Carnaval das Amigas - parte 11

Um conto erótico de Larissa S2
Categoria:
Contém 1474 palavras
Data: 27/07/2018 22:01:27
Assuntos: crossdresser

Passado aquele momento delicioso de ápice sexual, Mauro recobrou os sentidos para então dar-se conta do que havia lhe acontecido. Enquanto seu parceiro de dança continuava excitadíssimo a lhe agarrar e beijar, Mauro estava como que em transe, tentando entender o que a recém havia lhe acontecido. Ele havia gozado - muito bem gozado, diga-se de passagem - enquanto rebolava roçando sua bunda no pênis ereto de um homem. Mauro então desvencilhou-se abruptamente do rapaz e correu para o banheiro para pensar sobre tudo aquilo.

- Andrielly? O que foi? - Bárbara interrompeu o amasso ao ver amiga saindo em disparada e foi atrás dela pra ver o que teria acontecido, não sem antes censurar com o olhar o rapaz que estava com 'a amiga'.

Mauro tentou fugir da amiga. Na verdade ele tentava fugir de tudo aquilo, daquela festa, de si mesmo, afinal aquilo tudo não fazia sentido: como diabos ele havia tido um orgasmo naquela situação?

- Amiga? Amiga! O que houve? O cara se passou contigo? Ele te assediou?!

Mauro não conseguiu responder. Pensou em inventar uma mentira e dizer isso, que foi assediada, que o rapaz abusou dela, mas a verdade a qual ele não poderia fugir era que ele a havia tocado, tocado muito, tocado forte, porém com total consentimento dele. E havia sido maravilhoso.

- Não. Não me assediou não.

- Então o que houve? Por que você saiu fugida daquele jeito?^

- Eu... eu... não aguentei ver você com aquele outro cara. Foi isso! - tentou difarçar.

- Ai, sério, Mauro? Mas nós não temos nada há tanto tempo? Achei que já tínhamos superado essa fase.

- Eu também achei que tinha, mas não superei.

- Você jura que foi isso que aconteceu?

Mauro cogitou falar a verdade, mas a vergonha seria demais: jamais teria coragem de admitir que gozara sendo 'enrabada' (pensou nesse termo) por um cara, dançando funk. Decidiu então contar uma meia-verdade que poderia ser crível e que não fosse tão vexatória quanto a verdade inteira:

- Eu... sim, não gostei de ver você com o carinha lá, mas o fato é que... eu... o amigo dele estava me tocando, e me beijando...

- E...

- E... eu estava gostando daquilo. Eu estava gostando de ser tocada e beijada por um cara, Bárbara.

Ameaçou chorar, mas a amiga a interrompeu antes:

- Amiga, não!!! A maquiagem! Pelo amor de Deus, você vai virar um guaxinim de tão borrada e podem acabar descobrindo você.

Mauro então engoliu o choro e começou a abanar o rosto com as mãos espalmadas, como aquelas cenas clássicas em que mulheres entram em pânico. Bárbara teve que se conter para não rir da cena:

- Ai, amiga... eu estou tão envergonhada... envergonhado. Imagina! Vim pro Carnaval para passar o rodo na mulherada, para tentar levar umas gatinhas pro quarto, para tentar até pegar você...

Bárbara arregalou os olhos surpresa, embora aquilo não fosse tão surpreendente. Mauro continuou:

- No fim, estou eu aqui, parecendo uma mulher, fantasiada de noiva, sendo assediada por homens. E adorando a sensação! Isso não está certo?

Bárbara, que sempre foi super mente aberta, a consolou com sinceridade:

- Amiga... que isso? Por que vergonha? Qual o problema?

- Qual o problema? O problema é que eu não sou gay!

- Mas mesmo que fosse, qual o motivo de desespero? Você está vivenciando uma situação inusitada, diferente. Que diferença faz se você está se divertindo vestido de homem ou de mulher? Fala com sinceridade!

- O problema é que... eu...

- Não tem problema algum! Sempre que você saiu como homem nas baladas, não caprichava pra ficar bonito? Para as mulheres te olharem?

- Sim... óbvio.

- Então! Se você está indo em uma festa como mulher, por que tem que ir feia ou desleixada? Tem que caprichar também, oras! Todo mundo gosta de se sentir bonito e desejado, é ou não é?

- Pensando dessa forma...

- Então!!! Eu quem pedi a você para fazer esse favor! Não foi você quem por livre e espontânea vontade decidiu se vestir de mulher e sair pegando homens! E mesmo que fosse por opção tua, e daí? Cada um faz o que bem entender de sua vida!

- É...

- Amiga, eu vi você louca de tesão com o Jorge no carro. Estava ali, torcendo pra vocês se beijarem. Eu também vi você rebolando e se pegando com o amigo do Antônio... vocês não se beijaram propriamente, mas me parece bastante claro que tudo o que aconteceu ali foi porque tu consentiu. E porque estava bom. Estava ou não estava bom?

Mauro não teve coragem de responder com palavras, mas o olhar para o chão acompanhado de um leve sorriso de canto de boca envergonhado respondeu o suficiente. Mesmo assim confirmou quase num sussurro:

- Estava...

Bárbara sorriu e abraçou a amiga:

- Pois então, amiga! Vive o momento! Relaxa! Aproveita! Desencana! Você está uma gata! Sério, linda demais! Onde tu passa nesse salão arrasta os olhares do macharedo. Acho que não tem um só homem nessa festa que não gostaria de lhe dar uns beijos...

Mauro sorriu constrangido, como que dizendo 'ai, para...'.

