Descobrindo o amor (92)

Um conto erótico de Dr Romântico
Categoria: Homossexual
Contém 4844 palavras
Data: 19/06/2018 22:00:28

Geomateus, se o Antônio tiver que perder mil vezes para o Rodrigo não sofrer, ele não se importara em perder.

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ze carlos, voltei pra terminar o conto, reta final.

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VALTERSÓ, cada hora é um problema, uma mala sem alça atazanando a vida dos dois. Vamos ver se a Telma terá um papel importante nessa história, já o Laercio precisava de uma lição, mas acho que lição mesmo ele vai ter nesse capítulo. Bom, pelo menos dele você já pode se despedir.

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Plutão, então, os capítulos a muito tempo estão saindo com uns 10, 12 páginas, haja história pra contar. Não basta apenas eles se afastarem, é preciso mostrar que os dois estão realmente separados, sem vínculo algum. O Rodrigo ainda tem sim o apartamento dele, mas eles preferiram ficar na casa que a Maria deixou até porque foi o lugar onde eles foram felizes, apesar dos inúmeros problemas que aparecem a cada hora. O final da Alice será fantástico, mas isso vocês só saberão no ultimo capitulo. Viu, não demorei pra voltar, kkk

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Suara, pois é, eles não tem sossego mesmo, mas até o grande final muita coisa ainda irá acontecer. O Rodrigo deu o troco merecido na Alice, mas ela ainda dará a cartada final no próximo capitulo, ou você achou mesmo que ela iria aceitar fácil essa derrota? Cheirinho de final? Se fosse novela eu poderia dizer que é a última semana, rsrs.

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Guigo, obrigado pelo carinho, jamais abandonaria o conto, voltei pra terminar ele de vez. O Sidney ama os netos, querendo ou não, essa é uma coisa que ele e o Rodrigo tem em comum.

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Rodrigo – Tem que ter um jeito. O que eu tenho que fazer? Eu não quero perder os meus filhos.

Rodrigo – Eles são meus, eu sou o pai, eu amo eles.

Advogado – Existe sim, não é uma garantia mas...

O advogado olhou para Antônio e depois para Rodrigo.

Advogado – Você precisa evitar qualquer situação que..

Rodrigo – Como???

Rodrigo já tinha entendido, mas se recusava a aceitar.

Antônio se aproximou e disse o que o advogado tentava dizer nas entrelinhas.

Antônio – A solução sou eu, não é?

Rodrigo olhou para o irmão.

Antônio – Rodrigo, a única chance de você não perder os meninos é eu sumir.

Antônio – Eu tenho que ir embora de sua vida.

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Capítulo 92

Antônio – A única maneira de o Sidney lhe dar paz é eu desaparecendo da sua vida.

Rodrigo – Não, não Antônio. Você esta enganado.

Rodrigo olhou para o advogado na esperança de ser tranquilizado, mas o advogado foi taxativo.

Advogado – Infelizmente seu irmão está certo Rodrigo.

Advogado – Sou seu advogado, não estou aqui pra julgar seus atos e nem invadir sua privacidade.

Advogado – Mas se ainda existe ou se existiu algum tipo de relacionamento entre vocês, o ideal é vocês se separarem de maneira definitiva.

Advogado – Ainda sim poderá ser difícil reverter a opinião do juiz, mas é a única maneira que temos de derrubar essa acusação do Sidney.

Rodrigo – Isso é loucura, aquele velho não pode ter esse controle sobre minha vida, nossas vidas.

Rodrigo – Eles são meus filhos.

Advogado – Como eu disse, a questão não é sua sexualidade, mas incesto seria muito mal visto aos olhos da sociedade.

Advogado - Você deve agir de uma maneira que mostre que não existe mais o menos contato entre você e seus filhos com seu irmão.

Antônio se aproximou e vendo o desespero do irmão tratou de ir para o sacrifício.

Antônio – Pode ficar tranquilo doutor, nós tomaremos todas as providencias necessárias para ganhar essa causa.

O advogado explicou mais algumas coisas, Rodrigo já não conseguia ouvir mais nada. Antônio como um futuro advogado ouviu bem todas as instruções, acompanhando o homem até a porta.

Rodrigo estava em silencio no sofá, Antônio se aproximou tocando em seu braço.

Antônio – Você não vai perder os garotos, eu te prometo.

Rodrigo – Você não levou a sério o que ele disse né?

