O Brutamonte do Apê 210. II

Um conto erótico de Little Boy
Categoria: Homossexual
Contém 2065 palavras
Data: 07/03/2018 02:26:27
Última revisão: 07/03/2018 02:32:01
Assuntos: Gay, Homossexual

Eu abri meus olhos lentamente notando que a luz do sol entrava por entre as cortinas e ia iluminando o quarto. Procurei meu celular e logo abri meu WhatsApp, estava conferindo as mensagens quando uma em especial me surpreendeu, era de um número desconhecido que logo vi se tratar de Hugo, ele dizia:

“Cadê você que não me liga?”

Olhei para o relógio e já eram 10:30h.

-Ai que merda!

Me levantei aos pulos da cama me odiando por não ter posto o celular pra despertar, mandei minha localização e corri pro chuveiro, deixei a água quente me limpar e tirar de mim o resto do sono que sentia.

Me vesti e me olhava no espelho, queria estar bonito mas afastei aquilo do pensamento rindo “que idiota você está sendo Rafael, para de alimentar essa loucura “. Ajeitei minhas malas e assim que Hugo me mandou uma mensagem dizendo que já tinha chegado eu desci e dei check-out na recepção do hotel.

-Demorou, heim. Ele veio até mim e pegou algumas malas minha e levou pro seu carro. -Caramba quanta mala, tudo isso é roupa?- Ele me olhava meio irritado e confuso.

-Bom dia para você também Hugo? Tudo bem? Disse irônico.

Ele deu um sorriso quando o respondi, ele com certeza não esperava essa resposta, eu tinha o desafiado.

-Não dou bom dia para atrasados, meu tempo é precioso.

Seu sorriso ainda estava ali me desafiando também, peguei minha outra mala e ajeitei em seu carro. Ele fechou o porta malas e seguiu para frente abrindo a porta dele, fiz o mesmo e me sentei ao seu lado ele apertou o botão de ignição do carro e logo saímos dali.

-Nossa você tem muita roupa. Disse ele quebrando o gelo daquela viagem.

-Você acha? É que eu não tô a passeio né, eu vim morar aqui.

-Eu sei, mas o meu guarda roupas dá no máximo umas duas malas, e você tem três grandes.

-Eu gosto de roupas! Disse o olhando enquanto ele dirigia seriamente naquele trânsito já caótico de São Paulo.

-Nossa que trânsito. Disse me apoiando na janela do carro.

-Se acostuma baianinho. Ele riu e por um segundo ele tirou sua atenção da direção e me olhou ainda sorrindo. Nossa, e que sorriso.

Sorri de volta e até tinha gostado de como “baianinho” sai bonitinho em sua voz rouca.

-Você é sempre assim? Perguntei de lata.

Seu cenho se franziu e ele logo perguntou: -Assim como?”.

-Tão grosso, seila.. As vezes você me dá medo.

-Te dou medo é? Que bom!

Não respondi nada, apenas continuei olhando pra frente e desejando logo chegar em minha nova casa.

-Tu vai fazer faculdade de quê? Ele novamente retomava nossos diálogos.

-Psicologia. Respondi.

-Hum, legal. Minha irmã faz Psicologia.

Sorri em resposta.

-Eu faço Direito, estou no 6 semestre. Não vejo a hora de me formar.

-Já passou da metade né, daqui a pouco tu termina.

O clima parecia ter mudado, era bom, estávamos nos conhecendo.

-Você trabalha em quê? Perguntei.

-Eu faço estágio numa advocacia no centro. Muito boa e pra um estágio eu ganho muito bem, claro que eu trabalho muito, mas é isso mesmo.

-Nossa que legal, eu não vejo a hora de fazer estágio, de presenciar tudo o que eu to estudando ao vivo.

Eu tinha um certo brilho nos olhos porque tudo para mim ali era novo, eu queria tanto começar, e ele parecia ter percebido isso e ria de mim. Mas fazer o quê, eu realmente estava empolgado.

-E você, além d’eu saber que veio da Bahia e que passou na universidade, o que mais tem pra me dizer? Não quero descobrir depois que divido meu apê com um psicopata.

Eu sorri e o respondi:

-Bom, eu sou o Rafael, 18 anos, recém chegado, canceriano e filho de pais ótimos em Salvador. Eles que me deram todo o suporte para vir pra cá, já estou sentindo tanta saudades deles e dos meus amigos, mas eu precisava vir. Eles tem alguns comércios lá e por isso consegui vir tranquilo pra cá... e só para finalizar, quem tem cara de psicopata aqui com certeza não sou eu.

Eu sorri de volta para ele e depois desse pequeno momento já avistava a Universidade e isso significava que estávamos perto.

