Quando Me vejo em teus olhos ㅡ Cap 08

Um conto erótico de LuCley.
Categoria: Homossexual
Contém 7413 palavras
Data: 14/04/2018 21:03:14

Link da conta antiga com meus posta anteriores. Obrigado pelo carinho de sempre!

https://www.casadoscontos.com.br/perfil/215222

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Não existia mas Vini e Matteo. Erámos uma só pessoa, uma só carne, um só coração ㅡ que batia na mesma intensidade.

Suas mãos acariciavam carinhosamente meu corpo que pedia por ele. Minhas costas sentia o calor dos seus lábios deslizando desde a nuca até meus pés. Ele se dedicava ao máximo em me dar prazer e minha nossa, como eu estava adorando ser amado pelo homem mais incrível que já conheci.

Seu toque, sua voz, tudo nele naquele momento era mais que sensual e eu daria tudo pra saber o quê ele pensava ou sentia.

Suas mãos buscavam formas de me invadir, seus dedos me penetravam com uma sutileza absurda e senti a ponta de sua língua atingindo meu íntimo com vontade.

Eu queria ter forças pra dizer o quanto o amava, mas meu corpo era agraciado com a suavidade de sua boca tentando me devorar e meu fôlego desaparecia a cada enfiada de língua, lambida e mordida em meu cu.

Ele forçava a língua e eu delirava, gemia e rebolava minha bunda em sua cara. Ele se deitou sobre meu corpo e encaixou seu cacete na minha bunda. Empinei um pouco mais e ele procurou minha boca.

Sua boca dizia que me amava. Suas mãos de pegada forte não me deixavam escapar, mas eu não queria. Ele me virou e fiquei de barriga pra cima com ele entre minhas pernas.

Seu olhar de desejo e tesão me enlouquecia. Eu estava totalmente entregue a ele.

ㅡ não trouxe camisinha. ㅡ ele disse preocupado.

ㅡ tem uma cômoda atrás de você, segunda gaveta à direita.

Ele se levantou e tateando a cômoda encontrou a camisinha e levantou um tubo de lubrificante que eu nem sabia que existia. Seu sorriso me contagiava. Ele se veio sobre meu corpo me beijando e segurou meu cacete.

ㅡ bota a camisinha em mim. Vem!

Encapei seu cacete e ele me olhou confuso. Perguntei qual era o problema e queria saber como faria sem me machucar.

ㅡ rsrs, você não vai me machucar. Caso isso aconteca, eu vou te pedir pra ir mais devagar, mas não saí de mim até entrar tudo. Agora senta bonitinho, prefiro assim.

ㅡ está bem. Vem amor...

Ele se encostou na cabeceira com o cacete apontado pra cima. Eu estava em pé na sua frente e suas mãos acariciavam minhas pernas. Fui descendo o corpo e me posicionei. Peguei o lubrificante e passei em sua mão. Me agachei e ele lambusou meu cu, depois seu cacete.

Comecei a descer devagar e com suas mãos na minha cintura. Eu suava e ele me beijou a testa.

ㅡ vai com cuidado, amor... ㅡ ele disse e encostou sua cabeça na minha.

ㅡ eu vou! Me beija!

Ele segurou meu rosto e fui descendo. Senti a cabeça em formato de cogumelo entrar e parei. Pedi que continuasse me beijando e suas mãos acariciavam meu rosto.

Senti que já tinha passado a metade e relaxei o corpo de vez. Me sentei e perdi o fôlego por segundos. Ele me abraçou quando percebeu minha cara de dor e perguntou se eu estava bem.

ㅡ rsrs, nunca estive melhor.

ㅡ eu amo tanto você.

ㅡ também te amo, mas fica parado. Só me abraça.

Seus braços me envolveram e ele massageava minhas costas. Iniciei os movimentos e ele gemeu no meu ouvido. Mordi sua orelha e num vai e vem pra lá de sensual, eu sentia ele todo em mim, sentia seus beijos mais intensos e sua pegada mais forte. Ele segurou minha bunda e apertava como se quisesse enfiar as unhas em mim. Deixei que ele me dominasse e me deitei sobre seu peito. Agora ele metia em mim e gemia alto no meu ouvido.

ㅡ delicia de cu. ㅡ ele disse entre um beijo e outro.

ㅡ mete gostoso!

Ele me segurou e me levantando sem me deixar sair dele, me deitou na cama e veio por cima de mim. Segurou meus braços acima da minha cabeça e me amava da forma mais doce e carinhosa possível.

Nunca me senti tão feliz nos braços de um homem.

Ele me pediu pra ficar de quatro e assim o fiz. Senti seu dedo invadir meu reto e ele massageava de uma forma que meu cacete vibrou na hora. Gemi alto, implorei que metesse mais um dedo e depois outro. Ele socava meu cu e eu rebolava fazendo com que eu ficasse ainda mais relaxado. Senti ele tirando seus dedos devagar e meu cu estava totalmente exposto a ele. Seus dedos circulavam o anel que ele acabara de alargar ainda mais. Suas mãos abriam minha bunda e quando olhei pra trás, vi ele se abaixando quase gozei quando senti sua língua entrando em mim. Mais uma vez seus dedos me invadiram e ele estava gostando daquilo. Ele se masturbava com uma mão, enquanto a outra tinha a missão de deixar meu cu receptível à seu cacete.

Deixei ele brincar ali, deixei ele conhecer meu corpo e como ele estava disposto a compreender cada detalhe. Senti ele colocar a pica até a metade e tirou em seguida. Fez isso várias vezes e em todas circulava o meu cu com a curiosidade de saber como estava. Com esse entra e sai quase gozei duas vezes. Na ultima vez ele entrou de vez. Dei um grito abafado e ele se deitou sobre meu corpo.

ㅡ shiii, quietinho. Você gosta, não gosta?

ㅡ gosto!

ㅡ diz pro teu macho do que você gosta. Se errar eu tiro.