Antônio tentou se esquivar mas Rodrigo o segurou, o botando contra a parede.

Rodrigo – Você não está pensando em me deixar, está?

Antônio – Eu te amo, mas...

Rodrigo – Não tem mais e nem menos Antônio. Eu amo meus filhos e amo você, não vou abrir mão de nada, não vou ceder em nada.

Antônio o acariciou, beijando sua cabeça. Os dois se abraçaram e Antônio achou melhor não continuar com a conversa, embora fosse um assunto que deveria ser discutido mais cedo ou mais tarde.

Rodrigo foi para o quarto dos filhos, que já estavam dormindo, e ficou acariciando a cabeça deles, velando o sono dos garotos.

Tentando agir como se nada tivesse acontecido foi para a cama, recebendo um abraço do irmão, que ficou a noite toda acariciando suas costas.

No dia seguinte os dois acordaram com ponta pés, socos, empurrões, balançadas de cabeça, gritos.

Rafael – Acorda!!!!

Arthur – A gente está com fome.

Rodrigo acordou e ao ver aquela bagunça deu um sorriso, puxando os filhos pra de baixo de suas asas.

Antônio – Quem precisa de despertador tendo vocês dois pra acordar a gente de maneira tão fofa assim.

Arthur – Eu não fiz xixi na cama hoje papai.

Rodrigo – Verdade? Deixa eu ver o piru.

Antônio – Você já está ficando um hominho.

Antônio – Agora só falta vocês dois largarem a chupeta.

Os garotos saíram correndo do quatro atrás de Chico e só então Rodrigo pode dar o bom dia ao seu amado.

Rodrigo foi beijar Antônio, que deu uma travada. Rodrigo percebeu mas agiu naturalmente.

Antônio – Dormiu bem?

Rodrigo – Acho que sim.

Os dois tomaram café da manhã e foram seguir suas atividades.

Antônio – Eu levo os garotos pra creche.

Antônio – Não precisa me pegar no trabalho hoje, vou passar na casa da Cris.

Rodrigo – Tranquilo.

Rodrigo – Se o Laercio aparecer por aqui, me ligue no mesmo instante.

Antônio – Fique tranquilo, já aprendi a lidar com ele mas acho que nunca mais vou ver aquele homem.

Antônio – Minha preocupação maior é que ele procure você.

Rodrigo – Eu sei me cuidar.

Rodrigo estava saindo mas voltou até a cozinha.

Rodrigo – Antônio, eu te amo.

Rodrigo ficou por alguns segundos parado na porta esperando sua resposta.

Antônio deu um sorriso e respondeu:

Antônio – Eu também te amo.

Antônio foi para o trabalho mas não conseguia se concentrar em mais nada, só vinha na cabeça a possibilidade de Rodrigo perder os filhos, se culpando o tempo todo por isso.

Rodrigo se fez de durão mas no fundo estava muito preocupado, pelo menos ele já tinha se livrado de um grande problema, Alice. Pelo menos era o que ele achava.

Simone – O ar dessa empresa esta até mais leve.

Rodrigo – Ela não deu uma de louca e apareceu por aqui?

Simone – Se tem uma coisa que sua irmã não é, é burra. Depois que você proibiu ela de entrar até no prédio, ela não seria louca o suficiente de ser humilhada mais uma vez.

Rodrigo – Melhor assim, um problema a menos.

Simone – Estou achando você calado, tenso, esta preocupado com algo?

Rodrigo – Problemas de sempre, parece que não vou ter paz nunca.

Simone – Se quiser desabafar..

Rodrigo – Obrigado, vou tentar trabalhar.

Rodrigo só tentou, lia documentos mas não conseguia entender nada. Parando tudo que estava fazendo, pegou o celular e ficou olhando algumas fotos.

Rodrigo – Ficou um tempão olhando uma foto com Antônio brincando com Rafael e Arthur.

Aquela sensação parecia até uma sentença de morte, como se alguém que ele gostasse estivesse prestes a ser tirado de seu convívio de maneira brutal.

Não aguentando mais aquela pressão, foi até a sala do pai, que agora ocupava novamente a presidência.

Carlos – Já ia falar com você. Se você tiver interesse, gostaria que ocupasse essa cadeira.

Carlos – Você tem feito um trabalho magnifico.

Carlos notou o jeito do filho e foi até ele.

Rodrigo sentou em uma poltrona, levando as mãos até o rosto, contando tudo que estava acontecendo.

