Flagrante policial

Um conto erótico de Blue
Categoria: Heterossexual
Contém 1207 palavras
Data: 03/05/2018 20:30:04

No último conto relatei uma loucura que fiz com meu ex -namorado, quando transamos na praia de Aracajú à vista de todos. Ainda acho surpreendente não termos sido interpelados pela polícia ou por um cidadão mais pudoroso. Pois bem, dessa vez eu escapei, mas não foi sempre que nas minhas loucuras ao ar livre e em locais públicos que dei essa sorte.

Há anos atrás conheci um cara na internet (não me lembro exatamente como) e passamos a ter uma amizade virtual. Mas era amizade pura e simples, de minha parte pelo menos, já que ele não era nem de longe o tipo que me atraía. Ele era um cara bacana, inteligente, gente boníssima, mas tinham duas coisas nele que me impediam em vê-lo como alguém que me desse tesão.

A primeira pode parecer besteira, mas de fato é uma coisa que não sei lidar. Sabe aquelas pessoas que falam tudo com vozinha de criança e no diminutivo? Pois é, ele era assim. Não demorava a entrar no Messenger que ele vinha puxar assunto com um “olá minha amiguinha lindinha do meu colaçãozinho". É sério, é impossível mensurar como essas coisas me irritam, e ele sabia. Morria de rir quando eu largava um “fale feito cabra homi", ou dizia que isso era coisa de homem frouxo.

Confesso que ainda tenho esse preconceito com que faz uso desse “linguajar”, talvez pela minha preferência pelo estereótipo de homens viris e mal humorados. Sim, gosto de homens mais sérios, pouco sorridentes, cara de chato... e não me perguntem o motivo, porque não saberia responder. Talvez associe isso com uma pegada mais intensa, sei lá. Então se a criatura for mal encarada, alto e tiver a mão grande, estou perdida! (Rindo horrores escrevendo isso)

Deixando minhas maluquices de lado e voltando ao meu amigo... A outra questão que tornava-se uma barreira é bem delicada, pois tem a ver com religiosidade. Eu não tenho uma religião definida, mas tenho minhas crenças. Mas elas são minhas, não acho que cabe a mim convencer ninguém a pensar da mesma forma. Então se alguém me disser que cultua uma caixa de som, vai despertar minha curiosidade, vou fazer perguntas para entender a lógica, acharei estranhamente interessante e respeitarei sua fé.

Bem, ele não é assim. Ele é um daqueles evangélicos recrutadores, que passa um bom tempo tentando convencer o outro de que a crença dele é a certa e logo somente quem acreditar nela será salvo. Hoje eu tenho uma preguiça absurda pra esse tipo de conversa, mas na época eu ainda tentava. Não foram poucos os debates (conversas acaloradas, mas nunca uma briga) sobre religião, orientação sexual, livre arbítrio, machismo, existência de dinossauros, criacionismo, etc. Obviamente, nada disso fez nenhuma das duas partes mudar de ideia, até porque não era esse o intuito, pelo menos o meu.

Passamos anos trocando ideias, ele sempre falando de forma extremamente carinhosa e eu debochando disso, até que fui passar um fim de ano no Rio de Janeiro. Quando falei que ia, ele ficou me perturbando dizendo que queria muito me ver e eu estava um pouco relutante. Depois de muita conversa, marcamos para tomar uma água de côco no calçadão. Caminhamos, conversamos e rimos muitos, da mesma forma que fazíamos on-line. Quando baixei a guarda, ele me puxou e me deu um beijo.

Foi uma coisa tão inesperada que demorei alguns segundos para entender o que estava acontecendo. Surpreendentemente, ele tinha uma pegada firme e forte, do jeito que me derruba e seu beijo era delicioso. Tomada pela sensação, deixei de ver o evangélico que falava tudo no diminutivo e enxerguei um negro alto, forte e de olhos cor de mel. Nunca tinha reparado como ele era bonito!

Voltei para o hotel tentando assimilar tudo aquilo e no dia seguinte marcamos para nos encontrar de noite no calçadão. Ao chegar, ele sugeriu que déssemos uma volta de carro para eu ver a orla do Rio à noite. De fato, foi um passeio bem bonito, passamos por várias praias, descemos em alguns mirantes e depois seguimos. Numa curva na encosta de um daqueles morros, que estava totalmente escuro, ele encostou o carro. Perguntei se ficar ali não era perigoso, mas ele insistiu que ficaríamos ali só por um tempo.

Conversamos um pouco e logo estávamos aos beijos. Definitivamente a figura do evangélico moralista estava sendo totalmente desconstruída. Agora a “briga” era para conter suas enormes mãos. Ele agarrava meios seios e quando eu tirava, ele ia para minhas coxas, e para minha bunda e esse ciclo se repetia. Acabei cedendo aos poucos, primeiro ele conseguiu descer as alças do meu vestido e abocanhar meus peitos. Depois suas mãos tomaram minhas coxas e foram subindo até a minha buceta, que estava bem molhada. Assim que ele percebeu isso, estava perdida, não tinha mais como puxar o freio.

Ele beijava meu pescoço, me fazendo arrepiar, enquanto seus dedos adentravam minha intimidade e eu gemia baixinho no seu ouvido. Estava completamente entregue e já me via contorcendo-me toda. Tomada pelo tesão, gozei em seus dedos e os chupei em seguida. Beijei seus lábios para dividir meu gosto, enquanto minha mão se dirigiu ao seu membro. Ali tive mais uma grata surpresa, ele tinha um pau grande e grosso, que estava totalmente duro pra mim.

Comecei punhetando-o devagar, olhando em seus olhos e mordiscando seus fartos lábios, me deliciando ao provocá-lo. Mas acontece que isso também era uma autoprovocação, pois não posso ver um pau duro pra mim que fico louca para cair de boca, e assim o fiz. Ele deitou o banco e eu incline meu corpo para chupa-lo. Minha boca ia tomando aquela pica deliciosa aos poucos, passando minha língua pela cabeça, por toda a sua extensão, até chegar ao saco. Chupei suas bolas devagar e voltei a engolir, dessa vez mais profundamente e com mais pressão em meus lábios. Sentia suas mãos agarrando meus cabelos e ouvia seus gemidos, me deixando com ainda mais vontade de enlouquece-lo.

Estava prestes a acelerar o ritmo para sentir seu gosto na minha boca quando ouvi um barulho de brecada de carro. Levantei no susto, já na certeza que era um assalto, mas me deparei com três viaturas cercando o carro e um grupo de policiais fortemente armados. Dei um pulo, recompus meu vestido e sai do carro praticamente sem ar de tão nervosa que estava. Ele foi revistado (depois me falou que ainda era perceptível a sua ereção e por isso o policial ignorou certas partes), pediram nossos documentos e quando achei que iria para parte traseira do camburão, eles nos liberaram e nos mandaram sair dali porque era um lugar muito perigoso.

Depois desse susto, não tinha mais clima pra nada e ele me levou de volta para o hotel. Como já voltava para casa na manhã seguinte, essa foi a última vez que nos vimos. Mantivemos contato por um tempo, mas as nossas diferenças ideológicas e morais acabaram tornando a amizade mais difícil de manter e acabamos nos afastando paulatinamente. Mas, ficou uma história para contar... Estou no avião chegando no Rio de Janeiro tomada por essa lembrança (que para mim é mais assustadora e cômica do que excitante). Espero de verdade que essa recordação súbita não seja um presságio!

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