ㅡ gosto do meu macho metendo forte.

ㅡ isso...delicia te ouvir falando assim.

Ele tirava e colocava com tudo e eu me contorcendo pra não gozar. Minha cabeça girava e ele percebeu meu cacete pulsando quando o segurou. Ele deitou sobre mim e ia me masturbar, mas pedi que parasse. Ele perguntou se estava me machucando e disse que queria gozar com ele socando forte, do jeito que estava fazendo. Ele beijou minha nuca e mais três estocadas fortes e profundas me fizeram gozar sem me tocar. Enquanto eu gozava, ele meteu mais duas vezes e caiu por cima de mim. Relaxei meu corpo na cama enquanto sentia seu cacete vibrar. Ele gemia no meu ouvido em êxtase e eu sorria feliz em sentir seu corpo em espasmos sobre o meu. Ele caiu de lado e foi saindo devagar. Me virei de barriga pra cima e minha barriga estava toda melada da minha porra. Nos viramos de frente pro outro e sua mão acariciava meu rosto.

ㅡ você é lindo demais, Vini. ㅡ ele disse e me deu um selinho.

ㅡ você também. Nossa, estou arrombado.

ㅡ hahaha, não fala assim. Sério, não te machuquei?

ㅡ não. Matteo, as vezes pode acontecer, mas faz parte do show. Eu vou te falar se me sentir desconfortável com alguma coisa, mas amor...foi perfeito.

ㅡ foi mesmo? ㅡ ele me puxou e me aninhou em seu peito.

ㅡ foi. Adorei a pegada no final.

ㅡ kkkkkk, caramba fiquei doido viu. Homens são sempre assim com outros homens?

ㅡ assim como? Intensos?

ㅡ isso.

ㅡ acho que depende do parceiro, mas acho que nos permitimos mais na cama. Somos mais ousados e sem pudores. Se você perceber, as mulheres sentem mais vergonha na hora do sexo, não se permitem por medo do que o parceiro vai pensar. E não as julgo por isso, a grande maioria dos homens são muito babacas, mas depois procuram na rua o que julgua ser errado fazer dentro de suas próprias casas. Acho tão errado elas se sentirem diminuidas por algo que deveria ser prazeroso. Isso é tão machista e babaca.

ㅡ também penso igual. Penso que entre quatro paredes vale tudo. Claro que na medida certa e no limite que o outro impuser.

ㅡ exatamente. Agora deixa eu te falar uma coisa: sua língua é uma delícia. ㅡ ele ficou com vergonha e enfiou a cabeça no travesseiro.

ㅡ ah, pare! Está falando sério?

ㅡ oxi homem, claro que estou. Me deixou molinho, molinho.

ㅡ fiquei maluco te vendo empinado pra mim. Brinquei um pouco nessa bunda gostosa. Caramba, que delícia.

ㅡ eu adorei.

ㅡ fiz coisas que jamais pensei fazer. Me permiti conhecer seu corpo de uma forma deliciosa. Caramba, sabe o quê eu mais acho doido disso tudo?

ㅡ não, me fala.

ㅡ é como se eu já soubesse o quê fazer e como fazer. Porque você me passa uma segurança absurda. Eu te tenho em meus braços agora e é como se eu já te conhecesse de outras vidas. Sua voz, quando falei contigo pela primeira vez, me soava intima, familiar e eu me sentia feliz contigo todas as vezes que nos encontramos.

Quando ele terminou de falar eu disse que já voltava e me levantei. Fui até a cozinha pegar uma jarra de água na geladeira e quando retornei ao quarto, ele estava sentado na cama e tinha posto os óculos escuros. Perguntei se ele queria água e lhe servi um copo. Enquanto ele tomava deitei minha cabeça em seu colo e sua mão desceu até meu rosto e a beijei segurando em meu peito.

ㅡ talvez nos encontramos em outras vidas. Por que não? Eu sempre me senti conectado a você mesmo a gente não se falando. E outra coisa, a Penny e eu temos uma ligação muito forte com a Laura. As vezes ela se parece tanto com nossa mãe; sua forma de agir, falar e o jeito que ela trata nosso pai, é igual o da mamãe.

Esse mundo é indecifrável, Matteo. Existem teorias para tantas coisas, mas ninguém sabe ao certo como isso tudo está aqui. A única coisa certa nesse momento, é que eu te amo e que você me ama na mesma intensidade ou até mais.

ㅡ amo mais. ㅡ ele disse me abraçando forte e eu comecei a rir. ㅡ Vini, falando bem sério agora, eu acho que você foi feito pra mim e eu pra você. É isso.

ㅡ ahh, que fofo. Quem sou eu pra discordar de você?

ㅡ mas é sério. Pensa, eu apareci na casa do seu cunhado e quando te ouvi brincando com as crianças, te achei tão carinhoso com elas. Sua alegria com a pirralhada me fez abrir meu coração pra você entrar nele e agora é teu lar. Quero que você se sinta bem estando comigo e que eu possa te dar todo amor e carinho que você merece.

ㅡ então fique tranquilo, está fazendo um ótimo trabalho.

Ele beijou minha testa e tomamos um banho rápido. Olhei o relógio e era quase 02:00hrs. Perguntei se ele tinha tomado os remédios e coçou a cabeça dizendo que já tinha passado o horário. Fiz ele se levantar e mandei trocar de roupa. Ele ficou puto porque queria dormir na minha casa, mas achei melhor irmos pro apartamento. Lá ele tinha sua medicação e minha casa tinha móveis demais, ele iria ficar tropeçando em tudo.

Saí na rua e meu carro tinha desaparecido da frente da casa do Valter. Peguei meu celular e liguei pra ele que atendeu no terceiro toque.

ㅡ fala, mozão. ㅡ ele disse rindo e ouvi a Penny roncando. Coloquei no viva-voz e o Matteo começou a rir com a mão na boca.

ㅡ meu carro, cara. Cadê meu carro?

