Quando Me vejo em teus olhos ㅡ Cap 02

Um conto erótico de LuCley.
Categoria: Homossexual
Contém 3633 palavras
Data: 19/03/2018 22:18:37

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Acordei em frangalhos. Meus sobrinhos acabaram comigo na noite anterior e parecia que um dinossauro tinha subido em minhas costas. Nem sei como consegui chegar em casa.

Levantei me arrastando e fui até o banheiro pegar um relaxante muscular pra passar nos hematomas que o peste do Guigo tinha deixado em minhas costelas. Péssima ideia a do cavalinho. Que burrice.

Fui até a cozinha preparar meu café da manhã e tirei meu celular do bolso. Tinha algumas mensagens do grupo da escola e uma mensagem do Matteo. Meu coração deu pulinhos patéticos de alegria e dei risada da minha cara de imbecilóide. Sempre fui um estúpido em se tratando de relacionamentos. Por isso sempre quebrei a cara, eu me doava 150% na relação e ganhava um pé na bunda em seguida.

Li a mensagem com meu estômago borboletiando.

" Tenha um bom fim de semana e foi um prazer te conhecer."

Tomei meu café totalmente embestalhado e me sentei confortavelmente no sofá para responder a mensagem do Matteo.

" Tenha você também um ótimo fim de semana e o prazer foi todo meu. Estou meio ocupado essa semana, mas assim que possível, podemos ir beber alguma coisa."

Fiquei no aguardo e obtive resposta cinco minutos depois. Quase me joguei em um mar de golfinhos fofinhos quando li. Caramba, eu estava impossívelmente idiota.

" claro, podemos marcar. Tenho certeza que estarei em ótima companhia. Preciso sair, nos falamos?"

Respondi que sim e fui corrigir mais uma caralhada de provas e trabalhos.

Durante toda a semana a escola tomou meu precioso tempo. Se não fosse pelas mensagens do Matteo, meus dias seriam entediantes e chatérrimos. Não sei como, mas parecia que nos conhecíamos há décadas e ele me animava com seu bom humor.

Foi uma senama agitada e eu precisava relaxar um pouco.

Sabadão chegou e prometi a mim mesmo ficar até mais tarde na cama. Meu celular vibrou às 10:30 e era minha irmã dizendo que o Valter queria minha ajuda na loja. Pelo menos dormi um pouco mais.

Não sabia para quê raios ele precisava de mim, mas era um bom motivo pra tirar meu carro da garagem e ir até o centro. Assim eu também aproveitaria pra passar no supermercado e levar umas coisas pra casa da minha irmã.

Tomei uma chuveirada rápida e quando entrei no carro as teias de aranha me abraçaram. Morri de ódio, mas a culpa era minha por deixar o automóvel muito tempo fechado.

A escola que eu lecionava era no bairro e como ia a pé, só usava o carro nos fins de semana, isso quando eu usava. Normalmente eu caminhava pelas redondezas e corria num ginásio não muito longe do bairro. Tinha uma pista de atletismo excelente e o pessoal sempre ia pra lá.

Meu celular novamente tocou e era o Valter. Dei a partida e deixei o carro na descida. Pedi que falasse logo, pois minha gasolina não era capim e estava calor, tinha que ficar com o ar condicionado ligado.

ㅡ já está vindo?

ㅡ estou com o carro na rampa.

ㅡ se importa em dar uma carona pro Matteo? É caminho e bem fácil de achar. Ele mora perto do ginásio.

ㅡ claro que não me importo. Me passa o endereço que já chego lá.

ㅡ valeu, te devo um boquete.

ㅡ dispenso, da ultima vez você usou os dentes, não curti.

ㅡ kkkkkk, filho de uma égua.

Brincadeiras à parte, fiquei feliz quando soube que daria carona pro cara que estava botando um sorriso besta na minha cara.

Ele me mandou o endereço por mensagem. Fui mais que depressa e com uma ansiedade absurda em buscar o Demolidor, que cheguei em menos de dez minutos.