Assim que chegamos em casa subimos com as malas e eu coloquei todas no meu quarto, tomei uma água gelada e logo Hugo me chamou para descer, íamos agora pro shopping procurar meus móveis. Meus pais iam me manter até eu arrumar alguma coisa por aqui e lá na frente conseguir um estágio, de fato se estou aqui hoje é por eles.

-Obrigado por tudo e desculpa te tirar do seu descanso. Falei agradecido.

-Não tem problema, eu tava mesmo querendo sair de casa e lá na frente eu te cobro esse favor, pode ter certeza.

-E pode ter certeza que eu pagarei.

Aquilo pareceu ter um duplo sentido mas não tinha sido minha intenção. Ele me olhou de canto e continuou a dirigir.

Passeamos por algumas lojas e depois de algumas horas eu tinha definido quais móveis levar.

-FINALMENTE! Me lembre de nunca mais sair pra fazer compras com você, a gente tá aqui a horas.

-Você que se propôs a me ajudar, não sei porquê está reclamando. E outra, eu precisava ter certeza de quais móveis eu compraria, afinal é pro meu quarto né?

Ele balançou a cabeça negativamente mas sabendo que tinha perdido aquela discussão e logo fui pro caixa pagar pela compra. Os móveis seriam entregues no próximo dia e a montagem em até dois úteis. Eu estava tão feliz que um turbilhão se passava por dentro de mim.

Assim que saímos da loja combinamos de passar no mercado que também ficava no shopping, precisávamos comprar algumas coisas pro jantar já que passamos o dia todo fora e só tínhamos comido besteiras.

-Eai, tá pensando em fazer o quê? Se você me conquistar pela barriga você me terá sempre em sua mão.

-É? Eu perguntei imaginando tê-lo em minha mão e o usando da maneira que eu quisesse.

-Sim sim. Ele me me respondeu com um olhar de riso mas sem malícia. Como eu estava sendo besta, pensei.

-Eu vou fazer strogonoff mesmo, é gostoso e não demora tanto.

Ele me ajudou a pegar as coisas que eu dizia e logo fomos pro caixa.

Assim que estávamos no caixa passando nossas compras uma mulher loira linda sorria em nossa direção, ela vinha um pouco apressada e quando chegou deu um abraço em Hugo e selo em sua boca.

Aquilo tinha sido um pouco estranho, alguma coisa em mim tinha se entristecido e por mais que eu devesse saber que aquilo era bobagem eu não consegui disfarçar um desapontamento. Ela o abraçou como se tivesse propriedade nisso.

-Oi lindão, que bom te encontrar.

-Oi Carol. Ele respondeu meio desconcertado.

Ela olhou brevemente para mim e deu um sorrisinho e não se apresentou, eu retribui o sorriso falso e continuei a passar as compras como se ela nem existisse, a educação passou longe daquela mulher.

-Você por acaso perdeu o meu número? Você ficou de ligar e sumiu. Ela tinha um sorriso forçado e parecia querer uma explicação de Hugo.

-Ah, foi isso mesmo. Eu troquei de celular e de chip, acabei perdendo seu número. Ele respondeu tentando a convencer.

-Tudo bem, então pega meu cartão e não se esquece que você me deve um jantar.

Ela novamente deu selinho nele e saiu rebolativa pelo mercado, olhei pra Hugo sem demonstrar nada e ele me olhava com se estivesse sido pego fazendo merda. Dividimos o valor da compra e fomos pro carro ambos em silêncio.

-Mulher é fogo né. Eu não liguei para ela porque não to afim de mais nada com ela, mas parece que elas sentem o meu cheiro de longe. Disse ele.

Confesso que senti um pouco de asco por ele naquele momento. Tanto que não o respondi.

-Você entende né?

-Talvez, não sei bem. Disse seco.

-Como assim não sabe?

Olhei para ele querendo dizer que eu não o entendia porque eu simplesmente era gay e além de tudo, virgem. Eu não tinha conhecimento. Tudo o que eu sabia era o que via nos pornôs que assistia, ser virgem não foi por escolha, eu acho que tinha sido condição mesmo. Sempre que eu achava um garoto legal que eu queria me entregar eu travava e não rendia em nada, inclusive tantos terminaram comigo por isso, por não terem paciência.

-Hugo, dá pra gente ir para casa, eu to um pouquinho cansado, amanhã ainda será um dia longo para mim e além disso, eu tenho que fazer nosso jantar.

Ele me olhou e não respondeu mais nada, seguimos a viagem toda em silêncio e assim que chegamos em casa eu fui tomar um banho para começar o jantar.

