Histórias da Minha Vida - Parte 196

Um conto erótico de Phabiano
Categoria: Heterossexual
Contém 1441 palavras
Data: 23/02/2018 23:31:35

Hoje eu tive uma surpresa interessante no meu horário de almoço, estava sentado tomando um sorvete na praça e encontrei o Luiz, depois de quase três anos sem ver ou conversar com ele.

Ele está bem, engordou uns quinze quilos eu acho, mas continua bonitão, voz serena, parece que está mais adulto sei lá "responsável" seria a palavra certa ou talvez "maduro".

Conversamos por um tempo ele está namorando sério, estava com uma bela e grossa aliança no dedo, demonstrando compromisso com alguém.

Não perguntei muito para não parecer invasivo, mas deu pra perceber que está fazendo muito bem a ele.

A primeira coisa que me perguntou foi do William, a segunda dos meus filhos, a terceira do Renato e a quarta perguntou do resto do pessoal.

Deu risada quando falei da separação.

- De novo Binho? Quando é que vocês dois vão crescer? Parecem duas crianças birrentas rs.

Noutra época eu teria brigado com ele por me infantilizar, mas hoje eu me dou conta que é verdade, eu nunca percebi o quanto era mimado com relação ao William, mas vida que segue.

Como todo bom amigo que reencontra o outro, nós combinamos e ficamos de marcar aquele churrasco com toda a galera reunida, vamos ver se sai.

Voltando para algum tempo atrás....

Eu não parava de pensar no filho do William, se realmente era caso de extrema atenção e cuidado com o bebê ou se o magrelo queria chamar minha atenção para com ele.

Pedi então que o Rick ligasse e perguntasse se ele poderia fazer uma visita para a Giovana e o filho dele.

O William aceitou e questionou se eu também iria.

O Rick disse que eu não iria, mas talvez o Iago fosse com ele, já que o Jorge não era muito integrado com a nossa turma.

Ele ficou feliz e pediu que fossem naquele mesmo dia, talvez a visita de pessoas diferentes alegra-se um pouco a Giovana.

Mesmo estando preocupado com o menino, eu não tive coragem de ir visitá-lo, não saberia me portar ou como agir naquela ocasião.

Mas os dois foram e me contaram do triste cenário que se deparam, cortou meu coração e as lágrimas não demoram a cair por entre meus olhos.

O Murilo estava em uma incubadora, cheio de aparelhos ligados a seu corpo, tubos enfiados em seu narizinho e em sua boca, uma criancinha rosinha, cheia de cabelos e com quase 25 cm de tamanho. A respiração era acelerada e quase não se ouvia o chorinho dele, era como se sussurra-se ao invés de chorar.

A menina olhava atenta para o vidro em volta do filho, seu semblante era de dor e sofrimento, abatida e bastante tristonha.

Tentaram conversar, dar forças e também ajudar de alguma forma. A menina agradeceu, mas não se moveu ou saiu um só segundo do lado do filho.

Os médicos disseram que o caso do Murilo era grave sim, mas não tinha perigo de ele vir a falecer, ele só precisava reagir para não ter perigo de ficar com alguma sequela .

Em dois meses que o menino ficou lá eu não o visitei, mas soube de tudo que aconteceu por intermédio dos meninos.

Quando ele saiu do hospital e foi pra casa, aí eu recebi a visita do William.

Ele apareceu na minha porta para me agradecer mais uma vez, por ter sido um cara tão especial na vida dele. Agradeceu pelas visitas dos meninos e sabia que era por minha causa que estavam indo lá, agradeceu pelas roupinhas que enviei, agradeceu pela minha preocupação, agradeceu por tudo.

Só que na realidade aquela visita tinha uma outra finalidade.

Em quase 12 meses após nossa separação, ele resolveu colocar os pingos nos i's.

Queria conversar, queria se explicar e terminar a nossa história em paz e sem ressentimentos.

- Binho, eu não quero ficar mal com você, não quero que tenha raiva de mim, não quero que guarde mágoas a meu respeito. Durante esses oito anos que estivemos juntos eu fui muito feliz, você me realizou de todas as formas possíveis.

- William....

- Binho me deixa terminar por favor! Você foi meu guia, meu mentor, meu amigo, meu irmão, as vezes meu pai, meu amante e meu amor incondicional. Eu vou te amar até o último dia da minha vida, mas a nossa relação não já não era a mesma. Não é culpa sua ou minha, não é culpa do meu pai, da minha mãe ou dos nossos filhos, simplesmente aconteceu, eu precisava tentar, conhecer um pouco do meu eu e se eu o fizesse ao seu lado, estaria te maltratando, te traindo e eu não seria capaz de dormir com esse peso na consciência. Você me fez quem ser quem eu sou e eu vou ser grato eternamente, mas....