No prédio pedi pro porteiro avisar que eu estava esperando e se ele precisava de ajuda com alguma coisa. Ele interfonou e disse que o Matteo pediu pra eu subir e ajudar a descer com algumas pastas.

Tomei o elevador e parecia não chegar nunca ao oitavo andar. Queria socar a porra do botão e mandar ir voando, mas tinha uma câmera olhando pra mim e contive a raiva. Detesto elevador!

Saí da câmara de tortura e quando ia apertar a campainha, ele abriu a porta. Eu disse oi, ele sorriu e me cumprimentou. Demos um aperto de mãos um pouco mais demorado do que quando nos conhecemos e sei lá, a gente ficou meio que paralizados e eu perguntei se ele queria que eu o ajudasse.

ㅡ claro, por favor. Entre, tem uns desenhos naquela mesa e duas pastas. Pode pegar? Desculpa te incomodar, mas o Valter insistiu.

ㅡ não me incomoda em absoluto. Além do mais, é caminho. Precisa de mais alguma coisa?

ㅡ deixa eu ver...ah sim, minha bengala. Está no sofá, mas eu pego.

Ele foi até o sofá e pegou a bengada que estava dobrada. Desdobrou a bichinha e disse que poderiámos ir.

Chamei o elevador e ele inquieto. Perguntei se estava tudo bem e disse que estava ancioso para mostrar seu projeto ao Valter.

ㅡ ele ainda não viu nenhum dos seus desenhos? Pensei que você já tinha levado aquele dia na casa dele.

ㅡ só uns esboços. Eu estou ancioso, quero por logo a mão na massa e começar a fabricar essas cadeiras. Acho que é meu melhor trabalho até hoje.

ㅡ se acalme, vai dar tudo certo. Já viu os móveis que o Valter fabrica?

ㅡ somente os da casa dele, mas achei incrível. Gostei muito do acabamento.

ㅡ então você ainda não viu nada. Espera chegar na loja. Eu mesmo vou te mostrar a perfeição de cada móvel que ele faz. Meu cunhado é o rei dos móveis, desde a madeira ao metal.

ㅡ por isso entrei em contato com ele de primeira. Ouvi falar muito bem dele. Espero que ele goste.

O elevador chegou e entramos. Eu estava com as maõs ocupadas e ele apertou do botão do térreo. Não sei porque, mas não parávamos de conversar. Sempre tinhamos um assunto e fomos até a loja jogando conversa fora e falando mal dos motoristas no trânsito. Ele ria com meu jeito de descrever as pessoas e pediu pra eu parar, ou mijaria nas calças.

ㅡ aposto que já se mijou por não conseguir abrir o ziper a tempo.

ㅡ kkkkk, ja. Bem no começo. Eu tinha uns 17 anos e minha mãe comprou um jeans que o ziper emperrava sempre. Fui ao médico e quando fui descer, prendeu no couro do meu pau.

ㅡ ui, que dor desgraçada.

ㅡ nem me fale. Chorei de dor e me mijei sem muito esforço. Fiquei com uma raiva que fui embora. Minha mãe saiu correndo atrás de mim feito doida e quando me viu, quase chorou comigo. Em casa a gente riu muito, mas na hora...foi dose. Tenho a marca do ziper até hoje.

ㅡ caramba. Eu tenho uma cicatriz que fiz quando caí de um alambrado quando tinha uns catorze anos. Eu era terrível e quando pulei pra fugir do cachorro, caí em cima de um rolo de arame farpado. Colocaram aquele arame pra eu me ferrar, cara.

ㅡ hahaha, posso ver?

ㅡ claro!

Parei o carro no semáfaro e pedi que estendesse a mão. Segurei não muito forte e levei até minha cintura. Foi um corte fundo, na época deu uns sete pontos, mas como eu não parava quieto, ficou uma pequena queloide.