Embaixo do chuveiro eu me condenava por ter deixado tão nítido o meu desconforto por ele ter beijado aquela mulher, mas ela era tão mal educada ele merecia uma pessoa melhor. Terminei meu banho e decidi que precisava urgente parar com aquilo pois se não eu me machucaria.

Sai vestindo um short apertado e uma camisa regata era costume meu por conta do calor que fazia em Salvador, só me dei conta que minha roupa estava um pouco pequena porque assim que passei pela sala Hugo me olhou de cima a baixo e logo seguiu pro banheiro todo desconcertado. Dei um pequeno sorriso e fui logo aprontar a comida.

-Hugo, vem comer. Gritei da cozinha. Ele saiu do seu quarto literalmente correndo.

-Nossa o cheiro está ótimo Rafael.

Terminei de arrumar as travessas na bancada da nossa cozinha dizendo -Pode me chamar de Rafa, todos me chamam assim-.

-O cheiro está ótimo Rafa, quero só ver o sabor.

-No caso, sentir o sabor né? Rebati.

-Ha ha. Engraçadinho. Disse ele de cara fechada.

Nos servimos e sentamos na sala vendo tevê. Olhava atentamente para ele e logo após a primeira garfada ele deu outra e outra e depois mais uma. Foi um pouco nojento. “Meu Deus, calma! A comida não vai fugir”, eu pensei ao ver aquela cena.

Ele me olhou de boca cheia e depois de mastigar e engolir ele disse:

-Carai isso tá muito bom vey.

-Que bom que gostou.

Terminamos de comer e depois de um tempinho vendo tevê eu disse que gostaria de dormir, como minha cama ainda não tinha chegado eu propus dormir no sofá mesmo.

-Olha se quiser pode dormir comigo. Minha cama é king, dá e sobra.

Óbvio que tudo em mim estava louco para dormir com ele, mas não. Não sei se era o certo, eu estava apenas me iludindo. O cara era hétero e só estava sendo bacana comigo.

-Não precisa Hugo, eu durmo aqui mesmo, serão pouco dias.

-Então eu durmo na sala e você no meu quarto. Sem discussão.

-Não mesmo, eu nunca te tiraria do seu conforto. Para com isso.

Ele me olhou impaciente e já com a voz um pouco mais grossa ele falou:

-Ou eu durmo na sala ou a gente dormi juntos. E ai, qual vai ser?

-Ok. Que seja! Disse revirando os olhos.

Fui andando pro quarto dele resmungando o quanto ele era mandão.

-O que você disse?

Ele perguntou me olhando. Virei-me tentando fazer a linha do desentendido e o respondi:

-Eu? Nada... Tá doido?

-Eu ouvi você falar alguma coisa.

-Talvez eu tenha dito que você é muito mandão.

-Talvez? Ele perguntou rindo.

-É, talvez.

-Pois então se acostume!

Ele me olhava aguardando algo de minha parte e eu apenas balancei a cabeça em negativa, que homem louco.

Segui pro seu quarto e me deitei em sua cama, o clima lá fora era ameno e eu logo me cobri com o seu edredom, seu perfume estava impregnado nele, ele apagou as luzes e se deitou ao meu lado sua respiração estava forte e sua perna estava inquieta.

-Boa noite Hugo. Disse me ajeitando na cama.

-Boa noite Rafa.

Continua...

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Queria agradecer a todos que comentaram e que estão acompanhando. Espero que vocês gostem . A quem quetiona, não, esse conto é original e estou amando escrevê-lo. Claro que por ser um tema comum pode haver algumas similaridades, mas minha intenção é fazer algo único.

Prometo responder a todos no próximo capítulo.

Beijos,

Little Boy.

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Comentários

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Fazia tempo q eu procurava a continuação desse conto ainda bem q achei na CDC❤

NOTA 10

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Você escreve muito bem. Sério! Esse conto é muito divertido.

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Eu sou apaixonado em homens grandes.

Você escreve muito bem. Sério! Obrigado. Está divertido ler ele.

Adoro o fato de você não criar padrões surreais nos personagens.

Bjs.

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DE FATO HUGO NÃO DEVE EXPLICAÇÕES DE SUA VIDA ÍNTIMA PRA RAFAEL. RAFAEL SIM TEM QUE SE CONTROLAR. PRECISA ESPERAR HUGO SE REVELAR E NÃO FORÇAR AS COISAS.

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Um deleite sua narrativa,pequeno menino. Já antevejo a explosão que será esse tesão entre eles. Continue...

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Cara to adorando sua história espero que ela seja bem longa kkkk tem alguns erros mas nada que uma revisada não de jeito . volta logo e se puder aumenta o tamanho dos capítulos .

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Gostando desse jeito autoritario do Hugo....

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