Carlos – Mas o Sidney hein, não da uma trégua.

Rodrigo – Pai, eu estou desesperado.

Rodrigo – Não é justo o Antônio ter que se afastar de mim.

Rodrigo – Por favor, não faça como todo o resto do mundo, não me julgue também.

Carlos o abraçou, tentando conforta-lo, passar segurança.

Carlos – Eu não vou te julgar Rodrigo, eu só quero te ajudar.

Rodrigo passou as mãos nos olhos, olhando triste para o pai.

Rodrigo – Você me ajuda mesmo?

Carlos – Claro que sim.

Rodrigo – Então me ajuda a fugir.

Carlos – O que????

Rodrigo se levantou todo agitado.

Rodrigo – É a única chance de eu ter paz. Eu queria só viver minha vida, cuidar dos garotos, mas a cada hora é alguém infernizando, o Gustavo, o Marcelo, o Sidney, a Alice.

Rodrigo – É quase certo que o Sidney vai conseguir tirar as crianças de mim, por isso eu tenho que ir embora, fugir, sumir no mundo.

Rodrigo – Você tem dinheiro. Eu só estou pedindo isso porque estou desesperado.

Rodrigo – Me ajuda, por favor.

Carlos abraçou o filho novamente, tentando acalma-lo.

Carlos – Nós vamos dar um jeito.

Carlos – Fugir não será a solução, você vai estar com duas crianças, não será justo pra eles ficarem de um lado para o outro, sem uma casa, sem uma rotina.

Rodrigo – Eu não sei mais o que eu faço. Se eu não conseguir fugir, então a única solução é eu dar um tiro na cara daquele velho e mandar ele para o inferno de uma vez por todas.

Carlos – Nunca mais fala isso, nem de brincadeira.

Rodrigo olhou agoniado para o pai.

Rodrigo – Eu sou um pai desesperado, com medo de perder os meus filhos.

Carlos – Eu vou te ajudar, confie em mim.

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Antônio saiu do trabalho, pegou as crianças na creche e foi direto para casa dos amigos.

Ele estava tão agoniado quanto Rodrigo e precisava desabafar com alguém.

Bruno – E o que você pretende fazer?

Bruno – Posso imaginar como o Rodrigo deve estar.

Antônio – Ele está tentando passar a imagem de forte mas eu sei que ele está muito preocupado.

Cris – Você não está pensando em fazer o que disse que ia fazer, não é?

Antônio – Eu vou fazer o que tiver que ser feito.

Antônio – Eu jamais iria me perdoar se o Rodrigo perdesse os filhos por minha causa.

Cris – Você não pode fazer isso.

Antônio – E você quer que eu faça o que Cris?

Cris – Sei la, lute, brigue, fuja vocês quatro, mate o Sidney, va aos jornais, não sei, mas o que eu sei é que você não pode abrir de sua felicidade só porque o Sidney quer.

Antônio – Se fosse tão fácil assim.

Antônio – As pessoas já tem preconceito pelo o que eu sou. Imagina quando souberem que pratico incesto com meu irmão.

Cris – Isso pra mim não tem a menor importância.

Bruno – Mas a maioria das pessoas pensam diferente Cris.

Bruno – Ainda mais tendo crianças no meio.

Cris – E afinal você vai fazer o que?

Antônio – Lembrou quando vim aqui na sua casa a um tempo atrás e aquela cartomante disse que eu teria que escolher entre ter meu irmão ou ter o amor da minha vida.

Antônio – Acho que ela estava certo mesmo.

Antônio – A escolha não foi la atrás quando eu tive que escolher entre ficar ou não com o Rodrigo.

Antônio – A escolha será agora, optar ficar com o cara que eu amo, correndo o risco dele perder os filhos e ter que carregar esse peso pra sempre.

Cris – Tem que ter uma maneira. O Rodrigo tem sido um ótimo pai, as crianças adora você.

Antônio – A audiência é no final do mês, mas já estou preparando tudo.

Antônio – Eu preciso da ajuda de vocês, por favor, não traiam minha confiança.

Cris – Não Antônio, você está sendo egoísta decidindo tudo sozinho, sem a presença do Rodrigo.

Antônio – Podem ter certeza, isso vai doer muito em mim.

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Rodrigo se acalmou e antes de terminar o expediente foi embora. Estava saindo na rua para esperar seu carro quando chamaram seu nome.

Laercio – Guilherme.