ㅡ calma. Vi que vocês estavam demorando e guardei lá nos fundos. Vou descer e abrir o portão pra você. A noite foi boa heim? Vocês transaram? Vai me contar depois?

ㅡ kkkkk quando que eu te contei alguma transa minha?

ㅡ nunca, mas bem que essa poderia. É o homem da tua vida. Não falei que ele ia aparecer. E nem precisa me agradecer por ter passado o seu celular pra ele. Ei, ele ta ouvindo? Você ta no viva-voz, seu viado?

ㅡ kkkkkk sim e sim. Mas abre logo que estamos chegando.

ㅡ seu praga. Já estou abrindo.

Eu não aguentava o Matteo debruçado em mim rindo e tropeçando em tudo que era buraco na calçada. Mandei ele andar direito e tirou a bengala do bolso.

ㅡ caramba, vai derrubar nós dois.

ㅡ kkkkkk, eu esqueci que a bengala tava no meu bolso. E ainda estou me recuperando do sexo. Olha que eu to pronto pra outra. Quando a gente chegar lá em casa, vou te pegar de novo.

ㅡ meu deus, criei um monstro arrombador de cu agora.

ㅡ kkkkkkk e que cuzão. Acho que cabia duas picas. ㅡ aí ele me sacaneou.

ㅡ filho da puta. Duas picas e tua língua toda, né?

ㅡ ah, cala boca. Meti a língua mesmo e bem que você gostou.

ㅡ gostei pra caralho kkkkk.

ㅡ olha aí, e ainda quer pagar de santo. Da licença, rapaz.

ㅡ vou te beijar no meio da rua se não ficar quieto.

ㅡ duvido.

Parei e ficando na sua frente, o beijei. Ele segurou minha cintura e se entregou na hora. Ouvi uns passos em nossa direção e era o Valter batendo palmas.

ㅡ muito bonito esse amor, mas será que os senhores poderiam se apressar? Preciso dormir.

ㅡ kkkkk, desculpa. ㅡ disse e fomos pegar meu carro.

Nos despedimos do Valter e antes de eu dar a partida o Matteo disse que estava com fome. Perguntei se ele falava sério porque no jantar ele repetiu e ainda arrematou a sobremesa. Ele pediu pra eu parar em qualquer lugar pra pegar um lanche.

Tinha um food-truck perto do ginásio que ficava aberto até tarde por causa de uma boate na esquina e demos a sorte do cara ainda estar estacionado lá. Ele disse que ficaria no carro e fui fazer o pedido.

Quando voltei ele estava cochilando e o chamei. Ele abriu o olho e nesse momento jurei que ele conseguia me ver. Ele olhava pra mim, bem na minha direção e ele percebeu que eu estava quieto e perguntou se estava tudo bem.

ㅡ uhum, estou bem.

ㅡ está esquisito.

ㅡ é que quando você abriu o olho, parecia que me via. Você olhou direto pra mim. Desculpa, mas eu queria muito que pudesse me ver.

ㅡ ei, não fica assim. Não se lamente por mim, Vini. Quando te conheci pensei a mesma coisa, mas amor, é tão bom amar alguém pelo o quê ela é por dentro e não por fora.

Você se importa por eu ser cego?

ㅡ claro que não.

ㅡ então, é isso que estou te dizendo. Você viu em mim qualidades que vão além da minha limitação. E eu te vejo...quando te toco, quando te beijo, quando você diz que me ama e agora pouco, quando a gente transou, eu te vi de uma maneira tão linda e verdadeira.

ㅡ te deixei chateado?

ㅡ não, mas saiba que eu estou feliz contigo. Agora me passa esse lanche.

ㅡ kkkkk que morto de fome.

ㅡ depois que eu tomar aquele remédio, vou apagar. Pelo menos vou estar de estômago cheio.

ㅡ então manda bala.

Eu dirigia enquanto ele foi comendo e quando chegamos na garagem do prédio ele pediu pra eu esperar. Ele terminou de comer e subimos.

Fiz ele tomar a medicação e lembrei que tinha esquecido as provas em casa. Dei de ombros e ele já tinha ido pro quarto enquanto eu arrumava a sala que estava meio baguçada.

Cheguei no quarto e ele me esperava de braços abertos. Me deitei em seu peito e ele nos cobriu.

Acordei quase meio-dia. O Matteo dormia todo aberto na cama e seu cacete estava duro na cueca. Comecei a rir do seu tesão de mijo e fiquei admirando aquela ereção maravilhosa quando ele se mexeu e escapou a cabeça da pica ficando pra fora.

Eu estava tão doido de tesão que cheguei mais perto e dei uma boa cheirada naquela cabeçona suculenta e seu cheiro de macho quase me fez gozar.

Tirei minha pica pra fora e babava muito. Passei o dedo na minha baba e levei até minha boca. Quando olhei pro lado, ele estava acordando e esticou o braço na minha direção.

ㅡ bom dia, amor. ㅡ disse e ele sorriu.

ㅡ bom dia. Acordou faz tempo?

ㅡ rsrs, faz uns dez minutos.

ㅡ nossa, ta vendo isso aqui? ㅡ ele segurou seu cacete apontando pra cima.

ㅡ rsrs, está duraço. ㅡ ele veio mais perto de mim e meteu a mão no meu cacete.

ㅡ não é só o meu que está duro, safado, e o seu está babando...hum, que delícia...deixa eu mamar essa pica?

ㅡ quer?

ㅡ quero. Senta no meu peito e me serve de você. Vem amor, me dá teu leite.

Nāo pensei duas vezes, botei meu cacete na boca dele e aos poucos ele foi me tirando as forças. Não demorei a gozar e avisei que estava vindo. Ele segurou meu cacete firme e explodi em um gozo em sua boca. Caí por cima dele que com a boca cheia da minha porra, veio me beijar.

Dividimos em um beijo pra lá de sensual e me levantei pra pegar uma camisinha que estava na minha mala.