- Se você está ficando excitada sendo adulada, apalpada e beijada por homens, aproveita! Pior se você estivesse com esse desejo e ninguém quisesse! Aposto que você enquanto Mauro nunca foi tão desejado numa festa como aqui hoje, como Andrielly.

- E você quer me animar com uma verdade dessas? - riu timidamente Mauro.

- Hahahahaha... pois é. Lide com isso! Vivencia o momento, curte muito, beija muuuuito e depois você pensa o que faz da vida. Vive o hoje, o agora. E o teu agora é estar linda, gatíssima e deslumbrante em uma noite de Carnaval na Bahia. Aceita! Relaxa e goza!

Mal sabia a amiga que ele já havia seguido esta última parte do conselho da amiga ao pé da letra. Aliás, isso lhe fez lembrar do ocorrido e que ele precisava consertar o estrago na calcinha.

Mauro então abraçou Bárbara com ternura:

- Não chora! Olha o make!

Mauro colocou os dedos indicadores nos cantos dos olhos, em outro gesto tipicamente feminino. Bárbara já havia deixado de achar aquilo estranho e já achava até bastante natural.

- Preciso ir no banheiro, amiga. - falou Mauro, já quase totalmente recomposto.

- Vamos, amiga! - disse Bárbara batendo leves palminhas, feliz que aquele drama havia acabado e ainda tinha muito Carnaval pela frente.

Chegaram no banheiro feminino, quando Mauro foi até uma das cabines. Sem muito jeito - e ainda um pouco alcoolizada -, abaixou-se e puxou a calcinha, que estava encharcada. Riu consigo mesmo lembrando das vezes em que comentava com os amigos sobre ter deixado as namoradas 'de calcinhas molhadas'; agora aquilo tinha acontecido com ele, embora de maneira um tanto diferente:

- Amiga... - sussurrou ela.

Bárbara se maquiava no espelho e não ouviu.

- Amiiiiga... psiu...

Bárbara seguia com o batom:

- AMIGA! - falou

- Oi! Fale, amiga! - carregou no 'amiga' achando graça daquilo.

- Vem aqui!

Bárbara encostou na porta e Andrielly abriu apenas uma fresta:

- Preciso da sua calcinha...

- O que???

- Você ouviu! Preciso da sua calcinha!!!

- Mas e a sua? O que houve?

Mauro não poderia falar a verdade:

- Er... arrebentou.

- Arrebentou? Sério?

- Sim - respondeu Andrielly começando a se impacientar.

- Nossa... olha ela estourando a tanga!

Ambas riram.

- Então... me empresta!

- Ah, sim, e vou eu ficar aqui em pleno Carnaval sem calcinha?

Bárbara começou a frase como se aquilo fosse um absurdo, porém ao terminar a frase pensou consigo mesma que talvez aquela ideia não fosse assim tão absurda.

- Vive o momento! - arriscou Andrielly.

Bárbara se obrigou a rir e concordar: nunca havia feito isso na vida e aquela ideia não deixava de lhe ser extremamente excitante. Então puxou a portinha e entrou no mesmo box que a amiga, já se abaixando e tirando a calcinha.

- Obrigada! - disse Andrielly, feliz. Mesmo com toda a ereção que havia tido - e a ejaculação carregada - o suporte que disfarçava seu pênis (um presente surpresa que recebeu, sem muito riso, da amiga antes de saírem) seguia funcionando bem, logo não seria descoberto quase ficasse novamente excitado - coisa que certamente aconteceria pensou consigo mesmo.

Então, como que sem pensar, Bárbara beijou Andrielly. Um beijo longo, profundo, delicioso, que foi de pronto retribuído por Mauro. Apesar de não ser o cenário mais romântico possível, ficaram ali, alguns minutos, como que rememorando os tempos de namorados e aquela nova e pitoresca amizade.

- Que delícia de beijo... - murumurou Bárbara.

- Nunca tinha beijado uma mulher? - desafiou Mauro.

- Tão gata como você, nunca...

Riram bastante e voltaram a se beijar mais. Bárbara estava de certa forma agradecendo ao amigo pelo gesto de estar sendo sua amiga em pleno Carnaval e também matando um pouco a saudade do ex (Carnaval vale, pensou ela). Para Mauro aquilo estava sendo ainda melhor: estava dando uns pegas na ex a qual várias vezes fantasiou pegar novamente e, acima de tudo, sentindo-se feliz pela certeza de que, embora estivesse vivenciando novas experiências, ainda gostava, e muito, de mulher. Não deixou de ser um alívio para ele.

CONTINUA...

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Comentários

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Suellen querida, muito obrigada pelo feedback e pelas sugestoes. Eu particularmente sinto que minhas histórias se esgotam nelas mesmas pós a feminização e pegação com os caras. Após essa etapa da festa do Carnaval, prefiro começar uma nova historinha. Talvez ainda faça mais uns capitulos pós-festa, ainda na Bahia, mas nao tenho intencao de trabalhar a volta dela, assim como o pós-vida deste Carnaval. Se tiveres interesse, sinta-se totalmente à vontade para dar seguimento à história: vou adorar ver a Andrielly seguindo sua vida sob a pena de outra escritora.

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Lari li os 3 capitulos. Vc acharia interessante fazer uma parte após o Carnaval, contanto as dificuldades do Mauro, pra esconder a Andryelle e deixar ela sair e a situação de assumir pra familia. Depois como ficaria a relação com a Barbara se teriam um relacionamento lésbico Seria uma continuação legal para a históra

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Não parei não, miga! Falei que estava enlouquecida hoje. Espero que goste de mais esse capitulozinho. E, por favor, vê se retribui tua miga aqui fazendo uma historinha bem excitante pra ela e pra todas nossas vorazes leitoras do site. Beijos!!!

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