Clara no Mundo das Fantasias - Introdução

Um conto erótico de clalp
Categoria: Homossexual
Contém 1295 palavras
Data: 02/06/2018 10:17:11

(Olá a todos! Depois de um tempo resolvi tentar algo novo. Fortemente baseado nos contos da Alice no País das Maravilhas e Viagens de Gulliver, fiz uma adaptação de mistura de fantasia e erotismo. Espero que os agrade e como sempre deixem sugestões tanto nos comentários ou pelo e-mail contosfantasias@yandex.com Boa leitura!)

Acho que existem várias formas de uma pessoa mergulhar na tristeza. Pra mim? Foi bem rápido e inesperado. Tudo parecia estar indo tão bem: minha confeitaria estava recebendo vários pedidos, a saúde mais que perfeita, a lua de mel agendada no caribe e tudo caminhava para aquele sonho de princesa até que... diante de todos, usando o vestido de noiva escolhido a dedo eu fiquei lá, parada com os olhos cheios de lágrimas me escondendo dos convidados em uma sala dos fundos da igreja que cheirava a madeira antiga.

E foi assim que meu mundo desabou. Acho que uma hora isso acontece para todos, só não esperava acontecer na beira dos meus 30 anos. Ainda me lembro das pessoas revoltas discutindo entre si, argumentando, a família do noivo discutindo com a minha enquanto meu único esboço de reação para uma possível interação era um soluço seguido de choro.

Bom não há necessidade de continuar detalhando esse drama, o caminho que ele me levou foi um convite dos meus pais para ficar um tempo na nossa antiga granja. Um lugar especial onde passei boa parte da minha infância. Lembro do cheiro do pomar, do orvalho na grama pela manhã, daquele sol quentinho e o bolo de fubá da dona Rita que nos ajudava no casarão. E foi assim que voltei a um lugar cheio de fantasias e seres fantásticos!

Não, nunca usei nada. Se fiquei alcoolizada mais do que os dedos de uma mão foi muito e talvez até por descuido. Mas... sim! Quando pequena tive momentos mágicos naquela granja. Lembro de Mimi, minha amiga e uma espécia de fada mágica embora ela parecia uma mistura de gata com humano, lembro das nossas aventuras quando eu tomava rumo para o mato e dos momentos em que ela me levou para o reino fantástico! Evidentemente que meus pais nunca acreditaram em mim e eu não tinha amigos da minha idade para conversar sobre essas coisas. Quando me mudei para a cidade, Mimi e todo o resto simplemente desapareceram. Estar de volta nesse lugar tão especial trás memórias! Ótimas memórias.

Ah, falando um pouco de mim... como disse eu sou uma pessoa tranquila. Tranquila até demais. Não bebo, não fumo, não uso drogas. Sou mais para o lado nerd e tímida do que para o descontraído e desvairada. Tenho meus aproximados 1,70 trajados por uma pele clara que cuido muito bem, cabelos castanhos que ora estão escuros ou ora claros (dependendo da luz, claro) e que desde os meus 20 se acostumam com um corte franjinha e fios levemente ondulados. Os olhos naquele tom mel mas sempre atrás de óculos para conter essa miopia. Em meu rosto acho que o que mais chama atenção são minhas bochechas. Sempre foram volumosas e me renderam o apelido de carinha de bolacha naquela época que nem se falava de bullying ainda. Não, nunca fui acima do peso, pelo contrário! Sempre fui meio magrinha, mas de um jeito ou outro acho que minhas pernas se desenvolveram. Não são musculosas ou nada assim, mas minhas panturrilhas cresceram de alguma forma. Bom, nada a reclamar quanto a isso! Enfim, acho que sou bonita embora há aqueles dias que acordo e me olho no espelho desejando passar por uma transformação cirurgica mas há outros que são bem o contrário.

Dando continuidade à nossa história; o primeiro dia na granja acho que contribuiu ainda mais para minha tristeza. Esperava viver todos aqueles momentos novamente e até mesmo reencontrar Mimi, minha guia, mas nada. Terminei o dia aos prantos e o mesmo se repitiu pelo segundo e terceiro dia até que não havia mais choro para derramar. Só um cansaço e uma má vontade de fazer as coisas. Engraçado... me deram um lugar para descansar mas esqueceram de me dar companhia. Bom, mas isso estava por acabar!