ㅡ o quê foi? ㅡ ele me perguntou rindo.

ㅡ camisinha. Trouxe na minha mala, mas não estou achando.

ㅡ na minha gaveta de cueca, dentro do armário, na porta do meio. Só vê a validade. ㅡ peguei a camisinha e abri colocando nele.

ㅡ está no prazo. Oh, gostoso.

ㅡ senta em mim, vem!

Nem precisou pedir duas vezes. Sentei nele e um mix de prazer e dor me invadiu. Esperei uns segundos e comecei a cavalgar. Ele segurou minhas mãos e eu descia e subia daquela pica que me invandia sem dó. Rebolei minha bunda e quando ele segurou meu quadril, me puxou e enterrou mais o cacete em mim. Urrei, mas foi de tesão e senti o cacete dele inchar. Me deitei sobre ele e me beijou de forma feroz. Ele levantou seu quadril e abrindo minha bunda, deu mais algumas bombadas e senti seu gozo quente.

ㅡ fica aqui. Não sai. ㅡ ele disse tentando recuperar o fôlego.

ㅡ fico, me abraça.

Seus braços me envolveram e beijou meu rosto várias vezes.

ㅡ caramba, rapaz. Assim eu não te largo mais.

ㅡ ah que maravilha.

ㅡ kkkkk, cara de pau.

ㅡ poxa, uma trepada dessa logo quando acorda, me deixou revigorado...

ㅡ e com fome.

ㅡ e com fome. Matteo, tem algo que eu possa fazer pra gente não comer fora? Quero comida caseira, amor.

ㅡ tem. Tenho uma churrasqueira elétrica e fazemos aquelas bistecas assadas, pode ser? Acho que tem umas linguiças no freezer.

ㅡ fechou! Faço um arroz fresquinho, salada e maionese.

ㅡ e eu achando que ia comer só carne kkkk.

ㅡ não, sou cozinheiro meu bem. Vou me lavar e ir pra cozinha. Toma seu remédio.

Pulei da cama, tomei um banho rápido e vi que tinha perdido uma prega na hora que ele me puxou, mas com o tesão do momento, nem senti. Lavei meu rabo e senti um pouco de dor, mas nada de mais.

Ele estava se levantando e disse que já ia me ajudar.

Dei uma geral na geladeira e achei a carne que eu tinha guardado no dia anterior. Peguei as linguiças do freezer e esquentei uma água pra descongelar mais rápido. Coloquei as batatas e as cenouras cozinhar e enquanto eu ajeitava a compra que ainda estava sobre a mesa, ouvi ele vindo.

Eu estava na pia lavando uma panela e ele me abraçou por trás e beijou meu ombro.

ㅡ me desculpa. ㅡ ele disse.

ㅡ pelo quê?

ㅡ por ter te machucado. Senti cheiro de sangue na camisinha quando tirei.

ㅡ rsrs, só foi uma prega. Na hora eu nem percebi. Estava tão gostoso que nem senti dor.

ㅡ bobo. Está doendo?

ㅡ bem pouquinho, mas já vai passar.

ㅡ tudo bem.

ㅡ Teo, eu guardei tuas compras. Coloquei mais ou menos do jeito que você separa. Quer dar uma olhada?

ㅡ beleza. Só deixa o isqueiro na janela porque as vezes acaba a luz e o fogão não ascende no automático.

ㅡ não tem isqueiro nenhum aqui.

ㅡ rsrs, essa minha diarista quer me matar de fome. Já falei pra ela deixar o isqueiro na janela. ㅡ procurei melhor e encontrei.

ㅡ estava em cima da geladeira. Já coloquei no lugar que pediu.

ㅡ muito obrigado. Vou descer e pegar alguma coisa pra gente beber.

ㅡ tudo bem.

Fiquei preparando o almoço e alguns minutos depois o telefone tocou. Fiquei na dúvida e não atendi. Fui na sacada ver se ele já estava voltando e o telefone tocou novamente em desespero. Pensei que poderia ser importante e acabei atendendo com medo de ser alguém da família dele.

Foi a pior coisa que fiz na minha vida. Era um dos irmãos do Matteo, o Roberto. Eu disse que o Matteo tinha saído e perguntou quem eu era. Disse que era um amigo e o cara pediu pra eu avisar o Matteo que estava chegando.

ㅡ chegando?

ㅡ sim, chegando...estou na cidade com minha esposa e as crianças. Vou dar uma passada aí pra ver como ele está.

ㅡ tudo bem, assim que ele chegar eu aviso.

ㅡ obrigado.

Fiquei andando feito barata tonta pelo apartamento e o Matteo não chegava. Dez minutos depois ouvi o elevador chegar e era ele com uma garrafa de Martini na mão.

Pedi desculpa pela minha intromição e disse que o irmão dele estava na capital. Ele não ficou muito supreso e deixou a garrafa sobre o aparador.

ㅡ passei na farmácia e comprei uma pomada pra sua bunda. ㅡ ele disse e eu fiquei parado igual uma estátua.

ㅡ eu acabei de te falar que seu irmão está chegando com a família dele e você quer que eu passe pomada na minha bunda?

ㅡ sim, comprei pra você passar onde te machuquei. Quer que eu passe pra você?

ㅡ não...cara, minha nossa. Eu vou embora. ㅡ ele veio na minha direção e segurou minha cintura.

ㅡ ei, vai embora pra quê? O quê você disse pra ele?

ㅡ que sou seu amigo e que você tinha descido pra comprar uma bebida.

ㅡ droga. Me passa meu celular...está carregando no quarto.

Eu não sabia o quê se passava pela cabeça dele, mas boa coisa não era. Peguei o celular e quando ele ligou, apareceu várias chamadas perdidas do irmão dele. Ele procurou o irmão na lista de contatos e ligou de volta.

Me sentei no sofá e o irmão dele atendeu.