Coloquei sua mão bem em cima da cicatriz e ele passava o dedo devagar. Sentia cada centímetro de ponta a ponta. Ele sorriu e me disse que dava pra sentir bem cada ponto dado e abaixei a camisa.

O sinal abriu e estávamos a poucos metros da loja. Peguei suas coisas e ofereci meu braço. Ele segurou em mim e o Valter veio nos ajudar.

Perguntei se tinha algo que precisasse ser feito e meu cunhado disse que era pra eu me deitar em algum sofá confortável e relaxar minha beleza.

ㅡ mas a Penny disse que você precisava da minha ajuda.

ㅡ e já me ajudou. Foi buscar o Matteo. Ah, ela queria que você limpasse a garagem e como você sempre fica com as crianças, achei melhor você vim pra cá pra ela não terminar de acabar contigo.

ㅡ graças a Deus, pelo menos você me ama.

ㅡ pois é, te livro de cada encosto.

ㅡ kkkkkkk, deixa ela te ouvir falando assim. Ela te bota em uma panela e te cozinha todinho.

ㅡ dá ideia não. Capaz dela fazer isso mesmo.

O Matteo se acabava de rir e o Valter pediu pra ver os desenhos. Fiquei meio que de canto de olho e percebi que o Matteo falava sempre em cores e diversas tonalidades de tecidos. O Valter estava babando e já imaginei ele enfiado nos fundos da loja trabalhando até tarde e minha irmã urrando de brava em casa esperando por ele. Cheguei um pouco mais perto e fiquei inpressionado com o talento do Matteo. Não sabia que uma pessoa como ele fosse capaz de desenhar tão bem. Fiquei ouvindo os dois conversarem e me toquei que as vezes ele prestava atenção em mim, como se estivesse me procurando. O Valter foi buscar café na copa e me sentei de frente pra ele.

ㅡ estou aqui. ㅡ disse e ele sorriu.

ㅡ você não pára quieto. Agora pouco estava atrás de mim.

ㅡ rsrs, eu sou meio ansioso e o Valter não saía da frente pra eu ver seus desenhos.

ㅡ um dia, se quiser, te convido pra ver uns desenhos que tenho em casa. São de quando comecei. Tomamos um bom drink, você reclama da sua vida e eu te faço um jantar.

ㅡ vou adorar. Matteo, ouvi você falando em cores de tecidos. Quando você ficou cego?

ㅡ eu tinha 16 anos. Resumindo: descobri um tumor cerebral e estava junto ao nervo óptico. Como não tinha jeito de salvar o nervo, pois ainda ficaria tumor e podia aumentar, tiveram que cortar. E aqui estou eu.

ㅡ caramba. Você já viu o mundo, Matteo, conheceu várias coisas, formas, texturas...

ㅡ sim. Eu ja desenhava na época e isso foi meu refúgio. Acho que nunca entrei em depressão por causa dos desenhos. Eu nunca perdi o gosto pelas artes e isso me ajudou muito.

ㅡ te admiro pela sua força e dedicação pelo seu trabalho. De verdade.

ㅡ obrigado. Sei que é de coração. Posso te pedir uma coisa? Não costumo fazer isso e por favor, não ache estranho, mas preciso te ver, saber como você é, posso?

ㅡ claro.

Eu fiquei meio envergonhado, mas o quê tinha de mais?

Peguei um banquinho e me sentei ficando de frente pra ele. Cheguei mais perto e ele levantou as maõs até meu rosto. Senti a palma de sua mão quente e ele tocava com todo o cuidado, meus olhos, testa, nariz e disse que minhas orelhas eram pequenas e tinha um pequeno amassaso na ponta, ou seja, quase uma orelha de elfo. Disse e ele começou a rir. Ele passou a mão no meu cabelo e por ultimo, minha boca. Alí ele ficou por instantes e contornava meus lábios devagar com a ponta dos dedos. Fiquei de olhos fechados e meu universo se expandiu dando lugar a milhares de novas galáxias.

