LIBERDADE - PARTE XI

Um conto erótico de GREY
Categoria: Homossexual
Contém 1516 palavras
Data: 07/04/2018 17:11:31
Assuntos: EVAN, Gay, Homossexual, Mateus, Sexo

PARTE XI

A informação que obtive através de Diogo acerca do Mateus não saiu da minha cabeça. Teimosa, persistiu. É tão forte o efeito da informação que, quando dou por mim, enquanto tomo café, me pego balbuciando:

- Ele contou para a família dele. Contou.

Falei chocado, como se fosse algo muito corajoso, algo que exprimia, da minha parte, admiração.

“Evan, não seja idiota, é algo corajoso sim.” Peguei o celular e li a ultima mensagem:

“Não vou desistir de vc.”. Meu coração acelerou. “Calma, cara. Ponha a cabeça no lugar”.

O desconforto proporcionado por essa situação atravessou o dia e entrou pela noite. No fim da tarde relâmpago de nostalgia trouxe os momentos bons que já vivi com Mateus, entre esses momentos, como não poderia deixar de ser, estava nossos porres, nossas fodas a três, onde dividíamos uma só mulher. De modo que enquanto comia a bunda, ele xereca. Enquanto ele a botava para chupá-lo, eu dava um trato no xiri. Revezávamos.

A nostalgia também trouxe a memória o bar “do folha”, localizado na Litorânea. Lá não foram apenas um porre, vários. Foram vários porre. Lá esquemas foram elaborados e executados, e sempre terminávamos no motel, ou a mulher com nós dois, ou cada um com seu par. O fato é que sempre terminávamos à noite fodendo.

Lá falávamos asneira, idiotice. Fazíamos planos, os quais muitos no outro dia nem lembraríamos mais, outros, como viajar, concretizamos. O bar do folha era o nosso pointe, era o nosso bar dos porres, da zueira.

Deu vontade de ir beber uma breja no bar do folha. Não, não era a fim de ver Mateus, era para matar saudades do lugar, afinal são anos e anos visitando aquele lugar aos finais de semana. Quer saber? Eu vou. Vou ao bar do folha, porque não?

Vestir uma camisa pólo da logomarca do jacaré, calça preta jeans e não duvidei, eu fui. Cheguei ao bar passava das dez horas.

Carinhoso de Pixinguinha dominava o ambiente. O vocalista interpretava carinhoso com paixão. Fenomenal, classifiquei ao sentar a mesa que o garçom me disponibilizou.

- A de sempre? – O garçom quis saber muito disponível. Sabia ele que ao final da noite eu daria uma boa cogita.

- Sim.

O garçom já me conhecia justamente porque, eu era freqüentador assíduo do bar, principalmente pela qualidade da música.

- Fique a vontade, doutor. – e ponderou. – Hoje tá cheio, mas precisou de mim é só chamar que venho imediatamente.

Com efeito, o lugar estava cheio ao ponto que havia mesa até fora. Um grande telão mostrava a banda que tocava aquela noite para o povo que a tinha fora do seu campo de visão, que, aliás, era muito. Esse pormenor era interessante e evidenciava organização.

Nem deu um minuto, o garçom retornou e me serviu. Sempre com muita gentileza.

- Com licença, doutor. – Ele pediu.

Eu autorizei:

- Tenha.

Por isso, gosto deste bar. Quem não gosta de ser bem tratado?.

Foi o garçom se retirar escutei por traz de mim:

- Ora, ora, se não é o Evan?.

A voz era nada menos, nada mais de Mateus. Tomei um espanto.

Vir-me-ei para ele e à medida que vinha para ficar na minha frente o acompanhei com os olhos.

Tamanho foi o espanto que palavra não saiu dos meus lábios.

Fiquei mudo.

- O gato comeu a língua, ou a minha presença te incomoda tanto?

Em pé. Mateus, lindo. Parecia que fazia uma eternidade que não o via, parecia que ele viajara e naquele instante acabara de chegar de viagem. 30 anos de idade, cabeça raspada na máquina um. Um cara grande, 1,90 de altura, corpo definido. Embora, vestisse camisa social branca arregaçada até o cotovelo, lembrei da sua tatuagem cobrindo o peitoral extremamente dividido.

Lembrei que por debaixo daquela camisa havia costas largas, ombros, trapézios altos e do mesmo modo do peitoral, eram bem definidos. E a melhor parte, Mateus tinha cara de macho que eu tanto prezava. Depois centrei a visão nos olhos castanhos claros dele.

Um verdadeiro homem da porra. Um baita de um moreno claro lindo da porra.

Ele tornou a perguntar:

- O gato comeu a língua, Evan?

- O bar tá cheio. – Não respondi. Em vez disto lhe prestei uma informação, apesar de obvia.

- Já percebi. – e aproveitou a deixa e emendou. – posso fica aqui a tua mesa?

- Desde que não seja uma péssima companhia. – Fui rude.

Ele puxou a cadeira e se sentou a mesa. Não me rebateu.

Chamei o garçom que bem rápido veio.

- Por favor, traga mais um copo.

- Imediatamente, doutor.

E não enrolou foi providenciar o meu pedido na mesma hora.

- Vamos compartilhar a breja? – Ele interrogou.

E eu aproveitei para explicar.

- Porque não compartilharíamos? Não vejo nenhum problema, aliás, aqui você é quem sempre complica as coisas. Se fosse por minha vontade estaríamos de bem, mas tu insiste em complicar as coisas.

- Eu complico?

- Sim, você complica. Não sei, mas tu tens a grande capacidade de complicar o que não era para ser complicado, o que na verdade é fácil.