" Roberto? Oi, mano...sim, tudo bem! Ah, o Vini?...me avisou. Onde está? Aham...sei...viu, eu preciso te falar uma coisa importante. Não...eu não quero que compre nada, só me escuta. Então, o rapaz que está em casa, o Vini, é meu namorado. Sim...namorado... E você quer que eu fale de que jeito? ...ah não começa a fazer showzinho, sou bem grandinho pra você ficar dando barraco por algo que não é problema seu...ei, eu estou te comunicando. Não estou pedindo sua opinião ou permissão. Entendeu?! O quê? Mas...ei, cara...relaxa... Roberto?"

ㅡ rsrs, desligou. ㅡ fiquei olhando pra ele e minhas mãos suavam.

ㅡ como assim desligou?

ㅡ desligou...ele disse que ia dar meia-volta e ir pra casa. Melhor assim.

ㅡ Matteo?

ㅡ amor, relaxa...Eu sou o irmão que não ia dar certo na vida e viver de favor se não fosse pela minha força e coragem em vencer. Acha que eu não sei o quanto eles se preocupavam em saber qual deles iria ficar comigo na minha velhice? Tirando o André que sempre me apoiou e deu a maior força. Esse sim eu tenho um respeito absurdo e acho que em vai se abalar quando eu disser a ele sobre a gente. Ele me deu força pra fazer a faculdade de ADM e me buscava todos os dias. Ele é meu irmão caçula, o cara pegava onibus todos os dias pra ir me encontrar na faculdade, só pra eu não voltar sozinho. Enquanto os outros ficaram doidos por eu estar estudando e se achando na obrigação de ficarem cuidadando de mim em todos os lugares que eu ia. Aí depois surgiu esse concurso da prefeitura e Vini, eu passei em primeiro lugar e nem usei meu casdastro de reserva. Eu cheguei na capital com três malas de roupas e minha garra de vencer na vida sozinho. Conheci o Rogério, ele era vigilante na época e morava em um quarto e sala que dividiu comigo por três meses até eu dar entrada nesse apartamento. O cara dormiu em um colchão no chão pra eu ficar mais confortável. Eu passei por tanta coisa sozinho: fui assaltado uma vez e tive a sorte do cara ter me dito que só não me matou, porque eu não o reconhecera. Aí agora, eu encontro uma pessoa que me faz feliz pra alguém vir na minha casa dizer que eu estou ficando louco? Eu estava louco quando descobri que te amava e não aceitava, mas isso a gente já superou. Te fiz sofrer e sofri por não querer aceitar, mas foi mais forte forte do que eu e estamos aqui. Não vou deixar ninguém entrar na minha casa e te destratar. Te prometi que não faria você sofrer e vou cumprir. ㅡ ele se sentou no meu lado e me abraçou.

ㅡ mas é seu irmão...

ㅡ e sempre será. Ele tem a vida dele, a familia dele e quero ter a minha familia também, mas contigo. Não preciso da permissão de niguém pra cuidar da minha vida.

ㅡ espera a poeira baixar e fala com ele. Você foi muito impulsivo em ligar e despejar na cara dele tudo de uma vez.

ㅡ me poupei de passar raiva com ele aqui dentro de casa. Não se sinta mal ou culpado. Eu ligaria pro Claudio e o André, mas o Roberto vai fazer questão de fazer isso por mim.

ㅡ eu não deveria ter atendido esse telefone.

ㅡ não tem problema. Se você não tivesse atendido, a essa hora ele estaria aqui dando um ataque de homofobia e eu não ia ficar calado ouvindo ele te ofender. Esquece meus irmãos. ㅡ suspirei e deitei minha cabeça em seu colo.

Eu fiquei um pouco pensativo enquanto ele fazia um carinho gostoso na minha nuca e dei um salto do sofá. Ele se assustou e me lembrei de ter posto as batatas pra cozinhar.

Fui verificar e já estavam cozidas. Tirei a água e descasquei. Coloquei dentro do freezer e piquei as cenouras colocando sobre as batatas.

Acabei me esquecendo do acontecido e o Matteo arrumava a churrasqueira enquanto eu temperava a carne.

Ficamos na sacada bebendo e conversando bobagem. Eu sentei em meio suas pernas e ele não parava de mexer no meu cabelo. Quase cochei ali mesmo, sentado e com a bunda ainda dolorida.

Disse que já voltava e peguei a pomada pra passar no meu rabo. Fui até o banheiro e passei nas minhas pregas. Soltei um suspiro abafado quando passei o dedo e uma dorzinha aguda me invadiu. Constatei que o Matteo me observava na porta e disse que eu havia mentido sobre não estar doendo.

ㅡ mas não estava até eu passar o dedo. ㅡ ele segurou meu braço e me puxou pra ele.

ㅡ estou me sentindo um imbecil por ter te machucado. Me perdoa.

ㅡ não tenho que te perdoar por nada. Estávamos transando e aconteceu. Estava gostoso e não percebi que machucou. Pare de me pedir desculpas por isso.

ㅡ tudo bem, parei. Vai rolar aquele almoço ou vou ter que comer fora? ㅡ ele disse rindo e o guiei até a cozinha. Terminei de temperar a maionese e pedi que se sentasse.

ㅡ senta que vou te servir. Essa semana vai ser fogo, amor. Tenho os trabalhos pra corrigir e acabei nem trazendo. Talvez eu nem dê as caras por aqui durante a semana.

ㅡ vou te ver só na sexta-feira?

ㅡ não, eu venho, mas só pra te dar uns beijos.

ㅡ só beijo? Porra!

ㅡ kkkkk, só beijo.

Passei o domingo todo com o Matteo. Fui pra casa só no final do dia. Assim que cheguei fui direto pra minha mesa corrigir os trabalhos e algumas provas. Programei minhas aulas da semana e quando estava terminando de corrigir os trabalhos da sétima série, meu celular tocou. Era minha irmã querendo saber detalhes escandalosos da minha primeira transa com o Matteo. Vê se pode isso?

ㅡ que detalhes escandalosos? Está doida?

