EU, O CRUEL

Um conto erótico de ClaudioNewgromont
Categoria: Homossexual
Contém 1264 palavras
Data: 16/02/2018 17:35:22
Assuntos: Gay, Homossexual

Cruel é uma palavra que me define.

Primeiro dia de aula, na Facul, cheguei atrasadaço. Acho um saco isso, pois a gente já se vê todo erradão... Perde as primeiras (e essenciais) explicações do profe, tem que ficar fazendo pergunta basicona a um e a outro (e o pior, sem conhecer ninguém)... Mas foda mesmo é que você não teve tempo de se entrosar e a turma já fez os grupos. Aí você fica boiando, tipo bosta n’água, tá ligado?

Era assim que eu estava me sentindo, quando o segundo teacher entrou e foi logo montando grupos e distribuindo trabalhos para a turma. Fiquei naquela de cachorro que caiu do caminhão de mudança, saca?! Olhando pra todo lado, em busca de uma tábua de salvação, mas cada qual já estava encaixado em seu respectivo grupo.

Quando eu já me preparava para perguntar ao professor se rolava eu fazer sozinho aquela porra, um cara novinho, branquelo, tímido que só uma cadela, aproximou-se de mim e perguntou se eu estava em algum grupo. Diante da minha negativa, ele perguntou se poderíamos ficar juntos. Fazer o quê, né? Tenho opção? Topei, claro.

Mas o cara revelou-se bem diferente do mala que, no começo, eu julguei que fosse. Essa maldita mania que a gente tem de julgar o outro pela primeira impressão é foda, viu?!

Inteligente, bem articulado, sacava legal das coisas. Não precisou muito tempo para meu viadômetro sacar qual era a dele. Mas, puta-que-pariu, eu queria um parceiro de faculdade, não de cama – pelo menos não agora. De qualquer forma, ele não fazia muito meu estilo. Delicadozinho demais, fresquinho demais, tímido demais... Avermelhava as bochechas a qualquer palavrão ou insinuação mais picante... Mas mostrou-se animado quando, no meio da conversa, lhe falei da minha bissexualidade.

Precisávamos nos encontrar para montar o caralho do trabalho; seríamos os primeiros a apresentar – porra de sorteio, só ganho quando é pra me foder! Marcamos para montar a apresentação no ap dele – ele morava sozinho, perto da faculdade, bancado pelos pais, que eram fodões, numa cidade do interiorzão.

Sábado pela manhã, tomei banho, saquei pouca roupa (que ninguém merece roupa pesada num findi). Ele me recebeu enfiado numa camiseta tipo regata, e uma bermuda folgadona. O cara era branco-leite mermo. Mas era cheiroso que só filho de barbeiro.

Sentamos e botamos os cérebros pra moer. Vez em quando, ele roçava no meu braço; outras vezes, na minha perna; fingia que ia pegar uma caneta que estava no outro lado da mesa e se colocava todo por cima de mim; esses pantins de quem tá a fim de pegar o outro, mas tá sem jeito. E eu na minha. Estava até curtindo aquela paquera, que ficava entre a ousadia e a contenção. Mas fingia não perceber, não avançava mas também não rejeitava.

As estratégias dele eram ora infantis, ora arrojadas. Foi ao banheiro, no caminho já foi descendo a bermuda, mostrando-me o começo da bunda branca; deixou a porta aberta enquanto mijava; ao balançar a rola, percebi-a meio dura: ele lavou a bicha e enxugou com a toalhinha – agora estava completamente dura. E eu só olhando, de esguelha, tentando imaginar até onde ele pensava em ir.

Noutro momento, disse-se cansado (fatigado, na verdade – freeeeesco!). Sentou-se arreganhadamente numa poltrona, na minha frente, no outro lado da minúscula sala em que estávamos. Pude ver-lhe, pela perna da bermuda, a rigidez da rola e os cunhões escapando. Mas sem exibicionismo... Tudo como se fosse sem qualquer intenção, tá ligado? De minha parte, continuei fingindo a maior naturalidade, enquanto procurava flagrar-lhe alguma desilusão no olhar.

