu rosto; o iluminador na ponta do nariz deu uma arrebitadinha; os cílios e a sombra brilhosa haviam deixado seus olhos como de uma boneca. O batom era de um rosa fortíssimo, quase do mesmo tom que o esmalte das unhas - Mauro percebeu isso quando colocou uma das mãos em frente à boca, tentando conter o pavor.

Então ele virou para o lado e olhou para Bárbara, que não parecia menos apavorada. Bárbara queria falar alguma coisa, tentar ser gentil, tentar parecer naturalidade, mas não conseguiu: estava em choque. O resultado era inacreditável: Mauro não apenas parecia uma mulher, mas uma mulher linda: uma verdadeira princesa.

CONTINUA...

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Comentários

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História maravilhosa, se houver tema de sexo, não apela muito não, tenta resumir, faça um conto mais trabalhado, com continuação, como o q aconteceu depois do carnaval, depois e voltar pra casa, não se apegando tanto aos detalhes de sexo, isso ja tem demais aqui no site.

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Amando a história! Prefiro mil vezes contos que trazem história do que contos que se resumem a 'sexo'... Amei o jeito que você escreve, muitos detalhes que levam o leitor a imaginar tudo!

Sobre a questão de visualizações... Não se preocupe tanto assim, contos deste tipo não costumam ter muitos acessos mesmo, eu por exemplo escrevia o "nova vida" e percebi que ao longo do tempo o número de comentários foram caindo e a única que continuou lendo foi a Suellen, eu parei de escrever pois fiquei bastante triste com algumas coisas... Mais espero que você não faça o mesmo que eu kkk continue a história por favor! Vou sempre esperar ansiosa pela continuação!!!!!

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