ㅡ vem aqui em casa pra gente conversar...

ㅡ Pennélope, não vou na sua casa pra te falar da minha vida sexual. Da licença...kkkkk

ㅡ oxi, sempre conversou comigo. Chato, traidor de uma figa.

ㅡ oh minha vida, sempre conversamos, mas você quer saber o quê? Vai assistir aos xvideos kkkkk.

ㅡ eu sei como dois homens transam, viado. Só quero saber como foi no quesito: sentimento. ㅡ respirei fundo e sorri feito bobo.

ㅡ Penny, foi a noite mais perfeita que já tive em toda a minha vida gay. Ele é carinhoso, preocupado, tímido, safado...tudo na medida certa e usa cada artifício no momento certo. Eu não espera menos, minha irmã. Só posso te fizer que estou feliz, muito feliz.

ㅡ era isso que eu queria ouvir. Agora deixa eu te contar a talvez quase futura cagada que seu cunhado fez. Acredita que ele investiu o dinheiro da pirralhada sem a minha autorização?

ㅡ acredito. Ele me falou depois que disse que você estava pensando que ele te traia. Ele te ama sua ogra, pare de pensar bobagem.

ㅡ antes tivesse me pondo chifres...arriscar o dinheiro das crianças, Vini?! Onde já se viu isso?

ㅡ desisto! Vou dormir porque minha semana vai ser cheia. Prometi brincar com o Guigo e passo depois da aula aí na sua casa.

ㅡ tudo bem, se cuida.

Eu tento entender as mulheres, mas juro que não consigo. Enfim, antes de dormir liguei pro Matteo que atendeu mais rápido que o flash. Comecei a rir e ele ficou puto comigo porque prometi ligar assim que chegasse em casa.

ㅡ eu tive que corrigir umas provas. Se eu não te liguei, poderia ter me ligado, amor.

ㅡ não vou ficar correndo atrás de macho.

ㅡ kkkkkkkk, me mandou aquele audio gigantesco pedindo pra eu te perdoar, pra ficar de cu doce agora?

ㅡ ah, cala boca! Você está bem?

ㅡ com dores nas costas...

ㅡ e na bunda...

ㅡ exato! Mas estou bem. Já tomou seu remédio?

ㅡ sim, papai.

ㅡ falo nada, heim?! Amanhã passo aí pra gente namorar um pouco, tudo bem pra você ou sua agenda está muito lotada?

ㅡ super lotada, mas te encaixo em qualquer horário.

ㅡ rsrs, que bom.

ㅡ bobo. Sabe muito bem que por mim você ficaria aqui.

ㅡ final do ano está chegando e durmo contigo todos os dias.

ㅡ promete?

ㅡ prometo! Teo, se quiser, também pode vir ficar comigo.

ㅡ só se for pra sempre...

ㅡ pode ser, eu não ligo kkkkk.

ㅡ você me mandaria embora no segundo dia, sou muito chato.

ㅡ isso é verdade kkkkk.

Ele fez um charme dizendo que ia dormir e ficamos conversando por mais de meia-hora.

Me despedi dele e notei que ficou chateado, mas eu precisava acordar cedo.

Novembro chegou e ele me levou pra jantar no nosso primeiro aniversário de namoro. Foi lindo demais. Peguei ele no apartamento e quando chegamos no restaurante, três violinistas nos receberam e só pararam de tocar quando o jantar chegou.

Ele perguntou o que eu achei e claro, disse que foi a surpresa mais linda e cafona que alguém tinha feito pra mim e ele começou a rir porque sabia que eu realmente achava muito brega esse tipo de coisa, mas não poderia negar que foi uma surpresa encantadora, ainda mais vinda de um homem tão maravilhoso e romântico como ele. Adorei.

Dezembro chegou todo pompozo com minha super produção de encerramento de final de ano. Ensaiamos " So this is Christmas" do John Lenon e apresentamos na festa de encerramento do ano letivo.

Ganhei presentes dos meus alunos. Alguns se mudariam de cidade e meu coração não aguentou. Desabei num choro com a criançada e a Penny veio falar pra eu parar de ser uma bixa sentimental. Ganhei presente da direção por eu ter sido escolhido o Professor do Ano, pela quarta vez consecutiva. Alguns diziam ser marmelada, já outros me parabenizaram e eu sabia ser de coração.

Depois do encerramento da escola o Matteo e eu decidimos dar uma volta pela cidade e passei pelo centro. A avenida principal estava decorada a espera de mais um Natal e Ano Novo. Eu lhe contava cada detalhe e dizia como a avenida estava ilumidada e ele perguntou se eu queria parar e tomar um sorvete.

Aceitei o convite a contento. Fazia tempo que eu não me entupia em um self-service e tendo eu um paladar super infantil, arrastei o Matteo pra maior sorveteria da cidade.

ㅡ santo deus, quanto barulho. ㅡ ele disse e sorri animado.

ㅡ é uma sorveteria. Tem crianças aqui dentro. Se está te incomodando podemos levar pra sua casa.

ㅡ não, eu não reclamei. Você está feliz e eu com vontade de tomar sorvete...então, bora se matar?

ㅡ demorô!

Nos servimos e ele estava meio que incomodado com o barulho. Eu sabia que estava alí por mim e o agradeci por atender um desejo meu de estar naquela sorveteria. Eu poderia ter ido em qualquer outra, mas aquela era a melhor de toda a capital.

Tomamos o sorvete e quando entramos no carro ele começou a espirrar e não parava mais; o nariz começou a escorrer e ele reclamava consigo mesmo por estar ficando resfriado.

ㅡ passo na farmácia e pego um remédio pra você.

ㅡ obrigado. Vini, estou esperando você cumprir sua promessa.

ㅡ a promessa de te amar pra sempre?

ㅡ rapaz...rapaz...

ㅡ kkkkk, você fica tão sexy quando está bravo. Mas não me esqueci. Amanhã vou em casa pegar umas roupas e me hospedo no seu apartamento.