- William, não termina isso, eu não quero ouvir, não quero pedido de desculpas, não quero ouvir satisfação alguma e não quero agradecimento algum, você tinha um emprego bacana, tinha uma vida bacana, sei que por morar comigo não tinha preocupação e muita responsabilidade. Não estou cobrando isso de você, mas você agiu por impulso, largou um ótimo emprego para ir morar com seu pai e de quebra engravidou uma menina. Você regrediu William, eu estou olhando para o garoto de 17 anos que eu ensinei a trabalhar a 10 anos atrás, aquele mesmo garoto que ia colocar uma box vermelha pra transar comigo, por que achava que era sexy; Eu dei minha vida a você William e não a quero de volta, só quero viver um dia de cada vez, ainda dói um pouco, mas uma hora essa ferida só será uma cicatriz, um lembrança do que restou do amor que eu entreguei a você. Não vamos dar as mãos e fingir que somos amigos, não vou esbarrar em você e perguntar como está a sua vida e de sua família, não vou fingir que estou feliz com sua nova relação, pois, EU NÃO ESTOU!!! E acho melhor a gente não tentar prolongar essa conversa por que eu não quero fechar meus olhos a noite e recordar tudo isso novamente. Só vamos viver William, um dia de cada vez!

- Está bem Binho, eu estou indo embora.

- Tchau William!

Ele saiu por aquela porta e desde então eu não o vi mais.

Era tudo tão confuso e ao mesmo tempo tão triste, confuso porque não sabia o que seria de nós dali por diante, triste porque todas as vezes que brigamos e terminamos eu ficava me sentindo um lixo, um nada.

Mas como eu já esperava não foi um ponto final foi mais um ponto na enorme reticência que nossa história se tornou.

Depois da nossa última conversa, eu queria esquecer de vez, mas era a mesma coisa que pedir para lembrar rs, tudo me lembrava ele. Tudo dentre as coisas mais intensas as absurdamente mais comuns, eu acho que eu criei uma espécie de ramificação junto a ele e sempre foi a ilusão mais palpável da minha vida.

Até hoje, agora por exemplo, que eu quero me lembrar ou imaginar alguém pra construir um nós, eis que é William que vêm a cabeça.

Quando alguma coisa nova acontece no meio da monotonia dos meus dias, a primeira pessoa que eu queria contar era o magrelo.

Talvez ele nunca irá saber disso, ou já saiba né? Mas ele foi e está sendo mesmo de longe o homem da minha vida, o homem dos meus sonhos, todos esses clichês repetitivos que ouvimos desde sempre você é pra mim.

Ele foi o meu melhor amigo, amante, amor, e a minha melhor novidade também porque desde o início eu nunca imaginaria que com meus vinte e três anos eu encontraria naquele garoto de dezessete para dezoito anos um amor tão intenso e duradouro como eu encontrei no William.

- Para com essas brincadeiras moleque a gente nunca vai dá certo, você não sabe o que quer da vida ainda.

Era isso que eu falava pra ele todos os dias e ele sempre sorria com aqueles dentes tortos e aquela meia dúzia de fios de barba.

Foi o William que me tornou o que sou hoje e agradeço ele por isso, e por mais que eu conheça gente nova todo dia, eu sempre antes de dormir visualizo o rosto daquele garoto de dez anos atrás.

Dou um largo sorriso e pego no sono logo em seguida.

Já tinha dois anos que não o via, não nos falávamos, não sabia como estava e ele também não procurava saber sobre nós.

Meus filhos não perguntavam mais sobre ele, mas as vezes a saudade batia tão forte que aquela feridinha se abria e o resultado é doloroso.

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Comentários

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Mas é assim mesmo Binho, o seu coração vai se colando aos poucos. Eu tenho certeza que o William só vai ser mais uma lembrança gostosa. Não sei porque, mas eu tenho um bom pressentimento sobre você, a minha intuição diz que a sua metade da laranja ainda está por aí e vai bater de frente com você, e não é o embuste do William. Eu não estou blefando. Eu tenho de vez em quando essas intuições e sempre dá certo, graças a Deus. Pode printar e guardar esse comentário hehehe

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Cara, eu fico cada vez mais agoniado a cada capítulo. Queria morar perto de você para te arrastar para um cinema, um parque de diversões (Se você gostar, claro rsrs), uma praia, assistir série juntos (Eu escolho rsrs). Enfim, eu sei que é difícil, ainda mais um término complicado que nem o de vocês, mas procura se distrair com alguma coisa. Por mais que eu perceba que alguns dos seus amigos não estão nem aí para você, não faz um mínimo esforço para te ajudar nessa fase complicada, pega alguns deles para fazer alguma coisa, se distrair, faz um churrasco, viaja, sei lá. Vem pra Recife que aqui tem muito o que se fazer hahahaha. Beijos!

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uma relação passa por várias fases,contudo nem sempre são fáceis.

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N consigo sentir simpatia por trouxismo se é q existe essa palavra

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O q eu não consigo aceitar mesmo é a forma como ele se distanciou das crianças, q o chamavam de pai inclusive. Queria mesmo era um revival com o Renato mas né.

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Leio sua história na surdina, mas queria saber, ainda vai demorar muito para chegar nos tempos atuais?? Digo, de 2017/18.

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