Como ele nem se tocou, o velho chamou novamente.

Laercio – Rodrigo.

Rodrigo olhou surpreso, com aquele homem já se aproximando.

Laercio – Filho, que bom que te encontrei, quero muito falar com você.

Rodrigo olhou sério para Laercio e resolveu sair com ele, indo para um bar.

Laercio – Nossa, que lugar bonito. Essa região é muito bonita, bem longe de onde estou morando.

Rodrigo – Você disse que queria falar comigo.

Laercio – Eu quero esclarecer alguns maus entendidos.

Laercio – Eu perdi a cabeça com o Antônio, mas ele me provocou. Depois veio aquela mocinha.

Laercio – Não quero que você pense que estou interessado no dinheiro, na casa que sua mãe deixou pra vocês meu filho.

Rodrigo ficou mexendo no celular, deixando Laercio meio sem jeito.

Rodrigo – Quero te mostrar umas coisas.

Rodrigo exibiu a tela do celular para o pai.

Rodrigo – Esses daqui são meus filhos, Rafael e Arthur.

Laercio – Meus netos, que garotos lindos.

Rodrigo passou a foto mostrando outra.

Rodrigo – Esse daqui é o Antônio, meu irmão. Tiramos essa foto no dia do aniversário dele, fomos ao Rio de Janeiro, fiz ele pular de para quedas.

Laercio deu um sorriso amarelo, tentando mostrar entusiasmo.

Rodrigo – Essa outra foto foi de um churrasco na casa dos meus amigos, A Cris, o Bruno, o Romeu, essa aqui é a Simone, namorada do Bruno, trabalha comigo na empresa.

Rodrigo – Essa outra foto aqui é a Maria, minha mãe, você conhece né?

Rodrigo – Essa foto foi do meu último aniversário, esses são o Carlos e a Stela.

Laercio – Guilherme, eu...

Rodrigo – Não, não. Deixa eu falar.

Rodrigo cortou o pai, olhando firme pra ele.

Rodrigo – Você viu todas essas pessoas? Essas fotos?

Rodrigo – Seja bem sincero. Você consegue se imaginar ali? Naquele meio? Com aquelas pessoas?

Laercio – Rodrigo!!!

Rodrigo alterou o tom de voz, mostrando-se ainda mais firme.

Rodrigo – Será que não deu pra entender ainda que você não faz parte da minha vida?

Rodrigo – Será que você não percebe o quão patético é essa sua tentativa de forçar uma amizade que não existe entre nós.

Laercio – Eu sou seu pai.

Rodrigo – Meu pai se chama Carlos Santarém, minha mãe se chama Ana Maria Pereira da Silva e Stela Santarém.

Rodrigo – Eu não te reconheço como pai.

Rodrigo – Você só está aqui na minha frente agora porque aquela desgraçada da minha irmã teve a infeliz ideia de desenterrar você de algum buraco e trazer de volta pra nossas vidas pra atingir a mim e o Antônio.

Rodrigo – Eu não gosto de você, não respeito você, não quero conviver com você. Agradeço a Deus por não me lembrar da minha infância e não cultivar nenhum laço com você.

Rodrigo – E tem mais uma coisa. Se você se aproximar do Antônio novamente...

Se você ousar tocar nele...fazer qualquer coisa contra ele... Eu vou fazer você se arrepender de ter me colocado no mundo.

Laercio mudou totalmente o semblante, ficando sério, ouvindo aquelas palavras, sentindo como se fosse facas apunhalando seu peito. Para ele não poderia ter um castigo pior como o desprezo do filho que ele dizia amar.

Rodrigo – Meu pai se chama Carlos Santarém, é o homem que eu respeito, que aprendi a admirar.

Rodrigo – E se você tiver um pouquinho...o mínimo de dignidade, amor próprio, brio..você não me procura mais.

Rodrigo – Nossa conversa termina aqui.

Rodrigo se levantou e nem se despediu, dando as costas a Laercio.

O que ele não imaginava era que realmente seria a última vez que veria aquele homem a sua frente.

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Cris tentou a todo custo fazer Antônio mudar de ideia, mas ele já estava decidido, embora ainda lhe faltasse coragem.

Rodrigo chegou e Antônio tentou disfarçar sua tristeza, agindo naturalmente.

Antônio – Você demorou.

Rodrigo – Estava resolvendo um problema.

Antônio – Algo sério?

Rodrigo – Não, acho que não mais.