ㅡ você não é meu hospede, é meu ma...namorado.

ㅡ você ia dizer "marido"?

ㅡ rsrs, confundi. Ainda está cedo pra ser meu marido. Dois meses de namoro ainda é pouco tempo.

ㅡ no calendário gay, equivale há um ano.

ㅡ caramba! kkkkk Não sabia que são tão apressados.

ㅡ e não somos. As lésbicas é quem são. Elas namoram uma semana e se casam na outra.

ㅡ mas gente...porquê isso?

ㅡ porque a gente quer assim e pronto.

ㅡ kkkkkk então ta! Quem sou eu pra discordar? ㅡ ele dava risada e espirrou novamente.

ㅡ acho melhor eu ficar contigo desde hoje.

ㅡ eu vou adorar.

Eu estava preocupado com o possível resfriado dele. Perguntei o quê ele estava sentindo e fui comprar os remédios. Quando voltei pro carro, ele estava dormindo. Pelo jeito estava tomando corretamente a medicação. Ainda era 22:25 e para ele estar dormindo, tinha tomado oi0iìo remédio antes de sair de casa.

Cheguei no prédio e acordei o Matteo. Vi o porteiro vindo e ele disse que tinha alguém esperando o Matteo na sala de espera da portaria.

ㅡ me esperando? Quem é?

ㅡ é o Roberto, seu irmão. Digo que já chegou?

ㅡ eu vou até lá. O quê você disse a ele?

ㅡ que tinha ido a encerração de fim de ano em uma escola. Não falei com quem e ele também não me perguntou.

ㅡ tudo bem. ㅡ ele me encarou e esperava que eu dissesse alguma coisa.

ㅡ bora encarar as parentas?

ㅡ kkkkkk, só você pra me fazer rir.

Assim que o Roberto nos viu de braços dados, mostrou sua total insatisfação. Mantive a postura e ele cumprimentou o Matteo com um abraço e sequer me dirigiu a palavra. Chamei o elevador e subimos os três no mais completo silêncio. Abri a porta e o Matteo pediu que ele ficasse à vontade. Dei um beijo em seu rosto e disse que ficaria esperando no quarto.

ㅡ não, fica! ㅡ Ele disse e me fez sentar.

O irmão dele cruzou os braços dizendo se tratar de uma conversa particular entre irmãos. Tentei me levantar e o Matteo me obrigou a me sentar novamente.

ㅡ Beto, você está na minha casa, não se esqueça disso. E não adianta fazer essa cara, não estou com paciência para discutir contigo.

ㅡ eu preciso falar contigo sobre a venda das terras do nosso pai. Não creio ser assunto para tratar na frente de estranhos.

ㅡ por favor, meu irmão, diga logo o quê decidiram e vamos acabar logo com isso. Veio até a capital só pra falar de negócios?

ㅡ claro que não. Estou na casa da minha sogra. Viemos pro Natal e Ano Novo. Resolvi vim falar contigo porque a Mellina e as crianças foram ver a tal casa do papai noel com o avô.

ㅡ tudo bem. O quê decidiram?

ㅡ bem, já que você insiste que "ele" fique, eu conversei com o Claudio e o André e como será dividido em partes iguais, queria saber se está de acordo em ficar com o lado do açude até os pastos? Você lembra mais ou menos até onde ia?

ㅡ lembro e não é pouca coisa, mas tanto faz. Não quero ficar com as terras, vou por à venda assim que a escritura sair. Se quiser comprar... ㅡ o Matteo deu uma risada sarcástica e o irmão dele mantinha a cara de bunda.

ㅡ você é quem sabe. Eu vou indo, ainda tenho que encontrar a Mellina e as crianças. Se cuida.

ㅡ eu estou ótimo, pode ficar tranquilo.

ㅡ parece estar mesmo e...

ㅡ nem pense em dizer nada sobre minha vida. ㅡ primeira vez que vejo o Matteo sério.

Perguntei ao Matteo se ele queria um copo de água e quando trouxe, seus dedos acariciaram os meus ao pegar o copo. Era como se ele me dissesse " eu te amo, está tudo bem" e se sentou. Seu irmão disse que ia e o acompanhei até a porta, mesmo ele dizendo que não precisava e a fechei, mas fiquei pro lado de fora com ele me encarando.

ㅡ não precisa me acompanhar até a portaria, eu sei o caminho. ㅡ ele disse e apertei o botão.

ㅡ escuta aqui, você não precisa aceitar teu irmão namorando outro homem e nem é obrigado a gostar de mim, mas não o trate como se ele fosse um qualquer. Você não faz ideia do quanto eu o amo e, pode até não te interessar, mas não adianta fingir que nossa relação não existe. ㅡ ele veio pra cima de mim e o parei com minha mão em seu peito.

ㅡ não ouse... ㅡ disse e ele se recompós me olhando de cima abaixo.

ㅡ com essa cara de bixa, nem parece que faz o tipo machão. ㅡ eu tive vontade de rir, mas mantive a postura.

ㅡ de bixa é só a cara e o jeito, mas se quiser medir forças comigo de homem pra homem, é só falar. Não me subestime, você não me conhece.

ㅡ saí da minha frente...

Dei passagem e ele entrou no elevador. Me despedi com um "até breve" e meu sorriso de viado mais simpático. Ele fervia de raiva.

Abri a porta e o Matteo deu um salto pra trás. Comecei a rir quando vi ele ouvindo a conversa atrás da porta e ele tentando disfarçar foi de longe a coisa mais engraçada que já vi.

ㅡ um homem de quarenta anos ouvindo atrás da porta? Meu deus, onde vamos parar? kkkkk

ㅡ eu estava cuidando pra ver se ele não faria nada contigo, mas pelo visto era ele quem quase precisou de ajuda kkkkk.

ㅡ desculpa, mas não ia deixar ele ir embora com aquele nariz empinado.

