dois anos e alguns minutos

Um conto erótico de mensagem de amor
Categoria: Heterossexual
Contém 728 palavras
Data: 09/03/2018 14:35:30

Tudo durou menos de dez minutos. Depois de dois anos morando no mesmo prédio e trocando olhares, apenas na última semana nós nos tocamos.

Mas a vontade começou bem antes. Num dia qualquer, eu olho para trás e vejo aquele sorriso para mim. Quem ia imaginar que o fogo ia se acender nela ao descer do ônibus? O amor pode surgir em qualquer esquina. Ela provavelmente já estava me espiando desde dentro do ônibus. Ela abre o portão para mim. Que linda! A conversa flui deliciosamente no breve caminho para o elevador. E aquele sorriso encantador fica gravado.

Pequenos encontros acontecem. Olhares. Sorrisos.

Meses depois, ela já de mudança e nós marcamos uma conversa embaixo do prédio. Ela desce com uma camiseta branca e o cabelo solto. Conversa cativante e brisa da noite. Pequenos toques que ela dá no meu braço. E aquele sorriso. Sentamos juntos na poltrona do térreo para ver fotos. Ela bem do meu lado. Um rapaz liga e vem encontra-la, mas ela o dispensa e me faz sentir escolhido. Ganho um elogio fulminante no restaurante, com pizza e refrigerante. Subimos até o último andar do prédio e os nossos beijos sobrevoam a cidade. A língua dela procurando a minha boca.

Chego em casa e logo escrevo para ela: “fiquei flutuando”. Ela responde: “somos dois então”. Antes de dormir, ela escreve: “Obrigada. Boa noite. Dorme bem e obrigada pela noite mágica. Beijo.”

Eu viajo e, antes, deixo um sabonete (um jeitinho de ficar perto dela) escondido na porta dela. Ela escreve: “Acabei de pegar o presente. Nossa, não precisava. Sério mesmo! Adorei!! Agora irei lembrar mais ainda de vc :) Tenha uma ótima viagem!!! :* ”

Quando eu volto, ela está na véspera de sua mudança. Só um dia para nos vermos. “Quero te ver sim. Estou toda molhada [da praia]. Ia tomar um banho. Mas vai ter que ir já já né? Vou ai só pra me despedir mesmo. Não posso demorar.” Isso porque o pai dela estava pronto para levá-la de carro.

Eu abro a porta ansioso. Ela sorri aquele sorriso doce e tentador. E diz que não vai entrar. Não quer molhar o chão – tinha acabado de chegar da praia, com uma toalha enrolada na cintura e uma camiseta molhada pelo cabelo. Desalinhada e bela.

Eu insisto. Ela entra e me abraça.

Seus olhos são cativados pelos meus muitos papéis na parede, que arrancam mais sorrisos dela.

Eu mostro a vista da cidade. Um beijo com gosto de despedida. Ela me aperta contra a parede. Finalmente ela se solta. Beijos cada vez mais fortes. Eu tentando aproveitar cada pedacinho dos lábios. Os abraços cada vez mais apertados.

Tanta vontade num encontro tão breve. O pai esperando lá embaixo, deixando tudo ainda mais proibido. Não ia pegar bem alguém da idade dela com alguém da minha idade. Breve, escondido, escaldante. Um segredo da vida dela que apenas eu conheceria. Mas a pressa vem junto com o cuidado de ir devagar para não dar desencontro de vontades.

Felizmente, ela toma muitas iniciativas. Ela desamarra a toalha, que cai sobre meus livros. Tomado pelos beijos, nem vi o que se escondia sob a toalha. Mas minhas mãos sentiram o shortinho jeans e passearam entre ele e a sua nuca.

Com esse convite para o seu corpo, eu passo a beijar pescoço, braços, ombros. Beijos, descobertas. Eu começo a me arrastar levemente no corpo dela. É ela que aumenta o ritmo da fricção.

Eu puxo a cadeira para sentar e abraçar seu corpo. Mas ela quer mais. Abre as pernas e senta no meu colo, para se esfregar com força. Que encanto.

Eu pego pela mão e levo ela pro quarto. Ela sorrindo, hesitante. Eu sento na cama e beijo seu decote. Ela tira a camiseta. O biquíni em frente ao meu rosto. A pele salgada. Meus lábios sentem toda a sua pele em torno do biquíni.

E ela diz que tem que voltar. Quanto juízo junto com tanta ousadia.

Na porta um abraço bem apertado e um presente meu de despedida: eu me ajoelho e beijo suas coxas, até a borda do shortinho. A minha vizinha me sente de olhos fechados, com a cabeça jogada pra frente. E sai dizendo: “não esquece de mim”.

E foi tudo. Cada instante marcado. Poucos minutos, depois de dois anos no mesmo prédio.

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Comentários

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Para um conto inicial foi sublime! Essas coisas realmente acontecem. Alguém que está perto a tanto tempo, sem haver chances de aproximação. E essa chance acontece quando já não há muito tempo para maior envolvimento. Alguns minutos que de qualquer maneira, abre perspectivas futuras. Muito obrigado pelos comentários nos meus contos contos. Análises que enriquecem e complementam o texto. Bjs babados.

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Muito bom! Gostei bastante do teu estilo.

Parabéns pela qualidade na escrita.

Aproveito para agradecer pelo carinho.

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Que delícia de narrativa! Pessoal, íntima e muito bem escrita. Adorei me sentir como a outra vizinha, que espiava tudo escondida e suspirando de amor. Beijos!!

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