Ele tirou a mão devagar do meu rosto e perguntou a cor dos meus olhos.

ㅡ castanho bem claro.

ㅡ tipo mel?

ㅡ isso, tipo mel. Muda sempre que estou irritado. Minha irmã sempre fala.

ㅡ você é um homem muito bonito.

ㅡ obrigado. Posso ser atrevido e pedir pra ver a cor dos seus?

Ele tirou seus óculos escuros e pude ver que seus olhos eram de um cinza-azulado como nunca havia visto antes. Ele sorriu e eu disse que eram lindos; não somente os olhos, mas ele todo e que eu me perderia fácil em seu sorriso que também era maravilhoso.

Quando percebi já tinha falado e o Valter entrou com a bandeja nas mãos. Perguntou se o Matteo estava bem e ele disse que tinha entrado um cílio em seus olhos e que tinha pedido pra eu assoprar, pois estava incomodando.

Nunca fiquei tão sem graça e sem palavras perto de um homem. Meu medo era dele nunca mais olhar na minha cara pelo meu atrevimento. Foi a cantada mais fora de hora e espontânea que já dei na minha vida e o cara nem era gay.

Me levantei e disse que ia ao banheiro. Meu cunhado servia o café para o Matteo e fui lavar meu rosto.

Joguei uma água gelada na cara e voltei pra loja. Os dois conversavam sobre negócios e me sentei ao lado do Valter, de frente pro Matteo.

Eles conversavam, mas hora ou outra parecia que o Matteo me encarava. Era como se ele soubesse exatamente onde eu estava e acredite, ele sabia. Eu sentia seus olhos em mim e não conseguia fugir deles. Ele estava me intimidando e eu nem ao menos sabia o quê se passava pela cabeça dele. Devia estar me achando um babaca.

Perguntei pro meu cunhado se ele queria que eu fechasse a loja e me disse pra levar o Matteo em casa e que ele mesmo fecharia tudo.

Ajudei a guardar os desenhos e o Valter pediu pra ficar com algumas cópias e que devolveria na segunda.

Coloquei tudo no porta-malas e o Matteo entrou.

Perguntei se ele queria passar em algum lugar antes de ir pra casa, mas disse que não e que estava cansado.

Chegamos e ajudei ele a subir com tudo e antes de me despedir, ele perguntou se eu estava bem.

ㅡ estou bem, só um pouco cansado.

ㅡ certeza que é só isso?

Três longos segundos de silêncio e eu disse que estava indo. Ele se despediu de mim e chamei o elevador. Entrei e ele me chamou. Segurei a porta e perguntei o quê ele queria.

ㅡ vamos marcar alguma coisa por essa semana...

ㅡ claro, a gente vai se falando e vejo um dia tranquilo.

ㅡ ótimo.

Confesso que queria ficar e ter um pouco mais de sua companhia, mas eu já tinha falado muita bobagem.

Entrei no elevador e fui pra casa. Me senti um idiota e tive a certeza que ele só marcaria de sair comigo por educação.

Procurei algo na geladeira pra comer e nada. Catei as chaves do carro e fui até o supermercado. Comprei tudo que os meninos gostavam e cerveja, vinho e fiz uma pequena compra pra deixar na casa da minha irmã.

Assim que cheguei ela veio correndo me ajudar.

ㅡ está querendo alimentar o mundo? ㅡ ela disse e foi levando tudo pra dentro.

ㅡ eu faço minhas refeições aqui praticamente todos os dias e não é justo o Valter bancar sozinho o supermercado. Trouxe cerveja pra ele. Ele já chegou?

ㅡ não, hoje ele fecha mais tarde. Vai chegar pedindo sexo e só vou liberar depois que ele me fazer uma massagem. Também canso nessa porra de vida pra ele achar que faz tudo sozinho.

ㅡ isso aí, não libera essa piriquita de qualquer jeito mesmo. Onde eu coloco isso?