O garçom apareceu com o copo.

- mais alguma coisa? – Prestativo desejou saber antes de retirar.

- Por hora, não.

Mateus se serviu. Tomou uma boa golada.

O garçom se retirou.

- Elucida, gênio, como seria sem a minha complicação, - e ironizou. -sabichão.

- Ok. Vamos lá. – fixo o olhar no dele. Quero mostrar segurança. – primeiro, devo ressaltar que já toquei neste assunto contigo no nosso ultimo encontro, mas não vou me recusar a voltar ao tema, pois pode ser que desta vez, quem sabe? surta efeito. A ficha caia, eu sei lá.

- Lá vem idiotice. – Mateus resmungou tirando o olhar dos meus.

- Idiotice?- repito tentando manter a calma. – vou dizer o que é idiotice. Idiotice é ficarmos por semana sem nos vermos. Idiotice é não poder ligar pra você. Idiotice – ele volta o olhar para mim, mas é repleto de descrença nas minhas palavras. Mantenho a firmeza. – idiotice é esse nosso distanciamento. E por quê? Eu mesmo respondo.

- Responda, então, gênio. – Mateus é totalmente descrente nas minhas palavras. Cruza os braços e espera com o semblante de deboche a minha resposta.

- Tudo por causa desta tua idéia de relacionamento. Essa tua idéia de amor. Seria muito mais – encaro-o firme. – sim, seria muito mais fácil se apenas curtíssemos. Pra que complica se nossa historia é tão fácil?

- É idiotice – com os braços cruzados e o tronco para frente encarando-me. Idiotice é ficarmos por semana sem nos ver. Idiotice ficarmos sem nos falar por telefone celular, quando poderíamos acordar juntos, almoçar juntos, dormir juntos. Cara, poderíamos ter uma vida juntos, uma vida juntos. – Ele enfatiza o “ juntos”. - Por isso, acho que essa tua conversa é idiotice. Tu tá jogando fora uma grande oportunidade. Pomba, tô te oferecendo uma vida e tu sexo, putaria.

- Eu gosto de sexo, de putaria. Qual o problema?

- Há, sim, problema. É irracional. Cara quando tu colocas sexo acima de uma vida que quero te oferecer, não vejo como normal. Não é normal?

- Porque não quero ter uma vida com você há anormalidade? Brincadeira. – Dou de ombro.

- E ter putaria é normal? Privilegia putaria há meu amor. Não consigo ver isso como normal.

- Mateus, porque complica tanto?

- Não complico. Evan, por favor, me dê boas razões, porque putaria a meu amor?

- Não há explicação.

- Existe. – ele insistiu.

- O que, por exemplo?

- Não sei, por isso quero saber. – lança o corpo pra frente esperando respostas. Confrontando-me.

- Não seja criança, Mateus, procurando problema, onde não há.

- Eu criança? Ofereço-te amor, rejeita e eu que sou criança?

- Então?

- Então é que não sei o que é.

- não sabe, porque não tem nada do que saber.

- Será?

- Diga. – confronto-o.

- Já disse que não sei, mas sei a partir do momento que ocorreu.

Remexo-me na cadeira desajeitado. Ele percebe o meu desconforto.

- Não inventa história. – Falei tentando sai da zona do desconforto.

- Tô certo, não é?

- Do que cara pálida? – Finjo que não entendi a interrogação.

- Seja o que for que ocorreu tem ligação com o episódio daquela madrugada.

Não gostei do rumo da conversa.

Ele continuou.

- Naquela madrugada você tinha bebido todas, estava diferente, ousado, e foi naquela madrugada que deu em cima de mim. Lembro que te perguntei se havia acontecido alguma coisa, perguntei se estava bem. Sim, ocorreu alguma coisa, e esse algo explica o teu comportamento. O que foi?

- Não seja patético.

- É incoerente.

- Onde tá a incoerência.

- É incoerente tu rejeitar meu amor, mas querer putaria comigo.

- Não vejo.

- O que foi? Não enrola. Responda, eu sei que aconteceu alguma coisa enquanto eu estava na cidade de Pinheiro para o meu casamento. O que foi? Fala.

- Não tenho nada pra te falar. Pára. Pára. Tá procurando cabelo em ovo.

- Não tenho duvidas que algo aconteceu, principalmente, depois de reparar tua reação. É nítido que ficou desconfortável.

- Pára de forçar.

- Conta então.

- Eu não te amo. Aceita. Para de criar história, de inventar o que não existe, Mateus, - Fui agressivo com ele. - aceita que dói menos, eu não te amo. Não quero teu amor, quero sexo. Quero putaria. Portanto, pára que tá feio. Aceita que não te amo. Aceita. – levantei e fui para o banheiro.

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Comentários

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Esse Evan precisa de ajuda psicológica para tratar desse passado que o atormenta, kkkkk. Talvez assim, encontrasse a liberdade que procura. Autor, por favor não demore a postar, você quer que eu me acabe em curiosidade?! Providencie logo o próximo capítulo.

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SE NÃO AMA POR QUE QUER SEXO? SE QUER SEXO POR QUE NÃO AMA? RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS COMPLICADO ISSO. SEXO POR SEXO SE PODE TER COM QUALQUER PESSOA E NÃO SOMENTE U CO O OUTRO. CAI NA REAL EVANS.MATEUS ESTÁ CERTÍSSIMO. POR OUTRO LADO SE ALGUÉM CASOU QUE VIVA COM A ESPOSA E DEIXE O OUTRO EM PAZ. NÃO PERDOO TRAIÇÕES, NEM APÓS A MORTE, MESMO QUE SEJA DE UM CASAL HETERO.

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