Rodrigo conversou um pouco com Bruno e logo foi embora.

No caminho os garotos ficaram falando sem parar, contrastando com os dois que estavam em silêncio.

Rodrigo – Esta com fome?

Antônio – Comi alguma coisa na casa da Cris. Vou colocar as crianças para dormir.

Rafael e Arthur estavam agitados, falando sem parar. Arthur caiu no sono e Rafael sentou-se na cama, conversando com Antônio.

Antônio – Já passou da sua hora de dormir.

Rafael – Tio, a gente não vai mais morar aqui?

Antônio – De onde você tirou isso?

Rafael – O vô Sid falou que a gente vai morar na casa dele pra sempre, eu e o irmão.

Rafael – Você e o papai também vão?

Antônio – Acho que seu vô se enganou. Você e o irmão vão continuar morando aqui com o papai, vocês três.

Antônio – Eu não quero ficar longe do papai e nem de você.

Antônio – A gente pode fugir?

Antônio deu um sorriso, acariciando a cabeça do garoto.

Antônio – Não vai precisar ninguém fugir, vai dar tudo certo.

Rodrigo estava escondido atrás da porta e antes que Antônio saísse voltou para o quarto.

Os dois tentaram agir naturalmente mas era evidente a preocupação em seus rostos.

Decidido, Antônio começou a agir, ele queria agir o mais rápido possível para que as chances de Rodrigo aumentassem.

Estava na secretaria da faculdade quando Fernando apareceu.

Fernando – Ola Antônio, desculpa se eu estiver sendo um pouco intrometido, mas ouvi você dizendo que vai trancar o curso.

Antônio – É, mas o coordenador não esta aqui pra assinar. Vou trancar sim, mas vou retornar assim que puder.

Fernando – Você parece triste, tem algo que eu possa fazer por você?

Antônio – Obrigado Fernando, mas no momento ninguém pode me ajudar.

Sentindo uma grande tristeza, Antônio foi até o cemitério visitar o tumulo da mãe.

Diferente das outras vezes ele não chorava, só conversa em pensamento com Maria, como se ela pudesse lhe ouvir.

Antônio – Porque isso mãe?

Antônio – Será castigo?

Antônio – Eu não quero ficar sem minha família novamente, mas só de pensar que o Rodrigo pode sofrer...

Antônio – Queria tanto que você tivesse aqui mãe, estou precisando tanto de um abraço.

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Cris não se conformava, ela estava prestes a se casar com Romeu mas como era de costume, deixou todas suas coisas de lado para se preocupar com o amigo.

Bruno – Não temos o que fazer pra ajuda-los.

Cris – O Antônio não merece mais essa rasteira, será possível que ele não pode ser feliz?

Bruno – Só se eles fugirem. Mas do jeito que esse Sidney é uma carniça, não iria descansar enquanto não achasse o Rodrigo.

Cris – Ou então se essa praga morresse.

Bruno – Você fala de um jeito.

Cris – Detesto gente que não deixa os outros serem felizes.

Bruno – A Simone disse que o Rodrigo está super preocupado.

Cris – E tudo isso por causa desse maldito preconceito.

Cris – Porque será que as pessoas se incomodam tanto com a felicidade alheia?

Cris – Se o Sidney amasse os netos mesmo não iria querer separa-los do pai.

Bruno – Pois é, mas infelizmente dessa vez estamos de mãos atadas. Só nos resta ajudar o Antônio a ir embora, por mais doloroso que seja.

Cris – Engano seu, não desisto fácil.

Cris – Eu não sei o que, mas alguma coisa eu vou fazer.

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Depois de ter sido expulsa da empresa e perder tudo, Alice viu que as coisas poderiam piorar ainda mais.

Carlos – O advogado me ligou, você foi indiciada pela morte do Gustavo e se duvidar será indiciada pela morte da Elisa também.

Alice – Eu não vou ser presa, eu sou rica.

Carlos – Acorda Alice, acabou. Onde você pensa que vai chegar agindo dessa maneira?

Carlos – A qualquer momento a polícia vai bater nessa porta e te prender.

Desesperada Alice tentou apelar para o pai, mas Carlos se mostrou rígido.

Alice – Eu preciso de dinheiro, não me sobrou nada.

Carlos – Pois eu não vou lhe dar um centavo.

Alice – É isso que você quer não é? Me tirar da jogada, se livrar de mim.