Durante a madrugada do terceiro dia eu acordei com uma vontade súbita de beber algo doce. Isso era estranho e raro! Me levantei da cama e de pijamas, esfregando os olhos , evitando por os óculos que segurava me arrastei até a cozinha. Meus pés com as meias brancas de pontas rosas suavizavam os passos sobre o chão gelado. Não havia nenhum refrigerante ou algo do tipo na geladeira. Havia tempos que não bebia um e aquela vontade incessante só piorava. Por fim, tive de saciar a vontade com um pouco de mel, que havia levado, misturado com água.

Sentada naquela mesa velha e rústica da casa eu olhava para o nada enquanto tragava aquele doce aos poucos. E foi aí que ouvi. Ou melhor... que vi. Acho que ambos! Do canto do meu olho eu vi um vulto passando e um "Pst!" que chamava como um sussurro. Naquele momento meu coração parou e o frio subiu pela espinha. Me levantei, tremula e coloquei os óculos.

- Que-quem está aí?

No momento eu sequer pensei em pegar algo para me defender. Fui andando até o sussurro que me levou até a sala e lá eu vi. Aquela figura que embora adulta sequer passava da altura dos meus joelhos, sentada no braço do sofá com suas orelhas espetadas e um sorriso enorme. Era Mimi! Seus olhos estavam fechados esboçando um sorriso igual a seus lábios e as mãos nos joelhos com os pés descalços balançando. Parei atonita e sentia que mesmo de olhos fechados ela olhava para mim.

- Mi...Mimi?

Eu gaguejei e sem responder nada ou sequer olhar para mim, Mimi pulou do sofá em direção às portas de vidro que davam para fora, dando suas costas e mostrando sua cauda marrom com a pontinha branca que balançava enquanto abria a porta e disparava no escuro da noite fazendo um novo "Pst!". A única coisa que pude ver no escuro era o branco do seu vestido e agora ouvia o som de um guizo que ela carregava em seu colar.

- Mimi! Espera!

Ainda mais aflita por ter visto uma antiga amiga eu fui atrás dela. Sou uma pessoa que odeia sujar ou molhar minhas meias, mas sequer pensei sobre isso diante da ideia de perder de vista a minha guia. Corri atrás do som do guizo e da cor pálida do vestido, pisando na grama fria com orvalho. Aquela figura miuda me levou até a casa de ferramentas. Lá eu sabia que iria pegá-la. Não tinha para onde ir. Assim que abri a porta, bufando e ajustando meus óculos eu vi o alçapão do porão se abrindo e Mimi deslizando para dentro do mesmo com o mesmo sorriso traquineiro.

- Mimi! Espera! Eu quero falar com você!

E novamente me pus a correr até o alçapão. Antes de seguir a minha guia eu olhei atentamente. Os degraus da escada de madeira terminavam abruptamente em uma escuridão onde a luz não parecia alcançar. Me ajoelhei e chamei por Mimi só para ouvir novamente o som do guizo e um novo "Pst!". Com um suspiro em comecei a descer a escada, olhando sempre para baixo. De forma curiosa quanto mais eu descia mais a escada crescia e novos degraus apareciam logo abaixo dos meus pés enquanto os de cima sumiam. E foi assim até um ponto onde a escada pareceu encurtar cada vez mais e onde antes caberiam ambos meus pés, agora só cabia um. Ainda mais curto ficou adiante quando só cabia meu dedão e o dedo médio de um pé por vez. E foi assim que eu perdi o equilibrio e acabei caindo daquela escada, mergulhando na escuridão.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive contoslp a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Acompanhe sim! E diga o que está achando! A segunda parte já está saindo :)

0 0
Foto de perfil genérica

Da forma que escreve, a leitura ficou agradável. Vou acompanhar a continuação pra ver de que modo a putaria começa

0 0