ㅡ na geladeira. Ele vai chegar reclamando que está cansado e querer beber uma. Bota no freezer, depois eu tiro. Vai jantar aqui?

ㅡ hoje não. Tenho umas provas pra corrigir e quero dormir cedo.

ㅡ qual o seu problema?

ㅡ nenhum, só não estou afim de vir pra cá. Não nasci grudado contigo pra vir aqui todos os dias.

ㅡ tudo bem então viadão. Caso mude de ideia, apareça.

Minha irmã tem uma mania horrível de mandar o Valter me buscar todas as vezes que falo que não vou ficar pra jantar ou almoçar. Eu sempre acabo cedendo às chantagens do meu cunhado e vou mesmo sem querer.

Só que desta vez eu realmente não estava afim de ficar de babá da pentelhada e muito menos encher a cara e voltar pra casa com a calça na mão.

Guardei o carro e entrei. Fechei todas as persianas e fiquei no meu quarto deitado na cama, tentando mentalmente começar uma DR comigo mesmo, mas eu estava tão chateado que acabei pegando no sono. Acordei com uma dor de cabeça desgraçada. Parecia que eu havia bebido todas as caipirinhas de vodka do mundo e fui tomar um remédio. Ouvi alguém me chamando e era o Valter. Fiquei no mais completo silêncio e ele acabou desistindo. De certo imaginou que eu tinha saído pra correr ou qualquer outra coisa.

Estava com uma fome absurda e joguei um miojo na panela e piquei alguns legumes dentro. Parecia uma mistura de nada com porra nenhuma e mandei logo pra dentro. Fiquei imaginando o que a Penny tinha feito pro jantar e quase não resisti indo até lá, mas comi meu miojo caldão de legumes e fui para o quarto assistir tv.

Minha cabeça não estava legal. Era como se eu quisesse estar em outro lugar.

As horas estavam se arrastando e eu bravo comigo mesmo por ter dito ao Matteo que ele era todo bonito. Hahaha, onde eu estava com a cabeça àquele momento?

Me lembrei do toque das suas mãos em meu rosto e como eram macias e grandes. Lembrei do modo como tocou meus lábios e se demorou com os dedos neles. Fechei meus olhos e parecia estar sentindo suas mãos por todo o meu corpo e não pude controlar uma ereção.

Segurei meu cacete firme. Imaginei que minhas mãos eram as dele e acababei gozando como nunca. Eu tremia de desejo, de tesão e de vontade de ter aquele homem sobre meu corpo.

Fui me lavar, tomei um banho e relaxei na água quente. Me joguei na cama e meu celular tocou. Não acreditei quando vi o número e atendi.

ㅡ Vini falando...

ㅡ rsrs, Matteo na escuta.

ㅡ que supresa boa. ㅡ eu tinha acabado de bater uma punheta pensando no cara e ele me liga.

ㅡ percebo que está mais descansado...

ㅡ ah sim, dormi um pouco e acabei de sair do banho. E você, está fazendo o quê?

ㅡ estou fazendo meu jantar. Não esqueci que está me devendo uma visita. Separei uns desenhos antigos de quando estava começando pra você ver quando vier aqui.

ㅡ prometo ir assim que me livrar dessas provas e dispensar a pirralhada. Férias de julho chegando e eles ficam doidos.

ㅡ você vai viajar nas férias?

ㅡ não. Vou ficar por aqui mesmo. Nem tive tempo pra pensar nisso. A Penny com certeza vai armar um jeito de me escravisar.

ㅡ rsrs, vai ficar de babá.

ㅡ como sempre, mas eu até que gosto de cuidar dos pestinhas.

ㅡ Vini, vou terminar de fazer meu jantar. Queria saber mesmo como você estava. A gente se vê?

ㅡ claro! Boa noite!

Desliguei e parecia que ele não tinha se importando tanto com minha cantada barata.

Por Deus, porque as vezes sou tão estúpido?