Eu não presto, velho... Podes crer!

Quando achou-se devidamente descansado, espreguiçou-se, esticando os braços para o alto, mostrando axilas branquinhas, depiladas e cosmeticamente bem tratadas.

Foi até a cozinha tomou um copo de suco e trouxe também para mim, no mesmo copo (“ui, vai descobrir meus segredos” – frescou). Ao voltar para seu lugar, ao meu lado, jogou um furtivo olhar e percebeu-me de pau duro; isso o deixou num assanhamento tão frenético quanto estéril. Voltamos aos acabamentos da apresentação, correção do texto, finalização dos slides... essas coisas!

Ele estava mais atrevidinho. Até já insinuava frases dúbias, dizia uns palavrõezinhos suaves (uma “porra” aqui, um “puta-que-pariu” ali... até surpreendeu com um “caralho”, num momento de mais euforia...). Mas nada de mais incisivo, diante da minha letargia. Eu, do meu lado, estava adorando tortura-lo daquela maneira. Claro que eu já estava superafinzão de torar aquele magricela branco, meter-lhe a pica com gosto e vontade, e deixa-lo enterrar a rola em todos os meus orifícios; mas achava que nada seria tão prazeroso quanto atiçar, presenciar e ver prolongada sua agonia e seu tesão contido.

Dando continuidade a minha sanha de sadismo, ao juntar minhas anotações, livros e canetas, espalhados sobre a mesa, debrucei-me sobre o meu colega duas vezes; percebi-o fechar os olhos, numa das vezes. Outro momento, deixei cair um papel, e, ao me abaixar para pegá-lo, rocei meu cabelo em sua coxa; ao voltar com o papel, ele tentava disfarçar o nítido arrepio que cobria seu corpo.

Concluí a cata do meu material, fechei a mochila, fazendo os últimos comentários sobre a apresentação. Ele era uma angústia só. Eu estava quase com peninha dele... Concordava mecanicamente com o que eu falava, e respondia através de grunhidos, enquanto molhava nervosamente os lábios.

Ao fechar o último zíper, afastei a cadeira para me levantar. Ele não suportou mais, e atirou-se contra seu mórbido acanhamento, segurou minha mão na mesa (sua voz tremia):

– Olha... é...

Deixei-me prender por sua mão fria e suave, enquanto minha expressão não denotava uma gota de alteração; antes, olhava paisagisticamente para seu rosto afogueado, como a esperar o que ele teria a me dizer.

– É que... bem... hã... Eu queria... lhe pedir uma coisa... mas não sei se posso...

– Claro que pode, cara! Relaxe... Diz aí! – Minha fingida naturalidade o esmagava.

– É... eu queria... olhe, se não for possível, tudo bem viu?!... Não quero que pense mal de mim... Nem altere nossa... amizade...

Ele mastigava cada palavra, acho que procurando e experimentando mentalmente várias, até escolher a que julgava mais adequada.

– Eu queria... queria...

Diante da minha impassibilidade, era límpido seu desespero. Eu estava a ponto de gozar interiormente. Ele, de explodir por todos os poros.

– Um beijo... – sussurrou, inaudivelmente.

– O quê?! – confesso que desta vez não foi sacanagem; apesar de praticamente um em cima do outro, não consegui ouvir o que ele balbuciara.

Foi o bastante para ele se recompor, desordenadamente:

– Hã... nada não... deixa pra lá...

Segurei-lhe então o rosto avermelhado com as duas mãos e colei meus lábios nos seus, calando a metralhadora de palavras desconexas que lhe saíam.

Tomado pela surpresa, ficou inerte por uma fração de segundos, mas logo tomou pé da situação e correspondeu avidamente ao beijo, vasculhando agoniadamente minha boca com sua língua, com a ânsia própria de quem julga estar vivendo a última chance de sua vida.