Alice – Quantas vezes você foi numa delegacia livrar o Rodrigo das merdas que ele fez?

Carlos – O Rodrigo só fez merda, mas nunca matou ninguém.

Carlos – Você está colhendo o que plantou.

Antes que se desgastasse ainda mais Carlos saiu, foi cumprir uma promessa que havia feito.

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Shirley – Ele é muito ocupado, quando ele puder ele vem aqui.

Douglas – Mas ele prometeu que ia comprar uma bola nova pra mim.

Shirley – Eu sei meu anjo, mas os adultos as vezes são muito ocupados, não fique triste.

Douglas – Esta bom tia Shirley.

Douglas era sempre compreensivo, embora isso não tirasse sua tristeza. Mas só foi só sair da sala e seu sorriso abriu de orelha a orelha.

Correndo em direção a Carlos, agarrou suas pernas, o abraçando.

Douglas – Você veio mesmo tio?

Carlos – Claro que vim, não lhe prometi?

Douglas – E meu amigo Rodrigo?

Rafael – O papai está de castigo.

Carlos – Ele está trabalhando, afinal alguém tem que trabalhar né?

Carlos – Vai la, reuni seus amiguinhos, vamos formar um time.

Douglas, Rafael e Arthur saíram correndo para o jardim do orfanato, fazendo a maior farra.

Shirley – Não acredito que você está no meio da semana jogando bola com eles.

Carlos – Pois é Shirley, já trabalhei de mais. Hoje em dia esses momentos de descontração estão me dando mais prazer do que fechar um contrato milionário.

Carlos se juntou a molecada, fez um time de meninos, um time de meninas, correu, apitou, deu bronca, contou piada.

Shirley – Há algum tempo atrás essa cena seria inimaginável, você aqui com o Carlos, se divertindo com essas crianças.

Stela – Estamos sempre em constante mudanças, algumas vezes mudança para melhor.

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Rodrigo comandava uma reunião e sem querer acabou descobrindo dos planos de Antônio.

Rodrigo – A reunião foi ótima, o projeto já está bem adiantado.

João – Amanhã vou com o Daniel até o terreno e tirar algumas fotos.

Rodrigo – E eu que pensei que não voltaria mais pra essa rotina louca.

João – Soube que você teve um restaurante e estava cursando gastronomia.

Rodrigo – Sim, mas tive que parar pra poder tomar conta disso aqui.

João – É complicado mesmo. O Fernando disse que o Antônio estava triste por ter que trancar a faculdade, mas quem sabe vocês dois podem voltar juntos.

Rodrigo arregalou os olhos surpresos, pensou em esclarecer tudo com João, mas nem foi preciso, ele já estava começando a entender tudo sozinho.

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Antônio – Seu pai deixou os meninos aqui, os dois estavam em estado de miséria.

Rodrigo – Como foi na faculdade?

Antônio – Tudo tranquilo.

Rodrigo – Não quer me contar nada?

Antônio – Sobre?

Rodrigo – Não sei, só estou perguntando.

Antônio – Vou por os dois pra dormir.

Antônio aproveitava cada momento junto de Rafael e Arthur, mas seu plano só trazia mais sofrimento, pois era só olhar aqueles olhinhos brilhando pra ele que a tristeza vinha com tudo.

Rodrigo puxou seu amor para seu colo, beijando sua boca.

Rodrigo – Você esta diferente comigo.

Antônio – Só estou preocupado.

Rodrigo – Vai dar tudo certo, nós vamos ser felizes.

Antônio passou a mão na barba do irmão, beijando seu rosto.

Antônio – Vamos ser felizes sim.

Quem também estava preocupado era Rafael e Arthur.

Arthur – Irmão, será que a gente vai morar na casa do vô Sid?

Rafael – O papai disse que não, mas qualquer coisa a gente foge.

Arthur – Mas como? Você ainda é criança e eu ainda sou neném.

Rafael pulou pra cama do irmão, sentando-se ao lado, o abraçando.

Rafael – Não precisa ficar preocupado, eu cuido de você.

Os dois entraram de baixo do edredom, acendendo uma lanterna, conversando sem parar até que alguém puxou a coberta.

Rodrigo – Mas será possível?

Rodrigo – Vou colocar um em cada quarto.

Rafael – Não papai, a gente promete ser bonzinho.

Antônio também apareceu no quarto e ao cobrir Arthur foi surpreendido.