Ouvi mais uma vez o Valter me chamar e não teve jeito, fui atender. Era quase 22:00 e abri a porta. Ele entrou bufando.

ㅡ porra cara, pra quê deixar a gente preocupado?

ㅡ não sei o porquê da preocupação. Vocês dois estão ficando doentes. Pare gente.

ㅡ tua irmã falou que você estava estranho...

ㅡ kkkkkk, eu estava cansado. A Penny é exagerada. Até parece que não conhece a mulher que tem. Caramba, agora me deu uma fome. Acabei de comer um miojo com gosto de água suja.

ㅡ bora lá pra casa. Ela fez um risoto que você adora e eu também. A criançada acabou de dormir e vão acordar só amanhã.

ㅡ beleza, mas não me deixa beber muito.

ㅡ amanhã é domingo, relaxa.

E mais uma vez eu fui arrastado para a casa da Cruela. Eu confesso que adoro ficar lá fazendo vários nadas e bebendo com o Valter. Eu nunca tenho nada interessante pra fazer. Pelo menos a gente se diverte falando bobagem.

Minha irmã disse que ia se deitar e ficamos o Valter e eu terminando uma caipirinha de vodka. Ele foi buscar mais gelo e voltou me perguntando se eu estava me dando bem com o Matteo.

ㅡ sim, a gente vem se falando por mensagem desde o dia que nos conhecemos aqui. Porque o interesse?

ㅡ nada, é que vocês estavam tão próximos na loja. O cara estava vendo como você era e...

ㅡ ah, você viu?!

ㅡ sim, mas voltei pra cozinha. Não queria atrapalhar vocês. Esperei um pouco e vi ele dando aquela desculpa horrorosa de que tinha um cílio no olho dele.

ㅡ kkkkkk, você não ia atrapalhar nada, porque não estava acontecendo nada. Ele só pediu pra ver como eu era. Nada de mais.

ㅡ entendi. Sabe, vou fechar uma parceria com ele. Gostei muito dos desenhos e acho que vai ser bom pra loja também. Ele tem bastante material em mãos e posso ir usando. Se bem que ele não tem pressa. Desenha mais por hobby.

ㅡ pra aguentar aquele pessoal da Prefeitura, precisa ter algum hobby mesmo. Ainda mais ele que é da administração. Prefiro lidar com as crianças.

ㅡ gente chata do caralho. Vamos jogar uma bola amanhã? Vou deixar a Penny e as crianças na casa do seu pai e vou com o pessoal daqui do bairro.

ㅡ sei não.

ㅡ vai ter uns caras bem legais lá.

ㅡ kkkkkkk, até você querendo me arrumar macho? Tenha dó. Vou ficar em casa. Preciso preparar uns testes. Vai ser supresa kkkkk.

ㅡ que malvado.

ㅡ é só uma despedida antes de entrarem de férias.

Fechamos a noite meio sóbrios e consegui voltar sozinho pra casa.

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Continua...

Obrigado, de coração, queridos leitores pela visita e agradeço imensamente os comentários. Espero estar agradando. Grande abraço e até o próximo. 😉

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Comentários

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esse conto é otimo pacas o mais incrivel é como vc mudou a forma de escrever as tb tem mto da forma como escreveu os contos antigos uma mistura otima

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Uma narrativa leve, prática, diga de nossos olhos hávidos de boas histórias. Gosto do carinho entre os cunhados e desse flerte entre você e Matteo. Um deleite. Continue...

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os dois corações sofridos com medo e anseio de se entregarem novamente.Uma relação bonita entre os irmãos e o cunhado,um conto maravilhoso.

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Estou adorando o seu conto, continue.

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MUITO BOM. DEVAGARINHO, COM CLIMA DE ROMANCE, DE SEDUÇÃO. MUITO GOSTOSO DE LER.

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Ai que bom ter um conto maravilhoso desse para ler, LuCley a história ta ótima querido, continua.

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