ㅡ que namorado bravinho kkkk. O quê ele quis dizer com "cara de bixa"?

ㅡ rsrs, deve ser por causa dos meus trejeitos efeminados.

ㅡ ah ta, entendi. Homem é machista mesmo, pensa que mulheres são frágeis e não podem ver um homem com trejeitos femininos que pensam a mesma coisa.

ㅡ exatamente. Preciso desmunhecar menos...kkkkk.

ㅡ rsrs, não, eu gosto do teu jeito. ㅡ ele me abraçou e me deu um selinho.

ㅡ gosta?

ㅡ gosto, muitão. ㅡ senti seu corpo quente demais e ele espirrou novamente.

ㅡ você está quente. Acho que é febre. Tem algum termômetro?

ㅡ no armário do banheiro, na primeira gaveta.

Peguei o termômetro e estava com 38 graus. Ele foi pro quarto e quando fui ajudar ele a trocar de roupa, já estava deitado e vestia um pijama. Eu parei por um momento e percebi o quanto estava sendo bobo. Antes de começarmos a namorar ele não precisava da ajuda de ninguém, porque precisaria agora? Eu estava tratando um homem de quarenta anos como criança por conta de uma limitação que já estava superada há anos e que ele sabia muito bem como lidar com ela. Levei um antitérmico, ele bebeu e se deitou me puxando. Fiquei de frente pra ele. Sua mão acariciava meu rosto e agradeceu por eu estar cuidado dele. Fiquei olhando pra ele e perguntou o porquê de eu estar quieto.

ㅡ me desculpa?

ㅡ pelo quê?

ㅡ por estar te tratando feito criança, sempre querendo te ajudar e você nem precisa.

ㅡ rsrs, eu não me importo, só acho engraçado. Eu não sou tão vulnerável quanto pensam, mas não acho que você pensa dessa maneira. Você só quer estar perto e isso é compreensivo. De maneira alguma fico chateado.

ㅡ eu vou parar de cercar tanto...prometo.

ㅡ ei, meu amor...pára não. Eu gosto de ter alguem se preocupando comigo. Você não faz as coisas por mim, apenas me ajuda. É bem diferente de eu ficar sentado fazendo nada e você levando as coisas na minha mão. Nossa, assim nem eu iria conseguir viver. Gosto de fazer minhas coisas, de cozinhar, mas também gosto de dividir meu mundo contigo e te ver envolvido com as coisas que eu faço. Faz tempo que não corremos no ginásio, poderíamos voltar a fazer isso mais vezes. Outra coisa, as vezes te vejo doido pela casa arrumando cada detalhe pra eu não me perder, mas não precisa ficar arrumando as coisas o tempo todo, Vini. Gosto de almoçar e deitar no sofá contigo pra descansar, mas você está la na cozinha colocando as coisas no lugar. Isso pode esperar. ㅡ ele sorriu e era tão bom estar com ele.

ㅡ tudo bem, acho que consigo esperar kkkk. Sério, eu fico feliz em poder ser útil pra você e gosto de te ajudar. Pelo menos você pode fazer outra coisa. Prometo não arrumar nada enquanto você tiver acordado.

ㅡ kkkkk oxi, se estou acordado quero ficar namorando você. Aí você fica andando de um lado pro outro e nem me da atenção direito.

ㅡ pobrezinho de você, morro de pena kkkk. Vou ficar minhas férias contigo, vai enjoar de mim.

ㅡ impossível enjoar de você. Meu vício em te querer comigo sempre, é maior.

Puxei uma manta e nos cobrimos. Deixei o ar condicionado em 24 graus pra ele não sentir tanto frio.

De madrugada acordei o Matteo e ele quando desperta antes da hora fica irritado. Dei a ele os remédios e ele se levantou pra ir ao banheiro.

Fiquei deitado e ele se levantou me pedindo ajuda.

ㅡ segura meu braço. ㅡ ele beijou meu pescoço e começou a rir. ㅡ Está rindo de quê?

ㅡ por não precisar de ajuda nenhuma, mas querer você perto de mim só porque te amo.

ㅡ nossa, deu vontade de casar contigo depois dessa kkkkk.

ㅡ kkkkk, ainda bem que vontade passa logo.

ㅡ vai sozinho agora. ㅡ voltei pra cama e ele não parava de tirar sarro da minha cara.

ㅡ kkkkk, vem aqui...amor...amor? Volta aqui! Ficou bravo? kkkkk droga! Me ajuda...

*

*

*

*

*

Continua...

Pessoal, eu postei la no Wattpad, não curti. Então, depois que eu terminar esse conto, vou postar aqui o primeiro capitulo que esta la no watt e continuar.

Desculpe, mas não fui com a cara do lugar (😂). Obrigado pelo carinho de vcs e continuem comentando. Minha alegria é receber o feedback de vcs. 😉✌

Ps: depois do fim desse conto, vou postar um especial de Meu chefe, meu príncipe. AÍ depois segue a programação normal. 😊

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Comentários

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aff q maldade a tua com os outros 2 contos q raiva so perdoo pq adoro teus contos

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Esses dois se zoam muito kkkkk, gostando muito deles. Por favor não demore a postar.

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Estou amando a estória destes dois. Por favor, não demora a postar. Um abraço carinhoso para ti.

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Eita que estou amando esses dois lindos!!! Linda a história deles, espero que o irmão do Matteo caia em si e veja como está sendo tão preconceituoso com o irmão. Abraços, querido, que pena que não curtiu o wattpad, mas saiba que continuarei te acompanhando por aqui! Bom final de domingo!

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ESPETACULAR. QUASE SEM PALAVRAS. QUE RELAÇÃO DELICIOSA ESSES DOIS ESTÃO CONSRUINDO. MAS TEM UMA PEDRA NO MEIO DO CAMINHO CHAMADA ROBERTO. VEREMOS.

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A vida a dois é sempre um aprendizado mútuo. Mas, quando o sentimento pinta... Ah, o amor. Quem pode com ele?

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