Antônio – Pronto, esta aqui essa sua chupeta fedida.

Arthur – Papai, conta uma história.

Antônio ficou desconcertado e olhou para Rodrigo. Arthur ficou olhando para ele, nem se dado conta que havia o chamado de pai.

Essas situações só contribuíam para deixar a decisão ainda mais difícil.

Rodrigo – Viu como eles precisam de você?

Antônio deu um sorriso mas na verdade era ele que precisa de Rafael e Arthur.

A audiência já havia sido marcada e os dias pareciam que estava voando mais que o normal.

Rodrigo sabia que Antônio estava preparando algo, mas não sabia exatamente o que e nem quando seria.

Os dois foram seguindo suas rotinas, tentando agir de maneira mais natural possível.

Naquela noite eles tiveram a contribuição de Cris, que foi até a casa deles acertar os detalhes de sua festa de casamento.

Cris – O Antônio vai ser padrinho com a Dona Shirley.

Romeu – E você Rodrigo fará par com minha irmã.

Cris – O Bruno fica com a Simone.

Rodrigo – Só uma dúvida. Devido a sua idade, você vai entrar de branco?

Cris – Engraçadinho, logico que vou de branco, se bem que um vermelho chocante iria cair bem.

Romeu – Não inventa moda não.

Carlos e Stela também apareceram de surpresa.

Carlos – Queria conversar com você, falei com o advogado hoje.

Stela – Mas não queremos atrapalhar, você está com visitas.

Rodrigo – Entrem, relaxe. Só estamos resolvendo umas coisas, daí a gente já conversa.

Enquanto os adultos conversavam na sala as crianças aprontavam no quarto.

Ritinha – O que vocês estão fazendo?

Arthur – Ritinha, a gente vai fugir. Você quer ir com a gente?

Ritinha – Mas porque vocês vão fugir?

Arthur olhou pra Rafael.

Rafael – Eu esqueci.

Ritinha – Eu vou, mas só se o papai e a mamãe também forem. Ah, e o tio Bruno também.

Arthur – Vai todo mundo.

Rafael – A gente não convidou o vê Sid e a vó Telma.

Arthur – Você tem que ligar pra eles.

Arthur saiu de fininho e sem que ninguém percebesse, pegou o celular de Rodrigo e entregou para o irmão, dando risada sem parar.

Arthur – Como você vai saber o número dele?

Rafael – Eu vejo o deseinho.

Rafael ficou apertando um monte de coisas no celular.

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Sidney – Que estranho, é o Rodrigo.

Telma – Será que aconteceu alguma coisa com os meninos?

Sidney – Alô.

Rafael – Vô!! sou eu, o Rafael Satarem.

Sidney – Oi...

Rafael – Vô, a gente vai fugir. Eu, o irmão, o papai, o tio Tonio, todo mundo. Você quer ir com a gente?

Sidney – O que???

No mesmo instante Sidney começou a ter um ataque, não falando coisa com coisa.

Arthur – Deixa eu falar também.

Rafael – Você não sabe falar.

Os dois ficaram brigando pelo celular até que o aparelho caiu no chão, abrindo todo.

Ritinha – Xiii, o tio vai colocar vocês de castigo.

Sidney – Alo, alo.

Sidney – Não atende.

Telma – Que história é essa de fugir?

Sidney – Eu sabia, o Rodrigo vai fugir com os nossos netos. Ele deve ter visto os meninos no telefone.

Sidney – Temos que ir pra la agora. Vou chamar a polícia.

Telma – Não Sidney, sem polícia. Isso se tornaria um escândalo.

Sidney e Telma saíram no mesmo instante. O velho dirigia feito um louco, ameaçando, esbravejando.

Um tempo depois já estava na porta da casa de Rodrigo.

Sidney – Eu sabia. Esse é o carro do Carlos, ele deve estar ajudando o Rodrigo.

Telma – Cuidado Sidney.

Rodrigo e Antônio conversavam com Cris e Romeu enquanto Bruno conversava com Carlos e Stela, até que a campainha começou a tocar sem parar.

Rodrigo – Mas o que esta acontecendo???

Rodrigo correu para abrir a porta. A essas alturas todos já estavam de olho na porta.

Sidney e Telma invadiram a casa, iniciando um verdadeiro barraco.

Sidney – Cadê meus netos.

Rodrigo – Mas que invasão é essa?

Carlos – O que está acontecendo Sidney?