Lábios quentes e macios, beijamo-nos com sofreguidão, enquanto eu continuava segurando o seu rosto. Afastei delicadamente, olhando seus olhos vivos e brilhantes; dei dois selinhos mais, e, sem dizer uma palavra, demonstrei, através de um riso de satisfação, o quanto tinha curtido tudo aquilo.

Levantei-me, então; ele também. Abraçamo-nos apertadamente, e eu pude sentir todo o tremor de seu corpo e a rigidez de sua rola entre minhas coxas. Provavelmente ele também percebeu meu pau duro. Mas eu não queria abrir não da crueldade com que conduzi toda aquela situação: apartei-me de seus braços, sorri-lhe e disse, já dirigindo-me à porta:

– Durma bem, que amanhã o pau vai comer, nessa apresentação...

E fui embora.

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Comentários

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Show. Coitado do colega tímido que nem se tocou que depois daquele beijo vai comer fácil fácil o machao. Ahahahahahah.

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Luca667, com todo o respeito que vc NÃO TEVE por mim, eu te digo com todo o carinho, do fundo de minha alma: VÁ TOMAR NO CU, VÉIO!!!

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Nossa que conto TERRÍVEL nem tive paciência pra ler essa merda toda. Você com certeza é um viadinho passivão afeminado e tem fetiche em "machão", pq você forçou tanto gírias hetero, criou um personagem podre heteronamativo e ainda por cima bissexual, que no nojo de você e desse sei conto de merda. Faz o favor pro mundo de não escrever mais, pq vc não sabe fazer contos que preste. Nota dó!

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Mallu, que bom que vc gostou... Tem mais um baú desses contos, na Casa, para todo o seu prazer. Sinta-se à vontade.Ah... fotos lindas... Obrigado. APT...

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Vim retribuir a visita e encontrei esta pérola de conto. Me surpreendeu a qualidade da escrita, além das tiradas e alegorias que deram um prazer especial à leitura. Valeu mesmo a pena ler este, independente do gênero. Ao invés de cruel, achei doce esse momento vivido com o colega. Minha nota só pode ser 10 votado com louvor. Agradeço teu gentil comentário no meu. Beijos.

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Brother, de inicio o jeito safado e o palavreado pareceu me incomodar, mas de acordo que fui lendo vi que é algo que me deu muito tesão. Pena tu ser tão CRUEL hahaahah e não contar um pouco mais. Abraço

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Legal, Abduzeedo. Obrigado pelo comentário. Não sei se entendi bem, quando você fala em “acompanhar o conto”, mas ele acaba aí mesmo. Tem continuação não, bicho. Sou cruel, véio! rsrsrs

Muito bem, Valtersó! Que bom tê-lo mais uma vez em meus comentários. Vamos aos tópicos que você aborda.

Não sei bem onde você viu homofobia neste conto; crueldade, talvez... Se puder ser mais específico, poderei comentar melhor.

Quanto a me descrever... (???) Pra quê, velhinho?! Precisa, é? Estou aqui para narrar uma história, e a descrição de algum dos personagens só é necessária quando for importante para a narrativa. Não é o caso! Então...

Não, não coloquei o nome do amigo; aliás, de nenhum dos dois personagens, percebeu? E o conto rolou tranquilo, sem os nomes.

O rapazinho não é MEU amigo, caro Valtersó! É amigo do protagonista. Devo alertar que não escrevo relatos, escrevo CONTOS. Literatura. Ficção. Tá ligado?

Complicado nada! A gente descomplica!

Obrigado pelos pitacos. E mais uma vez grato por acompanhar meus textos. Gostaria que comentasse mais, nos outros também.

Grande APT (Abraço Por Trás) pra ti...

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chega de romantismo forçado e situações pouco realísticas! Queria muito ler uma historia com um personagem mais cínico, que não tem frescura. Vou acompanhar seu conto com certeza!

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REALMENTE É MUITA CRUELDADE. E ACHEI VC MEIO HOMOFÓBICO AO SE REFERIR AO COLEGA. NÃO ME LEMBRO DE VC SE DESCREVER OU SE APRESENTAR NEM MESMO O NOME DE SEU AMIGO. COMPLICADO ISSO.

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