Sidney – Se você pensa que vai fugir com eles antes da audiência, sinto lhe informar mas você está muito engando.

Antônio – Fugir? Mas do que o senhor está falando?

Rodrigo – Saia da minha casa.

Telma – Cade os garotos Rodrigo?

Antônio – Eles estão no quarto brincando, ninguém aqui vai fugir Dona Telma.

Antônio – O Rodrigo vai sim na audiência, ele vai ganhar esse processo e continuar criando os filhos dele, pois ele é o pai.

Sidney – Ele é o pai e você é o que? Qual o seu papel nessa história?

Sidney – Você acha mesmo que algum juiz vai compactuar com essa pouca vergonha?

Sidney – Só quero preservar a integridade dos meus netos.

Cris que até então estava quieta entrou na conversa e aquele barraco se transformou em uma verdadeira favela.

Cris – Quem deveria ter vergonha é você.

Romeu – Não se mete Cris.

Cris – Me meto sim. Você deveria ter vergonha e deixar o Antônio e o Rodrigo em paz.

Sidney – E quem é você para dizer o que eu devo ou não fazer?

Carlos – Por favor, vamos nos acalmar.

Rodrigo – Saia da minha casa.

Cris – Você é um ridículo, um coitado, que não aceita a felicidade alheia.

Cris – Sua filha morreu e o Rodrigo não tem nada a ver com isso, muito menos o Antônio.

Sidney – Você acha tudo isso normal?

Sidney – Falar é fácil né? Quando você tiver seus filhos e seus netos sendo criados em um ambiente imoral onde o pai é capaz de se relacionar com o próprio irmão...

Cris – Eles não são irmãos!!!

Rodrigo – O que??

Antônio – O que foi que você disse?

De repente ficou tudo um silencio e se tornando o centro das atenções, Cris teve todos os olhares voltados para si.

Se aproximando de Antônio e Rodrigo, Cris respirou fundo antes de repetir...

Cris – Vocês dois não são irmãos.

Continua...

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Comentários

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Eita esse final foi louco, como assim Maria falou a verdade pra ela, que ótimo agora o lixo do Sidney não pode fazer mais nada.

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Me ajudem aqui leitores....estou a procura de duas historias....onde uma um dos protagonista tem a genetica modificada em laboratorio e ele tem geneses de leao, seu parceiro fica até gravido...li aqui na casa mas perdi... O outro e um homem que humilha um cara que gosta dele, ele so vai perceber o amor que sentia quando o outro morre.... Em uma festa ele esta no terraço aos prantos sentindo remorso por tudo que fez e nisto a vida colocará outro amor em seu caminho....ajude ai. Quem souber passe o nome?

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Estou co urticária. Puxa, já faz mais de um mês que postaste. Posta logo a continuação, por favor. Um abraço carinhoso para ti.

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A hora que o laercio foi conversar com o Rodrigo e o mesmo desforrou toda raiva nele, Laércio ficou em choque pelo desprezo....nesta hora eu desconfiei que só o Rodrigo é filho dele com a Maria... O antonio deve ser da parente amiga da maria ....lá no princípio da história comentamos este ponto.

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Por incrível que pareça, as tripas merecem um prêmio. Gostarei muito de ler o próximo capítulo com o Sidney ficando com cara de tacho com a revelação de Cris. Afinal, como ela sabe disso? Será que a Maria contou algo para ela? Um abraço carinhoso para ti.

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Capitulo 10 como sempre. Espero q realmente Antônio e Rodrigo não sejam irmãos... Triste em saber que está chegando ao fim, mas espero q depois dessa magnifica estória, venha outra melhor ainda, pois escritores com vc faz falta aqui. Ansiosa pelo próximo. Bjs meu qrdo.

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Dr romântico merece todo louvor e respeito em da aos seus leitores respeito, atenção,carinho e baita sucesso em contar fatos,tramas e amor. Parabéns

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Não demore estou ansiosa para saber o que acontecerá. AAAmmmooo as tripinhas. Espero que não seja uma invenção da Chris.

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UAU. QUANTA COISAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. TO PASSADO. DOIDO PRO PRÓXIMO. CARAMBA ESSAS TRIPAS SEMPR APRONTANDO. MAS DESSA VEZ ACHO QUE FIZERAM BEM.

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Será que isso é um plano da Chris ou é verdade. Abração seu moço 🌷🌷🌹🌹

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é vai deixar saudades, mas entra logo com outro conto

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